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Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP

Departamento de Engenharia de Construção Civil

ISSN 0103-9830
BT/PCC/486

Estudo do comportamento de argamassas


colantes com aditivação de látex acrílico.
Marcelo Matsusato
Fernando Henrique Sabbatini
São Paulo - 2008
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
Departamento de Engenharia de Construção Civil
Boletim Técnico - Série BT/PCC

Diretor: Praf. Dr. Ivan Gilberto Sandoval Falleiros


Vice-Diretor: Praf. Dr. José Roberto Cardoso

Chefe do Departamento: Prof. Dr. Orestes Marracini Gonçalves


Suplente do Chefe do Departamento: Prof. Dr. Alex Kenya Abiko

Conselho Editorial
Prof. Dr. Alex Abiko
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Praf. Dr. Paulo Helene
Prof. Dr. Cheng Liang Yee

Coordenador Técnico
Praf. Dr. Alex Kenya Abiko

O Boletim Técnico é uma publicação da Escola Politécnica da USPI Departamento de Engenharia de


Construção Civil, fruto de pesquisas realizadas por docentes e pesquisadores desta Universidade.

Este texto faz parte da dissertação de mestrado de título "Estudo do comportamento de argamassas
colantes com aditivação de látex acrílico", que se encontra à disposição com os autores ou na
biblioteca da Engenharia Civil.

FICHA CATALOGRÁFICA
MATSUSATO, Marcelo
Estudo do comportamento de argamassas colantes com aditivação
de látex acrflico fícios. - São Paulo: EPUSP, 2008.
20 p. - (Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP,
Departamento de Engenharia de Construção Civil, BT/PCC/486)

1. Argamassa Colante 2. Revestimento Cerâmico 3. Polímera de obras 4.


Placa Cerâmica I. SABBATINI, Fernando Henrique 11. Universidade de São
Paulo. Escola Politécnica. Departamento de Engenharia de Construção Civil
111. Título IV. Série
ISSN 0103-9830
SUMÁRIO

RESUMO

ABSTRACT

1 INTRODUÇÃO 2

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3

3 PROGRAMA EXPERIMENTAL 4

4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 6


4.1 Influência dos tipos de látices acrílicos na resistência de aderência e na
flexibilidade de argamassa colante 6

4.2 Influência do látex no comportamento de flexibilidade de diferentes argamassas


colantes 7

4.3 Influência da aditivação de argamassa colante nas resistências à compressão e à


tração na flexão 9

4.4 Influência da aditivação no módulo de deformação à tração de argamassa colante


11

4.5 Influência da variação do teor de látex acrílico no comportamento de flexibilidade


de argamassa colante 12

4.6 Influência da aditivação de argamassa colante na resistência de aderência em


função do tempo de cura e do tipo de placa cerâmica 13

4.7 Influência da aditivação de argamassa colante na resistência de aderência à


tração utilizando placas de porcelanato 13

4.8 Influência da aditivação de argamassas colantes no ensaio de tempo em aberto 14

4.9 Modificação na resistência de aderência à tração de argamassas colantes


aditivadas em função do tipo de cura 15

5 CONCLUSÃO 16

6 REFERÊNCIAS BILBIOGRÁFICAS 17
1

ESTUDO DO COMPORTAMENTO DE ARGAMASSAS


COLANTES ADITIVADAS COM LÁTEX ACRíLICO
Eng. Marcelo Matsusato. Mestre em engenharia civil pelo departamento de
engenharia de construção civil da Escola Politécnica da USP

Prot. Or. Fernando Henrique Sabbatini. Professor doutor do departamento de


engenharia de construção civil da Escola Politécnica da USP

RESUMO
Os revestimentos cerâmicos aderidos têm grandes vantagens estéticas e
funcionais e seu emprego no mercado nacional vem sendo crescente,
sobretudo com o uso de placas de porcelanato.
Essas vantagens somente se concretizam com uma adequada durabilidade e
vida útil, o que não vem ocorrendo com esses revestimentos aplicados em
bases sujeitas a deformações e ou movimentações, como o caso de fachadas.
Como camada de ligação entre o substrato e a placa cerâmica, as argamassas
colantes apresentam papel fundamental para o revestimento cerâmico, tais
como: suportar deformações e ou movimentações diferenciais, apresentar
resistência mecânica duradoura e ter capacidade de aderir com segurança em
qualquer substrato ou placa cerâmica.
Um estudo experimental comparativo entre argamassas colantes
monocomponentes e argamassas colantes aditivadas com látex acrílico foi
realizado para verificar o comportamento que essa aditivação proporciona.
As referência bibliográficas e os resultados mostraram de uma forma geral que
a adítivação com látex acrílico em argamassas colantes comuns proporcionam
aumento significativo na flexibilidade. O emprego de látex acrílico em
argamassa colante melhora a resistência de aderência, resistência à
compressão e resistência à tração na flexão e também na capacidade de
absorver deformações. A aderência em placas de baixa porosidade como o
porcelanato é melhorada e o tempo em aberto de laboratório também é
estendido para as argamassas modificadas com látex acrílico.

