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O MAR está localizado no centro do Rio de Janeiro, a uma quadra do

mar onde se localiza o porto. Pelo local se tratar de um novo polo cultural, o
centro possui uma moderna zona portuária e seu entorno abriga uma mistura
de arquitetura, entre o novo e antigo, com gabaritos de 2 a 33 pavimentos,
fazendo com que o projeto não se destaque tanto no entorno por já possui essa
diferença significativa de diferentes estilos. Mais precisamente, o Museu situa-
se na Praça Mauá, em dois prédios de perfis heterogêneos e interligados: o
Palacete Dom João VI, tombado e eclético, que abriga as salas de exposição, e
o edifício vizinho, de estilo modernista – originalmente um terminal rodoviário –
onde a Escola do Olhar está instalada.

Umas das transformações marcantes do local foi a demolição do


Elevado da Perimetral, pois o mesmo não se harmonizava com o entorno. As
obras de demolição faziam parte do projeto Porto Maravilha e estavam
previstas para começar entre 2011 e 2013, logo após a construção da Via
Binário do Porto e dos túneis do Binário e da Via Expressa, que convergiriam,
em passagens subterrâneas, todo o tráfego de veículos que circulava pelo
elevado, somado ao pré-existente abaixo da Praça XV e que atendia o centro
da cidade. Essa transformação possibilitou o desbloqueio da vista da cidade,
valorização das casas localizadas no entorno da avenida, tirando o aspecto
sombrio do local, e possibilitou as pessoas a caminharem e conhecerem
melhor o local, deixando a avenida menos perigosa.

Antiga Elevado da Perimetral.

O Museu de Arte do Rio, a Escola do Olhar, trabalha com uma certa


relação de volumetria e cor com o Palacete Dom João VI, fazendo com que
haja uma continuidade entre os dois edifícios, e não uma ruptura por ser tratar
de perfis opostos.

Fachada.

Fachada.

Analisando visualmente, podemos dizer que o novo projeto conversa


com o antigo apenas com a criação da cobertura ondulada que remite a
ondulação da superfície da água. Contudo, a união das três construções
existentes de características arquitetônicas distintas se dá através do sistema
de fluxo, onde foi estabelecido que o Palacete, em função de seus grandes
pés-direitos e da planta livre de estrutura, deverá abrigar as salas de exposição
do Museu. E o prédio da Polícia será utilizado para a Escola do Olhar,
auditório, salas de exposição multimídia e para as áreas de administração e
funcionários do complexo, ao qual fez com que o projeto atingisse uma escala
local e nacional, por agregar a escola e importantes obras nas salas de
exposição do Museu. Por fim, a praça teve apenas a função de reunir todos
esses acessos através da passarela suspensa localizada posteriormente ao
edifício unindo o Palacete Dom João VI e o MAR, fazendo com que a visitação
seja feita de cima para baixo, o que obriga a pessoa a percorrer por ambos os
edifícios sem ao menos perceber.
Cobertura da praça suspensa.

Diagrama do Edifício.

Corte Longitudinal.
Corte Esquemático.

Por se tratar de diferentes níveis de tombamento e preservação, foi


prioridade do arquiteto respeitar o gabarito da construção do Edifício vizinho e
os acessos existentes do local. Os pilotis, hoje utilizados como acesso para a
rodoviária, servem também como foyer e áreas de exposição de esculturas. E a
marquise da Rodoviária, elemento tombado pelo patrimônio da Cidade, foi
utilizada para banheiros, loja e região de carga, descarga e depósitos.

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