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Aula 04 ­ Organização Administrativa e Teológica E o Ofício Papal

Como estão vocês?

Bem  vindos  amais  uma  aula!  Hoje  nosso  tema  é  a  organização  administrativa  e 
teológica  e  o  ofício  papal.  Para  o  desenvolvimento  desse  conteúdo,  definimos  os 
seguintes objetivos:

Introduzir o campo de estudo chamado patrística;
Compreender a formação do governo episcopal;
Saber as controvérsias teológicas discutidas nos concílios;

Conhecer a respeito do oficio papal;
Aprender o processo de eleição;
Compreender a importância do seu papel.

Boa aula e ao trabalho!

À  medida  que  avançamos  na  história  do  cristianismo,  percebemos  a  importância  dos 
primeiros séculos da igreja, que nos expõe os diversos acontecimentos desse período 
como fundamental para a formação da igreja cristã.

Chegamos  a  uma  fase  de  grande  riqueza  para  o  pensamento  teológico  da  igreja. 
Seremos  introduzidos  à  patrística  ou  estudo  dos  pais  da  igreja.  Vamos  saber  como  o 
governo episcopal foi formado. Aprenderemos a respeito dos concílios ecumênicos, que 
reuniram a fim de corrigir os erros doutrinários que ameaçam os fundamentos da fé da 
igreja.

Espero que você tenha uma boa experiência de estudo!

1 ­ OS PAIS DA IGREJA
A  palavra  pai  aplicava­se  àquele  que  era  mestre.  Normalmente,  os  mestres  eram 
consideravam como pais de seus alunos. O ofício de ensinar era incumbido pelo bispo, 
e  veio  a  se  tornar  extensivo  aos  escritores  eclesiásticos  que  terminavam  por  serem 
reconhecidos como representantes da tradição da igreja. 

Os pais da igreja eram reconhecidos mediante critérios, como: ortodoxia da doutrina, 
vida de santidade, aprovação eclesiástica e o período da sua existência, nesse caso a 
antiguidade.  Quando  os  pais  falam  de  doutrinas,  falam  como  doutrinas  que  são 
universalmente  reconhecidas.  Aceitamos  seus  ensinamentos  porque  dão  testemunho 
de que, em seu tempo todos os cristãos de todas as localidades, as professavam. Os 
pais não falavam de suas opiniões pessoais.

Os  pais  da  igreja,  portanto,  representam  os  escritores  cristãos  a  partir  do  século  I  e 
princípio  do  século  II,  cujos  ensinamentos  podem  ser  considerados  como  elo  bem 
direto  da  pregação  dos  apóstolos,  a  quem  os  pais  conheciam  diretamente.  Daí,  a 
importância  que  recebem  seus  escritores  como  parte  da  tradição  da  igreja, 
considerada como fonte de fé, especialmente no Cristianismo Ortodoxo, Romano e em 
parte Protestante.

O  período  dos  pais  da  igreja,  também  chamado  de  patrística,  durou  vários  séculos. 
Dentre seus muitos representas, vamos estudar: Atanásio, Jerônimo e Agostinho.

a) Atanásio ­(295­373), Bispo de Alexandria, Egito

Destacou­se  como  símbolo  da  ortodoxia  cristã  frente  aos  ensinamentos  heréticos  dos 
arianos.  Como  teólogo  desenvolveu  a  doutrina  fundamental  da  defesa  do  Filho, 
consubstancial  com  o  Pai,  chamada  de  homoousios.Ele  é  um  dos  precursores  da 
doutrina da Trindade. Dentre suas muitas obras, desçam: Discursos contra os Arianos, 
Encarnação e Vida de Santo Antonio, um dos primeiros monges do oriente.

b) Jerônimo – (342­420), Tradutor e Comentarista Bíblico.

Natural de Veneza, Itália. , Jerônimo após o seu batismo, viajou para Antioquia, onde 
se tornou monge e estudou hebraico. Passou grande parte da vida em Jerusalém, onde 
se  dedicou  a  tradução  das  Escrituras  para  o  Latim.    A  tradução  de  Jerônimo  é 
conhecida como Vulgata Latina e é usada até hoje pela Igreja Católica.
 

c) Agostinho – (354­430), Teólogo da Graça.