Palavras-chave: argamassa colante, látex acrílico, bi-componente, aditivação

ABSTRACT
The directed adhere ceramic tiles has aesthetic and functional advantages, and
its use in the national market is increasing specially with the use along with
porcelain tile.
These advantages can only be seen though, if the system has adequate
durability and service live, which doesn't happen once it is applied on
irreversible or cyclic movement basis as building façades.
As the clingy layer between the ceramic tile and the substrate, the tile
adhesives have fundamental importance for the directed adhered ceramic tile,
2

working on deformation and movements support capability, long-term durability


mechanic resistance and safety and reliability to adhere on ali type of
substrates and ceramic tile.
An experimental study has been done, comparing dry set mortar to acrylic latex
Portland cement mortar to verify the behavior that the acrylic latex provides.
The references and test results showed in general, that the acrylic latex
improved the f1exibility of dry set mortar and the improvement of the tensile
adhesion, compressive and tensile strength and deformability capacity by
increasing the polymer/mortar content. The adhesion in porcelain tile has been
improved and open time with latex portland cement adhesive.
Keywords: latex Portland cement adhesives, acrylic latex, polymer, ceramic tile

1 INTRODUÇÃO
Nos últimos anos os revestimentos cerâmicos empregados em edifícios têm
apresentado mudanças significativas, destacando-se, por exemplo, o emprego
crescente de placas de baixa porosidade em bases sujeitas a movimentações,
como os porcelanatos em fachadas de edifícios, o emprego de revestimento
cerâmico aplicado diretamente sobre a alvenaria ou laje e o emprego de placas
cerâmicas cada vez maiores, com juntas entre placas cada vez menores.
Todas estas mudanças no modo de construção brasileiro não foram ainda
absorvidas pela tecnologia das argamassas de assentamento. Como exemplo
pode-se citar a normalização de argamassa colante que continua
contemplando apenas requisitos de resistência de aderência, tempo em aberto
e deslizamento, sem se preocupar com a flexibilidade das argamassas,
propriedade que nas situações citadas são de extrema importância.
Desta forma, muitas empresas construtoras acabam adquirindo argamassas
rígidas para uso em locais que necessitam de argamassas flexíveis, seja por
desconhecimento, seja por acreditar que as argamassas colantes
comercializadas como flexíveis atendem às exigências normativas, como, por
exemplo, as da norma EN 12002 (CEN, 2003). A utilização de argamassas
colantes inadequadas é apontada por diversos autores como uma das causas
principais dos problemas de desplacamento de cerâmica. CAMPANTE;
SABBATINI (2000), constataram que 50,9% dos edifícios estudados
apresentaram destacamento de placas cerâmicas nas fachadas antes dos 5
anos de uso. COSTA E SILVA (2005) afirma que o descolamento de cerâmica
na cidade de Recife é um dos principais problemas encontrados nesse tipo de
revestimento.
O conceito de flexibilidade já foi abordado por diversos autores, como por
exemplo nos trabalhos de RIUNNO; MURELLI (1992), BUCHER; NAKAKURA
(1995), AKIAMA; MEDEIROS; SABBATINI (1997), mostrando ser de extrema
importância para a tecnologia de revestimento cerâmico o uso de argamassas
colantes flexíveis em situações de grandes solicitações de movimentação da
base. Para GOLDBERG (1998), as argamassas colantes devem apresentar
baixo módulo de elasticidade, ou seja, devem ter capacidade de suportar e
absorver as movimentações diferenciais entre as placas cerâmicas e a
base/estrutura, ou seja, dever ter flexibilidade adequada para estas situações.
3

Este autor afirma que sucesso de empreendimentos altos (acima de 20


pavimentos) com revestimento cerâmico aderido com mais de 30 anos de uso
está diretamente relacionado com argamassas flexíveis.
Seguindo esse raciocínio, esse trabalho faz parte dos estudos experimentais
realizados no programa de pós-graduação da EPUSP, onde são apresentados
os resultados de flexibilidade de diferentes argamassas colantes
disponibilizadas no mercado comparando-as com e sem a aditivação de látex
acrílico, seu comportamento na resistência de aderência e tempo em aberto.

