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36 30
Projetos
10 Domótica – Uma aplicação de baixo custo com
acesso web
03 Editorial
06 Acontece
Índice de anunciantes
PESA 2012 ................................................. 05 Patola ................................................ 25 Texas .................................................... 2ª Capa
Metaltex ..................................................... 09 Cika ..................................................... 29 RFTech .................................................. 3ª Capa
J TAG . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 Novasaber ........................................... 35 ARM ....................................................... 4ª Capa
Globtek ...................................................... 19 Circuit Design Inc . ............................. 43
Ta t o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 Novasaber ........................................... 59
MCU de baixo
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A HMS acaba de lançar uma solução como gestor (master) M-Bus e permite A Fluke Networks muda as condições
que permite a comunicação entre M- a ligação de até 10 dispositivos M-Bus para os técnicos e companhias de
-Bus e qualquer tipo de rede industrial. padrão (slaves). A segunda parte é um telecomunicações em termos de ergo-
O M-Bus é um padrão amplamente gateway Anybus Communicator que nomia, custo e funcionalidades. O TS54
utilizado em dispositivos de medição, traduz o sinal RS232 para os campos possui alta durabilidade, resiste ao teste
tais como contadores de eletricidade, industriais ou rede industrial Ethernet de queda de uma altura de seis metros
contadores de gás, contadores de água, escolhidos. sobre um piso de concreto, e vem com
etc. A recolha de informação destes A solução permite estabelecer a ligação uma garantia de três anos.
dispositivos para uma rede industrial dos dispositivos M-Bus a: Os profissionais de assistência técnica
permite aos proprietários de estabele- • CANopen passam a maior parte do dia em campo,
cimentos industriais controlar melhor o • CC-Link usando pesados cintos de ferramenta
consumo total de energia e simplificar • ControlNet carregados com o equipamento neces-
as operações. • DeviceNet sário para testar os atuais serviços de
O M-Bus (Meter-Bus/Contador Bus) é • EtherCAT voz, dados e vídeo. O TS54 combina em
um padrão para a leitura remota de • EtherNet/IP uma só ferramenta as funcionalidades
dispositivos de medição. É especial- • FIPIO que antes exigiam três distintas.
mente utilizado em edifícios, como por • Interbus Do ponto de vista tecnológico, o conjun-
exemplo, em contadores de eletricidade, • Modbus Plus to de teste introduz uma série de novas
de gás, de água ou em qualquer outro • Modbus TCP funcionalidades no teste integrado de
tipo de contadores de consumo.Ao re- • Modbus RTU telefones, todas elas essenciais para a
colher dados a partir destes dispositivos • PROFIBUS capacidade de testar adequadamente
de medição para um sistema CLP ou • PROFINET os atuais sistemas de telecomunicações
SCADA, os proprietários de estabeleci- O Anybus Communicator é configurado de voz, vídeo e dados. Além do TDR
mentos industriais conseguem ter uma utilizando um software Windows in- integrado, o testador oferece detecção
noção geral da energia total consumida, cluído no produto. Deste modo, não é de circuitos abertos/curto-circuitos a
incluindo parâmetros de edifícios cujos necessário outro tipo de programação distâncias de até 900 metros, gerador
valores tinham, anteriormente, de ser para configurar a ligação entre o M-Bus de sons com cinco tons, funcionalidade
contados em separado. e a rede industrial pretendida. Quando patenteada SmartTone para a identifi-
a configuração para uma rede estiver cação exata dos pares, teclas fosfores-
Economia de energia concluída, será mais fácil reutilizá-la para centes e tela LCD com iluminação de
"Vemos um mercado significativo para criar ligações a outras redes. fundo ("back-light").
esta solução", diz Niklas Selander, Ges- O TS54 faz parte da nova linha de con-
tor de Produtos na HMS. "Atualmente, juntos de teste de voz, dados e vídeo da
muitas empresas estão a tentar otimizar empresa, a Série Profissional (PRO) TS,
o seu consumo de energia. Normalmen- que também inclui os conjuntos de teste
te, as suas linhas de produção estão TS53 e TS23. Estes dois produtos ofere-
associadas a um determinado tipo de cem uma combinação de sete ou quatro
rede industrial, mas os parâmetros de testes multifuncionais, respectivamente,
edifícios, como a eletricidade, a água, o sem os recursos TDR ou "toner".
gás, etc., são geralmente monitorizados "Os profissionais de assistência técnica
por sistemas M-Bus diferentes. Agora, da Telecom e os testadores que utili-
com a nossa nova solução, os proprietá- zam para garantir o bom desempenho
rios podem recolher todos os dados de são os heróis anônimos da indústria de
consumo para a sua rede industrial de telecomunicações", diz Paul Alexander,
preferência, e assim analisar e otimizar Gerente de Marketing para equipa-
a sua utilização". mentos de teste no campo da Fluke
Networks. "E como o crescimento
Como funciona exponencial da utilização de redes de
A solução é composta de duas partes: a comunicação impulsiona a necessidade
primeira é um conversor M-Bus trans- de transmitir voz, dados e vídeo, de
parente, que converte os sinais M-Bus O Anybus Communicator RS232 (à esquerda) modo perfeito e confiável, o interesse
e o conversor M-Bus (à direita).
para RS232. O conversor funciona é grande.”
