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Cultura, Língua e Comunicação

(CLC 7) Fundamentos de cultura, língua e comunicação – 50 horas

Ficha de trabalho nº 2
Objetivo: Revelar competências em cultura, língua e comunicação adequadas ao contexto profissional em que se
inscreve.

GRUPO I

Leia atentamente os excertos que se seguem:


A
Formação como instrumento de desenvolvimento da competência

Atualmente, mais do que a procura de qualificação dos seus trabalhadores, as empresas procuram
ganhar competitividade, aumentar vendas e níveis de produção, ganhos e mercado. A formação profissional
pode ser um instrumento determinante nesta busca de soluções para o aumento de produtividade e ganhos
esperados. Não pela qualificação dos recursos humanos só por si, mas pela capacidade de melhoria do
desempenho profissional na realização das tarefas. Mais que a formação de base ou atualizações contínuas
de conhecimentos, a formação pode, e, em alguns casos, deve ser um “treinamento” de competências práti-
cas dos trabalhadores ao nível das tarefas.

Formação profissional
Atualmente, o mercado de trabalho impõe sérias dificuldades a quem quer estabilidade no
trabalho. Em quase todas as áreas, como as de recursos humanos, saúde e segurança no trabalho ou de
tecnologia, é necessário conhecer bem o ambiente profissional para se ter uma oportunidade. Outro dado
extremamente importante, neste momento, são as incertezas em relação ao mundo do trabalho no que diz
respeito às oportunidades e às mudanças no perfil profissional. O perfil do profissional atual está muito
voltado para o conhecimento como principal ferramenta de trabalho.
O conhecimento é, cada vez mais, o motor da nossa sociedade. Os estudos provam que, quanto
maior for o grau académico e os níveis de formação, tanto mais facilmente os indivíduos podem fazer a sua
adaptação ao mercado de trabalho, seja encontrando o seu primeiro emprego, seja fazendo a reconversão
para outra profissão.
Por isso, não fique à espera! Aprenda e adquira novos conhecimentos! Desenvolva novas
competências!
In http://www.teachershelppt/E43404AC-4CA7-4930-8180-A9F064FF2BCB.html (maio, 2000) [adaptado]

B
O conceito de trabalho mudou e cada vez mais temos que saber gerir as nossas necessidades,
expectativas e oportunidades de carreira, de modo a conseguir atingir umlugar mais ou menos satisfató-
rio ao nível profissional. O emprego foi substituído pelo aproveitar de oportunidades e desafios que a
nossa atual sociedade nos coloca a cada dia. Ao contrário do que se pensava, hoje a escolha vocacional não
termina quando conseguimos o nosso primeiro emprego, mas sim quando deixamos de existir no mundo. A
nossa atividade profissional pode sofrer transformações, começar e recomeçar, sempre tendo em vista a
satisfação profissional e a capacidade de responder às nossas necessidades do dia a dia e, como é óbvio, à
nossa subsistência. Tal como defendem os investigadores americanos, a carreira profissional desenvolve-
se paralelamente com o nosso “self”, faz parte integrante de nós e somos sem dúvida mais felizes se conse-
guirmos alguma satisfação na profissão que desempenhamos. Gastamos mais horas da nossa vida com a nossa
profissão do que com a família, por isso convém que essa profissão nos diga alguma coisa.
Maria João Ferro, julho 2001 (adaptado), in http://setubalnarede.pt

Após a leitura dos textos responda totalmente e cuidadosamente:

1. Partindo dos textos:


a) Explique a importância da formação profissional. Porque será que nos dias de hoje a formação é
essencial?
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b) Explique o sentido da frase: “Atualmente, mais que a procura de qualificação dos seus trabalhado-
res, as empresas procuram ganhar competitividade, aumentar vendas e níveis de produção,
ganhos e mercado.”
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c) Porque será que se diz que o emprego para toda a vida acabou?
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d) Explique o motivo para que o conhecimento seja cada vez mais o motor da nossasociedade?
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e) Comente e explique as frases sublinhadas nos textos A e B.


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GRUPO II
Leia atentamente o texto seguinte:
GRUPO III

Após a visualização do filme “O Estagiário”, responda à questão que lhe é colocada.

 O que podemos aprender com o filme “O Estagiário”?

