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Propriedade Intelectual

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da disciplina de Propriedade Intelectual da
Prof.ª Anne Cristine Chinellato da UFABC.
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A Propriedade Industrial no Brasil

Lei da Propriedade Industrial

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Histórico da Propriedade Industrial no Brasil


➢ 1808 – Transferência da Corte Portuguesa para o Brasil.
➢ 1809 – Em janeiro deste ano, foi aprovado Alvará
que visava estimular os investimentos industriais em
determinados setores, sendo o marco inicial da propriedade
industrial no País. Previa-se, neste conjunto de medidas:

“sendo muito conveniente que os inventores e introdutores de alguma nova


máquina e invenção nas artes gozem do privilégio exclusivo além do
direito que possam ter ao favor pecuniário, que seu serviço estabelecer
em benefício da indústria, e das artes, ordeno, que todas as pessoas que
estiverem neste caso apresentem o plano de seu novo invento à
Real Junta do Comércio; e que esta, reconhecendo a verdade e
fundamento dele, lhes conceda o privilégio exclusivo por 14 anos,
ficando obrigado a publicá-lo depois para que no fim desse prazo
toda a Nação goze do fruto dessa invenção...”
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Histórico da Propriedade Industrial no Brasil


➢ O Brasil foi o quarto país do mundo a
estabelecer proteção dos direitos do inventor,
antecedido pela Inglaterra, com o Estatuto dos
Monopólios (1623); pelos Estados Unidos (1790)
e pela França, com a Lei de Privilégio de Invenção
(1791).
➢ O Alvará de 1809 foi inspirado no Estatuto dos Monopólios, e
continha as linhas fundamentais de proteção legal das invenções,
visando o progresso das indústrias.

➢ Verifica-se neste Ato as relações existentes entre a concessão de


patentes com o objetivo de estimular a industrialização
local, aspecto central de todas as legislações sobre patentes da
época.

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Histórico da Propriedade Industrial no Brasil


➢ Afastado da tutela portuguesa através da Independência, o Brasil
promulgou sua primeira Constituição, em 1824. E no artigo 179,
alínea 26, encontramos:
“ Os inventores terão a propriedade de suas descobertas ou das suas
produções. A Lei lhes assegurará um privilégio exclusivo temporário, ou
lhes remunerará em ressarcimento da perda que hajam de sofrer pela
vulgarização”
➢ Em 28 de agosto de 1830 foi promulgada a primeira Lei de
concessão dos privilégios industriais e os direitos
decorrentes, garantindo ao inventor, a propriedade e o uso
exclusivo de sua invenção. No entanto, esta lei ficou em vigor
por quase 50 anos sem aplicação.
➢ A duração do privilégio variava de 5 a 20 anos, de acordo com a
natureza da invenção.
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Histórico da Propriedade Industrial no Brasil


➢ Em 1882 foi aprovada a Lei de Patentes, incluindo o prazo
de 3 anos para início da exploração local da patente,
evitando a caducidade.
➢ Também no texto foi incluída referência ao princípio da
Prioridade unionista, que só viria a concretizar-se com a
Convenção da União de Paris, assinada em 1883, sendo que
o Brasil foi um dos 11 países signatários originais.
➢ Com relação a MARCAS, a primeira Lei no Brasil data de
1875, 45 anos depois da lei de patentes, com nítida
inspiração francesa.
➢ A segunda Lei de Marcas data de 1887, já influenciada pelas
disposições da CUP.
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Histórico da Propriedade Industrial no Brasil


➢ 1809 - Alvará do Príncipe Regente (marco inicial da propriedade
industrial no País);
➢ 1830 - Lei Brasileira;
➢ 1882 - Lei de Patentes;
➢ 1945 - Código da Propriedade Industrial;
➢ 1970 - Criação do INPI – Instituto Nacional da Propriedade
Industrial;
➢ 1971 - Novo Código da Propriedade Industrial;
➢ 1996 - Lei da Propriedade Industrial (Lei 9279/96):
- Resoluções (INPI);
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- Atos Normativos (INPI).
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Legislação Internacional -
Convenção da União de Paris (CUP) - 1883
❖ A 1ª Conferência Internacional relativa à proteção dos inventores
ocorreu em Viena (1873), já com destaque para o tema da
exploração local. Este evento foi impulsionado pela realização de
uma exposição internacional, na Áustria, em que especialmente os
EUA argumentavam que a lei austríaca não oferecia proteção
suficiente.
❖ A 2ª Conferência para o estabelecimento da Regulamentação e
Proteção da Propriedade Industrial ocorreu em 1878, em Paris, em
que foi aprovada a territorialidade da patente.
❖ A 3ª e última Conferência ocorreu em Paris, em 1883 e o Acordo
firmado estabeleceu, em síntese, os princípios do Tratamento
Nacional, Direito de Prioridade e Independência das
Patentes, que vigoram até hoje.
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Legislação Internacional -
Convenção da União de Paris (CUP) - 1883
❑ Várias revisões da CUP foram implementadas ao longo destes
anos, com participação ativa do Brasil.
❑ No início da década de 80 foram realizadas as últimas reuniões de
revisão, sem que os países chegassem a um consenso, o que
acabou dando motivação para que em 1986 fosse lançada a Rodada
do Uruguai do GATT, com a participação de mais de 100 países, que
culminou com a criação da OMC, em 1º de janeiro de 1995, e
assinatura de acordos básicos, dentre eles o TRIPS sobre
Direitos de Propriedade Intelectual relacionados com o
Comércio.
❑ Assim, a PI hoje é tratada como mercadoria,
e a inobservância de suas regras pode implicar em
sanções comerciais e legais.
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Legislação Internacional -
Convenção da União de Paris (CUP) - 1883

