FL/GPC/02
BELÉM-PA/BRASIL/1997
GRUPO V
GRUPO DE ESTUDO DE PROTEÇÃO, MEDIÇÃO E CONTROLE DE SISTEMAS DE POTÊNCIA (GPC)
RELÉS ADAPTATIVOS: UMA OPÇÃO PARA MELHORIA DE DESEMPENHO NA PROTEÇÃO DIGITAL DE
DISTÂNCIA
Denis Vinicius Coury*
USP- Universidade de São Paulo
RESUMO
O objetivo deste trabalho é o desenvolvimento de
software para proteção digital de linhas de transmissão.
Com esse propósito é implementado um relé de
distância com característica adaptativa.
Um software básico para este fim consiste de várias
etapas como: detecção da falta, filtragem digital,
classificação da falta, cálculo da impedância aparente e
verificação das zonas de proteção através da
característica adaptativa.
A teoria de relés adaptativos estabelece que a
característica de abertura do relé digital muda com as
alterações nas condições de operação do sistema,
mantendo-se assim a eficiência da proteção.
PALAVRAS-CHAVE:
Proteção digital - Relés - Característica adaptativa -
Linhas de transmissão
1.0 - INTRODUÇÃO
Devido à sua extensão física em relação a outros
componentes, a linha de transmissão é a porção do
sistema elétrico onde ocorrem a maioria dos defeitos.
Por essa razão, acrescido ao fato da interligação e
complexidade cada vez maiores do sistema elétrico
brasileiro, existe um interesse muito grande no estudo
da proteção de linhas, visando melhorias no seu
desempenho. O avanço da tecnologia dos
microprocessadores proporcionou o aparecimento da
proteção digital em linhas de transmissão em
substituição a relés eletromecânicos e de estado sólido.
A partir deste fato, surgiram várias filosofias para relés
* Depto Eng. Elétrica, EESC-USP Av. Dr. Carlos Botelho no 1465- São Carlos (SP) CEP 13560-250
Tel. (016) 2743444 R 3727 FAX: (016) 2749235 Email coury@sel.eesc.sc.usp.br
André Luiz Junqueira Gheralde
USP- Universidade de São Paulo
digitais (1),(2), (3). O uso dos relés digitais tem
atraído cada vez mais interesse por possuir inúmeras
vantagens sobre os relés convencionais tais como
autoteste, confiabilidade, seletividade, fator
econômico, flexibilidade ,etc.
O propósito deste trabalho é o desenvolvimento de
um software dedicado a proteção de linhas de
transmissão. Foi então desenvolvido um software, que
simula um relé de distância que atua com sinais de
tensão e corrente digitalizados provenientes de um dos
terminais da linha de transmissão. O método utilizado
pode ser dividido em várias etapas como a
identificação do tempo de inserção da falta, extração
do componente fundamental feita através da
Transformada Discreta de Fourier (TDF) de meio
ciclo, classificação da falta, cálculo da impedância
aparente e finalmente verificação das zonas de
proteção. Nesta última fase é utilizada a filosofia de
relés com características adaptativas para determinar a
atuação ou não da proteção. Proteção Adaptativa é
uma filosofia que permite buscas automáticas para
ajustar várias funções de proteção de forma a manter o
melhor desempenho do sistema elétrico (4). Isto
significa que a característica de abertura muda com as
alterações nas condições de operação do sistema,
mantendo-se assim a eficiência da proteção.
2.0- A TÉCNICA DE PROTEÇÃO DIGITAL
O ponto de partida para tal método são formas de
ondas de tensão e corrente digitalizadas, obtidas
através de um simulador digital de faltas em linhas de
transmissão (TEER) (5).
 -2-
A seguir serão apresentadas as diferentes etapas de um
algoritmo para cálculo da impedância aparente da linha
e verificação da zona de proteção.
2.1. Detecção e classificação da falta