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Um dos requisitos mais importantes para a durabilidade (manutenção da
aderência com o tempo) de revestimentos cerâmicos aderidos é a capacidade
que as argamassas de fixação apresentam de absorver deformações
diferenciais base-revestimento. Essa propriedade da argamassa pode ser
aferida pela sua flexibilidade e/ou módulo de deformação. Nos últimos anos, a
metodologia de ensaio vem sendo aperfeiçoada e os requisitos e critérios de
desempenho aos poucos foram sidos estabelecidos. Como resultado, a norma
EN 12002/03 foi proposta pelos países da Europa como uma forma de medir
essa propriedade.
RIUNNO e MURELLI (1992), concluíram após ensaios realizados pelo método
C.S.T.B. (atual EN 12002) que apesar de todos os produtos monocomponentes
testados serem descritos como flexíveis, somente 15-20% dos corpos de prova
apresentaram flexibilidade maior que as das argamassas convencionais. Ainda
segundo estes autores, as pastas de resinas, as argamassas com resina de
reação e as argamassas aditivadas com látex apresentaram uma vantagem
clara de flexibilidade em relação a outros tipos e conseqüentemente deveriam
ser os únicos designados realmente "flexíveis".
Conforme relatado por PORCAR (2006) depoimentos de fabricantes de
argamassas monocomponentes, questionam a reprodutibilidade do ensaio de
flexibilidade segundo a EN 12002, no entanto, estes fabricantes adotam baixos
teores de polímeros/cimento. Também neste trabalho esse autor cita a
experiência de sucesso da empresa Building Adhesives Ltd com mais de 40
anos, cujas argamassas colantes modificadas com látex são indicadas para
qualquer tipo de superfície e em revestimentos sujeitos a elevadas vibrações.
Segundo URBAN e TAKAMURA (2005), a aditivação com polímeros promove
uma ampla melhoria no desempenho das argamassas colantes, incluindo
melhoria de resistência de aderência, resistência à água, flexibilidade,
resistência ao impacto, resistência ao gelo-desgelo e trabalhabilidade. Os
polímeros ainda ajudam na promoção de adesão química em bases de difícil
aderência mecânica, como a madeira e placas cerâmicas vitrificadas ou
porcelanatos.
Para FELlXBERGER (2006), o uso de argamassas colantes modificadas com
materiais sintéticos é especialmente vantajoso no caso de fixação de peças
grandes, em bases novas, no caso de instalações em pisos radiantes ou no
caso de superfícies sujeitas à incidência de forte radiação solar.
Segundo URBAN e TAKAMURA (2005), testes realizados em institutos e
4

pesquisas internacionais (TNO Institute, Netherlands; Technische Universitaet


Hannover, Norwegisches Bauforschungsinstitut) provam que é de fundamental
importância que as argamassas colantes tenham suficiente deformabilidade e
um certo grau de plasticidade e que essa flexibilidade, ou capacidade de
absorver deformações, das argamassas colantes depende do teor de
polímero/cimento. Ainda segundo esses autores, as argamassas colantes
deveriam ser capazes de absorver as tensões que ocorrem entre a placa
cerâmica e o substrato/base, de forma a prevenir problemas, sendo que os
problemas mais típicos são as fissuras e o desplacamento das peças
cerâmicas. Esses autores acreditam que somente com o emprego de
argamassas especiais, capazes de absorver deformações diferenciais, pode
ser garantida a durabilidade do sistema de revestimento cerâmico.
Para PORCAR (2006) existe consenso entre os especialistas que a
deformabilidade de argamassas colante está diretamente relacionada ao teor
de polímero adicionada e ao grau de hidratação atingida. Polímeros leves
(baixo Tg) exibem melhores desempenhos em termos de deformabilidade em
relação a polímeros pesados (alta Tg). Formulações usuais de argamassas
colantes com teores abaixo de 5% relativo ao total de sólidos, tem limitações
na capacidade de absorver deformações diferenciais.
No Brasil, não tem sido comum o uso de argamassas colantes modificadas
com látex, podendo ser uma das causas de problemas patológicos de
desplacamento de cerâmica em espaços de tempo bastante reduzidos.
Conforme apresentado por Campante; Sabbatini (2000), constataram que
50,9% dos edifícios estudados apresentaram destacamento de placas
cerâmicas nas fachadas antes dos 5 anos de uso. Estes fatos podem ser a
explicação para um certo "abandono" do uso de cerâmica em revestimento de
fachada por parte de algumas construtoras de grande porte de São Paulo,
tendência também verificada por Temoche-Esquivel (2002).

3 PROGRAMA EXPERIMENTAL
O programa experimental efetuado buscou identificar as modificações no
comportamento de argamassas colantes industrializadas com a aditivação de
resinas em emulsão. As variáveis adotadas no programa experimental foram
tipos de: argamassas colantes industrializadas, látex e de placas cerâmicas e
os teores látex-argamassa.

ARGAMASSA COLANTE
Para avaliar a modificação do comportamento das argamassas colantes, foram
utilizados diversos tipos de argamassas colantes industrializadas adquiridas em
lojas de materiais de construção das empresas/marcas: Eliane, Lafarge, Mar
Paulista, Quartzolit e Votomassa. Foram identificadas nos ensaios apenas com
siglas de A a E, não necessariamente, nesta ordem.

LÁTEX ACRíLICOS
Foram utilizados 7 tipos de látex acrílicos, das empresas BASF, Clariant,
Osvaldo Cruz, Quimicryl e Rohm and Haas, identificadas nos ensaios apenas
com siglas RA1 a RA7, não necessariamente nesta ordem, sendo que estes
5

. tes especl lcaçao:


apresentaram as seguln
Teor de Tg ('C) Tamanho
SIGLA DESCRIÇÃO BÁSICA TMFF('C)
sólidos da partícula

