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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO - UNEMAT

MT ESCOLA DE TEATRO
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIAS EM TEATRO

WALTAIR FRANÇA DA SILVA

A MUSICALIDADE NO TEATRO PERFORMATIVO

CUIABÁ,MT
2020
WALTAIR FRANÇA DA SILVA

A MUSICALIDADE NO TEATRO PERFORMATIVO

Projeto de pesquisa apresentado na disciplina de


TCC do curso de Tecnologias em Teatro da MT
Escola de Teatro da Universidade do Estado de
Mato Grosso como exercício para elaboração do
TCC.

Orientação: Everto Britto

CUIABÁ, MT
2020
Dedico este trabalho aos meus amigos fazedores e
pensadores da arte.
“É muito melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar triunfos e
glórias, mesmo expondo-se a derrota, do que formar fila com os
pobres de espírito que nem gozam muito nem sofrem muito, porque
vivem nessa penumbra cinzenta que não conhece vitória nem
derrota. ” John Cage

Para mim é bem melhor fazer fila com os pobres de espírito, que
nem gozam muito nem sofrem muito, sem ligar para triunfos e
glórias, do que arriscar “coisas grandiosas”. Waltair França
RESUMO

Este estudo propõe reflexões sobre caminhos pedagógicos para a ampliação


da consciência criativa do performer sobre a ação vocal, por meio das habilidades
gerais de musicalidade, utilizando o conceito de musicalidade mais recente, como
motriz de tantas atividades humanas inclusive o desenvolvimento do corpo do ator
no teatro performativo.

OBJETO

O conceito de musicalidade se desenvolveu e hoje podemos pensa-lo


conforme Gino Stefani (1987), Gembris (1997) e Sloboda (1993) e outros que
pensam este conceito como a habilidade de fazer sentido, inerente do ser humano,
incorporados ao longo da vida Sloboda (1995), e não as habilidades específicas
adquiridas em cursos de educação musical.

OBJETIVO

Espero com essas considerações trazer à tona um material que possibilite


pensar a musicalidade como ferramenta auxiliar e possível, no ambiente teatral
afastando a impossibilidade de entrar em terreno que antes por algum motivo foi
considerado impróprio ou os próprios artistas se consideravam inaptos para usar o
terreno musical como auxílio por não dominarem a técnica. Todo ser humano tem
musicalidade e pode construir música.

METODOLOGIA

Reúno as observações nos jogos e treinos do ator que conduz o corpo em


exercícios de ritmo e emissão sonora para composição de corpo e voz, observamos
o passo, o pulso, a caminhada, o gesto, a voz e suas nuances de interpretação e
algumas pesquisas bibliográficas vão estruturar este trabalho.

PALAVRAS-CHAVE
Palavras-chave: musicalidade; teatro; corpo; voz; movimento.
INTRODUÇÃO

Uma das características do teatro performativo, denominado assim pela teórica


canadense Josette Féral, antes teatro pós-dramático por Hans Thies Lehmann, é a
presença e o fazer e mostrar fazendo, e explicar mostrar fazendo, que era uma
tarefa dos pensadores e acadêmicos, mas entra em cena o corpo do ator presente,
que não é específico do teatro performativo, mas onde antes o texto era a base da
encenação, agora todos os elementos tem essa prerrogativa da apresentação e
interagem, e na área da atuação, o texto não é mais esta base e sim o corpo. O
corpo que fala com as ações.

Objetivos gerais e específicos

Conscientizar a existência da musicalidade, despertar sua importância e seus


benefícios como auxílio no treinamento para alcançar coordenação motora, emissão
sonora e dinâmicas de intensidades e despertar a possibilidade de trânsito no
âmbito musical sem os conhecimentos específicos, na criação e desenvolvimento da
obra performativa.

JUSTIFICATIVA

No módulo amarelo do curso de teatro da MT Escola de Teatro em Cuiabá, no


processo de criação do módulo de narratividade com o operador necropolítica de
Aquile Mbembe, o material pesquisado eram notícias de jornal e apontamos a
abordagem em territórios e área de saúde. Da área da atuação, minha ênfase no
curso, eu observava os aprendizes de sonoplastia e um dos componentes da
sonoplastia confessou que não dominava a música. Um outro componente tocava
bem violão e outro uma flauta. Era uma construção coletiva, onde havia a dificuldade
de alguns e a facilidade de outros.

Em alguma ocasião, numa devolutiva após apresentar uma prévia do trabalho,


alguém chegou a dizer: “Se vai cantar ou tocar, que cante ou toque direito”. Nessa
hora eu levantei a cabeça para apoiar essa fala. Mas com o resultado final do
trabalho, fiquei orgulhoso de ter me envergonhado de apoiar tal afirmação. Porque
isto quer dizer que eu mudei minha opinião. Porque num processo colaborativo,
onde uns sabiam alguma coisa e outros sabiam nada, a música aconteceu. E uma
melodia que antes não existia veio a existir.

Se os sonoplastas tivessem dado ouvidos à crítica de que para se fazer música


é preciso estudar música, uma verdade teria ficado oculta, a que todos podem fazer
música.

Referências:

World Science Festival, realizado em junho de 2009, o músico Bobby McFerrin


demonstra na prática o poder da escala musical pentatônica e o vínculo cognitivo
criado entre a informação visual e a sonora.

https://www.elhombre.com.br/voce-domina-a-arte-da-musica/

http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI249555-15220,00-
BOBBY+MCFERRIN+NAO+GOSTO+DE+DONT+WORRY+BE+HAPPY+INTEGRA.
html

Bobby McFerrin

Jazzista, cantor e compositor, reconhecido por sua técnica de transformar a voz em


instrumento musical, em 30 anos de carreira lançou 18 álbuns, ganhou dez prêmios
Grammy e vendeu mais de 20 milhões de discos.

Dalcroze Eurythmics - É um Erro a separação mente e corpo no processo Musical


https://www.youtube.com/watch?v=v017jzcp1a4 (4:50)

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