A primeira etapa do referido algoritmo é a detecção da
falta na linha de transmissão. Faltas causam distorções
nas formas de onda das correntes e tensões. Os sinais
de corrente e tensão podem mudar em magnitude e/ou
posição de fase com relação aos dados de pré-falta.
Utiliza-se nesse processo o método comparativo, que
consiste na comparação dos sinais de tensão e corrente
de um ciclo com os respectivos sinais do ciclo anterior.
Caso três valores consecutivos dos módulos dos sinais
forem maiores que os valores pré-estabelecidos, a falta
é detectada.
A classificação da falta é um requisito essencial para o
cálculo da impedância aparente, pois determina as
fases envolvidas no distúrbio. O método empregado
aqui é baseado na comparação entre os fasores de
correntes de fase e de seqüência zero Ia , Ib , Ic e I0
para um dado terminal.
2.2. Extração dos fasores fundamentais
Os sinais pós-falta possuem, além de seus sinais
fundamentais, componentes harmônicos de altas
freqüências acrescidos do componente CC. O método
utilizado para filtragem é a Transformada Discreta de
Fourier (TDF) que possui uma alta precisão para
extração dos componentes fundamentais citados. É
usada uma janela de dados de meio ciclo para
minimizar o tempo computacional, já que com esta
opção o tempo de composição da janela de dados para
o processamento é reduzido (6).
2.3. Cálculo da impedância aparente
Após a detecção e classificação da falta quanto ao tipo,
os pares corrente e tensão apropriados, devidamente
filtrados, são selecionados para calcular a resistência e
reatância aparentes vistas pelo relé. Para este passo, a
natureza distribuída dos parâmetros de linha podem ser
consideradas, no entanto as equações foram
modificadas com algumas suposições para simplificar o
procedimento computacional.
Assim, temos para faltas envolvendo terra, como: a-
terra, b-terra, c-terra, ab-terra, ac-terra, bc-terra e
também para faltas trifásicas a seguinte relação para o
cálculo da impedância aparente:
Vf
Zap = (1)
( I f + Ck * I 0 )
Z 0 - Z1
onde: Ck =
Z1
I 0 = corrente de seqüência zero.
I f = corrente da fase sob falta.
Vf = tensão da fase sob falta.
Z0 = impedância de seqüência zero.
Z1 = impedância de seqüência positiva.
Procedendo de forma similar, caso ocorra uma
falta que não envolva a terra (ab, ac, bc) a relação
utilizada é:
(V fi - V fii )
Zap = (2)
( I fi - I fii )
onde: Vfi e Vfii = tensões das fases envolvidas.
Ifi e Ifii = correntes das fases envolvidas.
2.4 Verificação das zonas de proteção através da
característica adaptativa
Como citado anteriormente, o relé determina a zona em
que a falta se encontra baseado na cálculo da
impedância aparente vista pelo mesmo. Levando-se em
consideração que as condições de operação podem
influenciar este cálculo, bem como a existência da
resistência de falta, a melhor característica de operação
do relé passa ser a adaptativa (7). Isto porque, além de
ser praticamente imune as variações nas condições de
operação do sistema, esta consegue cobrir uma grande
parte da linha de transmissão, podendo atingir 95% de
sua extensão.
Considere a Figura 1 como sendo uma linha de
transmissão com duas fontes conectadas nos terminais
M e N, com uma falta no ponto F ( com resistência de
falta RF).
EA EB
x
ZSM F ZSN
~ ~
M RF N
FIGURA 1 MODELO PARA UMA FASE A-TERRA.
onde: h - relação entre as tensões do barramento M e N em
pu.,d - é o ângulo de transferência de potência,ZSM -
impedância equivalente da fonte M,ZSN - impedância
equivalente da fonte N, EAM - tensão no terminal M, EAN
- tensão no terminal N, x - distância da falta

