POLICY BRIEF pág.
Acesso global à eletricidade: A
cooperação e esforços na África
Subsaariana
Visão geral
Após uma década de progresso
constante, a taxa global de
acesso a eletricidade atingiu
89% e 153 milhões de pessoas
obtiveram acesso à eletricidade
a cada ano. No entanto, o maior
desafio permanece nas áreas
mais remotas do mundo e na
África Subsaariana, onde 573
milhões de pessoas ainda vivem
no escuro.
Este documento resume os
dados mais recentes sobre
fornecimento de energia
elétrica, explora indicadores em
comparação com Portugal e
economias expertas no campo,
examina as consequências para
atingir os SDG e especificamente Dados:
a meta 7 de Desenvolvimento Na África Subsaariana, o
Sustentável que é garantir acesso acesso à eletricidade está
a energia acessível, confiável, aumentando e a eficiência
sustentável e moderna para todos no uso de energia está
e explora possíveis estratégias de melhorando, mas o
cooperação para a inclusão de abundante potencial de
energia elétrica nos países da energia renovável da região
◀
África subsaariana nos próximos permanece em grande
anos. parte inexplorado.
Em Maio de 2016, durante
*SDG – Sustainable Development Goal. Os 17
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são o 107 horas ou quase 4 dias
melhor plano do mundo para construir um mundo consecutivos, Portugal
melhor para as pessoas e nosso planeta até 2030
funcionou à base de chuva
e de vento.
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Horizonte temporal
TimeLine
No ano de 1990 só o 72% da população global e
17% da população da África subsaariana tinha
acesso à eletricidade. Depois de uma década a
proporção da população global com acesso à
eletricidade aumentou constantemente, chegou
ate o 79% em 2000 e passou ate o 85% em 2012.
Ainda assim, 1,1 bilhão de pessoas estavam sem
esse valioso serviço.
Figura 1 Percentagem de População global e na África
Subsaariana com acesso a energia elétrica no período 1990 –
2017
Fonte: Banco Mundial
●● Desde 2012 somente aumento em apenas 0,3
pontos percentuais para o 2014. Isso significa
que 1,06 bilhão de pessoas, predominantemente
moradores da zona rural, ainda funcionam sem
eletricidade. Metade dessas pessoas vive na
África Subsaariana.
●● Finalmente, a taxa global de eletrificação
conseguiu atingir o 87% em 2015, mas com um
aumento acelerando chegou a 89% em 2017
enquanto a África subsaariana chegou até o
44% no mesmo ano. No entanto, cerca de 840
milhões de pessoas em todo o mundo ainda
não têm acesso à eletricidade.
●● Os fluxos financeiros internacionais para os
países em desenvolvimento em apoio à
energia limpa e renovável atingiram US $ 18,6
bilhões em 2016, quase o dobro dos US $ 9,9
bilhões em 2010.
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Benchmarking
Nesta secção identifica-se as boas práticas e
lições de países líderes na aquisição de energia
elétrica e atualmente relacionados à expansão da
geração de energia elétrica de fontes renováveis.
Para esta análise é importante ter em conta que a
variedade socioeconômica é enorme. A riqueza
demográfica, geográfica, produzida (PIB) e o acesso
a características de eletricidade influenciam a taxa de
eletrificação.
Enquanto muitos países desenvolvidos, que
geralmente têm 100% da população com acesso à
eletricidade como por exemplo Portugal, procuram
uma matriz energética mais limpa, impulsionada por
compromissos internacionais assumidos em relação
à redução de emissões de GEE (Gases do Efeito
Estufa), alguns países no desenvolvimento, procuram
tecnologias renováveis para aumentar o acesso à
eletricidade, como no caso da África do Sul e da
Índia, onde, respetivamente, 14% e 21% da
população ainda não têm acesso à eletricidade.
●● O seguinte gráfico mostra a comparação de
acesso a eletricidade de Portugal com respeito a
África Subsaariana que até a atualidade não
atinge o 100% de acesso.