  “Fizeste­nos,  Senhor,  para  ti,  e  o  nosso  coração  anda  inquieto  enquanto  não 
descansar em ti.”

Agostinho  nasceu  no  norte  da  África,  onde  hoje  está  a  Algéria.  Agostinho  foi  sem 
dúvida  a  maior  mente,  entre  todos  os  pais  da  igreja  do  ocidente,  e  uma  das  figuras 
chaves em toda a história da teologia cristã.

Confissões é a história de sua vida, especialmente sua conversão, é uma autobiografia 
espiritual,  considerada  uma  jóia  da  literatura  universal.  Outras  tantas  obras  inclui 
ainda  A  Cidade  de  Deus,  escrita  como  resposta  à  destruição  de  Roma  em  410  pelos 
visigodos, a obra concebia a história como a história das duas cidades, a de Deus e do 
homem.  Roma  caiu,  assim  como  cairão  todas  as  cidades  do  homem,  pois  ela  era 
pecaminosa,  idólatra  e  rebelde.  Apenas  a  cidade  de  Deus  triunfará.  A  Trindade  é  um 
dos  maiores  tratados  teológicos  escritos  por  ele,  obra  que  marca  a  elaboração  da 
doutrina trinitária.

Agostinho  desenvolveu  muitos  temas  de  estudos  como:  a  fé  e  as  obras,  a  graça, 
predestinação, matrimonio, sacramentos, dentre tantos outros.

2 ­ O EPISCOPADO
A função episcopal surgiu no seio da igreja em decorrência da perseguição imperial e 
também das heresias que confrontavam o Cristianismo.

Na igreja antiga, o pensamento sobre a sucessão apostólica vinha sendo desenvolvido 
como  uma  forma  de  governo  eclesiástico  que  por  volta  do  século  II,  encontra  em 
Roma,  capital  do  Império  o  lugar  para  quem  seria  o  líder  representativo  da  maior 
igreja cristã de então.

Por sucessão apostólica, entendia­se que Pedro havia recebido de Cristo uma posição 
de primazia entre os demais apóstolos, quando Cristo faz afirma: “Também eu te digo 
que  tu  és  Pedro,  e  sobre  esta  pedra  edificarei  a  minha  igreja,  e  as  portas  do  inferno 
não prevalecerão contra ela.” Mateus 16:18. Pedro, que tinha recebido a comissão de 
pastorear  as  ovelhas  de  Cristo,  conforme  João  21:15­19,  foi  segundo  a  tradição  da 
igreja, o primeiro bispo de Roma.

A igreja de Roma recebia muita evidencia, também pela crença de que Paulo e Pedro, 
dois  importantes  apóstolos  de  Jesus  Cristo,  foram  em  Roma,  como  conseqüência  das 
perseguições  imperiais.  De  todas  as  epístolas  que  escreveu  Paulo,  endereçou  a  mais 
extensa delas aos cristãos de Roma.
Entre os pais da igreja, Clemente, Irineu, Inácio e Cipriano costumavam expressar em 
seus escritos, a importância do governo episcopal e relevância da igreja de Roma.

Os  centros  cristãos  foram  transformados  em  sedes  episcopais,  como:  Roma, 
Constantinopla, Alexandria, Antioquia e Jerusalém. Cada cidade contava com um bispo 
metropolitano.

Com  o  tempo  o  bispo  de  Roma  ganhou  maior  atenção  em  relação  aos  demais.  Isso 
aconteceu pelo fato de Roma ser a capital do Império. Sempre que havia uma disputa, 
costumava­se  apelar  para  o  bispo  de  Roma.  Ademais  se  acreditava  na  sucessão 
apostólica.  Se  Pedro  tinha  sido  o  primeiro  Bispo,  ou  Papa,  então,  qualquer  bispo  em 
Roma, seria naturalmente sucessor de Pedro.