ATexas Instruments Incorporated apresentou flexibilidade na implementação de qualquer • Programável: Possui característi-
uma solução programável para conduzir protocolo de comunicação necessário. cas configuráveis, como gerador
transdutores de ultrassom para distâncias de Para mais informações acesse www.ti.com/ de explosão, amplificador de baixo
estacionamento,detecção de ponto cego ou pga450-q1-pr. ruído, ADC SAR de 12 bits, filtro
aplicações similares de detecção de objetos. passa banda digital, e detector
Com o seu gerador de explosão configurável, Principais recursos e de envelope de sinal digital, per-
amplificador de baixo ruído e conversor benefícios do PGA450-Q1 mitindo configurabilidade total
analógico-digital (ADC) de registro de apro- • Produto padrão específico para para a aplicação final específica
ximação sucessiva (SAR), o PGA450-Q1 aplicações (ASSP): Desloca siste- do cliente.
proporciona o processamento dos sinais de mas de alto volume discricionários,
eco e calcula a distância entre o transdutor e oferecendo a mesma funcionalidade Ferramentas e suporte
o objeto.Além disso, ele incorpora a camada a qualquer cliente, com a mesma O PGA450Q1EVM está disponível para
física para comunicação LIN 2.1, oferecendo economia de um ASSP, reduzindo acelerar a avaliação da PGA450-Q1.
os ciclos de design e os custos de Ao preço de US$ 99, o módulo de
engenharia não recorrentes, sem avaliação inclui cabos, interface gráfica
necessidade de acordos de proprie- do usuário e firmware de exemplo, para
dade intelectual ou mercado. usar com o sensor incluído.
• System-on-chip integrado: Inclui to-
dos os blocos do sistema, incluindo Disponibilidade,
reguladores, drivers NMOS duplos encapsulamento e preços
no lado inferior, oscilador e interface O PGA450-Q1 vem com encapsulamento
física e protocolo LIN 2.1 para pro- TSSOP-28 e está disponível agora para
porcionar uma solução otimizada em pedidos ao preço sugerido para o varejo
termos de custo e espaço. de US$ 2,60 em quantidades de 1.000.
Domótica:
Uma aplicação de baixo custo
com acesso web
A
Este artigo propõe um modelo de automação residencial, conhe- residências, buscando assim uma maior
cida também como Domótica*, aceitação da automação residencial nesta
automação residencial incluindo o tem como principal objetivo classe social.
desenvolvimento de um protótipo facilitar o dia a dia de seus Portanto, o presente trabalho visa
de domótica com controle via web, usuários através da gestão dos recursos mostrar uma solução de baixo custo para
habitacionais de suas residências, visando tal problema. Usando chips microcontro-
utilizando tecnologias com padrões uma maior segurança, conforto, praticida- ladores e uma rede RS485 para comuni-
abertos e de baixo custo, como o de e economia. Atualmente, a automação cação entre eles, será desenvolvido um
padrão de rede serial RS485, a pla- residencial encontra-se em plena evolução sistema capaz de controlar a iluminação e
tecnológica, com soluções modernas e equipamentos elétricos de uma residência
taforma microprocessada Arduino futuristas para qualquer tipo de imóvel através da rede local ou Internet.
e o servidor web Apache. e classe social.
As soluções atuais para a automação Desenvolvimento
de uma residência demandam um alto do Protótipo
custo para sua implementação. Recursos Inicialmente o protótipo seria com-
como controle de iluminação com cenas posto por microcontroladores Arduino,
Ivan Vieira Ferreira da Silva e pré-programadas, controle de temperatu- uma rede RS-485 e um servidor web uti-
Sérgio Silva de Carvalho ra de ambientes, fechaduras biométricas, lizando um Shield Ethernet da plataforma
integração com sistemas de áudio e vídeo Arduino, porém, este servidor não foi
e acionamento elétrico de persianas e implementado devido a alguns recursos
janelas, são exemplos do que pode ser que o mesmo não possuía e que eram
feito com a tecnologia atual voltada para necessários para o protótipo. Preferiu-se
automação residencial. então a implementação de um servidor
Segundo estimativa da Associação web a partir de um microcomputador
Brasileira de Automação Residencial (Au- com o Apache Web Server instalado, pois
reside), os preços desses recursos caíram o mesmo possui os recursos desejados
pela metade nos últimos quatro anos. “A e é um servidor bastante utilizado no
automação custava cerca de 5% do valor mundo todo.
do imóvel. Agora representa 3%.” Afirma O protótipo é baseado numa rede de
o engenheiro José Roberto Muratori, fun- comunicação mestre/escravo, onde um
dador da Aureside (LEAL, 2011). microcomputador dotado de um software
Porém, mesmo com essas quedas escrito em linguagem VB.NET será o mes-
de preços, o custo para se ter uma casa tre e microcontroladores da plataforma
automatizada ainda é alto quando se Arduino (programados em linguagem C)
trata de uma automação simples para serão os escravos.
uma residência de classe média, visto
que esta classe, ainda não vê com bons (*)Domótica: O termo “Domótica”
olhos a automação residencial devido ao resulta da junção da palavra latina
seu alto investimento. Contudo, soluções “Domus” (casa) com “Robótica” (con-
de baixo custo são alternativas para este trole automatizado de algo).
tipo de automação de pequenas e médias
Hardware
O Hardware é composto por microcon-
troladores e relés, rede de comunicação
que utiliza circuitos integrados conver-
sores de sinais seriais de padrões RS232 e F3. Ligação do CI MAX232 na interface
RS485, e um microcomputador utilizado RS232 para conversão TTL/ RS232.
como servidor web e mestre da rede RS485.