Deu origem ao Sistema Internacional da Propriedade Industrial.

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Legislação Internacional -
Convenção da União de Paris (CUP) - 1883

Deu origem ao Sistema Internacional da Propriedade Industrial.

Princípios Básicos:
▪ Tratamento Nacional;
▪ Prioridade Unionista;
▪ Territorialidade;
▪ Independência das Patentes.

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Legislação Internacional -
Convenção da União de Paris (CUP) - 1883

- Tratamento Nacional: Os nacionais de cada um dos países


membros gozam, em todos os outros países membros da CUP, da
mesma proteção, vantagens e direitos concedidos pela legislação
do país a seus nacionais (não poderá haver diferenças entre
direitos de propriedade intelectual de nacionais e estrangeiros).

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Legislação Internacional -
Convenção da União de Paris (CUP) - 1883

- Prioridade Unionista: Assegura que, com base em um primeiro


pedido de patente depositado regularmente em um dos países
signatários, o solicitante poderá, durante o período de 12 (doze)
meses, solicitar proteção para o mesmo invento em qualquer um
dos demais países signatários da CUP.

• O primeiro pedido de patente ou desenho industrial


depositado em um dos países membros serve de base para
depósitos subsequentes relacionados à mesma matéria,
efetuados pelo mesmo depositante ou seus sucessores legais.
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Legislação Internacional -
Convenção da União de Paris (CUP) - 1883

- Territorialidade: A proteção patentária


conferida pelo Estado tem validade somente
dentro dos limites territoriais do país que
concede a patente.
- Independência das patentes: As patentes concedidas e pedidos
depositados nos países contratantes da União são independentes
das patentes correspondentes obtidas para a mesma invenção
nos outros países, quer sejam ou não signatários da CUP.

Fato de ser protegido em um país não garante a


proteção no outro, ou seja, patente pode ser
depositada em 2 países e concedida em um só deles.
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Legislação Internacional -
Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes (PCT) - 1970

❑ Objetivos do Tratado
- Diminuir os custos do sistema de patentes;
- Avaliação prévia acerca da patenteabilidade.
❑ Fase Internacional:
- Depósito do pedido internacional;
- Busca – Autoridade Internacional de Busca (ISA);
- Exame preliminar internacional (IPER).
❑ Fase Nacional:
- Iniciada em até 30 meses da data do primeiro
depósito.

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Depósitos de pedidos de patentes em


outros países

Data da prioridade:
verificação de originalidade

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Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes (PCT) - 1970

151 países membros

http://www.wipo.int/pct/en/pct_contracting_states.html

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Lei da Propriedade Industrial - LPI


Lei 9.279/96
Art. 1º - Regula os direitos e obrigações relativos à Propriedade
Industrial.

❖ Ramo da Propriedade Intelectual que trata das criações


intelectuais voltadas para:
✓ Atividades da indústria;
✓ Comércio;
✓ Prestações de serviços;
✓ Engloba a proteção das invenções, desenhos industriais,
marcas, indicações geográficas, estendendo-se ainda à
proteção das relações concorrenciais.
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Lei da Propriedade Industrial - LPI


Lei 9.279/96
Art. 2º - A proteção dos direitos relativos à Propriedade Industrial,
considerado o seu interesse social e o desenvolvimento
tecnológico e econômico do País, efetua-se mediante:
I - concessão de patentes de invenção e de modelo de utilidade;
II - concessão de registro de desenho industrial;
III - concessão de registro de marca;
IV - repressão às falsas indicações geográficas; e
V - repressão à concorrência desleal.

Lei 10.196/01 - Altera e acresce dispositivos à


Lei n° 9.279.

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