Se as condições do sistema (h, d , ZSM, ZSN) forem
fixas e a resistência de falta e localização da falta
variáveis, então pode-se definir 4 curvas limites obtidas
através de simulações em computadores (7). O relé
digital implementado foi projetado para uma cobertura
de 95% da linha de transmissão. Os valores práticos
utilizados são mostrados nos gráficos que se seguem.
Os limites das curvas são definidos por:
· Curva I corresponde a faltas sólidas em diferentes
localizações ao longo da linha.
· Curva II corresponde a faltas a distância remota
(95% do comprimento da linha) com diferentes
resistências de falta.
· Curva III corresponde a faltas em diferentes
pontos ao longo da linha com resistência de falta
de 200 W .
· Curva IV corresponde a falta próxima ao relé com
resistência de falta de até 200 W .
Estas curvas limites, geram a área de proteção tida
como ideal para a condição de operação em questão.
Esta região é considerada como ideal, porque na
prática é muito difícil ocorrer casos com resistências de
falta superiores a 200W e também porque esta região
cobre quase toda a linha de transmissão.
40
PLANO R-X
r representada na Figura 3.
e
30
a II
t
â 20
n I
c REGIÃO DE
i 10 ABERTURA IDEAL
III
a
0 IV
-20 0 20 40 60 80 100 120
resistência[ohm]
FIGURA 2 REGIÃO IDEAL DE ABERTURA (para
uma determinada condição de operação de um
sistema).
De posse das curvas limites dadas situações, a
característica adaptativa deverá atualizar a condição do
sistema periodicamente, aproximando o sistema atual
ao que melhor o representa em um banco de dados
disponível. Este banco de dados deve conter algumas
condições de operação padrão. Esta opção visa
minimizar os cálculos on-line, mantendo a precisão da
proteção.
Se a região de abertura ideal for convexa, as saídas
lineares que são as equações das retas utilizadas,
combinadas com algumas operações and podem
determinar a decisão de abertura durante a falta. No
-3-
entanto, caso a região de abertura ideal não seja
convexa, simples saídas lineares e operações and não
são suficientes para tomar a decisão, já que não se pode
afirmar qual a localização da impedância. Por esta
razão, são introduzidos novos segmentos de retas para
dividir a região não convexa em muitas sub-regiões
convexas (vide Figura 6 mais adiante). A combinação
das operações and e or desses sinais pode agora ser
usada para obter uma decisão confiável. Um número de
segmentos de retas foi utilizado para aproximar os
limites das curvas características simuladas. O número
de retas é determinado pela precisão requerida e pela
capacidade de processamento do microprocessador
utilizado. Resolvendo o sistema de equações das retas
(os pontos extremos são conhecidos) envolvidas em
uma determinada característica, obtém-se os valores
dos pesos envolvidos. Os demais pesos das outras
saídas lineares podem ser calculados similarmente. O
esforço computacional requerido é pequeno, totalmente
dentro da capacidade dos microprocessadores atuais. O
tempo de processamento do software proposto é
inferior que um ciclo e meio (25 ms).
3 0 IMPLEMENTAÇÃO DO ALGORITMO DE UM
RELÉ ADAPTATIVO
O sistema utilizado é representado por uma linha de
transmissão de 400kV, 60Hz, com 150 Km de extensão
150Km
1.1 Ð 20
0
0.9 Ð 0 0
~ ~
140 160
10GVA 9.5GVA
M N
FIGURA 3 CONDIÇÃO DE OPERAÇÃO DO SISTEMA
O algoritmo do relé adaptativo foi extensivamente
testado e alguns resultados encontrados são
apresentados a seguir. A taxa amostral utilizada na
maioria dos casos testados é de 2kHz e o ângulo de
incidência da falta de 900.
3.1 Detecção e classificação da falta
A etapa de detecção da falta teve um ótimo
desempenho em todos os casos simulados, sendo que o
software precisou no máximo de três amostras para
acusar a falta. A subrotina de classificação atuou
corretamente para 100 % dos casos testados.
 -4-