Aditivo para modificar


RA1 50::1:2 ND(*) ND ND
argamassa colante
Modificante de
RA2 50::1: 1 <23 24 <0,2I1 m
argamassas de pisos
Empregado para
modificação de
RA3 57::1: 1 <1 -6 <0,2 11m
argamassas colantes e
impermeabilizante
Aditivo para
RA4 impermeabilizante e 50::1: 1 ND ND ND
argamassas
Aditivo para
RA5 impermeabilizante e 50::1: I ND ND ND
argamassas
Aditivo para
RA6 impermeabilizante e 56::1:0,5 ND -3 ND
argamassas
Aditivo para
RA7 impermeabilizante e 57::1: 1 <O -6 0,2 11m
argamassas po1iméricas

(*) ND - dados não disponíveis

PROCEDIMENTO DE ENSAIO
Foram avaliadas as combinações mais significativas para a análise das
modificações promovidas pelas aditivaçóes no comportamento das
argamassas colantes, buscando-se verificar o seguinte:
• Influência dos tipos de látices acrílicos na resistência de aderência e na
flexibilidade de argamassa colante
• Influência do látex no comportamento de flexibilidade de diferentes argamassas
colantes
• Influência da aditivação de argamassa colante nas resistências de compressão
e tração na flexão
• Influência da aditivação no módulo de deformação à tração de argamassa
colante
• Influência da variação do teor de aditivo no comportamento de flexibilidade de
argamassa colante
• Influência da aditivação de argamassa colante na resistência de aderência em
função do tempo de cura e tipo de placa cerâmica
• Influência da aditivação de argamassa colante na resistência de aderência à
tração utilizando placas de porcelanato
• Influência da aditivação de argamassas colantes no ensaio de tempo em
aberto
• Modificação na resistência de aderência à tração de argamassas colantes
aditivadas em função do tipo de cura
6

4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.1 Influência dos tipos de látices acrílicos na resistência de aderência e


na flexibilidade de argamassa colante
Os primeiros ensaios contemplaram os diferentes tipos de látices acrílicos
existentes no mercado e utilizaram uma única argamassa colante de forma a
proceder à análise comparativa da influência dos látices sobre a argamassa
colante. Para isso, manteve-se a mesma quantidade de resina - 5% - sobre o
total de materiais secos (argamassa colante industrializada).
Os resultados com aditivação de resina apresentam baixo coeficiente de
variação, sendo que para a argamassa colante amolentada somente com água
o coeficiente de variação foi bem superior. Diante disso, pode-se afirmar que
houve boa compatibilidade entre as emulsões acrílicas estudadas com a
argamassa em questão.

Resistência de Aderência· Variável: látex

2,50 - r - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - . , - - - -

l
!. 2,00 + - - - - - - - - - - j - - - - - - - - - - - - - - - - -
$
o
z
li 1,50 + - - - - - - -
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w
Q
$ 1,00

~
f3o:: -----------------------+
0,50 - j -......
limite para AC I e AC 11
.
limite para AC 111

0,00 +---+---~--_t_--___I_--__I_--__+--_+--____;

FA-A AGI + FA-A AGI + FA-A AGI + FA-A AGI + FA-A AGI + FA-A AGI + FA-A AGI + FA-A ACI +
~ W~ W~ W~ W~ W~ W~ W~
TIPOS

Gráfico 4.1 - Gráfico de Resistência de Aderência em cura normal segundo NBR14084.


A avaliação que se faz observando o gráfico acima é de que nem todos os
aditivos se comportam de forma idêntica, ou seja, não basta adicionar uma
resina acrílica para promover melhoria no desempenho de aderência.
Conforme as referências levantadas, são muitas as prováveis causas para as
diferenças no comportamento, entre elas podemos citar os diferentes tamanhos
de partículas dos polímeros, as diferentes temperaturas mínima de formação
de filme e temperaturas de transição vítrea e a compatibilidade do polímero em
meio alcalino.
Quanto a flexibilidade, conforme mostra o gráfico 4.2, verifica-se que a flecha
ou deslocamento atingido pela argamassa de referência sem a aditivação não
ultrapassa 1 mm, configurando uma argamassa que não se classificaria na
7

eXlgencia mtnlma da norma EN12002 (CEN, 2003) que estabelece a


classificação 51 para flechas ou deslocamentos entre 2,5 a 5 mm e 52 para
flechas acima de 5 mm. .
Por outro lado, as formulações com as aditivações com os látices RA1, RA3,
RA4, RA5, RA6 e RA7, apresentaram valores de flechas bem acima dos 5 mm
estabelecidos como limite inferior de classificação 52 pela norma EN 12002. O
que chamou a atenção foi a formulação FA-A ACI + RA2 que havia
apresentado o melhor resultado de resistência de aderência e, no entanto,
quanto à flexibilidade ficou em um intervalo correspondente a classificação 51.
Neste caso, tentou-se buscar uma explicação lógica e descobriu-se que esse
látex apresenta Tg de 24oC, ou seja, próximo da temperatura ambiente de
ensaio, podendo ser esta a explicação mais adequada.

