Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Efeitos antrópicos
Segundo TUCCI (2002), as alterações produzidas pelo homem sobre o ecossistema pode alterar
o ciclo hidrológico a nível global e local.
- A nível global: A emissão de gases para a atmosfera produz o aumento do efeito estufa,
alterando as condições das emissões de radiação térmica, produzindo efeitos a nível global.
Quanto ao efeito sobre o clima, segundo TUCCI (2002), as modificações no clima podem
ocorrer devido à variabilidade natural ou antropogênica interna ou externa ao sistema climático.
A variabilidade natural é expressa pela radiação solar ou atividades vulcânicas, enquanto que as
ações antropogênicas são principalmente devido à emissão de gases do efeito estufa.
- A nível local: As construções de obras hidráulicas produzem alterações sobre rios, lagos e
oceanos; o desmatamento age sobre o comportamento da bacia hidrográfica; a urbanização
produz alterações localizadas nos processos do ciclo hidrológico terrestre.
A alteração da superfície da bacia hidrográfica tem impactos significativos sobre o escoamento,
caracterizado quanto ao efeito que provoca no comportamento das enchentes, nas vazões
mínimas e na vazão média, além das condições ambientais locais e a jusante.
As alterações sobre o uso e manejo do solo na bacia podem ser classificadas quanto ao: tipo de
mudança, tipo de uso da superfície e a forma de desmatamento.
PRECIPITAÇÃO
Precipitação é a água proveniente do vapor d’água da atmosfera, que chega a superfície
terrestre, sob a forma de: chuva, granizo, neve, orvalho, etc. Para as condições climáticas do
Brasil, a chuva é a mais significativa em termos de volume.
Medidas de precipitação
- Quantifica-se a chuva pela altura de água caída e acumulada sobre uma superfície plana.
Pluviômetro
- Mede o total de chuva em 24h;
- Horário padronizado;
Ietogramas
- Gráfico de barras;
- A abscissa dá a escala de tempo (maioria das vezes é dada em horas), e a ordenada dá a escala
de precipitação;
- A altura de cada barra corresponde a precipitação que ocorreu durante um intervalo de tempo.
Ano Hidrológico
- Dá o tempo e meses;
- Para achar a média é só somar tudo e dividir por doze;
Chuvas intensas
- Conjunto de chuvas originadas de uma mesma perturbação meteorológica, cuja intensidade
ultrapassa um certo valor (chuva mínima).
- A duração das chuvas varia desde alguns minutos até algumas dezenas de horas.
- A área atingida pode variar desde alguns km2 até milhares de km2.
- Conhecimento das precipitações intensas de curta duração → é de grande interesse nos
projetos de obras hidráulicas, tais como: dimensionamento de galerias de águas pluviais, de
telhados e calhas, condutos de drenagem, onde o coeficiente de escoamento superficial é
bastante elevado.
- O conhecimento da frequência de ocorrência das chuvas de alta intensidade é também de
importância fundamental para estimativa de vazões extremas para cursos d´água sem medidores
de vazão.
F= n/m
Probabilidade: futuro
F x 100 = %
Tr= 1/F
Tempo de concentração (Tc): tempo que a chuva no ponto mais distante da bacia demora para
chegar no exutório (ponto final da bacia).
INTENSIDADE
Relação Intensidade – Duração – Frequência (I-D-F)
A precipitação máxima é entendida como a ocorrência extrema, com duração, distribuição
temporal e espacial crítica para uma área ou bacia hidrográfica. O estudo das precipitações
máximas é um dos caminhos para determinar a vazão de enchente de uma bacia.
O dimensionamento de obras hidráulicas em geral, tais como galerias de águas pluviais,
canalizações de córregos, bueiros, canais de drenagem, entre outros, depende fundamentalmente
do conhecimento das características das precipitações intensas, de curta duração.
As relações entre intensidade, duração e frequência das precipitações intensas, devem ser
deduzidas a partir das observações de chuvas ocorridas durante um período de tempo
suficientemente longo, para que seja possível considerar as frequências como probabilidades.
Essas relações se traduzirão por uma família de curvas intensidade/duração, uma para cada
frequência, ou período de retorno.
As grandezas intensidade e duração são inversamente proporcionais e a relação entre elas pode
ser obtida da análise de registros pluviográficos. Os dados de chuvas intensas são obtidos, sob a
forma de pluviogramas, ou seja, diagramas de precipitação acumulada ao longo do tempo.
