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Habilidades emocionais em crianças com TEA

O termo “autismo” foi utilizado pela primeira vez em 1943 pelo psiquiatra
austríaco Leo Kanner, que publicou um artigo com o seguinte título: Distúrbios
Autísticos do Contato Afetivo. Este artigo descreve o caso de onze crianças
com quadro de autismo. Embora o número de crianças autistas vem crescendo
cada vez mais, é uma patologia pouco conhecida por profissionais da
educação, bem como por demais profissionais que tem a responsabilidade de
lidar com o transtorno.

O objetivo da inclusão escolar é inserir crianças e adolescentes com diversos


graus de comprometimento cognitivo em escolas tradicionais, objetivando
acabar com o preconceito e estimular a socialização destes alunos com os
demais. No entanto, cabe ao professor a tarefa de educar os alunos com
autismo dentro da metodologia de ensino estabelecida, o que pode levar a
pensar que os professores não sejam capazes de suprir as necessidades
destes alunos.

Para evitar isto, o professor deve receber treinamento específico, teórico e


prático, para lidar com situações cotidianas envolvendo alunos com autismo,
para que possa gerenciar as dificuldades enfrentadas ao educar estes alunos.
Essa formação recebida é fundamental, pois ele é um dos principais
responsáveis pela formação pedagógica e inclusão de valores sociais do aluno
com autismo.

O transtorno do espectro autista (TEA) é uma síndrome neuropsiquiátrica


caracterizada por manifestações no comportamento, seguida de um déficit na
comunicação e interação social. Embora a sua etiologia seja desconhecida,
acredita-se que seja uma anomalia anatômica ou fisiológica do sistema
nervoso central.

Os portadores de TEA tem dificuldade em expressar seus sentimentos e em


compreender expressões emocionais de outras pessoas. A falta da capacidade
para imaginar qualquer coisa também é uma dificuldade dos portadores de
TEA.
O autismo é um transtorno mundial; cada vez mais o número de portadores
com essa patologia cresce. Segundo dados epidemiológicos mundiais, um a
cada 88 nascidos vivos apresenta TEA, sendo o sexo masculino mais
acometido.

Para se diagnosticar o autismo são necessárias entrevistas com os pais,


instrumentos específicos e observação da criança. O diagnóstico de TEA é
feito utilizando-se o DSM-V (Manual Estatístico e Diagnóstico da Associação
Americana de Psiquiatria), além de outros testes de rastreamento como, por
exemplo, a Escala de Classificação de Autismo na Infância e Indicadores
Clínicos de Risco para o Desenvolvimento Infantil.

As crianças diagnosticadas com TEA apresentam um grau maior da


incapacidade cognitiva e dificuldade no relacionamento interpessoal.
Consequentemente, exigem um cuidado diferenciado, incluindo adaptações na
educação formal e na criação como um todo. É necessários um cuidado
prolongado e com muita atenção por parte de todos os que convivem com a
criança.

No Brasil, o Ministério da Saúde publicou em 2013 uma Diretriz de Atenção à


Reabilitação da Pessoa com TEA, com o objetivo de identificar precocemente o
autismo em crianças com até os três anos de idade, capacitando os
profissionais da saúde na identificação e orientação aos parentes da criança.

Aspectos emocionais

Uma criança autista apresenta dificuldade na identificação e controle das


emoções; o contato visual, os gestos, as expressões faciais e corporais, podem
representar informações demais a serem processadas. Além disso, o
reconhecimento das emoções depende de informações dos olhos e da boca, e
muitas pessoas com autismo evitam o “olho no olho”, dificultando ainda mais
essa detecção das emoções.
A educação emocional é essencialmente aprendida no meio familiar. Isso quer
dizer que, por mais que a criança treine essa habilidade na escola ou no
convívio social, os pais serão as primeiras ferramentas para esse aprendizado,
ajudando e estimulando a criança ou adolescente a compreender e expressar
seus sentimentos, controlar as emoções, reagir corretamente a certas
frustações, desenvolver a auto estima, reduzir a ansiedade, controlar ataques
de ciúmes e agressividade.

O que podemos fazer para lidar com crianças portadoras de TEA.

 A criança com autismo consegue aprender rapidamente as


expressões de tristeza e alegria, mas pode ter dificuldades com
outros sentimentos, como medo, frustração, culpa, que podem ser
trabalhados através de histórias, desenhos e até situações cotidianas.
 Ajude-a a perceber características nos rostos que diferenciem as
emoções, como sorriso, cenho franzido, bochechas rosadas, olhos
arregalados, lágrimas…
 Ensine sobre empatia nas situações cotidianas. Por exemplo: “Seu
amiguinho esqueceu o lápis, vamos emprestar o nosso lápis para
ele?”
 Se a criança ficar frustrada ou ansiosa em alguma situação, você
pode desviar sua atenção no momento para evitar uma crise nervosa,
mas converse sobre o assunto quando ela estiver mais tranquila.
 Promova a auto estima da criança. Dê a ela responsabilidades
proporcionais às suas capacidades, elogie seus bons
comportamentos e trabalhos bem feitos, valorize os esforços,
demonstre confiança.
 Demostre respeito, apoiando e incentivando as realizações dela.