FLEXIBILIDADE· Variável: Látex

18,00
16,00
Ê 14,00
-E
.c2 12,00
eu 10,00
E
lU
U
o 8,00
"Ui
QI 6,00
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4,00
2,00
0,00
FA-AACI + FA-AAC\ + FA-AACI + FA-AACI + FA-AACI + FA-AACI + FA-AACI + FA-AACI +
~ ~~ 9~ ~~ ~~ 9~ ~~ ~~
TIPOS

Gráfico 4.2 - Gráfico do ensaio de Flexibilidade segundo EN12002 (CEN, 2003),


mesma argamassa colante e variação de Látex
5eguindo com esse raciocínio, a Tg do látex RA3 é de -6oC, confirmando o que
se apresentou na referência bibliográfica de que quanto menor a Tg, mais
flexível é o sistema de argamassa e vice-versa.

4.2 Influência do látex no comportamento de flexibilidade de diferentes


argamassas colantes
Essa série de ensaio foi realizada para verificar o comportamento da aditivação
de uma única resina (RA1), com um único teor (5% sobre o total de material em
pó), em diferentes argamassas colantes. Foram empregadas cinco argamassas
colantes tipo AC I, uma argamassa colante ACII e uma argamassa colante AC
111. A tabela 5.3 e o gráfico 5.4 mostram os resultados de ensaio de flexibilidade
com essas argamassas.
8

A avaliação que se pode fazer através do gráfico 4.4 é de que as argamassas


colantes monocomponentes amostradas podem ser consideradas rígidas e
nem mesmo atingem o valor mínimo de 2,5 mm estipulado pela norma
EN12002 (CEN, 2003). Estes resultados baixos de flexibilidade também foram
encontrados por Silva (2003) em seu trabalho experimental com argamassas
colantes nacionais classificadas como AC I, AC 11 e AC 111.
Ainda conforme o gráfico acima, todas as argamassas aditivadas com 5%
sobre o peso de materiais secos do látex RA1, com exceção à argamassa
ACIII, apresentaram um aumento significativo no que diz respeito à
flexibilidade, classificando-as em S2 ( deformação acima de 5 mm ), ou seja,
super flexível conforme a norma EN 12002. Esse fenômeno pode ser explicado
pelo baixo módulo de elasticidade do polímero que segundo OHAMA (1998)
varia entre 0,001 a 1 GPa, comparado ao de argamassas sem polímero.

FLEXIILlDADE DE ARGAMASSAS COLANTES

Gráfico 4.4 - Ensaio de Flexibilidade sendo variável o tipo de argamassa colante e


comparando água x látex
Voltando-se a avaliação do gráfico 4.4, observa-se que a argamassa ACIII não
apresentou um aumento significativo em relação às demais argamassas. Este
fato pode ser explicado pelo maior teor de cimento existente na formulação e
pela provável incompatibilidade entre os polímeros em pós redispersíveis
existentes nesta argamassa com o látex acrílico. Esta última é a hipótese mais
provável, pois durante o processo de preparo da argamassa, observou-se
grande alteração na consistência e perda de trabalhabilidade da argamassa
colante ACIII comparando o amolentamento com água x com polímero,
fenômeno não observado com as outras argamassas estudadas.
9

4.3 Influência da aditivação de argamassa colante nas resistências à


compressão e à tração na flexão
Essa série de ensaios teve como objetivo avaliar a influência da aditivação de
argamassa colante na resistência à compressão, levando-se em conta que as
referências pesquisadas, não indicaram uma tendência clara de que o alimento
do teor polímero/cimento proporcione melhora na resistência mecânica em uma
argamassa colante, para isso foram realizados três formulações, sendo: a)
argamassa colante ACI sem polímero; b) argamassa ACI aditivada com 5% de
látex RA1 e c) argamassa colante ACI aditivada com 7,5% de látex RA1. O
ensaio ocorreu aos 28 dias de cura em ambiente de laboratório.
10

y =-O,9035x2 + 4,9005x + 1,333

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• FA-A ACI + ÁGUA • FA-A ACI + 5%,RA1 .&. FA-A ACI + 7,5% RA1

_ _ CURVA DE TENDÊNCIA- reta _ _ CURVA DE TENDÊNCIA - polinômio de 20 Grau

Gráfico 4.5 - Gráfico do ensaio de resistência à compressão para argamassas


colantes
Conforme o gráfico 4.5, pode-se dizer que houve um acréscimo de resistência
à compressão da argamassa colante sem polímero para a argamassa colante
até 7,5% de polímero. Este aumento da resistência à compressão pode ser
justificado pela redução do teor água/cimento, uma vez que parte da água de
amassamento da argamassa colante foi substituída pela emulsão.
Traçando a linha de tendência com os dados desse ensaio, observa-se que a
=
linha de tendência que mais se aproxima (R2 1) é uma curva polinomial de 2°
grau (parábola), induzindo ao raciocínio de que a partir da dosagem com 7,5%,
poderia haver uma queda na resistência à compressão, fato esse justificável
pelo aumento significativo na quantidade de polímero, cujo módulo de
deformação é muito inferior ao de uma argamassa, conforme levantado nas
revisões bibliográficas.
Quanto aos ensaios de tração na flexão, o gráfico 4.6 apresenta os resultados
encontrados nesse ensaio.
10

7,00

y =1,OO65x + 2,8698 Â
R2 =0,9993
6,00

I ~
t~
.....

