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ORGASMO

Astuta,
põe-se catatônica,
em estado de delírio;
Delirante: eu tenho mãos!
A pouca lucidez troveja soturna,
o afã de amar-se - puta e meio solitária.
O asco: medo de soltar grito, o corpo-húmus;
Desiste,
estala dois dedos,
chega-se meio tímida.
O vão: atrito, pudor, prazer...
Séria, seríssima, meio tonta, doida.
Ela quer: agora sim, agora tudo vai, lá...
Ui! Que diabos, aprochega-se e logo se vai;
Respira,
sensível e mística;
Uma última vez: calor!
Ela é tudo tudo, ama Marcela.
Pouco criteriosa, madre Luciana;
Um frescor, um arrepio, os beijos dela,
os toques lunáticos, a raiva, o tédio da hora.
Agora: que há? Me deixa, vou com André, o ponto
turgido, mágico, melífluo, medroso, bebezão... tudo
certo, eu tenho que te dar amor, tenho que fazer-te
minha, minha e só minha. Agora: frágil consentâneo
pendor de fazer matéria em átomos de carbono
uma luz é poeira e o álcool é saturado do mel de
Marina e Antônio fuga fada fulgor um filho e... deus-
cristo, sim.

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