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ISSN 0103-9830
BT/PCC/486
Conselho Editorial
Prof. Dr. Alex Abiko
Prof. Dr. Francisco Ferreira Cardoso
Praf. Dr. João da Rocha Lima Jr.
Praf. Dr. Orestes Marraccini Gonçalves
Praf. Dr. Paulo Helene
Prof. Dr. Cheng Liang Yee
Coordenador Técnico
Praf. Dr. Alex Kenya Abiko
Este texto faz parte da dissertação de mestrado de título "Estudo do comportamento de argamassas
colantes com aditivação de látex acrílico", que se encontra à disposição com os autores ou na
biblioteca da Engenharia Civil.
FICHA CATALOGRÁFICA
MATSUSATO, Marcelo
Estudo do comportamento de argamassas colantes com aditivação
de látex acrflico fícios. - São Paulo: EPUSP, 2008.
20 p. - (Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP,
Departamento de Engenharia de Construção Civil, BT/PCC/486)
RESUMO
ABSTRACT
1 INTRODUÇÃO 2
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3
3 PROGRAMA EXPERIMENTAL 4
5 CONCLUSÃO 16
6 REFERÊNCIAS BILBIOGRÁFICAS 17
1
RESUMO
Os revestimentos cerâmicos aderidos têm grandes vantagens estéticas e
funcionais e seu emprego no mercado nacional vem sendo crescente,
sobretudo com o uso de placas de porcelanato.
Essas vantagens somente se concretizam com uma adequada durabilidade e
vida útil, o que não vem ocorrendo com esses revestimentos aplicados em
bases sujeitas a deformações e ou movimentações, como o caso de fachadas.
Como camada de ligação entre o substrato e a placa cerâmica, as argamassas
colantes apresentam papel fundamental para o revestimento cerâmico, tais
como: suportar deformações e ou movimentações diferenciais, apresentar
resistência mecânica duradoura e ter capacidade de aderir com segurança em
qualquer substrato ou placa cerâmica.
Um estudo experimental comparativo entre argamassas colantes
monocomponentes e argamassas colantes aditivadas com látex acrílico foi
realizado para verificar o comportamento que essa aditivação proporciona.
As referência bibliográficas e os resultados mostraram de uma forma geral que
a adítivação com látex acrílico em argamassas colantes comuns proporcionam
aumento significativo na flexibilidade. O emprego de látex acrílico em
argamassa colante melhora a resistência de aderência, resistência à
compressão e resistência à tração na flexão e também na capacidade de
absorver deformações. A aderência em placas de baixa porosidade como o
porcelanato é melhorada e o tempo em aberto de laboratório também é
estendido para as argamassas modificadas com látex acrílico.
ABSTRACT
The directed adhere ceramic tiles has aesthetic and functional advantages, and
its use in the national market is increasing specially with the use along with
porcelain tile.
These advantages can only be seen though, if the system has adequate
durability and service live, which doesn't happen once it is applied on
irreversible or cyclic movement basis as building façades.
As the clingy layer between the ceramic tile and the substrate, the tile
adhesives have fundamental importance for the directed adhered ceramic tile,
2
1 INTRODUÇÃO
Nos últimos anos os revestimentos cerâmicos empregados em edifícios têm
apresentado mudanças significativas, destacando-se, por exemplo, o emprego
crescente de placas de baixa porosidade em bases sujeitas a movimentações,
como os porcelanatos em fachadas de edifícios, o emprego de revestimento
cerâmico aplicado diretamente sobre a alvenaria ou laje e o emprego de placas
cerâmicas cada vez maiores, com juntas entre placas cada vez menores.
Todas estas mudanças no modo de construção brasileiro não foram ainda
absorvidas pela tecnologia das argamassas de assentamento. Como exemplo
pode-se citar a normalização de argamassa colante que continua
contemplando apenas requisitos de resistência de aderência, tempo em aberto
e deslizamento, sem se preocupar com a flexibilidade das argamassas,
propriedade que nas situações citadas são de extrema importância.
Desta forma, muitas empresas construtoras acabam adquirindo argamassas
rígidas para uso em locais que necessitam de argamassas flexíveis, seja por
desconhecimento, seja por acreditar que as argamassas colantes
comercializadas como flexíveis atendem às exigências normativas, como, por
exemplo, as da norma EN 12002 (CEN, 2003). A utilização de argamassas
colantes inadequadas é apontada por diversos autores como uma das causas
principais dos problemas de desplacamento de cerâmica. CAMPANTE;
SABBATINI (2000), constataram que 50,9% dos edifícios estudados
apresentaram destacamento de placas cerâmicas nas fachadas antes dos 5
anos de uso. COSTA E SILVA (2005) afirma que o descolamento de cerâmica
na cidade de Recife é um dos principais problemas encontrados nesse tipo de
revestimento.