Nos trabalhos hidrológicos em geral, interessa não somente o conhecimento das máximas
precipitações observadas nas séries históricas, mas, principalmente, prever, com base nos dados
observados, bem como, valendo-se dos princípios das probabilidades, quais as máximas
precipitações que podem vir a ocorrer em certa localidade, com determinada frequência. Diante
desse contexto, observa-se aimportância da realização de estudos, para precipitações extremas.
Este estudo tem por objetivo determinar as curvas Intensidade, Duração e Frequência – IDF
Procura-se analisar as relações IDF das chuvas observadas determinando-se para os diferentes
intervalos de duração de chuva, qual o tipo de equação e qual o número de parâmetros dessa
equação.
INFILTRAÇÃO
Introdução
A água precipitada tem os seguintes destinos:
• Parte é interceptada pelas vegetações;
• Parte é retida nas depressões;
• Parte é infiltrada;
• O resto escoa superficialmente.
Conceitos Gerais
Infiltração é o fenômeno de penetração da água nas camadas do solo próximo à superfície do
terreno.
Fases da infiltração:
• Intercâmbio - ocorre na camada superficial de terreno, onde as partículas de água estão sujeitas
a retornar à atmosfera por aspiração capilar, provocada pela ação da evaporação ou absorvida
pelas raízes das plantas;
• Descida – dá-se o deslocamento vertical da água quando o peso próprio supera a adesão e a
capilaridade;
Circulação – devido ao acúmulo da água, o solo fica saturado formando-se os lençóis
subterrâneos. A água escoa devido à declividade das camadas impermeáveis.
Grandezas características:
1) Velocidade de infiltração – é a quantidade de água que um solo, sob uma dada condição, é
capaz de absorver na unidade de tempo por unidade de área. Geralmente é expressa em mm/h.
2) Distribuição granulométrica – é a distribuição das partículas constituintes do solo em função
das suas dimensões.
b) Método de Horton
A capacidade de infiltração pode ser representada por:
f = fc + (f0 - fc)e-kt
onde: f0 é a capacidade de infiltração inicial (t=0), em mm/h;
fc é a capacidade de infiltração final, em mm/h;
k é uma constante para cada curva em t-1;
f é a capacidade de infiltração para o tempo t em mm/h.
Integrando-se a equação acima, chega-se à equação que representa a infiltração acumulada, ou
potencial de infiltração, dada por:
F = fc . t + ((f0 - fc)/k).(1 - ek*t)
Onde:
F é a quantidade infiltrada (ou a quantidade que iria infiltrar se houvesse água disponível), em
mm.
ESCOAMENTO SUPERFICIAL
Escoamento superficial corresponde ao segmento do ciclo hidrológico relacionado ao
movimento das águas, que, por efeito da gravidade, se deslocam na superfície do solo.
Grandezas características
- Vazão (Q): volume de água escoado na unidade de tempo em uma determinada seção do rio.
Normalmente, expressa-se a vazão em m3/s ou l/s.
- Velocidade (V): relação entre o espaço percorrido pela água e o tempo gasto. É geralmente
expressa em m/s.
- Vazão específica ou deflúvio superficial (q): relação entre a vazão e a área de drenagem da
bacia.
q = Q / A (expressa em l/s.km2)
- Altura linimétrica (h) ou altura na régua: leitura do nível d’água do rio, em determinado
momento, em um posto fluviométrico.
- Coeficiente de escoamento superficial ou coeficiente de “run off” (C): relação entre o volume
de água que atinge uma seção do curso d’água (ES) e o volume precipitado (PT).
C = ES / PT
- Tempo de concentração (tc): é o tempo necessário (contado a partir do início da chuva) para
que toda a bacia contribua com escoamento superficial na seção considerada.
- Período de retorno (T): é o período de tempo médio, expresso em anos, em que certo evento
(no caso, uma determinada vazão) é igualada ou superado, pelo menos uma vez.
Vertedores
São mais utilizados os vertedores de parede delgada, de forma retangular com contração
completa e forma triangular. As fórmulas que relacionam o nível e a vazão são as seguintes:
Vertedor retangular: Q =1,84 ⋅ L ⋅ H^1,5 (L e H em m, Q em m3/s)
Vertedor triangular: Q = 1,42 ⋅ H^ 2,5 (H em m, Q em m3/s) – Equação válida para θ = 90°.
Caso θ ≠ 90°
Q = H x Tg θ/2
Método área-velocidade
A vazão é obtida aplicando-se a equação da continuidade: Q = V.A
A área é determinada por batimetria, medindo-se várias verticais e respectivas distâncias e
profundidades.