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CLC7 – DR2

PROCESSOS E MÉTODOS
CIENTÍFICOS
A HISTÓRIA DA CIÊNCIA – 1.ª PARTE
Desde sempre , o Homem se inquietou perante os fenómenos da
Natureza, procurando compreendê-los.
Admitindo-se a curiosidade e a ânsia de conhecer como qualidades
inatas do género humano, pode-se afirmar que o nascimento da ciência
se deu com as primeiras observações dos homens primitivos, antes
mesmo da invenção da escrita.
Em termos gerais, ciência confunde-se com qualquer saber humano.
Em sentido restrito, define-se ciência como as áreas do saber
voltadas para o estudo de objetos ou fenómenos agrupados segundo
certos critérios e para a determinação dos princípios que regem seu
comportamento, segundo uma metodologia própria.
Origem das ciências
A origem da ciência radica na
capacidade de raciocínio do homem
e na sua disposição natural para
observar.
Os primeiros seres humanos
deixaram-se fascinar pelo espetáculo
oferecido pelos astros e, após a
observação contínua do seu
movimento, perceberam que havia
uma certa regularidade nos ciclos
solar e lunar e na passagem
periódica de cometas.
A primeira grande conquista científica
foi, portanto, a constatação de que
certos fenómenos se repetem.
Os fatores decisivos no
desenvolvimento inicial da ciência
foram, sem dúvida, a necessidade
de superar e dominar a Natureza,
desenvolvendo técnicas em que cada
sociedade procurou satisfazer as
suas necessidades do dia a dia, os
seus interesses bélicos e comerciais
e o prazer intelectual do
conhecimento.
Cada etapa da evolução científica foi
influenciada pela filosofia do seu
tempo, muitas vezes de ordem
religiosa ou política.
O conflito ideológico entre ciência e
religião, ou entre ciência e ética, foi
um traço marcante de muitas
civilizações ao longo da história.
Canais de irrigação
Alguns monumentos megalíticos, como o cromleque de Stonehenge, na Inglaterra,
são testemunho de que os europeus pré-históricos possuíam noções de
astronomia e geometria muito superiores às que lhes foram atribuídas durante
séculos.
Os primeiros centros importantes de irradiação científica localizaram-se na China,
na Índia e no Médio Oriente.
A sabedoria e a técnica chinesas superaram as ocidentais durante quase toda a
Antiguidade. Os sábios chineses mediram fenómenos celestes em tempos muito
remotos e progrediram extraordinariamente na alquimia, na medicina e na
geografia, apoiados pelos seus governantes..

Quando a Grécia entrava em declínio, a China fazia novas descobertas


Os indianos, mais interessados em questões metafísicas, desenvolveram
muito a matemática e deram ao mundo moderno o sistema de numeração,
transmitido e aperfeiçoado pelos árabes.

De acordo com a maioria dos historiadores, o sistema de numeração


arábico teve origem na Índia, expandiu-se pelo mundo islâmico e daí
para o resto da Europa. No árabe, este sistema de numeração é
chamado de “Números Indianos”
No Egito prestava-se mais atenção à resolução de problemas técnicos,
enquanto na Mesopotâmia os caldeus e babilónios dedicaram-se
sobretudo à astronomia e à matemática, além de aperfeiçoarem as
técnicas de irrigação e construção de canais

Práticas médicas no Antigo Egito

Foi na suméria, na Mesopotâmia,


que se inventou a escrita, daí dizer-se
que a História nasceu na Suméria
Foi na Grécia Antiga que o pensamento científico emergiu, especialmente
a partir da filosofia como forma de refletir e se colocar no mundo.
Foi também neste período que se desenvolveu o sistema de provas
científicas, baseando a prática e estabelecendo, por isso, o início da
ciência no mundo ocidental.
Assim, o pensamento racional, as explicações sobre a vida, passaram a
ser pautadas, também, pela razão. Não significou o abandono das crenças
nos mitos e no sistema de religiosidade, mas sim a coexistência do mundo
da crença nos mitos e deuses e do mundo da razão.
Sócrates possivelmente foi o nome mais
emblemático deste início. Isso porque,
partindo da premissa de que a única coisa
que sabemos é que não sabemos
efetivamente de nada, ou, “só sei que
nada sei”, instigou à investigação
atestando o quanto a humanidade não
domina o conhecimento, e que, portanto,
deve movimentar-se para sair da
ignorância. Assumindo o não saber,
movimenta-se em busca de explicações
possíveis para o mundo.

As ciências são campos de disputas.


Partindo da premissa de Sócrates, de que nada
sabemos, temos o princípio da ciência: se nada
sabemos é preciso formular perguntas. Talvez elaborar
questões seja até mais proveitoso do que responder. É
na dúvida, na inquietação, na pergunta e na
reflexão que se encontra o cerne da ciência e é o
que parece ter movimentado os cientistas de cada
área aqui apresentados.
Estátua de Sócrates (Atenas, Grécia).
Foto: Renata Sedmakova / Shutterstock.com
Aristóteles foi um filósofo (que, em grego, significa amigo do saber) que,
pela primeira vez, deu importância à observação para encontrar a solução
de um problema.
Na sua experiência como médico, procurava observar sintomas,
diagnosticar a doença e receitar tratamentos.
Só que a observação científica tem um caráter particular, que a diferencia
do olhar apenas curioso com que os homens sempre contemplaram o
mundo.
A observação científica é metódica, ou seja, segue um método, regras
que definem o que, como e quando observar, de modo a obter o máximo
de informação.

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