Na figura 1 pode ser visto um diagra- principalmente por sua facilidade de cos da residência. Foi criado um módulo
ma do modelo do protótipo de domóti- programação, característica essencial para de acionamento e leitura, composto por
ca, com todos os seus componentes de um rápido desenvolvimento de projetos quatro relés e um sensor de temperatura,
hardware. microcontrolados. como pode ser visto na figura 2. Foram
Além da facilidade de programação, utilizadas quatro portas de saída digital
Os Microcontroladores outra característica que ajudou na sua do microcontrolador para o acionamento
(escravos) escolha foi a gravação descomplicada do de lâmpadas e tomadas, e quatro portas
Como dito anteriormente, os micro- programa no microcontrolador, que não de entrada digital para a leitura de senso-
controladores utilizados foram os da precisa de gravadores específicos, neces- res de porta e interruptores de lâmpadas.
plataforma Arduino, especificamente o sitando apenas de um cristal oscilador e Foi usada apenas uma porta analógica
modelo Atmega328, que compõe a placa de alguns resistores. do microcontrolador, configurada como
Duemilanove. Os microcontroladores da Os microcontroladores são usados entrada analógica para a leitura de um
plataforma Arduino foram escolhidos para o controle dos equipamentos elétri- sensor de temperatura.
O módulo de acionamento foi ideali- drão RS232 do mestre (microcomputador) ethernet no microcontrolador. Após alguns
zado para ser introduzido em uma caixa para o padrão RS485 e os sinais TTL dos testes com o Shield ethernet, sua utilização
de tomadas, interruptor ou caixa de passa- escravos (Arduino) para RS485. foi descartada, pois o mesmo apresentou
gem, portanto deveria ter no máximo dois A seguir, pode ser visto o modo de uma implementação complicada e recur-
relés e não quatro como os que foram vis- ligação destes circuitos integrados na sos limitados, como por exemplo, o supor-
tos na figura 2. Idealmente o seu projeto rede de comunicação, tanto para o mestre te apenas da linguagem HTML, limitando
deveria ser em placa de circuito impresso, quanto para os escravos. A figura 3 mostra o seu uso apenas para simples aplicações,
mas o mesmo foi montado em protoboard, a ligação do CI MAX232 para converter os diferente de uma página mais elaborada,
como todo o resto do protótipo, ficando sinais da interface RS232 do mestre para os com uma maior interação entre o usuário
como sugestão para trabalhos futuros a sinais TTL. Já a figura 4, mostra a ligação e o sistema, como é o caso de uma página
miniaturarização do mesmo em placa de do CI MAX485 para converter os sinais escrita na linguagem PHP sendo executa-
circuito impresso. TTL dos microcontroladores e do MAX232 da a partir de um servidor web padrão em
do mestre para os sinais do padrão RS485. um microcomputador qualquer.
A rede de comunicação Neste tipo de rede, por definição do Portanto, um microcomputador foi
A rede de comunicação escolhida foi padrão RS485, é possível conectar até 32 utilizado para ser o servidor web, pois
a rede RS485, por ser uma rede robusta e dispositivos na mesma. Neste protótipo nele seria capaz de ser instalado o Apa-
bastante utilizada, por poder operar no foram utilizados apenas dois disposi- che Web Server, um servidor web padrão
modo multiponto, possuir capacidade de tivos, ou seja, dois escravos, mas nada de páginas para Internet, que pode ser
comunicação com cabos de grandes compri- impede que sejam adicionados mais utilizado tanto para páginas web escritas
mentos e facilidade de conversão do padrão dispositivos a esta rede. em HTML quanto para páginas escritas
RS232 para o padrão RS485, características em PHP. Este mesmo microcomputador
essenciais para a rede deste protótipo. O Mestre e o Servidor Web foi utilizado como mestre da rede, tendo
Para que os dispositivos pudessem se Inicialmente, o servidor web seria feito a capacidade de interagir com os escravos
comunicar por esta rede, foram necessá- utilizando um Shield Ethernet Arduino, e a página escrita em PHP, utilizando um
rios circuitos integrados conversores, que componente da plataforma Arduino que software escrito na linguagem VISUAL
serviram para converter os sinais do pa- adiciona basicamente uma comunicação BASIC.NET. As principais características
do microcomputador utilizado, bem como
os softwares nele instalados, são:
• Processador de 3,14 GHz;
• Memória RAM de 1 GB;
• Porta Serial padrão RS232;
• Porta Ethernet 10/100 Mbps;
• Servidor Apache Web Server versão
2.2.17;
• PHP versão 5.3.5 instalado junto
com o Apache;
• Circuito conversor RS232/RS485
F4. Ligação do CI MAX485 para F5. Modelo da string de comando uti- (MAX232 e MAX485).