Figura 2 Indicador de acesso a eletricidade Portugal vs. África
Subsaariana
Fonte: Banco Mundial
●● Enquanto países como a Índia e os EUA que já
solucionaram o acesso a energia elétrica agora
promovem a instalação de geração distribuída,
principalmente fotovoltaica, em prédios do
governo, como forma de apoiar o
desenvolvimento do mercado. Exemplo que para
África seria uma boa opção considerando que
tem o sol como fonte natural de energia.
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▶▶ O setor de energia é um dos mais
estratégicos e competitivos para qualquer
economia do mundo. Longe de operar como
mercado livre, sua característica são pesados
subsídios e é objeto de vários acordos
internacionais. Nesse cenário, é praticamente
impossível que novas fontes de energia surjam
e cresçam sem receber apoio político e
econômico adequado. Por isto a importância
dos incentivos que apoiem os investimentos
publico e privados nesta região que por muito
tempo tem sido excluída do mundo em termos
de sustentabilidade.
Descrição dos instrumentos de
implementação e avaliação
As ferramentas que mais podem ajudar neste
tema sem dúvida são os dados. O acesso a mais e
melhores dados ajuda a informar políticas e a
direcionar ações de políticas. Enquanto isso, o
planejamento geoespacial tornou-se uma maneira
acessível para policymakers e gerentes de serviços
públicos projetarem roteiros de eletrificação e
identificar opções de menor custo.
O Banco de Dados de Eletrificação Global do
Banco Mundial compila dados de pesquisas
domésticas representativas nacionalmente e,
ocasionalmente, dados do censo, de fontes que
remontam a 1990.
Outro bom instrumento é a simulação da demanda
de eletricidade nesta região do continente africano,
onde se identificam os maiores obstáculos na
demanda que incluem acesso limitado aos mercados,
suprimento não confiável, acesso deficiente à
informação, acesso inadequado a capital e
financiamento e falta de equipamentos acessíveis.
As medidas incluem treinamento e
conscientização do usuário final, mecanismos para
disponibilizar aparelhos eficientes em termos de
energia e preços acessíveis, financiamento adequado
e serviços de consultoria empresarial.
Finalmente a avaliação realiza-se mediante o
calculo da mudança anual no acesso, quer dizer, a
diferença entre a taxa de acesso no ano 2 e a taxa no
ano 1, dividida pelo número de anos para anualizar o
valor.
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Discussão de resultados/expectativas
Uma grande alternativa para a África subsaariana
seria o uso de energias renováveis para completar o
100% do acesso da energia elétrica, principalmente,
a energia solar devido a que o espaço para
expansão do setor solar na África subsaariana é
gigantesco.
Uma principal motivação e que existe uma forte
redução nos custos de geração de eletricidade a
partir de fontes de energia renováveis. Seu principal
motivador é, sem dúvida, a redução dos custos de
tecnologia.
Como desafio principal é a obtenção de
investimentos que se poderia conseguir seguindo o
exemplo dos países mais avançados com a
colaboração dos governos, os quais baseiam-se
principalmente em políticas públicas de incentivo,
como benefícios fiscais e mecanismos reguladores
eficientes.
Além das políticas regulatórias, vários países
forneceram fundos públicos, através de empréstimos
subsidiados ou incentivos fiscais, para aumentar o
investimento na implementação de energia
renovável.
Estima-se que seja necessário triplicar a taxa de
crescimento econômico da África para 3,2% em 2018
para alcançar o Desenvolvimento Sustentável.
Mais Informação
●● Access to electricity (The World Bank)
●● Plano Nacional de Acção para as
Energias Renováveis ao Abrigo da
Directiva 2009 Portugal
●● Report of the Secretary-General
Special edition: progress towards the
Sustainable Development Goals
●● Dimitriou, Aikaterini &
Kotsampopoulos, Panos &
Hatziargyriou, Nikos. (2014). Best
practices of rural electrification in
developing countries: Technologies
and case studies.
10.1049/cp.2014.1658.
●● Estrutura global de indicadores para
os Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável e os objetivos da
Agenda 2030 para o
Desenvolvimento Sustentável
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