O conceito de flexibilidade já foi abordado por diversos autores, como por
exemplo nos trabalhos de RIUNNO; MURELLI (1992), BUCHER; NAKAKURA
(1995), AKIAMA; MEDEIROS; SABBATINI (1997), mostrando ser de extrema
importância para a tecnologia de revestimento cerâmico o uso de argamassas
colantes flexíveis em situações de grandes solicitações de movimentação da
base. Para GOLDBERG (1998), as argamassas colantes devem apresentar
baixo módulo de elasticidade, ou seja, devem ter capacidade de suportar e
absorver as movimentações diferenciais entre as placas cerâmicas e a
base/estrutura, ou seja, dever ter flexibilidade adequada para estas situações.
3
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Um dos requisitos mais importantes para a durabilidade (manutenção da
aderência com o tempo) de revestimentos cerâmicos aderidos é a capacidade
que as argamassas de fixação apresentam de absorver deformações
diferenciais base-revestimento. Essa propriedade da argamassa pode ser
aferida pela sua flexibilidade e/ou módulo de deformação. Nos últimos anos, a
metodologia de ensaio vem sendo aperfeiçoada e os requisitos e critérios de
desempenho aos poucos foram sidos estabelecidos. Como resultado, a norma
EN 12002/03 foi proposta pelos países da Europa como uma forma de medir
essa propriedade.
RIUNNO e MURELLI (1992), concluíram após ensaios realizados pelo método
C.S.T.B. (atual EN 12002) que apesar de todos os produtos monocomponentes
testados serem descritos como flexíveis, somente 15-20% dos corpos de prova
apresentaram flexibilidade maior que as das argamassas convencionais. Ainda
segundo estes autores, as pastas de resinas, as argamassas com resina de
reação e as argamassas aditivadas com látex apresentaram uma vantagem
clara de flexibilidade em relação a outros tipos e conseqüentemente deveriam
ser os únicos designados realmente "flexíveis".
Conforme relatado por PORCAR (2006) depoimentos de fabricantes de
argamassas monocomponentes, questionam a reprodutibilidade do ensaio de
flexibilidade segundo a EN 12002, no entanto, estes fabricantes adotam baixos
teores de polímeros/cimento. Também neste trabalho esse autor cita a
experiência de sucesso da empresa Building Adhesives Ltd com mais de 40
anos, cujas argamassas colantes modificadas com látex são indicadas para
qualquer tipo de superfície e em revestimentos sujeitos a elevadas vibrações.
Segundo URBAN e TAKAMURA (2005), a aditivação com polímeros promove
uma ampla melhoria no desempenho das argamassas colantes, incluindo
melhoria de resistência de aderência, resistência à água, flexibilidade,
resistência ao impacto, resistência ao gelo-desgelo e trabalhabilidade. Os
polímeros ainda ajudam na promoção de adesão química em bases de difícil
aderência mecânica, como a madeira e placas cerâmicas vitrificadas ou
porcelanatos.
Para FELlXBERGER (2006), o uso de argamassas colantes modificadas com
materiais sintéticos é especialmente vantajoso no caso de fixação de peças
grandes, em bases novas, no caso de instalações em pisos radiantes ou no
caso de superfícies sujeitas à incidência de forte radiação solar.
Segundo URBAN e TAKAMURA (2005), testes realizados em institutos e
4
3 PROGRAMA EXPERIMENTAL
O programa experimental efetuado buscou identificar as modificações no
comportamento de argamassas colantes industrializadas com a aditivação de
resinas em emulsão. As variáveis adotadas no programa experimental foram
tipos de: argamassas colantes industrializadas, látex e de placas cerâmicas e
os teores látex-argamassa.
ARGAMASSA COLANTE
Para avaliar a modificação do comportamento das argamassas colantes, foram
utilizados diversos tipos de argamassas colantes industrializadas adquiridas em
lojas de materiais de construção das empresas/marcas: Eliane, Lafarge, Mar
Paulista, Quartzolit e Votomassa. Foram identificadas nos ensaios apenas com
siglas de A a E, não necessariamente, nesta ordem.
