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UFCD 5386 - Direitos de Autor, Proteção de Dados e

Propriedade Industrial

Formadora: Ana Paula Sequeira


A utilização deste ficheiro destina-se
exclusivamente aos formandos da UFCD. É
proibida a sua publicação ou difusão por
meios não autorizados pela formadora.
UFCD 5386 - Direitos de Autor, Proteção de
Dados e Propriedade Industrial

DIREITO DE AUTOR
- A PROTEÇÃO JURÍDICA EM PORTUGAL

DL n.º 63/85, de 14 de Março


I - CÓDIGO DO DIREITO DE AUTOR E DOS
DIREITOS CONEXOS
(última atualização - DL n.º 47/2023, de 19/06)
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• O que é o direito de autor?


• É o ramo do Direito que regula a proteção das obras
intelectuais. Traduz-se num conjunto de autorizações de
utilização das obras, reservadas ao autor ou a terceiro
detentor dos direitos (por ex: herdeiros).

• O direito de autor pertence, assim, ao criador intelectual


da obra, a menos que haja disposição expressa em
contrário e é reconhecido independentemente do registo,
depósito ou qualquer outra formalidade.
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• O Direito de Autor confere aos titulares de criações intelectuais


do domínio literário, científico e artístico, o exclusivo direito de
dispor da sua obra e utilizá-la, ou autorizar a sua utilização
por parte de terceiros, total ou parcialmente.

• A compra de um trabalho protegido por direitos de autor não dá


o direito de transmitir ou copiá-lo?
• Não, mesmo no uso privado, este nunca deverá atingir a
exploração normal da obra, nem causar prejuízo injustificado
dos interesses legítimos do autor.
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Industrial

Artigo 1.º
Definição
1 - Consideram-se obras as criações intelectuais do domínio literário,
científico e artístico, por qualquer modo exteriorizadas, que, como tais,
são protegidas nos termos deste Código, incluindo-se nessa proteção os
direitos dos respetivos autores.
2 - As ideias, os processos, os sistemas, os métodos operacionais, os
conceitos, os princípios ou as descobertas não são, por si só e enquanto
tais, protegidos nos termos deste Código.
3 - Para os efeitos do disposto neste Código, a obra é independente da
sua divulgação, publicação, utilização ou exploração.
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• Conceito de obra (original):


• É um ato que consiste na criação exteriorizada de uma obra
intelectual com expressão formal criativa.

• CRIAÇÃO – é um ato de exteriorização formal de uma obra


intelectual.
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• OBRA EQUIPARADA A ORIGINAL:


• Trata-se de uma transformação de obra preexistente que origina uma
obra nova, (exemplo: tradução);

• OBRA COMPÓSITA:
• Incorporação em obra própria de uma (ou mais) obras de outros,
(exemplo: tese de doutoramento).
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• OBRA EM COLABORAÇÃO E COLETIVA


Artigo 16.º
Noção de obra feita em colaboração e de obra colectiva
1 - A obra que for criação de uma pluralidade de pessoas denomina-se:
a) Obra feita em colaboração, quando divulgada ou publicada em nome dos
colaboradores ou de algum deles, quer possam discriminar-se quer não os
contributos individuais;
b) Obra colectiva, quando organizada por iniciativa de entidade singular ou
colectiva e divulgada ou publicada em seu nome.
2 - A obra de arte aleatória em que a contribuição criativa do ou dos intérpretes
se ache originariamente prevista considera-se obra feita em colaboração.
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• OBRA EM COLABORAÇÃO E COLETIVA:

• Resulta da criação de uma pluralidade de pessoas;


• A existência de uma pluralidade de pessoas que contribuem de uma
forma criativa para a obra;
• Não há obra sem autor;
• O autor é o criador “intelectual” da obra;
• Por vezes, a autoria da obra é indeterminada ou indeterminável.
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• “Obras órfãs”: são aquelas em que nenhum dos titulares está