3 ­ OS CONCÍLIOS DA IGREJA
O  primeiro  concílio  geral  da  igreja  aconteceu  no  ano  50  em  Jerusalém  ,  que  época 
discutiu a respeito das leis judaicas que vinham sendo impostas sobre os cristãos. Ao 
longo  dos  séculos,  a  igreja  reuniu­se  ainda  diversas  vezes  para  discutir  assuntos  de 
relevância doutrinária, nos chamados concílios ecumênicos.

Dentre  os  vários  concílios,  iremos  estudar  alguns  dos  mais  marcantes  nos  primeiros 
séculos da igreja.

1) Concílio de Nicéia (325)

Quem é Jesus Cristo?

Cerca  de  300  bispos,  se  reuniram  para  discutir  a  respeito  da  Controvérsia  Ariana.   
Ário, presbítero na região de Alexandria, Egito, ensinava que Cristo era um ser criado. 
E não que Ele fosse da mesma substância que o Pai.  Para ele, Cristo não era eterno, e 
sim o primeiro ser criado por Deus.  Ário dizia: “o Filho tem princípio, mas Deus não.”

Seus  ensinamentos  apresentavam  Cristo,  como  se  fosse  um  Deus  inferior.  Crendo 
dessa  maneira,  Jesus  Cristo  possuía  a  mesma  essência  divina  e  nem  a  existência 
eterna com o Pai. 

A controvérsia ariana trazia em si mesma uma grande ameaça para a Igreja.  Por volta 
do  ano  321,  o  Bispo  de  Alexandria,  Alexandre  já  tinha  convocado  um  sínodo  para 
condenar a doutrina ariana.

Um  dos  pais  da  igreja,  o  Bispo  Eusébio  de  Nocomédia,  apoiava  os  ensinamentos 
arianos.  Tal atitude criava incentivava um clima de divisão entre a liderança da igreja.

O  assunto  era  tão  sério,  que  o  próprio  Imperador  Constantino,  envolveu­se  na 
questão.  Para  o  imperador  não  era  interessante  ver  uma  divisão  na  igreja,  isso 
respingaria no Império também.

Depois  de  tentativas  frustradas  em  torno  do  assunto,  o  Imperador  Constantino 
convocou o Concílio de Nicéia, que contou com a presença de 300 bispos, procedentes 
do Oriente e  apenas 6 do Ocidente. Constantino esteve presente também.

O  Concílio  de  Nicéia  significou  um  grande  triunfo  da  doutrina  da  igreja,  que  definiu  a 
divindade  do  Verbo,  empregando  um  termo  grego  que  expressa  de  modo  inequívoco 
sua relação com o Pai: HOMOOUSIOS = CONSUBSTANCIAL.

O Credo de Nicéia

Cremos  em  um  só  Deus,  Pai  Todo  –  Poderoso  criador  de  todas  as  coisas,  visíveis  e 
invisíveis.  E  em  um  só  Senhor  Jesus  Cristo,  o  Filho  de  Deus,  unigênito  do  Pai,  da 
substancia do Pai; Luz de Luz, Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial ao 
Pai;  por  quem  foram  criadas  todas  as  coisas  que  estão  no  céu  e  ou  na  terra.  O  qual 
por nós homens e para nossa salvação, desceu (do céu), se encarnou e se fez homem. 
Padeceu e ao terceiro dia ressuscitou e subiu ao céu. Ele virá novamente para julgar os 
vivos e os mortos. E (cremos) no Espírito Santo.

E quem quer que diga que houve um tempo em que o Filho de Deus não existia ou que 
antes que fosse  gerado  ele  não  existia,  ou  que  ele  foi  criado  daquilo que não existia, 
ou  que  ele  é  de  uma  substancia  ou  essência  diferente  (  do  Pai),  ou  que  ele  é  uma 
criatura,  ou  sujeito  à  mudança  ou  transformação,  todos  os  que  falam  assim,  ao 
amaldiçoados pela Igreja Católica e Apostólica.