conversão de TTL/RS485. lizada no protocolo do protótipo. Vale ressaltar que para este servidor
poderia ter sido escolhido algum outro
Bloco Caracteres Significado Função microcomputador de menor capacidade
1 INI
Início de um String Utilizado para informar os escravos que o inicio de processamento, mas necessariamente
válida da string é válida seria dotado de uma porta serial RS232
2, 4, 6, 8, 10, 12 # Separação Utilizado apenas para organização da string. (ou conversor USB/RS232) e uma porta
3 2 ou 3 Endereço
Informa aos escravos qual endereço a string de Ethernet. A seguir, será visto mais detalha-
comandos pertence. damente todos os softwares desenvolvidos
5 E ou L Leitura ou Escrita
Utilizado para sinalizar se a string é de escrita ou neste protótipo.
leitura
7 01 a 16 Entradas Digitais
Utilizado para informar o estado de 4 saídas digi- Software
tais. 01 a 16 em decimal, corresponde a 4 bits. A parte de software do protótipo de
9 01 a 16 Saídas digitais
Utilizado para informar o estado de 4 entradas domótica é justamente o protocolo de
digitais. 01 a 16 em decimal, corresponde a 4 bits. comunicação da rede, que é composta de
11 001 a 255
Entrada ou Saída Utilizado para a leitura ou escrita analógica. 001 a dois softwares, um do mestre e um dos es-
Analógica 255 em decimal, corresponde a 8 bits. cravos, além de mais um software escrito
13 @
Fim de um string Utilizado para informar o fim de uma string em PHP que serve como interface entre o
válida válida. T1. Detalhes dos blocos de uma usuário e o sistema de automação.
string de comandos.
O software do mestre
O mestre do protocolo de comuni-
cação do protótipo foi desenvolvido
utilizando a linguagem Visual Basic.
NET. Este software é responsável por
todo o fluxo de informação na rede. Sua
principal função é acessar a porta serial
RS232 do servidor e permitir a troca de
informações entre as páginas PHP e os
escravos. O seu funcionamento é bastante
simples. Ele ficará permanentemente
verificando alterações nos arquivos de
texto str_phpenvia.txt e str_phprecebe.
txt, arquivos estes criados pelas páginas
PHP, e que foram comentados anterior-
mente. O conteúdo desses dois arquivos
indicará para o mestre se ele enviará ou
receberá uma nova string de comandos
dos escravos.
Caso estes arquivos indiquem uma
requisição de uma nova string de leitura
ao mestre, ele irá fazer uma requisição
de leitura aos escravos e aguardará um
tempo para que eles respondam com a
string de leitura solicitada. Após isso,
F7. Fluxograma das o mestre irá gravá-la em um arquivo
páginas PHP. de texto chamado comando_mestre.
txt, que será lido pela página PHP para
poder atualizar sua tela de supervisão.
Se agora os arquivos de texto indicarem
ao mestre que ele terá que enviar uma
nova string de comandos de escrita nos
escravos, ele irá ler o arquivo de texto
chamado comando_php.txt, que contém
a última string de comandos de escrita
solicitada pela página de controle de
equipamentos, e em seguida enviará para
os escravos. Na figura 8 pode ser visto o
fluxograma do software mestre.
Tipos de Antenas Pa r t e
e suas Propriedades 2
A
Na primeira parte deste artigo s antenas do tipo Painel Dipolos propícias para utilização em “arranjos de
caracterizam-se sempre pela antenas” para a composição de diagramas
tratamos das propriedades das disposição mecânica de um ou de radiação mais elaborados, impondo
antenas lineares Yagi-Uda e Log- mais dipolos (DMO = dipolo de restrições ao uso em qualquer tipo de
-Periódicas. Dando prosseguimento, meia onda, DOC = dipolo de onda com- estrutura portante ou torre. Já em UHF,
pleta, X = dipolos cruzados) à frente de as menores dimensões e características
nesta segunda e última parte, trata- um painel refletor, quer seja este painel do mecânicas mais aliviadas as tornam de
remos dos painéis de dipolos, painéis tipo sólido (usual em UHF e micro-ondas) mais fácil instalação.
H e das antenas tipo Superturnstile, ou tipo grade (usual em VHF). Quando o sistema de transmissão
A figura 1 mostra três fotos, no extre- exige antenas que operem em polarização
Anel e Seta. mo inferior designado como MO, a foto circular, o dipolo linear é substituído por
O artigo é baseado em material de um painel de dipolo de meia onda para um conjunto de dois dipolos cruzados
fornecido pela Trans-Tel e trata basi- VHF; acima do lado direito designado como o ilustrado na figura 2, para o caso
como OC, a foto de um painel de dipolo de de uma antena na faixa de TV em VHF, ou
camente de antenas usadas em FM onda completa para UHF na configuração como exibido na figura 3 para as antenas
e TV, mas os mesmos princípios são de 8 dipolos empilhados verticalmente; e na faixa de FM. Nestas mesmas figuras,
válidos para outras aplicações. finalmente à esquerda a foto de um arran- as demais características elétricas e mecâ-
jo de painéis de UHF do tipo faixa larga nicas estão relacionadas.