3.2 Filtragem digital

120

Uma extensa série de estudos foram feitos e mostraram X

100 C
que a técnica TDF é muito eficiente na rejeição de ZON A 3

re a t â n c i a [ o h m s ]
R C R G

componentes de altas freqüências e fornece uma boa 80

X B
filtragem dos componentes de baixas freqüências, R B ZC ZON A 2
R F

particularmente o componente CC. As Figura 4 60

X A
R ZON A 1
apresenta filtragem digital para o sinal de tensão, 40
A R E

juntamente com o sinal ruidoso para uma falta a-terra

ocorrida a 140km do terminal M. 20
0 0
7 1 ,5 7 R D 7 1 ,5 7
0
0 20 40 60 80 100 120 140 160

sinal fundamental re s i s t ê n c i a [ o h m s ]
500000
sinal ruídoso
400000 FIGURA 5 CARACTERÍSTICA QUADRILATERAL.
300000

200000 Distância da Zap(W) Zonas de

falta(Km-%) Proteção
Tensão [Volts]

100000

0
15 (10%) 25.90+j17.87 1
-100000
30 (20%) 32.39+j26.28 1
45 (30%) 38.12+j33.71 1
-200000
60 (40%) 42.89+j39.98 1
-300000
75 (50%) 47.10+j45.64 1
-400000
90 (60%) 50.62+j50.61 1
0 20 40 60 80

número de amostras
105 (70%) 53.51+j55.09 1
120 (80%) 55.51+j58.94 2
FIGURA 4 TENSÃO DA FASE A(para uma falta do tipo 135 (90%) 56.06+j61.87 2
AT ocorrida à 140Km do terminal M). 142.5 (95%) 57.04+j63.34 2
149 (99,3%) 57.16+j63.90 2
3.3. Cálculo da impedância aparente e verificação de
zonas de proteção através da característica TABELA 1 RESPOSTA DO RELÉ(condição de operação 1,
quadrilateral convencional Rf = 0)
Após o cálculo da impedância aparente (eq. 1 e 2) vista
Distância da Zap(W) Zonas de
pelo relé, o algoritmo deve determinar a zona de
falta(Km-%) Proteção
proteção em que a falta se encontra. Uma vez que erros
15 (10%) 26.74+j21.12 1
neste cálculo são introduzidos devidos, principalmente,
à existência da resistência de falta, uma característica 30 (20%) 33.52+j31.46 1
de operação aceitável passa a ser, por exemplo, a 45 (30%) 39.50+j41.00 1
quadrilateral. Assim, como exemplo de característica 60 (40%) 44.51+j49.36 1
quadrilateral foi utilizada a da Figura 5. 75 (50%) 48.92+j57.13 2
90 (60%) 52.59+j64.09 2
Na apresentação dos resultados desta etapa, 105 (70%) 55.58+j70.36 2
consideremos duas condições de operação distintas de 120 (80%) 57.61+j75.66 2
um mesmo sistema. A condição 1 está representada na 135 (90%) 58.19+j79.30 3
Figura 3 e a condição 2, muda-se as tensões e o fluxo 142.5 (95%) 57.32+j81.05 3
de carga nos barramentos M e N para 1.0Ð100 e 149 (99,3%) 57.32+j81.06 3
0.8Ð00 respectivamente. As Tabelas 1 e 2 mostram o
desempenho do relé com característica quadrilateral TABELA 2 RESPOSTA DO RELÉ (condição de operação
sujeito as condições de operação 1 e 2, 2. Rf = 0)
respectivamente.
Como pode ser observado pelos resultados
apresentados, o modelo de zonas de proteção que
utiliza a característica quadrilateral é confiável para um
sistema onde as grandezas permanecem inalteradas.
Caso haja uma mudança significativa na condição de
 -5-