O  Concílio  de  Nicéia  chegou  a  seguinte  conclusão:  “Cristo  é  Plenamente  Deus,  e  foi 
Feito Homem.” O Concílio aprovou o Credo Niceno que passou a orientar a teologia da 
igreja.  Ário  e  seus  simpatizantes  foram  condenados  a  viverem  no  exílio.    Contudo,  a 
doutrina  ariana  não  desapareceu.  Com  os  anos,  muitos  de  seus  pregadores 
regressaram ao convívio da igreja.

Concílio de Nicéia

                                                                                         
2) Concílio de Constantinopla (381) 

Constantinopla/Istambul

Quem é o Espírito Santo?

Dessa vez os bispos se reúnem para corrigir os ensinamentos errôneos com respeito à 
pessoa do Espírito Santo. Macedônio, bispo de Constantinopla,  ensinava que o Espírito 
Santo  era  “ministro  e  servo”no  mesmo  nível  dos  anjos.  Cria  que  o  Espírito  Santo  era 
uma  criatura  subordinada  ao  Pai  e  ao  Filho.  Seu  pensamento  negava  a  verdadeira 
divindade  do  Espírito  Santo  que  seria  tão  maléfica  à  doutrina  do  Espírito  Santo  como 
foram os ensinamentos heréticos dos arianos com respeito a Cristo.

O Concílio de Constantinopla  aumentou e adaptou o Credo de Nicéia, desenvolvendo 
em  particular  os  ensinamentos  a  respeito  do  Espírito  Santo,  de  quem  afirmava  ser 
Deus da mesma forma que o Pai e o Filho o são: "que procede do Pai e com o Pai e o 
Filho recebe a mesma adoração e a mesma glória”.

Credo Niceno – Constantinopolitano

Creio em um só Deus, Pai todo­poderoso, Criador do céu e da terra, de todas as coisas 
visíveis e invisíveis.

Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus,

nascido  do  Pai  antes  de  todos  os  séculos:  Luz  da  Luz,  Deus  verdadeiro  de  Deus 
verdadeiro, gerado não criado, consubstancial ao Pai.

Por Ele todas as coisas foram feitas. E, por nós, homens, e para a nossa salvação,

desceu  dos  céus:  e  encarnou  pelo  Espírito  Santo,  no  seio  da  Virgem  Maria,  e  se  fez 
homem.
Também  por  nós  foi  crucificado  sob  Pôncio  Pilatos;  padeceu  e  foi  sepultado. 
Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as escrituras; E subiu aos céus,

onde está sentado à direita do Pai. E de novo há de vir, em sua glória, para julgar os 
vivos e os mortos; e o seu reino não terá fim.Creio no Espírito Santo,

Senhor que dá a vida e procede do Pai; e com o Pai  é adorado e glorificado:

Ele que falou pelos profetas.

Creio  na  Igreja  Una,  Santa,  Católica  e  Apostólica.Professo  um  só  batismo  para
remissão dos pecados.Espero a ressurreição dos mortos;E a vida do mundo que há de 
vir.

Amém.

3) Concílio de Calcedônia (451)

Monofisismo

Calcedonia  situava  frente  à  Constantinopla,  sobre  o  Bósforo.  Ali  se  reuniu  o  Concílio, 
convocado  pelo  Imperador  Marciano  no  ano  de  451,  para  tratar  a  respeito  da 
controvérsia  eutiquiana.    Tratava­se  de  uma  controvérsia  cristológica  que  discutiu 
sobre  as  duas  naturezas  de  Jesus  Cristo.  O  Concílio  terminou  por  condenar  o 
monofisismo promovido por Eutico.

Eutico,  um  antigo  monge  da  igreja,  negava  que  Jesus  Cristo  existira  em  duas 
naturezas  depois  da  encarnação.  Seus  ensinamentos  levaram  a  igreja  a  reunir­se  em 
Calcedônia  para  discutir  o  assunto.    O  Concilio  decidiu  que  em  Cristo  há  duas 
naturezas,  a  humana  e  a  divina,  unidas  em  uma  só  pessoa.  Eutico  foi  condenado  no 
Concílio.