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GRUPO IV
Mia Couto – o escritor e a ciência
Uma palavra de conselho e um conselho sem palavras
de Mia Couto

Sou escritor e cientista. Vejo as duas atividades, a escrita e


a ciência, como sendo vizinhas e complementares. A ciência vive da
inquietação, do desejo de conhecer para além dos limites. A escrita
é uma falsa quietude, a capacidade de sentir sem limites. Ambas
resultam da recusa das fronteiras, ambas são um passo sonhado
para lá do horizonte. A Biologia para mim não é tanto uma discipli-
na científica mas uma história de encantar, a história da mais anti-
ga epopeia que é a Vida. É isso que eu peço à ciência: que me faça
apaixonar. É o mesmo que eu peço à literatura.
Muitas vezes jovens me perguntam como se redige uma peça literária. A pergunta não deixa de ter
sentido. Mas o que deveria ser questionado era como se mantém uma relação com o mundo que passe pela
escrita literária. Como se sente para que os outros se representem em nós por via de uma história? Na verda-
de, a escrita não é uma técnica e não se constrói um poema ou um conto como se faz uma operação aritméti-
ca. A escrita exige sempre a poesia. E a poesia é um outro modo de pensar que está para além da lógica que a
escola e o mundo moderno nos ensinam. É uma outra janela no nosso olhar sobre as coisas e as criaturas. Sem
a arrogância de as tentarmos entender. Só a ilusória tentativa de nos tornarmos irmãos do universo.
Não existem fórmulas feitas para imaginar e escrever um conto. O meu segredo (e que vale só para
mim) é deixar-me maravilhar por histórias que escuto, por personagens com quem me cruzo e deixar-me inva-
dir por pequenos detalhes da vida quotidiana. O segredo do escritor é anterior à escrita. Está na vida, está na
forma como ele está disponível a deixar-se tomar pelos pequenos detalhes do quotidiano.
O conto é feito com pinceladas. É um quadro sem moldura, o início inacabado de uma história que
nunca termina. O conto não segue vidas inteiras. É uma iluminação súbita sobre essas vidas. Um instante, um
relâmpago. O mais importante não é o que revela, mas o sugere, fazendo nascer a curiosidade cúmplice de
quem lê. No conto o que é importante não é tanto o enredo, mas o surpreender em flagrante a alma humana.
No conto (como em qualquer género literário) o mais importante não é o seu conteúdo literário, mas a forma
como ele nos comove e nos ensina a entender, não através do raciocínio, mas do sentimento (será que exis-
tem estas categorias, assim separadas?).
Na ciência (como em outras atividades) o mais importante não é o que chamamos científico. É o lado
humano. Criou-se uma ideia de que o cientista é isento de erro, uma espécie de ser privilegiado que apenas
trilha pelos atalhos do rigor e da exatidão. Criou-se a ideia de que o erro é inimigo da ciência. Essa aversão
pelo erro é o mais grave dos erros. É vital errarmos, e devemos afastar o medo de errar. Devemos manter o
gosto por experimentar, mesmo cometendo falhas. A natureza foi evoluindo graças ao erro básico que é a
mutação. Se os genes nunca falhassem na sua duplicação, não haveria a diversidade necessária para a conti-
nuidade da Vida. Os processos vitais exigem, ao mesmo tempo, o rigor e o erro. Não podemos ter medo de
não saber. O que devemos recear é o não termos inquietação para passarmos a saber.
O meu amigo Quintanilha vos poderá falar da descoberta do primeiro antibiótico por A. Fleming. Aque-
le cientista não fazia a mínima ideia do que estava acontecendo quando notou que uma mancha estranha sur-
gia nas placas de Petri do seu laboratório. Ele estava pesquisando num assunto bastante diverso. Foi por aci-
dente que ele descobriu a penicilina. Foi por acidente que se descobriu um medicamento que salvou milhões
de seres humanos. A dupla de Watson e Crick resolveu o problema da arquitetura tridimensional do ADN, não
apenas porque estudou a sua estrutura, mas porque foi capaz de sonhar e deixar-se assaltar por intuições
estéticas. Conta-se (não sei se é ficcionado) que experimentando modelos de plasticina um deles virou-se para
o outro e disse: parece-me que é assim. E o outro perguntou: como é que sabes? E a resposta foi: porque é
bonito.
Não é a grande descoberta científica que pode ser motivo de um pequeno conto, não é o facto científi-
co em si mesmo. O que interessa para o conto é o conflito interior das pessoas, o pequeno detalhe de quem se
surpreende e se descobre um outro. O que pode suscitar uma pequena história é quanto por trás do cientista
reside um homem, com suas ignorâncias, suas incertezas e suas crenças muito pouco científicas. Imaginemos,
por exemplo, que surpreendemos o dia-a-dia de um astrónomo que passa a vida espreitando a escuridão do
Universo, espiando os buracos negros. E que descobrimos que, à noite, ele tem que dormir de luz acesa e só
adormece de mão dada com a mulher porque tem receio do escuro do seu quarto. Aqui pode estar um motivo
de uma bela história. No fundo, mesmo o mais moderno e consagrado cientista está ainda em confronto com
os nossos mais antigos fantasmas. A ciência é uma resposta. Não a resposta.
Portanto, o único conselho é este: escutar. Tornarmo-nos atentos a vozes que fomos encorajados a
deixar de ouvir. Tornemos essas vozes visíveis. E mantermos viva essa capacidade que já tivemos na nossa
infância de nos deslumbrarmos. Por coisas simples, que se localizam na margem dos grandes feitos. Um contí-
nuo da escola, um servente que presta apoio às aulas laboratoriais, pode ser mais sugestivo do que o mais
prestigiado académico. O que importa do ponto de vista do escritor é capacidade que essa personagem tem
de suscitar histórias e de nos revelar facetas da nossa própria humanidade.
A terra onde nasci e onde vivo – Moçambique – é um país pobre e apenas um pequeno grupo tem
acesso àquilo que chamamos ciência. Mas existem nas zonas rurais gente que, sendo analfabeta, é sábia. Eu
aprendo muito com esses homens e mulheres que têm conhecimentos de outra natureza e que são capazes de
resolver problemas, usando uma outra lógica para a qual o meu cérebro não foi ensinado. Este mundo rural,
distante dos compêndios científicos, não tem menos sabedoria que o mundo urbano onde vivemos.
Regresso, por fim, ao universo da escrita literária. Só se escreve com intensidade se vivemos intensa-
mente. Não se trata apenas de viver sentimentos, mas de ser vivido por sentimentos. A escola muitas vezes
nos “aconselha” a olhar o mundo através de uma só janela. E acreditarmos que só é verdade aquilo que for
sujeito ao veredito da ciência. Assim fechamos a nossa disponibilidade para outras verdades. Ficamos mais
pobres, mais centrados no nosso isolamento.
Há quem acredite que a ciência é um instrumento para governarmos o mundo, Mas eu preferia ver no
conhecimento científico um meio para alcançarmos não domínios mas harmonias. Criarmos linguagens de
partilha com os outros, incluindo os seres que acreditamos não terem linguagens. Entendermos e partilharmos
a língua das árvores, os silenciosos códigos das pedras e dos astros.
Conhecermos não para sermos donos. Mas para sermos mais companheiros das criaturas vivas e não
vivas com quem partilharmos este universo. Para escutarmos histórias que nos são, em todo momento, conta-
das por essas criaturas.