identificado ou então, apesar de um ou mais titulares estarem
identificados, nenhum deles foi localizado após a realização da
devida pesquisa.
• Obras anónimas: o autor esconde a paternidade das obras.
• Obras sob pseudónimo: o autor renúncia, por vontade própria, a ser
mencionado como autor.
• “Ghost writter”: a paternidade da obra é indeterminável por força
de um contrato. (exemplo – escritores de discursos políticos).
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Artigo 3.º
Obras equiparadas a originais
1 - São obras equiparadas a originais:
a) As traduções, arranjos, instrumentações, dramatizações, cinematizações e outras
transformações de qualquer obra, ainda que esta não seja objecto de protecção;
b) Os sumários e as compilações de obras protegidas ou não, tais como selectas,
enciclopédias e antologias que, pela escolha ou disposição das matérias, constituam
criações intelectuais;
c) As compilações sistemáticas ou anotadas de textos de convenções, de leis, de
regulamentos e de relatórios ou de decisões administrativas, judiciais ou de quaisquer
órgãos ou autoridades do Estado ou da Administração.
2 - A protecção conferida a estas obras não prejudica os direitos reconhecidos aos
autores da correspondente obra original.
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Artigo 6.º
Obra publicada e obra divulgada
1 - A obra publicada é a obra reproduzida com o consentimento do seu autor,
qualquer que seja o modo de fabrico dos respectivos exemplares, desde que
efectivamente postos à disposição do público em termos que satisfaçam
razoavelmente as necessidades deste, tendo em consideração a natureza da obra.
2 - Não constitui publicação a utilização ou divulgação de uma obra que não
importe a sua reprodução nos termos do número anterior.
3 - Obra divulgada é a que foi licitamente trazida ao conhecimento do público por
quaisquer meios, como sejam a representação de obra dramática ou dramático-
musical, a exibição cinematográfica, a execução de obra musical, a recitação de
obra literária, a transmissão ou a radiodifusão, a construção de obra de arquitectura
ou de obra plástica nela incorporada e a exposição de qualquer obra artística.
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Artigo 7.º
Exclusão de protecção
1 - Não constituem objecto de protecção:
a) As notícias do dia e os relatos de acontecimentos diversos com carácter de
simples informações de qualquer modo divulgados;
b) Os requerimentos, alegações, queixas e outros textos apresentados por
escrito ou oralmente perante autoridades ou serviços públicos;
c) Os textos propostos e os discursos proferidos perante assembleias ou outros
órgãos colegiais, políticos e administrativos, de âmbito nacional, regional ou
local, ou em debates públicos sobre assuntos de interesse comum;
d) Os discursos políticos.
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Artigo 9.º
Conteúdo do direito de autor
1 - O direito de autor abrange direitos de carácter patrimonial e
direitos de natureza pessoal, denominados direitos morais.
2 - No exercício dos direitos de carácter patrimonial o autor tem o direito
exclusivo de dispor da sua obra e de fruí-la e utilizá-la, ou autorizar a sua
fruição ou utilização por terceiro, total ou parcialmente.
3 - Independentemente dos direitos patrimoniais, e mesmo depois da
transmissão ou extinção destes, o autor goza de direitos morais sobre a
sua obra, designadamente o direito de reivindicar a respectiva
paternidade e assegurar a sua genuinidade e integridade.
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• DIREITOS MORAIS
• Os direitos pessoais de autor integram a
possibilidade de este, divulgar a obra, de a retirar,
de reivindicar a sua paternidade, defender a sua
originalidade e de exigir a menção da sua autoria.
• Estes direitos pessoais são inalienáveis,
irrenunciáveis e permanecem após a morte do seu
autor.
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Artigo 11.º
Titularidade
O direito de autor pertence ao criador intelectual da obra, salvo
disposição expressa em contrário.