ao redor de uma torre, onde o dipolo, o Em canais baixos de VHF (2 até 6),
refletor e demais componentes do painel dado o elevado comprimento de onda de
Dante J. S. Conti são revestidos por uma capa de proteção operação, implementam-se usualmente
www.transtelconti.com.br (ou radome). painéis com dipolos de meia onda como
Esta categoria de painéis é amplamen- o observado na figura 2.
te utilizada em sistemas de radiodifusão Já em canais altos de VHF (7 até 13),
de TV, pois atende as faixas de VHF e implementam-se tanto painéis com dipo-
UHF em várias especificações possíveis los de onda completa como com dipolos
de ganho e níveis de potência unitários de meia onda, veja nas figuras 3 e 4.
compatíveis com sistemas de baixa, mé- Na figura 5 temos a especificação de
dia e alta potência, tornando as antenas um painel de doze dipolos empilhados
Painel H
Especificações
Faixa: VHF
Polarização: linear
Ganho: 6,5 dBd
Impedância: 50 W
VSRW: 1:1,1
Conector: EIA
Potência: < 10kW
L x C: 0,7g x 1g
Pêso: [20 – 190] Kg
Área vento: [0,9 - 7]m2
Superturnstile
Especificações
Faixa: VHF
Polarização: linear
Ganho: 0,5 dBd
Impedância: 50 W
VSRW: 1:1,1
Conector: EIA
Potência: < 10kW
L x C: 0,5g x 0,7g
Pêso: [100 – 250] Kg
Área vento: [1,5 – 3,5]m2
fletor tipo grade e montado na sua frente tação, bem como a presença de quatro àquelas obtidas com antenas tipo painel,
o elemento tipo “dipolo” de geometria linhas de transmissão ( a foto destaca o que resulta em um ganho de potência
semelhante às asas de uma borboleta, apenas duas) desbalanceadas para a ali- da ordem de 0,5 dBd (ou aprox. 1,1x) por
no qual está conectada a linha de trans- mentação da antena. Trata-se de uma nível de empilhamento vertical.
missão. antena otimizada para a conformação de Para o estabelecimento de enlaces
A figura 7 apresenta a especificação diagramas de azimute omnidirecionais ponto a ponto em aplicações de repetição
de um painel H projetado para atender para TV na faixa de VHF. de sinais ou até mesmo retransmissão, a
a faixa de TV em VHF correspondente A antena Superturnstile é autopor- exigência de antenas com elevado ganho
aos canais 4 até 6, onde se verifica as tante e condicionada à instalação em topo nas faixas de UHF e micro-ondas tornam
aberturas de meia potência horizontal e de torres, representando uma melhor as antenas parabólicas a solução mais
vertical e a relação frente - costa que se solução em termos de peso, carga aero- indicada.
obtém com esta geometria. Cabe a res- dinâmica e circularidade do diagrama de Em aplicações de Radiodifusão as
salva de que o valor de HPBWV superior azimute para a implementação de dia- parabólicas mais empregadas recaem na
ao painel com dois dipolos de meia onda gramas omnidirecionais se comparada categoria de antenas tipo “focal point”,
torna o ganho individual do painel H a arranjos utilizando antenas tipo painel. onde o alimentador ou “feeder” está
ligeiramente inferior. A figura 9 apresenta a especificação situado geometricamente no ponto focal
A figura 8 mostra a foto da antena de uma Superturnstile projetada para da parábola configurada pelo refletor.
Superturnstile, também conhecida como atender a faixa de TV em VHF correspon- A foto da figura 10 ilustra uma antena
“Batwing”. Observa-se a geometria se- dente aos canais 4 até 6, onde se verifica parabólica deste tipo para utilização em
melhante às asas de borboleta e perfeita a excelente circularidade do diagrama Micro-ondas, onde o refletor é do tipo
simetria mecânica dos elementos tipo de azimute (apenas 1,4 dB) e a abertura sólido. Em UHF, dado o maior compri-
“dipolo” ao redor do tubulão de susten- de meia potência vertical equivalente mento de onda e dimensão do refletor
Parabólica
Especificações
Faixa: UHF / MO
Polarização: linear
Ganho: [21 - 34] dBd
Impedância: 50 W
VSRW: 1:[1,1 – 1,3]
Conector: N / EIA
Potência: < 100W
Diam.: [3 – 70]
Pêso: [10 – 130] Kg
Área vento: [1 – 12]m2
A
idéia de se interligar compu- Nesse contexto, houve uma parce-
Rafael de Souza
tadores com a finalidade de ria capitaneada pela Xerox, já então
trocar dados eficientemente é uma gigante do desenvolvimento da
relativamente nova. Surgiu nos indústria de Informática, para o desen-
anos setenta com a forte tendência dos volvimento de uma rede de comunica-
grandes sistemas mainframes, predo- ções LAN: a rede Ethernet. Esta rede,
minantes na década de sessenta, serem que logo iria se tornar um dos mais
substituídos gradualmente por sistemas conhecidos métodos para se conectar
menores em diferentes subsidiárias de computadores, foi utilizada como base
uma mesma empresa - os minicom- para a sua padronização pelo IEEE em
putadores de então. Dentro de cada 1980, tornando-se o também conhecido
subsidiária, contudo, o alto custo dos padrão IEEE802.