1,00

0,00

I• FA-A ACI + ÁGUA • FA-A ACI + 5%+ RA1 À FA-AACI + 7,5%RA1 x MÉDIA

Gráfico 4.6 - Gráfico do ensaio de resistência à tração na flexão para argamassas colantes
Conforme apresentado no gráfico acima, observa-se um aumento da
resistência à tração na flexão com o aumento do teor de polímero. A linha de
tendência apresentou-se na forma de uma reta. Pode-se afirmar que esse tipo
de resina apresentou compatibilidade com a argamassa colante. Aprofundando
mais a análise realizada através deste ensaio, ao traçar as curvas de Tensão x
deformação, conforme demonstram as três curvas no gráfico 4.7, nota-se que
com o aumento do teor polímero/argamassa, ocorrem simultaneamente
aumento de resistência à tração na flexão, maior capacidade de suportar
deformações e menor inclinação das curvas.
7,0000.-----------------------------,

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0,0000 --~--r-----~-_:~-------<f--~--~-------j

0,0000 0,1000 0,2000 0,3000 0,4000 0,5000 0,6000 0,7000 0.6000


DESLOCAMENTO [mm]

• FA-A ACI + ÁGUA • FA-AACI + 5% RA1 • FA-AACI + 7,5%RA1

Gráfico 4.7- Curvas de ensaios de resistência à tração na flexão x deslocamento


11

4.4 Influência da aditivação no módulo de deformação à tração de


argamassa colante
Conforme apresentado na revisão bibliográfica através do módulo de
deformação da argamassa modificada pode-se inferir a sua capacidade de
suportar deformações da base. Para análise dessa série de ensaio, optou-se
por tomar três medidas para determinar o módulo de deformação:
secante entre 5 e 30%, pois este intervalo foi o adotado por Bastos (2001).
secante entre 10 e 50%.
secante entre 70 a 85%, optou-se por esse valor pois pretendia-se verificar o
módulo de deformação da argamassa próximo às tensões de ruptura.
8OO0,0,-----------j----------t-----------,

7000,0 - \ - - t - - - - - + - - - - - j - - - - - - - - - - t - - - - - - - - - - - - j

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C 3000,0 - \ - - - - - - - - - - j - - - - - - - - - - - - + - - - - - - -
9
~
c
-o 2000,0 - \ - - - - - - - - - - j - - - - - - - - - - - - + - - - - - - - - - - - j
:E

1000,0 - l - - - - - - - - - - - f - - - - - - - - - - t - - - - - - - - - - - - j

0,0 - t - - - - r - - - - j - - - - - + - - - - t - - - - - t - - - - + - - - - - t - - - - - j ; - - - - - !

FA-A AGI + ÁGUA FA-A AGI + 7,5% RA1

Gráfico 4.8 - Variação do módulo de deformação em função do teor polímero/argamassa e em


função da secante
O gráfico 4.8 mostra os valores de módulo de deformação para as três
argamassas ensaiadas e com os três valores de secante obtidos.
Através desse gráfico, observa-se o seguinte:
1. Para valores de módulo de deformação obtidos pela secante mais
próxima à ruptura, o coeficiente de variação é menor, fato observado
principalmente na argamassa colante sem aditivo cujo coeficiente de
variação passou de 29% para 5%. No caso da argamassa modificada
com 7,5% RA1, o coeficiente de variação manteve-se praticamente o
mesmo.
2. Na argamassa colante sem aditivo, ocorreu aumento do valor do módulo
12

de deformação com obtenção do módulo pela secante se aproximando


ao valor de tensão de ruptura, o que caracteriza uma argamassa que
enrijece quanto maior a tensão solicitada, fator prejudicial ao
desempenho do revestimento cerâmico.
3. No caso da argamassa modificada com 5% RA1 se analisarmos pelos
valores médios, pode se afirmar que houve um pequeno aumento no
módulo de deformação em relação às secantes 5%-30% e 10%-50%, no
entanto, ocorrendo em seguida uma diminuição para o módulo calculado
pela secante 70% - 85%.
4. No outro extremo, para essa mesma argamassa com 7,5% RA1 houve
uma redução nos valores de módulo de deformação obtidos pelas
tangentes se aproximando à tensão de ruptura. Fato extremamente
positivo para proporcionar maior alívio de tensões.
5. Tomando-se os valores médios do módulo de deformação obtidos pela
secante a 5% e 30%, pode-se afirmar que houve uma redução desse
valor com o aumento do teor de polímero/argamassa (reta azul). Essa
redução é melhor analisada quando se comparam os dados do módulo
de deformação obtidos pela secante 10% e 50% (reta vermelha) e por
fim muito mais significativa para os dados de 70% a 85%. Esse fato
confirma a análise realizada através do gráfico 5.7 de que com o
aumento do teor de polímero/argamassa obtém-se uma argamassa de
melhor capacidade de absorver as deformações da base.