LÁTEX ACRíLICOS
Foram utilizados 7 tipos de látex acrílicos, das empresas BASF, Clariant,
Osvaldo Cruz, Quimicryl e Rohm and Haas, identificadas nos ensaios apenas
com siglas RA1 a RA7, não necessariamente nesta ordem, sendo que estes
5
PROCEDIMENTO DE ENSAIO
Foram avaliadas as combinações mais significativas para a análise das
modificações promovidas pelas aditivaçóes no comportamento das
argamassas colantes, buscando-se verificar o seguinte:
• Influência dos tipos de látices acrílicos na resistência de aderência e na
flexibilidade de argamassa colante
• Influência do látex no comportamento de flexibilidade de diferentes argamassas
colantes
• Influência da aditivação de argamassa colante nas resistências de compressão
e tração na flexão
• Influência da aditivação no módulo de deformação à tração de argamassa
colante
• Influência da variação do teor de aditivo no comportamento de flexibilidade de
argamassa colante
• Influência da aditivação de argamassa colante na resistência de aderência em
função do tempo de cura e tipo de placa cerâmica
• Influência da aditivação de argamassa colante na resistência de aderência à
tração utilizando placas de porcelanato
• Influência da aditivação de argamassas colantes no ensaio de tempo em
aberto
• Modificação na resistência de aderência à tração de argamassas colantes
aditivadas em função do tipo de cura
6
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Gráfico 4.6 - Gráfico do ensaio de resistência à tração na flexão para argamassas colantes
Conforme apresentado no gráfico acima, observa-se um aumento da
resistência à tração na flexão com o aumento do teor de polímero. A linha de
tendência apresentou-se na forma de uma reta. Pode-se afirmar que esse tipo
de resina apresentou compatibilidade com a argamassa colante. Aprofundando
mais a análise realizada através deste ensaio, ao traçar as curvas de Tensão x
deformação, conforme demonstram as três curvas no gráfico 4.7, nota-se que
com o aumento do teor polímero/argamassa, ocorrem simultaneamente
aumento de resistência à tração na flexão, maior capacidade de suportar
deformações e menor inclinação das curvas.
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PORCELANATO: - 0< ABS <= 0,5% Blla: 3%<ABS<=6%
Datas de cura e tipos de Placa cerâmica
Gráfico 4.10 - Gráfico de resistência de aderência com diferentes tipos de placas e tempo de
cura.
A avaliação neste conjunto de ensaio mostra que a aditivação de 5% de RA1
na argamassa FA-A ACI apresenta resultados semelhantes de resistência de
aderência mesmo em curtas idades, podendo ser uma característica positiva
da aditivação, uma vez que na prática há uma necessidade de essas
argamassas apresentarem resistência inicial alta, pois as solicitações no
revestimento são imediatas. Observa-se também que o tipo de absorção de
placa cerâmica (abaixo de 0,5% ou entre 3 a 6%) não interferiu no resultado de
aderência.
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5 CONCLUSÃO
Através dos ensaios e levantamento bibliográfico apresentados é possível
concluir que a aditivação de látex acrílicos em argamassas colantes pode
melhorar o desempenho destas, principalmente quanto à flexibilidade. No
entanto, deve ser ressaltado que nem todos os látex acrílicos apresentam as
mesmas tendências de comportamento. Como exemplo pode-se ressaltar a
diferença na flexibilidade de argamassas aditivadas com resinas de diferentes
temperaturas de transição vítrea.
Devido à importância da flexibilidade das argamassas colantes para aplicações
específicas em que esta propriedade é de essencial para garantir durabilidade
e adequada vida útil dos revestimentos, esta propriedade deveria ser exigência
de norma. Desta forma, facilitaria aos especificadores indicarem uma
argamassa flexível, pois deixariam de ser apenas menção "flexível" na
embalagem e passariam a ter requisitos e critérios universais. Dentro deste
contexto, a norma européia EN 12002 já apresenta um método de ensaio com
claro requisito e critério para classificar as argamassas de uso especial em
flexíveis e muito flexíveis.
Muitos problemas de desplacamento ocorrem em tempo bastante reduzido,
não satisfazendo um desempenho esperado de pelo menos metade da vida útil
do edifício, sendo uma das causas à perda de aderência devido ao processo
de fadiga. Esta perda de aderência, por sua vez, pode ser melhorada com
argamassa colante melhor dimensionada, ou seja, mais flexível e capaz de
absorver as deformações diferenciais da base.
A questão que fica é quão flexível deverá ser essa argamassa para suportar as
deformações da base e qual o teor de polímeros mais apropriado. A resposta a
essa questão não é simples, pode-se afirmar que as argamassas
monocomponentes ensaiadas que representam o mercado nacional, em ensaio
padronizado, não apresentaram valores adequados e que ao adicionar
emulsão acrílica em baixo teor (5% sobre o peso de materiais seco), obteve-se
uma melhora muito significativa neste quesito, superando os valores
estipulados em normas internacionais.
A capacidade de absorver tensões e deformação da base nem sempre é fácil
de ser mensurado. Os ensaios e resultados apresentados nos itens 4.3 e 4.4
pode diferenciar um método capaz de identificar melhoria de resistência à
tração e capacidade de absorver deformação em argamassas colantes com
diferentes teores e polímero.
17
6 REFERÊNCIAS BILBIOGRÁFICAS
GOLDBERG, R.P. Direct adhered ceramic tUe, stone and thin brick facades.
Technical Design Manual. USA: Laticrete International. 200p. 1998.
RIUNNO, V,; MURRELI. P. Cuan flexibles son los morteros "flexibles"? Anais
do 11 Congresso Mundial de la calidad dei azulejo y dei pavimento ceramico -
Qualicer 92. Castellon. Espanha. 1992. p. 474-793.