periféricos de impressão e armazenagem Durante as décadas de 80 e 90 sur-
criou a necessidade de compartilhar esses giram diversas variantes deste padrão,
equipamentos entre os usuários desses que define as regras básicas para o
sistemas. Isso criou respectivamente funcionamento da rede desde o meio
os conceitos de rede WAN (Wide Area físico de comunicações (cabos e fios de
Network), conectando os minicomputa- diversos tipos ou o próprio ar ), pas-
dores das diferentes subsidiárias, e rede sando pela identificação dos diversos
LAN (Local Area Network), conectando pontos da rede (os endereços de cada
os diferentes periféricos em uma mesma computador) até as definições básicas de
subsidiária. Além disso, o desenvolvi- como transportar dados através do meio
mento do microprocessador, no início da físico (controle de múltiplos pedidos –
década de setenta, acentuou bastante a as chamadas colisões). Um diagrama
necessidade de interligar computadores, geral das definições do IEEE802 pode
pois aumentou o poder de processamen- ser visto na figura 1.
to de dados em equipamentos menores Em 1997 o IEEE802.11, primeiro pa-
e mais baratos, os microcomputadores. drão para redes sem fio, foi publicado
Logo, foi ficando claro para a indústria e previa transmissão de dados a até 2
que as LANs seriam parte importante Mbits/s sem especificações de segu-
nas próximas gerações de sistemas de rança de dados. Testes subsequentes
processamento de dados e certamente levaram à publicação de uma revisão
seriam mais numerosas, vindo a requerer deste padrão em 1999 que, entre outros
pesados investimentos para a padro- detalhes, produziu os padrões atual-
nização de redes de comunicação mais mente mais populares IEEE802.11a e
eficientes e de custo reduzido. IEEE802.11b.
F4. Diagrama de
blocos.
computador na rede e inclusive permitir brar qualquer código. A razão para isso todos os sistemas necessários para imple-
que sejam utilizados em movimento, é que, quanto maior for a senha utilizada, mentar um ponto de WLAN, seja ele do
sempre dentro do limite de captação menor será a taxa total de transferência, tipo access point ou end point.
de sinais pelo access point. Além disso, já que a velocidade de 11 Mbits/s deve Aparentemente simples, com poucos
apesar de se tratar de uma tecnologia transferir também a chave de criptogra- blocos de funções externas e com todo o
sem fio, a WLAN deve comportar-se fia. Este padrão escontra-se ultrapassado trabalho de protocolo e interface com o
como uma rede normal com cabos e e seu uso não é mais recomendado, pois computador já incorporados ao compo-
inclusive possuir a segurança dos dados já existem várias ferramentas disponívies nente principal, este sistema possui uma
que trafegam na mesma, pois é muito de ataque de força bruta para quebrá-lo. grande complexidade em sua seção de
mais crítico tentar impedir um acesso Em seu lugar, prefira equipamentos rádio, uma vez que os amplificadores RF
não autorizado à rede quando ela está com suporte ao padrão de criptografia de microondas são extremamente críticos
no espaço que nos cerca! Esta questão WPA (Wi-Fi Protected Access) e sua va- e suscetíveis ao ambiente hostil de um
não é simples e impediu a utilização riante WPA2. microcomputador. Por essa razão, os
em larga escala da WLAN durante um fabricantes de componentes já fornecem
bom tempo até que foi definida a WEP Componentes e projetos de referência que são copiados
(Wired Equivalent Privacy ou privacidade equipamentos WLAN sem grandes alterações pelos fabricantes de
equivalente a um cabo), um sistema de Todas estas características e proto- equipamentos, reduzindo a complexidade
criptografia de dados com chave de 40 colos são realizados por processadores e o custo de testes de compatibilidade e cer-
bits e algoritmo RC4 RSA – comumente bastante complexos que reúnem uma tificação com o padrão. Interessante notar
encontrado nos tão populares web brow- série de funções de protocolo, segurança, que a placa Cardbus foi a opção inicial para
sers. Talvez o leitor se pergunte o porquê compressão e controle de radiofrequência os end points da rede, pois a idéia inicial da
de o padrão especificar “apenas” 40 bits para tornar os equipamentos mais simples WLAN surgiu em função da mobilidade
para proteger os dados, uma vez que os e baratos. O diagrama de blocos da figura dos computadores portáteis (notebooks),
web browsers atuais já utilizam até 128 bits 4 mostra, como exemplo, um componente mas atualmente é a mais utilizada mes-
e tornam virtualmente impossível que- dedicado para redes 802.11b+ (ACX100) e mo nos computadores desktops através
Interligação de Diferentes
Padrões de Comunicação
A
Os interfaceamentos entre pe- o pensarmos em interfacear RS-232 para RS-422
sistemas que operam com pa- Na figura 2 indicamos o modo de fazer
riféricos de um computador, prin- drões e sinais completamente esse interfaceamento.
cipalmente aqueles utilizados na diferentes, precisamos levar em Para a saída RS-232, os sinais podem
indústria, possuem características conta diversos fatores como: assumir um valor máximo de +/- 15 V,
enquanto que a entrada máxima admitida
elétricas bem diferentes. Os sinais Características de para as interfaces RS-422 é +/-10 V.