4.5 Influência da variação do teor de látex acrílico no comportamento de


flexibilidade de argamassa colante

lN=LlÊtCA DO TEOR DE LÁTEXACÁUCO NA FLEXlBlUDADE DE


PR3PMPSSAca..ANTE

..
30,00

25,00

Ê 20,00
g
.sc
~
CII
u 10,00
.2
UI
15,00

-- -
li
C
5,00
..-.-.
0,00
--
FAAAO + figa FAAAO+2,5% FA-APCI+ 5%RA1 FAAI>CI + 7,5% FAAPCI+10%
RA1 RA1 RA1
lECRDE Pa1NERaARGAI\MSSA

Gráfico 4.9 - Gráfico de flexibilidade com variação no teor de polímero.


13

o gráfico 4.9, apresenta os resultados de deslocamento na argamassa


FA-A ACI com diferentes teores de polímero. Esse conjunto de ensaios
confirmou uma coerência de resultados, qual seja, aumentando-se o teor de
polímeros, observa-se resultados crescentes na flexibilidade das argamassas
colantes. Além disso, pode-se observar que essas formulações apresentam
baixo coeficiente de variação, que pode ser característica da boa
compatibilidade entre essa argamassa colante com o látex RA1.

4.6 Influência da aditivação de argamassa colante na resistência de


aderência em função do tempo de cura e do tipo de placa cerâmica

Resistência de aderência - comparativo entre datas de cura e tipos de placas -


Formulação FA-A ACI + 5% RA1

1,BO,------------------------------,

_ 1,60-+-----------------------------1
:.:E 1 , 4 0 + - - - -
-..
I'll
'uC 1,20
'eli) 1,00
~li) 0,80 + - - - - - - - - - - - - - - - - ' - - - - - - - + - - - - - - - - - - - 1
'O
.!! 0,60-+------------------------------1
u
C
:$ 0 , 4 0 - + - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - , - - - - - - - - 1
UI
~ 0,20-+------------------------------1

0,00 - + - - - - - + - - - - - / - - - - + - - - - + - - - - - / - - - - + - - - - + - - - - - - - 1
7 DIAS 2BDIAS 7 DIAS 2BDIAS
PORCELANATO: - 0< ABS <= 0,5% Blla: 3%<ABS<=6%
Datas de cura e tipos de Placa cerâmica

Gráfico 4.10 - Gráfico de resistência de aderência com diferentes tipos de placas e tempo de
cura.
A avaliação neste conjunto de ensaio mostra que a aditivação de 5% de RA1
na argamassa FA-A ACI apresenta resultados semelhantes de resistência de
aderência mesmo em curtas idades, podendo ser uma característica positiva
da aditivação, uma vez que na prática há uma necessidade de essas
argamassas apresentarem resistência inicial alta, pois as solicitações no
revestimento são imediatas. Observa-se também que o tipo de absorção de
placa cerâmica (abaixo de 0,5% ou entre 3 a 6%) não interferiu no resultado de
aderência.

4.7 Influência da aditivação de argamassa colante na resistê.ncia de


aderência à tração utilizando placas de porcelanato
Conforme o gráfico 4.11, observa-se que as argamassas FA-B ACI + água e
FA-B ACI + água não são adequadas para assentamento de placas de baixa
absorção como os porcelanatos (AbsSO,5%), mesmo se tratando de áreas
internas (onde são indicadas essas argamassas). Porém ao se adicionar à
essas argamassas 5% RA1, aumentou-se significativamente a resistência de
14

aderência, comprovando-se o comentário de Medeiros (1999) que ao adicionar


emulsão em argamassa, obtém-se também aumento de adesão (colagem
química).

INFLU~NCIA NA RESIST~NCIA DE ADER~NCIA DE PORCELANATO COM AC MODIFICADA

1,40,------------------------------,

l
:!.
~ 1,20

I-
.c:e 1,00+----------------
cc
Õ
z
~ 0,80 t - - - - - - -
w
Q
cc
~ 0,60 + - - - - - - 1 - - - - -
cc
Õ
Z
ti 0,40 t - - - - - - - - - . f - - - - - - - - - - - j - - - - - - - - - - - - - + - - - - - - - j
<W

~ 0,20 + - - - - - - 1 ' - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 1 - - - - - - - - 1

0,00 +-~===~-c__---_____i----_+_----_+----__+_-------4

FA-B ACI + ÁGUA FA-B ACI + 5%RA1 FA-A POR + ÁGUA FA-A POR + 5% FA-C ACI + ÁGUA FA-C ACI + 5% RA1
RA1
TIPOS

Gráfico 4. 11 - Gráfico de resistência de aderência com placas de porcelanato

Verificou-se também que esta dosagem em argamassas colantes ACI, superou


o resultado de resistência de aderência de uma argamassa colante
monocomponente indicada para assentamento de porcelanato FA-A POR.

4.8 Influência da aditivação de argamassas colantes no ensaio de tempo


em aberto
Conforme apresentado no gráfico 4.12, o tempo em aberto de laboratório com
a aditivação de argamassa colante é melhor quando comparada à mesma
argamassa sem aditivação. Pode-se dizer que o látex ajuda na retenção da
água contra evaporação.
15

COMPARATIVO DE TEMPO EM ABERTO

1,60 . - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - ,

l
!. 1,40 +----------------==---------------1
~ll!
1,20+----------------
w
~
~ 1,00

~
z
~ 0,80

:l
o: 0,60 +------._,-------------------------._.-------l
0,40 t--------

0,20 t------------

0,00 +---------t----t------t----~--___t_---~--____t_-----t

15MIN 40MIN

TEMPO EM ABERTO

Gráfico 4.12 - Influência da aditivação de argamassas colantes no tempo em aberto.

