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1- Agostinho de Hipona (em latim: Aurelius Augustinus Hipponensis), conhecido

universalmente como Santo Agostinho, foi um dos mais importantes teólogos e filósofos nos
primeiros séculos do cristianismo, cujas obras foram muito influentes no desenvolvimento do
cristianismo e filosofia ocidental. Ele era o bispo de Hipona, uma cidade na província romana
da África. Escrevendo na era patrística, ele é amplamente considerado como sendo o mais
importante dos Padres da Igreja no ocidente. Suas obras-primas são De Civitate Dei ("A Cidade
de Deus") e "Confissões", ambas ainda muito estudadas atualmente. De acordo com Jerônimo,
seu contemporâneo, Agostinho "restabeleceu a antiga fé". Em seus primeiros anos, Agostinho
foi muito influenciado pelo maniqueísmo e, logo depois, pelo neoplatonismo de Plotino.
Depois de se converter ao cristianismo e aceitar o batismo (387), desenvolveu uma abordagem
original à filosofia e teologia, acomodando uma variedade de métodos e perspectivas de uma
maneira até então desconhecida. Acreditando que a graça de Cristo era indispensável para a
liberdade humana, ajudou a formular a doutrina do pecado original e deu contribuições
seminais ao desenvolvimento da doutrina da guerra justa. Quando o Império Romano do
Ocidente começou a ruir, Agostinho desenvolveu o conceito de "Igreja Católica" como uma
"Cidade de Deus" espiritual (na obra homônima) distinta da cidade terrena e material de
mesmo nome. "A Cidade de Deus" estava também intimamente ligada ao segmento da Igreja
que aderiu ao conceito da Trindade como postulado pelo Concílio de Niceia e pelo Concílio de
Constantinopla. Na Igreja Católica e na Comunhão Anglicana, Agostinho é venerado como um
santo, um proeminente Doutor da Igreja e o patrono dos agostinianos. Sua festa é celebrada
no dia de sua morte, 28 de agosto. Muitos protestantes, especialmente os calvinistas,
consideram Agostinho como um dos "pais teológicos" da Reforma Protestante por causa de
suas doutrinas sobre a salvação e graça divina. Na Igreja Ortodoxa, algumas de suas doutrinas
não são aceitas, como a da cláusula Filioque, do pecado original e do monergismo. Ainda
assim, apesar destas controvérsias, é considerado também um santo, sendo comemorado
como "Beato Agostinho" no dia 15 de junho.

2- Agostinho, predisposto pela fé materna, aborda o texto bíblico, mas é sua mente que não
pode penetrar no interior. Em outras palavras, a fé não é suficiente para acessar as
profundezas da revelação das Escrituras. Aos dezenove anos, ele mudou para o racionalismo e
rejeitou a fé em nome da razão. No entanto, pouco a pouco ele mudou de idéia até concluir
que razão e fé não estão necessariamente em oposição, mas que o relacionamento delas é
complementar. A fé é uma condição inicial e necessária para penetrar no mistério da
Cristianismo, mas não uma condição final e suficiente. A razão é necessária. Segundo ele, a fé é
uma maneira de pensar concordar e, se o pensamento não existisse, a fé não existiria. Então a
inteligência é a recompensa da fé. Fé e razão são dois campos que precisam ser equilibrados e
complementados. Razão e fé são dois elementos que Santo Agostinho liga inseparavelmente.
Há razão na fé e fé na razão. Ambos, como o conhecimento, têm um caminho com o mesmo
destino, Deus, e segundo o sábio esse caminho passa diretamente dentro do ser humano: sua
própria alma. A fé é fundamental no pensamento convertido da filosofia agostiniana. A fé, que
não exige justificativa externa para se explicar, é o fundamento da razão. Como ele explica em
Confissões, foi a inspiração divina que o levou a crer em si mesmo, e foi isso que acabou com
longos anos de dúvida e busca infrutífera pela verdade. Como os seres humanos são feitos à
imagem e semelhança de Deus (de acordo com o cristianismo) e mantêm em nós a "porção"
da divindade que é a alma, podemos encontrá-la em nós mesmos. É lá, dentro de nós, onde
encontraremos a base do conhecimento, conhecimento e verdade. Santo Agostinho fala do
que conhecemos como autoconfiança, que nada mais é do que percepções que vão além das
percepções sensíveis e do conhecimento que elas proporcionam. É encontrado desde o
começo no relacionamento do homem com Deus. A alma, que por sua razão natural conhece
as coisas, ela mesma e Deus, pode subir ao conhecimento das coisas eternas.

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