têm tensões e frequências máximas entrada e saída Para limitar os sinais ao máximo per-
completamente distintas, o que, Os circuitos de entrada e saída dos mitido pelas interfaces RS-422, é utilizado
diversos padrões de interface possuem um divisor resistivo. A atenuação do sinal
em princípio, os torna incompa- características elétricas bem definidas. proporcionada por este circuito é de 40%.
tíveis. Além disso, pode ocorrer a Precisamos conhecer as amplitudes Assim, o limiar de 5 V cai para 3 V que,
necessidade de interfacearmos tais das tensões e as impedâncias de entrada todavia, ainda é maior do que o limiar de
e de saída. 400 mV da entrada das interfaces RS-422.
circuitos com lógica TTL ou CMOS. Lembramos que nessas interfaces os O importante nesse circuito é que a
No entanto, com pequenos circuitos sinais podem assumir faixas de valores carga para a saída da RS-232 se mantém
adaptadores é possível interligar relativamente amplas, o que implicaria em 5 kohms.
em cuidadoso estudo da sensibilidade de
sistemas de padrões de interfacea- entrada dos circuitos utilizados. TTL para RS-422
mento diferentes. Veja, neste artigo, Na figura 3 temos o modo de fazer o
como fazer isso no caso dos padrões Modo de sinal interfaceamento de uma saída TTL com
Os sinais podem ser de terminação uma entrada RS-422.
comuns RS-232, RS-422 e RS-485 simples (single-ended) ou diferenciais, Observe que a saída TTL é de termi-
com lógica TTL e CMOS conforme ilustra a figura 1. nação simples, enquanto que a entrada
Quando sistemas diferentes são inter- RS-422 é diferencial. Isso exige uma tensão
faceados, é preciso tomar cuidado para de referência no circuito. Para TTL essa
que as amplitudes dos sinais não ultra- tensão é de 1,5 V, levando o limiar do
Newton C. Braga passem os valores máximos permitidos. circuito a 1,7 V e 1,3 V.
Normalmente são utilizados divisores Para fornecer essa tensão de referência
resistivos para fazer a limitação desses pode ser empregado um regulador ou um
sinais. Em função disso, podemos dar divisor resistivo, dependendo apenas da
diversos exemplos de interfaceamento: precisão desejada.
F11. Circuito que permite intero- Nível máxi- +/- 25 V sem carga +/-10V sem carga +/- 6 V sem +/- 6 V sem carga
peração com o ECL e PECL. mo de saída +/-15 V com carga de 7 kohms +/- 6 V diferencial carga +/- 6 V diferencial
Nível mínimo +/- 5 V, +/- 2 V, carga de +/- 3,6 V, carga +/-1,5 V, carga de
de saída carga de 3 k ohms 100 ohms de 450 ohms 54 ohms
> 4 kohms
Carga padrão
3 k a 7 kohms – 5 k ohms (tip) 100 ohms (tip) – 450 ohms 54 ohms
do driver
(min)
Faixa de tensões
+/- 15 V +/- 10 V +/- 10 V +/- 10 V
de entrada
+/- 3 V
Limiares +/- 0,2 V +/- 0,2 V +/- 0,2 V
+/- 1,5 V (tip)
Impedância 3ka7k
> 4 kohms > 4 kohms > 12 kohms
de entrada 5 kohms (tip)
F12. Conexão direta para Modo Terminação simples Diferencial Diferencial Diferencial
RS-422 e RS-485. T1. Características
O Alcance do Rádio
de Baixa Potência
Tomihiko Uchikawa
Tradução: Eutíquio Lopez
Instalação da Unidade-Base
Veja as figuras 1 e 2. A unidade-base
foi instalada em um poste de radioamador
no terreno da Circuit Design. Na 2ª figura
é dado um “zoom” para melhor visuali-
zação dessa unidade.
Instalação da
Unidade-Servo (móvel)
Veja as figuras 3 e 4. A unidade-servo
foi fixada na traseira de um carro a 2 m
de altura em relação ao solo. A caixa qua-
drada na frente contém a CPU de controle
e as baterias.
Em cima da caixa tem um painel solar,
mas ele não é para energia, sendo usado
como sensor de luz. Os dados (informa-
ções) são enviados para a unidade-base.
Os dados do sensor de temperatura tam-
bém.
O “case” é simples e econômico paras F1. Instalação da unidade-base em um poste de
as finalidades do teste, mas a foto da figu- radioamador no terreno da Circuit Design, Inc.
ra 4 mostra o aspecto de um equipamento
profissional de qualidade.
Modelo separado
da unidade-servo
A unidade-servo contém um rádio-
-modem MU-2 e a CPU de controle. Esta,
coleta os dados do sensor e os envia para
o MU-2. Como o sensor está próximo,
neste caso nós usamos esta configuração,
mas, se ele estiver distante do compo-
nente rádio, será bom providenciar um
controlador e uma fonte de alimentação
para o mesmo (sensor), e enviar os dados F2. Detalhe em zoom
da unidade-base.
F3. Instalação da unidade-servo (móvel) na F4. Detalhe da unidade- Resultados das medições
traseira de um carro em uma altura de 2m. servo (zoom). e valores teóricos
Vamos comparar agora os resulta-
dos medidos com o valor teórico da
propagação das ondas de rádio. O tra-
jeto real feito pelas ondas de rádio até
alcançarem a antena receptora é muito
complicado, mas aqui nós simplificare-
mos o ambiente e pensaremos sobre isso
nos termos de uma expressão teórica.