1. Explique o que é a escrita para o autor?

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2. Explique a frase: “A ciência é uma resposta. Não a resposta.”

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GRUPO V

No âmbito profissional deparamo-nos todos os dias com novos desafios, novas


aprendizagens. Neste sentido, a todo o momento somos sujeitos a situações que nos
permitem desempenhar melhor as nossas tarefas. Uma das formas de melhorar o
nosso desempenho passa pela aferição do que fazemos bem ou menos bem, ou seja,
no fundo como uma diagnose, seja em termos de método de trabalho, de índices de
produtividade, seja de formação, etc. Assim, são produzidos/aplicados vários
instrumentos de trabalho, como inquéritos, entrevistas, sondagens, observação direta, etc., que permitem
apurar por exemplo o grau de satisfação de um participante num workshop de escrita criativa, ou de um
espectador num festival de artes circenses.
Se num primeiro olhar - culturalmente falando - por vezes pareça difícil operacionalizar esta
competência, ela acaba por estar presente, todos os dias, na nossa vida, se não diretamente, indiretamente...
Ou seja, nas nossas atividades profissionais, no nosso local de trabalho, somos avaliados de várias formas, seja
através de documentos escritos (de auto e heteroavaliação), seja através de outros suportes, que podem
passar pelo controlo da assiduidade/ pontualidade, é o caso dos cartões de ponto. Assim, todas estas formas
de recolher informação servem para melhorar o funcionamento de determinadas instituições que operam no
campo cultural: cinemas, centros culturais, livrarias, teatros, associações culturais, escolas, etc.
Ao utilizarmos todos estes suportes, nós estamos sempre em contacto com várias tipologias textuais, literárias
ou não; a própria leitura que fazemos de determinadas obras literárias, onde a componente autobiográfica é
muito grande, pode ser também uma forma de melhorarmos competências profissionais, já que a experiência
dos outros é muitas das vezes a melhor forma de complementar a nossa atividade, as lacunas que por vezes
sentimos. No fundo, é estabelecer a ponte entre a teoria e a prática, ou seja, com a escola da vida.

1. Tendo em conta o que foi dito anteriormente, recorde uma qualquer situação em que tenha preenchido
um inquérito relativo a um espetáculo a que assistiu, sobre um filme que viu, sobre cultura geral? O que
pensa quando os preenche? Ou não o faz? E porquê? Acha que este tipo de inquéritos é relevante? Pode
ajudar a melhorar um serviço ou acha-os inúteis?
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2. Alguma vez lhe aconteceu ler um artigo numa revista ou um livro que lhe permitiu entender melhor
algum aspeto na sua profissão, devido a alguma semelhança com alguma situação da sua vida profissional.
Que tipo de texto era? De uma revista? Que tipo de livro? Diga porque se identificou com essa realidade.

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