Artigo 12.º
Reconhecimento do direito de autor
O direito de autor é reconhecido independentemente de registo,
depósito ou qualquer outra formalidade.
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Artigo 31.º
Regra geral
1 - O direito de autor caduca, na falta de disposição
especial, 70 anos após a morte do criador intelectual,
mesmo que a obra só tenha sido publicada ou divulgada
postumamente.
2 - A caducidade só opera a partir do dia 1 de janeiro do
ano seguinte ao termo do prazo referido no número
anterior.
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Artigo 36.º
Programa de computador
1 - O direito atribuído ao criador intelectual sobre a
criação do programa extingue-se 70 anos após a sua
morte.
2 - Se o direito for atribuído originariamente a pessoa
diferente do criador intelectual, o direito extingue-se 70
anos após a data em que o programa foi pela primeira vez
licitamente publicado ou divulgado.
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Artigo 38.º
Domínio público
1 - A obra cai no domínio público quando tiverem
decorrido os prazos de protecção estabelecidos neste
diploma.
2 - Cai igualmente no domínio público a obra que não for
licitamente publicada ou divulgada no prazo de 70 anos a
contar da sua criação, quando esse prazo não seja
calculado a partir da morte do autor.
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Artigo 39.º
Obras no domínio público
1 - Quem fizer publicar ou divulgar licitamente, após a
caducidade do direito de autor, uma obra inédita beneficia
durante 25 anos a contar da publicação ou divulgação de
protecção equivalente à resultante dos direitos patrimoniais do
autor.
2 - As publicações críticas e científicas de obras caídas no
domínio público beneficiam de protecção durante 25 anos a
contar da primeira publicação lícita.
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Artigo 41.º
Regime da autorização
1 - A simples autorização concedida a terceiros para divulgar,
publicar, utilizar ou explorar a obra por qualquer processo não
implica transmissão do direito de autor sobre ela.
2 - A autorização a que se refere o número anterior só pode ser
concedida por escrito, presumindo-se a sua onerosidade e carácter não
exclusivo.
3 - Da autorização escrita devem constar obrigatória e especificadamente
a forma autorizada de divulgação, publicação e utilização, bem como as
respectivas condições de tempo, lugar e preço.
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Artigo 44.º-B
Dever de informação
1 - As contrapartes a quem sejam conferidas licenças exclusivas ou para as quais sejam
transferidos direitos de exploração comercial de obras ou outros materiais protegidos, sob
qualquer modalidade, bem como os seus sucessores legais, devem prestar aos autores e
artistas, intérpretes ou executantes, ou a quem legitimamente os represente, informações
atualizadas pertinentes e exaustivas sobre a exploração das suas obras e prestações,
nomeadamente sobre o modo de exploração, bem como sobre todas as receitas obtidas pela
contraparte em virtude da exploração comercial da obra e sobre as remunerações devidas.
2 - As informações referidas no número anterior devem ser prestadas regularmente e ter em
conta as especificidades de cada setor.
3 - A obrigação prevista no número anterior é prestada, no mínimo, uma vez por ano e deve
ser proporcional, eficaz e assegurar um nível elevado de transparência, tendo em conta,
designadamente, a respetiva utilidade.
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Artigo 44.º-E
Direito de revogação
1 - Sempre que um autor ou um artista, intérprete ou executante conceda uma licença ou
transfira os seus direitos sobre uma obra ou prestação, em regime de exclusividade, pode
revogar, no todo ou em parte, aquela licença ou transmissão, em caso de falta de
exploração da obra ou de outros materiais protegidos.
2 - O direito de revogação previsto no número anterior só pode ser exercido decorridos
cinco anos após a celebração do contrato ou um terço da sua duração inicial, consoante o
que ocorra primeiro.
3 - No caso de contratos relativos a obras ou prestações futuras, o prazo referido no
número anterior conta-se a partir da conclusão da obra ou da fixação da prestação.
4 - Sem prejuízo do disposto no artigo 136.º, são excluídas do mecanismo previsto no n.º
1 as obras videográficas, cinematográficas ou produzidas por processo análogo à
cinematografia.
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Artigo 83.º
Contrato de edição
• Considera-se de edição o contrato pelo qual o autor
concede a outrem, nas condições nele estipuladas
ou previstas na lei, autorização para produzir por
conta própria um número determinado de
exemplares de uma obra ou conjunto de obras,
assumindo a outra parte a obrigação de os distribuir
e vender.
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Artigo 87.º
Forma
1 - O contrato de edição só tem validade quando
celebrado por escrito.
2 - A nulidade resultante da falta de redução do
contrato a escrito presume-se imputável ao editor e só