4.9 Modificação na resistência de aderência à tração de argamassas


colantes aditivadas em função do tipo de cura

,
-
1,80
1,60
1,40
Influência do tipo de Q.ra

:1 1,20
1,00
~ 0,80
.
'8
0,60

j 0,40
0,20
.JJ....... L..I--J'---"_~.:....u_"_"_" . . . ._"_A........I! •

I 0,00

!FA-QACI+ÁGJA
~
w
~
~ !~ I!~ I!~ I
FA-QACI+S%BAU1
ffi w
FA..fvPACH+ÁGJA
w
FA-IVPACII+S%
BAU1
lipo de Alpnassal CUra

Gráfico 4.13 - Modificação na resistência de aderência de argamassas colantes


aditivadas com látex em função do tipo de cura.
O gráfico 4.13 mostra que a aditivação de argamassas com látex proporciona
aumento na resistência de aderência em todas as condições de cura, quando
comparada às argamassas sem polímero. Pode-se afirmar que para este teor
de látex, uma argamassa tipo ACI pode ser transformada em AGII e uma
argamassa AGII, pode ser transformada em AGIII, pelo critério da NBR 14801.
16

5 CONCLUSÃO
Através dos ensaios e levantamento bibliográfico apresentados é possível
concluir que a aditivação de látex acrílicos em argamassas colantes pode
melhorar o desempenho destas, principalmente quanto à flexibilidade. No
entanto, deve ser ressaltado que nem todos os látex acrílicos apresentam as
mesmas tendências de comportamento. Como exemplo pode-se ressaltar a
diferença na flexibilidade de argamassas aditivadas com resinas de diferentes
temperaturas de transição vítrea.
Devido à importância da flexibilidade das argamassas colantes para aplicações
específicas em que esta propriedade é de essencial para garantir durabilidade
e adequada vida útil dos revestimentos, esta propriedade deveria ser exigência
de norma. Desta forma, facilitaria aos especificadores indicarem uma
argamassa flexível, pois deixariam de ser apenas menção "flexível" na
embalagem e passariam a ter requisitos e critérios universais. Dentro deste
contexto, a norma européia EN 12002 já apresenta um método de ensaio com
claro requisito e critério para classificar as argamassas de uso especial em
flexíveis e muito flexíveis.
Muitos problemas de desplacamento ocorrem em tempo bastante reduzido,
não satisfazendo um desempenho esperado de pelo menos metade da vida útil
do edifício, sendo uma das causas à perda de aderência devido ao processo
de fadiga. Esta perda de aderência, por sua vez, pode ser melhorada com
argamassa colante melhor dimensionada, ou seja, mais flexível e capaz de
absorver as deformações diferenciais da base.
A questão que fica é quão flexível deverá ser essa argamassa para suportar as
deformações da base e qual o teor de polímeros mais apropriado. A resposta a
essa questão não é simples, pode-se afirmar que as argamassas
monocomponentes ensaiadas que representam o mercado nacional, em ensaio
padronizado, não apresentaram valores adequados e que ao adicionar
emulsão acrílica em baixo teor (5% sobre o peso de materiais seco), obteve-se
uma melhora muito significativa neste quesito, superando os valores
estipulados em normas internacionais.
A capacidade de absorver tensões e deformação da base nem sempre é fácil
de ser mensurado. Os ensaios e resultados apresentados nos itens 4.3 e 4.4
pode diferenciar um método capaz de identificar melhoria de resistência à
tração e capacidade de absorver deformação em argamassas colantes com
diferentes teores e polímero.
17

6 REFERÊNCIAS BILBIOGRÁFICAS

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Flexibilidade de argamassas adesivas. Anais do 11 Simpósio de Brasileiro de
Tecnologia das Argamassas (11 SBTA). Salvador: EPUSP/ANTAC, p.233-245,
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industrializada para assentamento de placas de cerâmica - especificação -
NBR 14081. Rio de Janeiro, 2004a.

_ _o Argamassa colante industrializada para assentamento de placas de


cerâmica - determinação do tempo em aberto - NBR 14083. Rio de Janeiro,
2004c.

_ _o Argamassa colante industrializada para assentamento de placas de


cerâmica - determinação da resistência de aderência - NBR 14084. Rio de
Janeiro, 2004d.

_ _o Placas cerâmicas para revestimento - Especificação e métodos de


ensaio - NBR 13818. Rio de Janeiro, 1997.

BUCHER, Hans R.E.; NAKAMURA Elza H. A capacidade de deformação de


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Brasileiro de Tecnologia das Argamassas (I SBTA). Goiânia: UFG/ANTAC, p.167-
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18

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Estudo de Caso: São Paulo, Zona Sul. 1994·1998. 2002, 407p.
Dissertação (mestrado) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo,
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