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A LRF visa estabelecer normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão

fiscal, tendo por base uma ação planejada e transparente, prevenção de riscos que afetem as
contas públicas, obedecendo a limites no que tange à renuncia de receita e despesas com
pessoal.
Ação planejada nada mais é do que aquela baseada em planos previamente traçados e, no
caso do serviço público, sujeitos à apreciação e aprovação da instância legislativa, garantindo-
lhes a necessária legitimidade, característica do regime democrático de governo – PPA, LOA,
LDO
A transparência será alcançada através do conhecimento e da participação da sociedade,
assim como na ampla publicidade que deve cercar todos os atos e fatos ligados à arrecadação
de receitas e à realização de despesas pelo poder público.
� a participação popular na discussão e elaboração dos planos e orçamentos já referidos
(artigo 48, parágrafo único);
� a disponibilidade das contas dos administradores, durante todo o exercício, para consulta e
apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade;
� a emissão de relatórios periódicos de gestão fiscal e de execução orçamentária, igualmente
de acesso público e ampla divulgação.

Já as correções de desvios requerem a adoção de providências com vistas à eliminação dos


fatores que lhes tenham dado causa. Em termos práticos, se a despesa de pessoal em
determinado período exceder os limites previstos na lei, medidas serão tomadas para que esse
item de gasto volte a situar-se nos respectivos parâmetros, através da extinção de
gratificações e cargos comissionados, além da demissão de servidores públicos, nos termos já
previstos na Constituição Federal.

Quando a divida fundada ultrapassar os limites, o ente estará proibido de realizar operação de
crédito interna ou externa, inclusive por antecipação de receita, o ente ficará também
impedido de receber transferências voluntárias da União ou do Estado.

Art. 34. O Banco Central do Brasil não emitirá títulos da dívida pública a partir de dois anos
após a publicação desta Lei Complementar.

Art. 35. É vedada a realização de operação de crédito entre um ente da Federação,


diretamente ou por intermédio de fundo, autarquia, fundação ou empresa estatal dependente,
e outro, inclusive suas entidades da administração indireta, ainda que sob a forma de novação,
refinanciamento ou postergação de dívida contraída anteriormente.
§ 1o Excetuam-se da vedação a que se refere o caput as operações entre instituição
financeira estatal e outro ente da Federação, inclusive suas entidades da administração
indireta, que não se destinem a:
I - financiar, direta ou indiretamente, despesas correntes;
II - refinanciar dívidas não contraídas junto à própria instituição concedente.
§ 2o O disposto no caput não impede Estados e Municípios de comprar títulos da dívida da
União como aplicação de suas disponibilidades.

Art. 36. É proibida a operação de crédito entre uma instituição financeira estatal e o ente
da Federação que a controle, na qualidade de beneficiário do empréstimo.
É nulo de pleno direito o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal expedido nos
cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato do titular do respectivo Poder ou órgão
referido no art. 20.

Se a despesa total com pessoal exceder a 95% (noventa e cinco por cento) do limite, são
vedados ao Poder ou órgão referido no art. 20 que houver incorrido no excesso:
I - concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração a qualquer
título, salvo os derivados de sentença judicial ou de determinação legal ou contratual,
ressalvada a revisão prevista no inciso X do art. 37 da Constituição;
II - criação de cargo, emprego ou função;
III - alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa;
IV - provimento de cargo público, admissão ou contratação de pessoal a qualquer título,
ressalvada a reposição decorrente de aposentadoria ou falecimento de servidores das áreas de
educação, saúde e segurança;
V - contratação de hora extra, salvo no caso do disposto no inciso II do § 6o do art. 57 da
Constituição e as situações previstas na lei de diretrizes orçamentárias.
§ 3o Não alcançada a redução no prazo estabelecido, e enquanto perdurar o excesso, o
ente não poderá:
I - receber transferências voluntárias;
II - obter garantia, direta ou indireta, de outro ente;
III - contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao refinanciamento da
dívida mobiliária e as que visem à redução das despesas com pessoal.

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