pode ser invocada pelo autor.
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Artigo 88.º
Efeitos
1 - O contrato de edição não implica a transmissão, permanente ou temporária, para o
editor do direito de publicar a obra, mas apenas a concessão de autorização para
reproduzir e comercializar nos precisos termos do contrato.
2 - A autorização para a edição não confere ao editor o direito de traduzir a obra, de a
transformar ou adaptar a outros géneros ou formas de utilização, direito esse que fica
sempre reservado ao autor.
3 - O contrato de edição, salvo o disposto no n.º 1 do artigo 103.º ou estipulação em
contrário, inibe o autor de fazer ou autorizar nova edição da mesma obra na mesma
língua, no País ou no estrangeiro, enquanto não estiver esgotada a edição anterior ou não
tiver decorrido o prazo estipulado, excepto se sobrevierem circunstâncias tais que
prejudiquem o interesse da edição e tornem necessária a remodelação ou actualização da
obra.
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Artigo 89.º
Obrigações do autor
1 - O autor obriga-se a proporcionar ao editor os meios necessários para cumprimento do
contrato, devendo, nomeadamente, entregar, nos prazos convencionados, o original da
obra objecto da edição em condições de poder fazer-se a reprodução.
2 - O original referido no número anterior pertence ao autor, que tem o direito de exigir a
sua restituição logo que esteja concluída a edição.
3 - Se o autor demorar injustificadamente a entrega do original, de modo a comprometer
a expectativa do editor, pode este resolver o contrato, sem embargo do pedido de
indemnização por perdas e danos.
4 - O autor é obrigado a assegurar ao editor o exercício dos direitos emergentes do
contrato de edição contra os embargos e turbações provenientes de direitos de terceiros
em relação à obra a que respeita o contrato, mas não contra embaraços e turbações
provocados por mero facto de terceiros.
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Artigo 90.º
Obrigações do editor
1 - O editor é obrigado a consagrar à execução da edição os cuidados necessários à reprodução
da obra nas condições convencionadas e a fomentar, com zelo e diligência, a sua promoção e a
colocação no mercado dos exemplares produzidos, devendo, em caso de incumprimento,
indemnização ao autor por perdas e danos.
2 - Não havendo convenção em contrário, o editor deve iniciar a reprodução da obra no prazo de
seis meses a contar da entrega do original e conclui-la no prazo de 12 meses a contar da mesma
data, salvo caso de força maior devidamente comprovado, em que o editor deve concluir a
reprodução no semestre seguinte à expiração deste último prazo.
3 - Não se consideram casos de força maior a falta de meios financeiros para custear a edição
nem o agravamento dos respectivos custos.
4 - Se a obra versar assunto de grande actualidade ou de natureza tal que perca o interesse ou a
oportunidade em caso de demora na publicação, o editor será obrigado a dar início imediato à
reprodução e a tê-la concluída em prazo susceptível de evitar os prejuízos da perda referida.
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Artigo 91.º
Retribuição
1 - O contrato de edição presume-se oneroso.
2 - A retribuição do autor é a estipulada no contrato de edição e pode consistir numa quantia
fixa, a pagar pela totalidade da edição, numa percentagem sobre o preço de capa de cada
exemplar, na atribuição de certo número de exemplares, ou em prestação estabelecida em
qualquer outra base, segundo a natureza da obra, podendo sempre recorrer-se à combinação
das modalidades.
3 - Na falta de estipulação quanto à retribuição do autor, tem este direito a 25 % sobre o
preço de capa de cada exemplar vendido.
4 - Se a retribuição consistir numa percentagem sobre o preço de capa, incidirão no seu
cálculo os aumentos ou reduções do respectivo preço.
5 - Exceptuando o caso do artigo 99.º, o editor só pode determinar reduções do preço com o
acordo do autor, a menos que lhe pague a retribuição correspondente ao preço anterior.
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Artigo 106.º
Resolução do contrato
1 - O contrato de edição pode ser resolvido:
a) Se for declarada a interdição do editor;
b) Por morte do editor em nome individual, se o seu estabelecimento não continuar com
algum ou alguns dos seus sucessores;
c) Se o autor não entregar o original dentro do prazo convencionado ou se o editor não
concluir a edição no prazo estabelecido no n.º 2 do artigo 90.º, salvo caso de força maior
devidamente comprovado;
d) Em todos os demais casos especialmente previstos e, de um modo geral, sempre que se
verificar o incumprimento de qualquer das cláusulas ou das disposições legais directa ou
supletivamente aplicáveis.
2 - A resolução do contrato entende-se sempre sem prejuízo da responsabilidade por perdas
e danos da parte a quem for imputável.
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Da violação e defesa do direito de autor e dos direitos conexos


