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Guillaume Petit é um jovem fotógrafo francês possuidor de uma percepção aguçada e

extrema criatividade ao enquadrar a imagem que escolhe para eternizar. É um caçador


feroz e assaz sensível, além de possuir sabedoria no olhar para revelar sua imaginação.
Suas fotografias buscam um acaso ecoado no tempo, a natureza espelhada, a história
marcada pela imagem que agride e que simultaneamente assedia o espectador. Mostram
o reconhecimento da experiência de mundo do artista, sendo que cada fotografia narra
uma história que pode ser modificada a partir do olhar crítico e reflexivo daquele que
examina sua obra.

O mundo contemporâneo possui formas de fazer e perceber a arte que têm sido
modificadas pelos meios de comunicação, pelas novas tecnologias e foi acolhida pela
cidade de Montes Claros a qual não deixa nada a desejar aos grandes centros em seu
fazer artístico, embora localizada no norte do Estado de Minas Gerais, envolta pela
carência econômica, exala a riqueza cultural possibilitando e ampliando a formação
estético-social de seus artistas e daqueles acolhidos por ela, por manter a diversidade
cultural como um vulcão em constante atividade.

Phénomène teve sua abertura em 25 de junho de 2015 e ficou até o dia 06 de julho do
mesmo ano, na Casa de Cultura Márcia Prates, na cidade nortemineira, Montes Claros,
que é conhecida como a cidade da arte e da cultura e acolhe artistas de todos os lugares
do mundo além de manter a cultura em ebulição, pois trata-se de uma cidade em que a
arte corre na veia dos seus habitantes, seja popular, folclórica ou erudita, está sempre
pulsando no coração das pessoas e pode ser aproximada neste sentido da cidade natal de
Guillaume. Beaune é uma cidade interiorana francesa, e ficou marcada pelo olhar
estético do fotógrafo como um fenômeno para mostrar aos montesclarenses sua
simplicidade artística e percepção poética.

A Exposição Phénomène está ancorada na ideia de mostrar tudo que está sujeito à ação
dos nossos sentidos, tudo que é extraordinário, surpreendente e momentâneo. Um
acontecimento marcante para mostrar o quão é admirável a percepção de Guillaume em
relação ao que se estabelece ao seu redor, sua percepção de mundo, de natureza, de si
mesmo, sua forma de registrar as pessoas e suas expressões faciais que magnetizam o
olhar do espectador. Nesta exposição também ficaram em evidência fotografias da
exposição anterior, Cosmogonie.

Phénomène surgiu para acrescentar à nossa cultura interiorana os conhecimentos e o


olhar diferenciado do jovem artista. O evento narra uma história em que o retrato marca
o tempo e comunica a poesia, invoca a voz interior do artista que em sua sensibilidade
aguçada consegue desafiar o espectador e evocar todos os sentidos. Em sua abertura,
Phénomène instiga a visão com as fotografias de Guillaume, a audição com as músicas
francesas cantadas por Maria Amélia Callado acompanhada do pianista Carmerindo
Miranda, o paladar e o olfato pelo maravilhoso Buffet de cardápio francês que o próprio
artista ajudou a preparar, deixando apenas o tato para ser exercido no momento de
cumprimentar as pessoas, assinar o livro de presença e experimentar o espaço
aconchegante que é a Casa de Cultura Márcia Prates.
A Exposição é uma viagem cinestésica a partir do olhar de Guillaume Petit que está
voltado para o mundo contemporâneo, para a hibridização artística, para as tecnologias
eletrônicas. Enquanto se apodera do mundo visível criando paisagens sígnicas,
Guillaume explora um ambiente imaginativo e crítico, restaurando a sensibilidade do
receptor para o mundo em que vive.

Mel Callado - 13/10/19

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