O  Concílio  foi  reunido  para  discutir  e  decidir  a  respeito  das  duas  naturezas  de  Jesus 
Cristo.    Considerado  um  dos  maiores  concilio  desde  então,  400  bispos  se  fizeram 
presentes.

O  Concílio  proclamou  Jesus  Cristo,  como  Deus  e  homem  existente  numa  só  pessoa.   
Essa  união  é  miraculosa,  de  modo  que  nenhuma  natureza  é  danificada,  diminuída  ou 
enfraquecida.  As  duas  naturezas  são  inconfundíveis,  imutáveis,  indivisíveis,  e 
inseparáveis. ( Wayne Grudem)

Conclusão de Calcedônia

"Fiéis  aos  santos  pais,  todos  nós,  perfeitamente  unânimes,  ensinamos  que  se  deve 
confessar  um  só  e  o  mesmo  Filho,  nosso  Senhor  Jesus  Cristo,  perfeito  quanto  à 
divindade e perfeito quanto à humanidade, verdadeiramente Deus e verdadeiramente 
homem,  constando  de  alma  racional  e  corpo;  consubstancial  ao  Pai,  segundo  a 
divindade, e consubstancial a nós, segundo a humanidade... Um só e o mesmo Cristo, 
Filho,  Senhor,  Unigênito,  que  se  deve  confessar  em  duas  naturezas,  sem  confusão, 
sem mudança, sem divisão, sem separação..."
 

Desde Calcedônia, portanto, a igreja passou a ensinar que Jesus é uma divindade não 
diminuída  e  uma  humanidade  perfeita  unidas  numa  pessoa,  sem  qualquer  confusão 
das duas naturezas. Jesus Cristo é o Deus – homem!

Mapa dos Concílios

Muita coisa, não é mesmo?!

Sugiro que você faça uma pausa para uma música.

Você já ouviu um Canto Gregoriano?

Já  que  estamos  falando  do  passado,  sugiro  que  você  entre  no  clima  ouvindo  dois 
cantos gregorianos (ou canto sacro) – um tipo de música surgido na época medieval. 
Nele, a música é apenas cantada, sem acompanhamento instrumental.

https://www.youtube.com/watch?v=lfwuZaf6WXw

https://www.youtube.com/watch?v=8DvwUPCPnKo

Bom,  até  agora  vimos  personagens  emblemáticos  –  Atanásio,  Jerônimo,  Agostinho  ­   


que viveram num tempo bastante distante da atual agitação do século XXI.

Passemos,  então,  a  uma  figura  mais  contemporânea  e  que  deve  ser  familiar  (pelo 
menos de ouvir falar)a todos nós: o papa. E um papa latino­americano e nosso vizinho 
bem próximo, já que ele é da Argentina.

O papa desempenha um papel de grande importância na Igreja Católica, afinal ele é o 
seu maior pastor. Porém, a sua influência ultrapassa os portões do Vaticano.  O papa 
faz parte da agenda de muitos presidentes de nações ao redor do mundo.  Líderes de 
outras religiões têm dialogado frequentemente com os papas.

Pergunto  a  você:  O  que  leva  alguém  como  o  papa  a  fazer  parte  dia  a  dia  de  tanta 
gente? 

Há  um  artigo  muito  interessante  sobre  o  papado.  O  autor  discute  questões  como  a 
origem, a evolução histórica e o significado atual do papado.

Dê uma conferida no texto!

 O papado: sua origem, evolução histórica e significado atual, Alderi S. de Matos

<http://www.mackenzie.br/6933.html>

Papa Francisco: Jorge Mário Bergolio (1936)

O termo “Papa” vem do grego e significa “pappas”, que quer dizer pai. O título de papa 
foi dado ao Bispo de Roma, desde os tempos antigos, pelo famoso Tertuliano (cerca do 
ano  220),  como  consta  em  seu  livro:  De  Pudicitia,  onde  se  pode  ler:  “Benedictus 
Papa.” Ao final do século IV, a palavra Papa já era bem usada para referir­se ao Bispo 
de Roma.