Artigo 195.º
Usurpação
1 - Comete o crime de usurpação quem, sem autorização do autor ou do artista, do produtor
de fonograma e videograma, do organismo de radiodifusão ou do editor de publicação de
imprensa, utilizar uma obra ou prestação por qualquer das formas previstas no presente
Código.
2 - Comete também o crime de usurpação:
a) Quem divulgar ou publicar abusivamente uma obra ainda não divulgada nem publicada
pelo seu autor ou não destinada a divulgação ou publicação, mesmo que a apresente como
sendo do respectivo autor, quer se proponha ou não obter qualquer vantagem económica;
b) Quem coligir ou compilar obras publicadas ou inéditas sem autorização do autor;
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c) Quem, estando autorizado a utilizar uma obra, prestação de artista, fonograma,


videograma, emissão radiodifundida ou publicação de imprensa, exceder os limites
da autorização concedida, salvo nos casos expressamente previstos no presente
Código.
3 - Será punido com as penas previstas no artigo 197.º o autor que, tendo transmitido,
total ou parcialmente, os respectivos direitos ou tendo autorizado a utilização da sua
obra por qualquer dos modos previstos neste Código, a utilizar directa ou
indirectamente com ofensa dos direitos atribuídos a outrem.
4 - O disposto nos números anteriores não se aplica às situações de comunicação
pública de fonogramas e videogramas editados comercialmente, puníveis como ilícito
contraordenacional, nos termos dos n.os 3, 4 e 6 a 12 do artigo 205.º
5 - A conduta não é punível quando o prestador de serviços de partilha de conteúdos
em linha cumpra as condições previstas, consoante os casos, no n.º 1 do artigo 175.º-
C ou nos n.os 1 e 2 do artigo 175.º-D.
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Artigo 196.º
Contrafacção
1 - Comete o crime de contrafação quem utilizar, como sendo criação ou prestação sua, obra, prestação de
artista, fonograma, videograma, emissão de radiodifusão ou publicação de imprensa, que seja mera
reprodução total ou parcial de obra ou prestação alheia, divulgada ou não divulgada, ou por tal modo
semelhante que não tenha individualidade própria.
2 - Se a reprodução referida no número anterior representar apenas parte ou fracção da obra ou prestação,
só essa parte ou fracção se considera como contrafacção.
3 - Para que haja contrafacção não é essencial que a reprodução seja feita pelo mesmo processo que o
original, com as mesmas dimensões ou com o mesmo formato.
4 - Não importam contrafacção:
a) A semelhança entre traduções, devidamente autorizadas, da mesma obra ou entre fotografias, desenhos,
gravuras ou outra forma de representação do mesmo objecto, se, apesar das semelhanças decorrentes da
identidade do objecto, cada uma das obras tiver individualidade própria;
b) A reprodução pela fotografia ou pela gravura efectuada só para o efeito de documentação da crítica
artística.
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Artigo 197.º
Penalidades
1 - Os crimes previstos nos artigos anteriores são punidos com pena
de prisão até três anos e multa de 150 a 250 dias, de acordo com a
gravidade da infracção, agravadas uma e outra para o dobro em
caso de reincidência, se o facto constitutivo da infracção não
tipificar crime punível com pena mais grave.
2 - Nos crimes previstos neste título a negligência é punível com
multa de 50 a 150 dias.
3 - Em caso de reincidência não há suspensão da pena.
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Artigo 198.º
Violação do direito moral
É punido com as penas previstas no artigo anterior:
a) Quem se arrogar a paternidade de uma obra ou de
prestação que sabe não lhe pertencer;
b) Quem atentar contra a genuinidade ou integridade da
obra ou prestação, praticando acto que a desvirtue e
possa afectar a honra ou reputação do autor ou do artista.
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Artigo 200.º
Procedimento criminal
1 - O procedimento criminal relativo aos crimes previstos
neste Código não depende de queixa do ofendido,
excepto quando a infracção disser exclusivamente
respeito à violação de direitos morais.
2 - Tratando-se de obras caídas no domínio público, a
queixa deverá ser apresentada pelo Ministério da Cultura.
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Artigo 204.º
Regime das contra-ordenações
Às contraordenações económicas previstas no
presente Código é subsidiariamente aplicável, em
tudo quanto não se encontre especialmente regulado,
o disposto no Regime Jurídico das Contraordenações
Económicas (RJCE).
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Artigo 206.º-A
Regras relativas ao procedimento contra-ordenacional
1 - São competentes para levantar o respetivo auto e efetuar a apreensão referidos nos n.os
2 e 3 as entidades que, nos termos do n.º 2 do artigo 201.º, têm competência para proceder
à apreensão, nos casos de flagrante delito, pela prática dos crimes previstos neste Código.
2 - A entidade que levantar o auto deve dar imediato conhecimento desse facto à Inspeção-
Geral das Atividades Culturais (IGAC), a qual, nos casos em que tal seja admissível,
notifica o infrator para o pagamento voluntário da coima nos termos do RJCE, sem
prejuízo das especificidades previstas nos n.os 6 e 7.
3 - Em caso de reincidência, incluindo os casos em que não é respeitada a advertência
prevista no número seguinte, são apreendidos os fonogramas, videogramas bem como os
respetivos suportes, invólucros materiais, máquinas, aparelhos, equipamentos e demais
instrumentos sobre os quais haja suspeita de terem sido utilizados ou que se destinem à
prática de infração.
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4 - Nos casos de flagrante delito, a autoridade que proceder ao levantamento do auto deve advertir sobre a
proibição de prosseguir a comunicação pública de fonogramas e videogramas editados ou estreados
comercialmente, sem a prévia obtenção das autorizações em falta, sob pena da prática de um crime de
desobediência.
5 - Recebido um auto de contraordenação pelos factos previstos nos n.os 3, 4 ou 6 do artigo 205.º, a IGAC
deve notificar as entidades de gestão coletiva que representam os respetivos titulares, do levantamento do
respetivo auto, das circunstâncias de tempo, lugar e modo da infração e da identidade do presumível
infrator.
6 - O pagamento voluntário da coima pelo montante mínimo só é admitido caso o infrator, até ao momento
em que o requerer, demonstre ter obtido a autorização em falta e desde que não se verifique a circunstância
prevista no n.º 9 do artigo 205.º
7 - Para o efeito previsto no número anterior, entende-se como obtenção da autorização em falta o
documento comprovativo emitido pelo autor, pelos titulares de direitos conexos, ou pelas entidades que
respetivamente os representem, quanto à concessão de autorização relativa ao ano em que foi praticada a
contraordenação, no caso de prática continuada, e desde a data de início de tal utilização, no caso de prática
pontual e isolada, sem prejuízo das regras legais gerais que legitimam a recusa de concessão da autorização.
8 - A decisão final do procedimento contraordenacional determina o destino dos bens apreendidos, em
função da respetiva gravidade, de acordo com o previsto no artigo 210.º-I.»
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Artigo 210.º
Identificação ilegítima
O uso ilegítimo do nome literário ou artístico ou de
qualquer outra forma de identificação do autor
confere ao interessado o direito de pedir, além da
cessação de tal uso, indemnização por perdas e danos.
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II – O Regulamento Geral de Proteção de Dados:

1 • Direito fundamental à proteção de dados pessoais como


autocontrolo da informação que nos respeita
2 • Regulamento Geral de Proteção de Dados:
- Principais conceitos, princípios e atores;
- Obrigações dos responsáveis pelo tratamento e subcontratantes;
- Direitos dos titulares dos dados
- Fiscalização
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3. Implementação do RGPD – aspetos críticos/considerações gerais

• o Ciclo de Vida do Processo de Implementação do RGPD;


• o Questões da Segurança Informática;
• o Questões da sua integração com os Sistemas de Gestão.
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1. Direito fundamental à proteção de dados pessoais

1. Da privacidade à proteção de dados


O direito à reserva sobre a intimidade da vida privada esta
consagrado no elenco de direitos, liberdades e garantias, previsto no
n.° 1 do art. 26.° da nossa Constituição da República Portuguesa (CRP),
"A todos são reconhecidos os direitos à identidade pessoal, ao
desenvolvimento da personalidade, à capacidade civil, à cidadania, ao
bom nome e reputação, à imagem, à palavra, à reserva da intimidade
da vida privada e familiar e à proteção legal contra quaisquer formas
de discriminação", bem como em inúmeras cartas europeias e
internacionais.
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Dados e Propriedade Industrial

Este direito de personalidade esta diretamente ligado ao principio da dignidade

da pessoa humana baseado no pressuposto que ela beneficia de um espaço de

privacidade sob dois "sub-direitos": O direito de impedir o acesso de terceiros a

informações sobre a vida privada e familiar e o direito a que ninguém divulgue

as informações de que disponha sobre a vida privada de outrem, traduzindo-o

numa verdadeira proibição de ingerência na vida particular por terceiros, quer

por acesso, quer por divulgação de informação, como consagrado no n.° 1 do

art. 80.° do Código Civil:


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"Todos devem guardar reserva quanto à intimidade da vida privada


de outrem".

A atual proteção de dados decorre essencialmente da evolução


legislativa dos países europeus, em que se identificam 4 fases:
1ª Fase: com origem na Alemanha, através da lei Land Hesse,
inaugura em 1970 a proteção dos dados informatizados, proteção
para dados informatizados de titularidade pública. Em 1977, a lei
passa a regular os arquivos de utilidade pública e também privada.
Nesse período, a Suécia, Dinamarca e Áustria legislam no mesmo
sentido.
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Dados e Propriedade Industrial

• 2ª Fase: Focou-se na tutela dos direitos fundamentais envolvidos


nas relações das comunicações virtuais. A lei francesa de 1978, a
lei do Luxemburgo de 1979 e as leis da Suíça e da Islândia de
1981 que foram no sentido da proteção de arquivos informatizados.
• 3ª Fase: Começou em 1981, com a Convenção de Strasbourg, com
o objetivo de garantir os direitos sem impedir a ação dos sistemas
informáticos. Neste período, há ainda a assinalar a lei do Reino
Unido de 1984, a lei alemã de 1990, a lei espanhola de 1992 e a
primeira lei portuguesa de 1991, modificada em 1998, que
transpôs a Diretiva 95/46 do Parlamento Europeu e do Conselho.
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• 4ª fase: visou responder às constantes e progressivas ameaças à vida


privada.

• O grande desafio passou a ser o de garantir o controlo sobre a


privacidade dos dados nesta sociedade (de informação).

• Por um lado, as pessoas sentem-se atraídas a partilhar a sua vida


pessoal, por outro, as organizações capturam cada vez mais
informação sobre os seus clientes, geralmente com o intuito de
melhorarem os seus serviços, maioritariamente como forma de
monetizar a informação.
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O Regulamento n.° 2016/679, do Parlamento e do Conselho Europeus, em 27 de


abril de 2016 (Regulamento Geral de Proteção de Dados - RGPD), com
efeitos a partir de 25/08/2018, surge como resposta a este novo paradigma: a
consciencialização das entidades que o tratamento de dados não é uma questão
marginal, mas central.