operação do sistema, a característica quadrilateral 2 -1 -0.3689 84.3807

poderá ter sua operação comprometida. 3 1 -0.5496 1.9453
4 -1 0.1127 39.1213
3.4 Cálculo da impedância aparente e verificação de 5 1 -0.4768 0.6022
zonas de proteção através de característica adaptativa 6 -1 -0.8596 145.1785
7 1 -0.9514 52.3658
Parte importante da unidade adaptativa é a delimitação 8 1 -11.4785 1434.476
da área a ser protegida, realizadas por 4 curvas limites, 9 -1 0.2457 3.6646
como já mencionado. Sabe-se que essas curvas 10 1 -1.0371 97.6643
dependem fundamentalmente da condição de operação 11 -1 -0.0586 9.2823
do sistema. Assim, é definida a característica de 12 -1 -0.0248 5.9857
proteção para as condições de operação do sistema 13 -1 -0.0781 9.6424
mencionado. Esta área está localizada no plano R-X.
TABELA 3 PESOS DAS RETAS DA CONDIÇÃO DE
A Figura 6 representa a área ideal de proteção com OPERAÇÃO SIMULADA
suas sub-regiões, considerando o tipo de falta fase a-
terra, para a condição de operação da Figura 3. lineares (Li), que correspondem as equações das retas
pertencentes a área de proteção em questão. Valores
80
positivos e negativos destas saídas combinadas
corretamente com portas lógicas and e or resultam na
60
7 decisão de abertura do relé.
2
8
4

6
Adotando o lado esquerdo de cada reta como sendo
reatância[ohm]

1
40
3 5 positivo, utiliza-se a operação and caso o valor da
20
9

10
impedância aparente se localize deste lado. No entanto,
se o valor da impedância aparente estiver no lado
direito da reta, utilizam-se as operações not e and. A
11
13
12
0

Figura 7 ilustra a topologia lógica da condição de

0 20 40 60 80 100 120 140

resistência[ohm]
operação estudada.

FIGURA 6 CARACTERÍSTICA DE PROTEÇÃO PRIMARIA A operação or é utilizada para cobrir todas as subareas
DA CONDIÇÃO DE OPERAÇÃO SIMULADA. convexas que formam a zona de proteção. Assim, caso
o valor da impedância aparente calculada localizar-se
3.4.1 Calculo dos pesos envolvidos em alguma subarea, o programa enviará a mensagem
de abertura ao relé.
Como mencionado anteriormente, os pesos são
constantes obtidas através da solução de um sistema de
equações de retas, cujos pontos extremos são
conhecidos. Os pesos que possuem índices Wi1 foram L1 L2 L3 L4 L5 L6 L7 L8 L9 L10 L11 L12 L13
adotados iguais a ±1 para minimizar os cálculos on-line
durante a falta. Já os pesos com índices Wi2 indicam a NOT NOT NOT NOT NOT NOT NOT

inclinação da reta e os de índices Wi0 fornecem o ponto

em que as retas cortam o eixo das reatâncias. A ND A ND A ND A ND A ND A ND

É apresentada na Tabela 1 os pesos que representam a

condição de operação da Figura 3. O número de OR

elementos desta Tabela varia de acordo com o número DECISÃO DE A BERTURA

de retas utilizadas na divisão das área de proteção. O

índice (i) dos pesos correspondem a este número.

3.4.2 Topologia lógica

FIGURA 7 TOPOLOGIA LÓGICA DA CONDIÇÃO DE
Depois da falta se detectada e classificada, o relé de OPERAÇÃO
distancia adaptativo calcula a impedância aparente. De
posse de todos os pesos, são criadas as saídas 3.4.3 Testes de funcionamento da característica
i Wi1 Wi2 Wi0 adaptativa
1 1 -1.4292 18.1837
 -6-