O  ofício  do  papado  teve  uma  evolução  gradual.  Apareceu,  primeiramente,  como 
potência mundial ao redor do século VI,  alcançou seu apogeu no século XIII e assim 
tem sido até o presente.

O  historiador  alemão  Hans  Kung  aponta  como  primeiro  papa  a  Leão  I  (440­461).  Ele 
identifica  Leão  I  como  um  grande  teólogo  e  advogado,  e  também  pregador  zeloso  e 
pastor,  e  um  homem  de  estado.  Segundo  ele,  a  maioria  dos  historiados  concordam 
que o papado começa com Leão I.  Também é Leão I o primeiro a fazer uso do título, 
“pontifex maximus.”

Sua importância histórica é de fato grande Leão I enfrentou a Atila, Rei dos Unos, que 
tinham  invadido  Roma.  Após  um  rápido  período  de  paz,  os  vândalos  voltaram  e 
saquearam  Roma.  Ainda  assim,  Leão  I  procurou  convencê­los  de  não  incendiar  a 
cidade  e  nem  massacrar  seus  habitantes.  Roma,  contudo  não  pode  resistir  aos 
ataques.  Em  476,  a  capital  do  Império  Romano,  sucumbiu  nas  mãos  dos  invasores 
bárbaros.
Nesse  período  conturbado  de  desintegração  do  Império  Romano  Ocidental  e  das 
controvérsias  teológicas  no  Oriente,  Leão  I,  esforçou­se  para  preservar  a  unidade  da 
Igreja,  e  proteger  sua  integridade  teológica.    Baseado  em  Mateus  16:18,  Leão  I 
sempre  defendeu  a  primazia  do  Bispo  de  Roma,  sobre  todos  os  demais.    Após  sua 
morte, Leão I, foi o primeiro papa a ser sepultado na Basílica de São Pedro em 461.

Eleição Papal

No entanto, o papado como é conhecido, surgiu provavelmente em 590 dC, na Idade 
Média. Gregório I, chamado o Grande, era Bispo de Roma.  A história revela Gregório 
(540­604DC),  como  uma  pessoa  honrada  por  sua  bondade,  vida  irrepreensível  e 
austera.

Gregório  foi  reconhecido  por  sua  habilidade  administrativa  na  organização  e  governo 
da  igreja.  Considerado  um  dos  maiores  papas  da  igreja,  Gregório  tornou­se  modelo 
perfeito de como se governa a Igreja. Gregório foi um grande líder eclesiástico, atribui­
se  a  ele  a  padronização  da  liturgia  e  a  introdução  do  canto,  chamado  gregoriano  na 
Igreja de Roma. O movimento missionário foi também promovido por Gregório, quem 
primeiro evangelizou as tribos bárbaras da antiga Alemanha, chegando até mesmo na 
longínqua Inglaterra.

Papa Gregório Magno (540­ 604)
 

Mesmo  que  tenha  recusado  ser  chamado  bispo  universal,  Gregório  conseguiu  o 
reconhecimento  de  sua  autoridade  além  das  fronteiras  do  patriarcado  ocidental, 
seguindo assim em direção ao domínio universal, que fez do papado o que veio a ser 
na Idade Média. 

Basílica de São Pedro  ­ Vaticano

CONCLUSÃO
Na aula de hoje, tivemos uma rápida introdução à patrística, ou pais da igreja. Eles são 
considerados  os  primeiros  teólogos  do  Cristianismo.  A  igreja  estabeleceu  a  forma  de 
governo  episcopal  na  crença  da  sucessão  apostólica  de  Pedro.    A  igreja  reuniu­se 
diversas  os  concílios  ecumênicos  para  discutir  a  respeito  de  erros  doutrinários  que 
ameaçam  seus  ensinamentos.    Como  resultado  os  Credos  foram  aprovados  como  as 
conclusões doutrinárias da igreja.

Creio que produzimos muito hoje.

Não deixe de ler e reler o conteúdo apresentado e o sugerido, ok!

Até a próxima aula!

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