2. Proteção de dados

- A Lei 58/2019, de 8 de agosto é a lei nacional de execução do Regulamento


(UE) 2016/679 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de abril de
2016– Regulamento Geral sobre Proteção de Dados (RGPD).
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• O Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (RGPD) apresenta um


conjunto único de regras relativas à proteção das pessoas singulares no
que diz respeito ao tratamento de dados pessoais e à livre circulação
desses dados.

• Vigora também uma lei específica de proteção de dados para os


tratamentos efetuados por autoridades competentes para a deteção,
prevenção, investigação e repressão de infrações penais e para a
execução de sanções penais – Lei 59/2019, de 8 de agosto.
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Quem está sujeito à aplicação do RGPD?
- as empresas que tenham o seu estabelecimento no território da União Europeia,
independentemente da sua localização, ainda que o tratamento dos dados seja feito fora
da UE.

3. Regulamento Geral de Proteção de Dados


3.1. Principais conceitos

a) Dados pessoais
Dados pessoais são todas as informações pessoais relativas a uma pessoa singular
identificada ou identificável, o titular dos dados, por exemplo um nome, um
número de identificação, morada, e-mail, idade, estado civil, dados de localização,
elementos específicos da identidade física, genética, fisiológica, mental, económica,
cultural ou social dessa pessoa singular.
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b) Categorias especiais de dados pessoais


Dados relacionados com a origem racial ou étnica, as opiniões políticas,
crenças religiosas ou filosóficas ou a filiação sindical, os dados genéticos,
dados relativos à saúde, dados relativos à vida sexual ou orientação sexual.

c) Tratamento
Tratamento é a operação ou conjunto de operações efetuadas sobre dados
pessoais por meios automatizados ou não automatizados, tais como a
recolha, o registo, a organização, a estruturação, a conservação, a adaptação ou
alteração, a recuperação, a consulta, a utilização, a divulgação por
transmissão, difusão ou qualquer outra forma de disponibilização, a
comparação ou interconexão, a limitação, o apagamento ou a destruição.
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d) Consentimento
O objetivo desta regra é assegurar que o titular dos dados percebe para
que é que está a dar consentimento. Isto significa que o consentimento
deve ser dado de forma livre, específica, informada e inequívoca,
por meio de um pedido apresentado numa linguagem simples e clara.

O consentimento do titular dos dados deve ser dado através de um


ato positivo, por exemplo assinalando uma casa ou assinando um
formulário.
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Sempre que um titular dê consentimento para o tratamento dos seus


dados pessoais, só pode tratar esses dados para as finalidades para as
quais o consentimento foi dado.

O titular tem de ter possibilidade de retirar o consentimento.

O consentimento tem de ser explícito, isto é, a pessoa tem de


manifestar a sua vontade em autorizar. Tem também de prestar as
informações que vêm referidas no artigo 13.º do RGPD, adequadas
ao seu caso concreto.
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e) Acesso aos dados pessoais


- É possível pedir para aceder aos dados pessoais conservados por
uma empresa ou organização;
- Tem também direito a obter gratuitamente uma cópia dos dados
num formato acessível. A empresa deve responder no prazo de um
mês e entregar-lhe uma cópia dos seus dados pessoais e de quaisquer
outras informações relevantes.
f) Responsável pelo tratamento
- A pessoa singular ou coletiva, a autoridade pública, a agência ou
outro organismo que, individualmente, ou em conjunto com outras,
determina as finalidades e os meios de tratamento de dados pessoais.
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g) Destinatário
Uma pessoa singular ou coletiva, a autoridade pública, agência ou outro
organismo que recebem comunicações de dados pessoais, independente- emente
de se tratar ou não de um terceiro.

h) Consentimento do titular dos dados


Quando uma empresa ou organização pede o consentimento do titular dos
dados, este tem de dar o seu acordo de forma explícita, por exemplo, assinando
um formulário de consentimento ou assinalando a opção «sim» num
formulário de escolha sim/não numa página Web.
Não basta, por exemplo, assinalar uma casa para indicar que não pretende receber
mensagens comerciais por correio eletrónico.
UFCD – Introdução à utilização e proteção
dos dados pessoais

i) Violação dos dados pessoais


Uma violação da segurança que provoque, de modo acidental ou
ilícito, a destruição, a perda, a alteração, a divulgação ou o acesso, não
autorizados, a dados pessoais transmitidos, conservados ou sujeitos a
qualquer outro tipo de tratamento.