As Tabelas 4 e 5 mostram o desempenho do relé característica do tipo quadrilateral foi implementada

adaptativo para as condições de operação 1(Figura 3) e
2 mostradas anteriormente. Nestas Tabelas, encontram-
se o valor da impedância aparente calculada pelo
software, para as várias resistências de faltas utilizadas
em diferentes localizações da linha. É também
mostrado se a falta é interna ou externa a região ideal
de abertura considerada. Esta decisão é dada pelo relé
adaptativo. A Tabela 4 mostra o perfeito
funcionamento do relé adaptativo para faltas internas e
externas a zona de proteção primaria do relé (condição
de operação 1). Já a Tabela 5 exemplifica faltas
ocorridas na condição de operação 2. Neste caso, o relé
adaptativo também teve um funcionamento adequado.
inicialmente para proteção da linha de transmissão em
questão. Esta característica mostrou ótimo desempenho
para uma condição de operação fixa do sistema, mas
tem seu desempenho comprometido quando a condição
de operação sofre alterações.
O relé adaptativo é uma solução apresentada para estes
casos, por possuir a possibilidade de alterar a
característica de proteção, buscando a mais adequada
para uma dada condição de operação e possibilitando
assim o aumento da zona primária de proteção do relé.
5.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

distância RF (W) Zap (W) Caract.Adap (1)MACINNES, A. D. ; MORRISON, I. F. Real Time

15Km(10%) 0 25.90+j17.9 interna Calculation of Resistence and Reactance for
15Km(10%) 90 104.9+j15.0 interna Transmission Line Protection by Digital Computer”
15Km(10%) 170 124.3+j34.6 interna - Trans.Inst. Eng.Aust. EE7 (1), 16-23, Jan. 1971.
75Km (50%) 0 47.10+j45.6 interna
(2)GANGADHARAN, G.; ANBALAGAN, P.
75Km (50%) 90 113.1+j40.5 interna
Microprocessor Based Three Step Quadrilateral
75Km (50%) 170 125.8+j53.4 interna Distance Relay for the Protection of EHV/UHV
149Km(99,3%) 0 55.15+j63.9 externa Transmission Lines - Transactions on Power
149Km(99,3%) 90 125.0+j63.5 externa Delivery, Vol. 7 n0 1, January 1992.
149Km(99,3%) 170 130.7+j72.1 externa
(3)GHERALDE, A. L. J..; COURY, D. V. Proteção
TABELA 4 CONDIÇÃO DE OPERAÇÃO 1 Digital com Característica Adaptativa Aplicada a
linhas de transmissão XI Congresso Brasileiro de
distância RF (W) Zap (W) Caract.Adap Automática -1996.
15Km(10%) 0 18.46+j15.5 interna
15Km(10%) 90 102.5+j12.6 interna (4)PHADHKE, A. G.; THORP, J. S. Computer
15Km(10%) 170 123.1+j33.1 interna Relaying for Power Systems - Research Studies
75Km (50%) 0 43.05+j46.1 interna Press LTD - Jonh Wiley & Sons INC - 1988.
75Km (50%) 90 113.5+j41.3 interna (5)JONHS, A. T.; AGGARWALL, R. K. Digital
75Km (50%) 170 126.1+j54.5 interna Simulation of Faulted EHV Transmission Lines
With Particular Reference to Very-High-Speed
149Km(99,3%) 0 51.71+j64.3 externa
Protection - Proc. IEE, Vol. 132, n0 4, April, 1976.
149Km(99,3%) 90 128.9+j69.4 externa
149Km(99,3%) 170 132.5+j76.4 externa (6)OPPENHEIM, A. V.; SCHAFER, R. W.Digital
Signal Processing - Prentice Hall Editinos 1975.
TABELA 5 CONDIÇÃO DE OPERAÇÃO 2
(7)XIA, Y. Q.; LI, K. K.; DAVID, A. K. Adaptive
Deve ser ressaltado que para o perfeito funcionamento
Relay Setting for Stand-Alone Digital Distance
do relé adaptativo, várias características de operação
Protection - IEEE Transactions on Power
do tipo apresentado na Figura 6 devem ser levantadas e
Delivery,Vol.9,January,1994.
o relé deve adaptar-se ao que estiver mais próximo da
sua condição de operação.

4 0- CONCLUSÃO

O relé digital pode fornecer, através do seu software,

qualquer características que se deseje para delinear a
zona de proteção primária do mesmo. Uma
-7-