Emoção é um estado de reação de uma pessoa para outra ou para certa


situação.

A emoção é fundamental, pois ela faz parte da vida e está ligada a


comunicação. É através dela que podemos nos expressar, transmitir o que
sentimos, expressar sentimentos como dor, raiva, frustação, medo, entre outros
sentimentos que faz parte da vida. Por isso é necessário que o educador esteja
capacitado para saber melhor como lhe dar com essas crianças. Para isso é
necessário que o educador utilize meios de como se comunicar, buscando
diversas alternativas até encontrar aquela que a criança compreenda e
aprenda como expressar suas emoções.
Crianças e adolescentes portadores de TEA podem apresentar sintomas que
dificultem sua interação social e cognição; isto pode sobrecarregar
emocionalmente e fisicamente seus familiares, prejudicando sua qualidade de
vida.

Devido à falta de profissionais capacitados, tanto na área acadêmica quanto da


saúde, para identificar e lidar com crianças e adolescentes portadores de TEA,
o SUS implantou uma diretriz que objetiva a orientação a todas as pessoas em
contato com o portador de TEA para a identificar o quanto antes o portador de
autismo, pois assim esse paciente será tratado de maneira diferenciada,
trabalhando em cima de suas dificuldades, visando o acesso a atividades
educacionais, de lazer e entretenimento, com consequente ganho na saúde e
qualidade de vida desses indivíduos. A inclusão social dessas crianças é
fundamental, pois influencia diretamente na sua recuperação e na sua
qualidade de vida. Cabe aos profissionais estarem capacitados para atender
melhor essas pessoas.

O TEA é uma patologia que afeta a comunicação e não tem cura. É cada vez

maior o número de crianças portadora dessa doença. O profissional

educacional é quem estar em contato direto com essa criança e a capacitação

desse profissional é fundamental pois é ele quem irá determinar a melhora do

estado dessa criança. Além de trabalhar no desenvolvimento de suas

habilidades emocionais e melhora da sua qualidade de vida. promovendo uma

melhoria no seu estado clínico e emocional. Para que o desenvolvimento de

suas habilidades seja bem sucedida, é essencial a assistência prestada pela

equipe educacional a essa criança e a seus familiares; a equipe deve estar

capacitada para prestar uma assistência de qualidade, humanizada,

acolhendo-os, sanando suas dúvidas e prestando as devidas orientações sobre

o seu desenvolvimento emocional e rotinas a serem seguidas, antes e após a

inclusão dessa criança na sociedade. Por isso, a assistência educacional é de


extrema importância, pois tem influência direta na recuperação do paciente,

podendo representar a diferença entre o sucesso e o fracasso da sua condição

de vida.

O educador, por estar em contato direto com essa criança , pode contribuir de

diversas maneiras para o sucesso de sua melhora. A assistência educacional é

essencial, pois é o educador que , além de prestar informações e orientações a

seus familiares, irá definir as diretrizes a serem seguidas, ajudando-o na

recuperação e melhorando sua qualidade de vida.

A função da equipe de multidisciplinar se inicia antes mesmo da inclusão dessa

criança na sociedade, explicando o processo de inclusão a criança e a seus

familiares. É essencial informar que o desenvolvimento de suas habilidades

emocionais não é uma cura definitiva para o autismo, e sim uma terapia

alternativa que melhore seu estado. Para isso a família deve seguir as

recomendações necessárias para obter melhor resultado da sua melhora e

resultar em uma melhor qualidade de vida. Pois a inclusão dessa criança na

sociedade vai trabalhar nessa dificuldade de expressar seus sentimentos e

fazer com que essa criança saiba se comunicar com as ouras crianças, família

e tudo que conviver.

A equipe de multidisciplinar será responsável por acompanhar a evolução

dessa criança , administrando métodos alternativos que o ajude a saber se

comunicar. Além de observar seu comportamento e relatos familiares. deve

ficar atenta a qualquer sinal que indique uma possível complicação ; como

bater no coleguinha, ou quando estiver muito irritado; aí cabe o educador

tranquilizá-lo e contorna a situação de modo a fazer entender a como lhe dar

com os seus sentimentos.


A compreensão emocional é uma componente-chave da competência

emocional, que se tem vindo a constatar ser importante para um melhor

entendimento do desenvolvimento infantil.

A expressão emocional assume um papel central na competência emocional.

Essa componente refere-se à habilidade para moderar emoções negativas e

potenciar emoções positivas, sem reprimir ou exagerar a informação que elas

transmitem (Mayer & Salovey, 1997). A expressividade positiva assume um

papel fundamental na iniciação e na regulação das interações sociais,

enquanto o afeto negativo pode comprometer a qualidade da interação com os

pares (Denham et al., 2003).

O autismo é um transtorno muito complexo e que envolve o desenvolvimento


comportamental, com diferentes etiologias e que se manifesta de maneira
diferente e gravidade variado.

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