j) Dados genéticos
Os dados pessoais relativos às características genéticas, hereditárias ou
adquiridas, de uma pessoa singular que deem informações únicas sobre
a fisiologia ou a saúde dessa pessoa singular.
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l) Dados relativos à saúde


Dados pessoais relacionados com a saúde física ou mental de uma pessoa singular,
incluindo a prestação de serviços de saúde que revelem informações sobre o seu
estado de saúde.

m) Notificação das violações de dados


Fala-se de violação de dados pessoais pelos quais a sua empresa é responsável se estes
forem divulgados, tanto acidental como ilicitamente, a destinatários não autorizados,
forem alterados ou o acesso aos mesmos for temporariamente interrompido.
Se ocorrer uma violação de dados que represente um risco para os direitos e
liberdades individuais, deve informar a autoridade de proteção de dados no prazo de
72 horas depois de tomar conhecimento da mesma.
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n) «Cookies»

Os «cookies» são pequenos ficheiros de texto que um sítio Web pede ao seu
programa de navegação para instalar no seu computador ou dispositivo móvel.

Os «cookies» são utilizados de forma generalizada para memorizar as suas


preferências, bem como para acompanhar a sua navegação na Internet e criar
perfis de utilizador e, depois, lhe mostrar publicidade baseada nas suas
preferências.

Qualquer sítio Web que utilize «cookies» tem de obter o seu consentimento
antes de instalar um «cookie» no seu computador ou dispositivo móvel.
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Nem todos os «cookies» exigem o seu consentimento.


Os «cookies» que sejam estritamente necessários para fornecer um serviço
em linha que tenha sido expressamente solicitado pelo utilizador também
não exigem o seu consentimento.

Princípios relativos ao tratamento de dados pessoais

O regulamento geral de proteção de dados (RGPD) estabelece vários


princípios relativos ao tratamento de dados pessoais que são fundamentais
para um tratamento de dados pessoais conforme com o RGPD.
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Os princípios:
1. Legalidade, lealdade e transparência
2. Limitação das finalidades
3. Minimização de dados
4. Exatidão
5. Limitação da conservação
6. Segurança da informação (Integridade e
confidencialidade)
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1. Legalidade, lealdade e transparência:


- Legalidade:
O RGPD estabelece seis fundamentos legais:
- o tratamento de dados pessoais deve ser lícito, apropriado, razoável e
proporcional em relação aos titulares dos dados.
- o tratamento de dados pessoais deve ser claro e compreensível para os
titulares dos dados e não deve ser realizado de maneira oculta ou
manipulada. Os titulares dos dados também devem saber quais os
direitos que têm, como por exemplo, solicitar acesso à sua
informação e alterar ou apagar a mesma.
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2. Limitação das finalidades:


As finalidades estabelecem limites para o que é permitido fazer, por
exemplo, quais os dados que podem ser tratados e por quanto tempo irão
ser retidos.
As finalidades devem ser específicas e concretas, não vagas ou
imprecisas.

Por exemplo, não é suficiente evocar a finalidade de “videovigilância”


sem referir o objetivo da “videovigilância”, designadamente, sem referir
o que se pretende vigiar e os riscos que se pretendem mitigar com a
videovigilância.
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3. Minimização de dados:
- não é permitido recolher dados pessoais para necessidades futuras
indefinidas, justificando com uma eventual e futura necessidade.

4. Exatidão:
Os dados pessoais tratados devem ser exatos e atualizados.
Se os dados pessoais forem imprecisos, devem ser retificados ou
apagados.
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5. Limitação da conservação:
- Os dados pessoais só podem ser retidos pelo tempo necessário ao
seu tratamento.
- Portanto, devem ser estabelecidos procedimentos para apagar
dados pessoais.
- Em certos casos, podem conservar dados pessoais, mesmo depois
de terminar a sua utilização. Isto aplica-se, por exemplo, a dados
pessoais necessários para efeitos fiscais cujas leis determinam
por quanto tempo certos documentos devem ser retidos.
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6. Segurança da informação (Integridade e confidencialidade):


A segurança da informação é baseada em três diferentes
atributos que constituem os seus pilares:
o confidencialidade
o disponibilidade
o integridade
Confidencialidade, significa que nenhum acesso a
informação deve ser permitido a sistemas ou utilizadores não-
autorizados.
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A disponibilidade da informação consiste em garantir o acesso de


utilizadores autorizados a um determinado serviço ou recurso, assim
que forem requisitados.

A integridade da informação garante que todas as informações


estejam em seu formato original e verdadeiro, ou seja, elas devem
permanecer íntegras. Para tal é preciso assegurar que os dados pessoais
não sejam perdidos (total ou parcialmente) ou destruídos, por exemplo,
devido a acidentes.

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