F5. Modelo físico da unidade-servo contendo o Evitaremos parâmetros difíceis e toma-
rádio MU-2 e a CPU de controle. remos algumas pequenas liberdades,
assumindo que o terreno é um condutor
perfeito sem perdas de reflexão.
A fórmula para o modelo de 2 ondas
é explicada em outra parte, e aqui nós
mostraremos os resultados do cálculo
usando o “applet Java” do website da
Circuit Design. Para a comunicação de
rádio, é necessário estabelecer a 1ª Zona
de Fresnel*. Observe a figura 9, neste
BeagleBone:
Placa de desenvolvimento
de baixo custo
Jason Kridner
Gerald Coley
J
Conheça a plataforma de proto- á há mais de uma década que xível e extensível, que pode efetivamente
houve uma explosão de empre- facilitar para uma equipe de desenvolvi-
tipagem open-source de hardware, sas que publicaram parte do seu mento a transição para o mundo open-
adequada para auxiliar enge- código-fonte, levando ao desen- -source. Para aqueles que já participam
nheiros, designers e desenvolve- volvimento de plataformas de hardware da comunidade open-source, BeagleBone
open-source. Ao abrir seu código-fonte, pode funcionar como uma plataforma
dores, bem como entusiastas, no os desenvolvedores foram capazes de de desenvolvimento estável, totalmente
desenvolvimento de aplicações melhor personalizar e adaptar as suas disponível e suportada pelo universo di-
embarcadas. soluções. O rápido avanço do software versificado de recursos open-source, bem
de código-aberto criou a necessidade como o respeitável sistema de suporte do
de hardware open-source. Estes com- site BeagleBoard.org.
binados têm ajudado estudantes, de-
senvolvedores e entusiastas a criarem Caminho para o
projetos inovadores de grande impacto open-source
na sociedade de hoje. A percepção entre os designers e desen-
Lançada nos Estados Unidos em 2008, volvedores das comunidades open-source
BeagleBoard.org é uma comunidade mudou radicalmente nos últimos anos,
open-source que fornece aos desenvol- bem como a qualidade e aplicabilidade
vedores e entusiastas os recursos de que das ferramentas de desenvolvimento,
precisam para desenvolver rapidamente sendo que os módulos funcionais, como
novos produtos para o mercado e ao pilhas, drivers, middleware frameworks e
mesmo tempo, reduzir seus riscos. A co- outros recursos têm aumentado rapida-
munidade open-source hospeda os mais mente. Agora, a maioria dos programa-
recentes desenvolvimentos de software, dores percebem que código aberto é uma
fóruns e chats ao vivo e interativos que força na indústria e deve ser levado em
colaboram para um fácil desenvolvi- conta. Ao não fazê-lo, corre-se o risco de
mento de soluções na plataforma ARM® ser deixado para trás, perdendo-se mui-
Cortex ™- A8 Texas Instruments (TI). tas das inovações que possam advir da
A organização também criou várias comunidade open-source.
plataformas de hardware para ajudar a Como exemplo, muitos desenvolve-
simplificar desenvolvimentos baseados dores de sistemas embarcados que his-
ARM® Cortex™-A8. toricamente têm baseado suas aplicações
Seguindo o sucesso das ferramen- em plataformas de microcontroladores
tas de desenvolvimento BeagleBoard e estão descobrindo, agora, que o desen-
BeagleBoard-XM, a BeagleBoard.org cria volvimento de seus próximos sistemas
a ferramenta BeagleBone, plataforma de com Linux abre portas a um conjunto
desenvolvimento aberta de hardware fle- muito rico e diversificado de módulos de
software e plug-ins sem nenhum custo e Cuide de suas licenças forma pioneira no novo terreno de har-
prontos para serem usados. Uma vasta Fundamental para a comunidade dware aberto, para lançar BeagleBoard,
gama de interfaces e pilhas de comunica- open-source é o sentido de partilha que BeagleBoard-xM e, mais recentemente
ção como TCP / IP, USB e muitos outros permeia os seus membros, que contribu- BeagleBone.
estão disponíveis. Estas pilhas e drivers íram com boa vontade para o desenvolvi- A plataforma de hardware aberto
têm sido amplamente utilizados e, como mento de muitas ferramentas e módulos realiza a ponte entre desktops e sistemas
resultado, são muito robustos. Em geral, funcionais open-source. Este sentimento embarcados, permitindo que os desenvol-
qualquer problema potencial já foi iden- de partilha estende-se a algumas das vedores especifiquem, projetem e colabo-
tificado por outros desenvolvedores que licenças que regem o uso de recursos de rarem com a comunidade open-source na
partilharam as suas descobertas com o código aberto. Geralmente é necessário criação de novas aplicações.
resto da comunidade open-source. em algumas licenças, que se o software A comunidade BeagleBoard.org visa
Outra vantagem do desenvolvimento desenvolvido deriva diretamente de um engajar programadores apaixonados e
em Linux OS com código-fonte aberto: o recurso de código aberto (ou em parte de abastecer suas inovaçõespara a comuni-
Linux fornece uma camada de abstração código-fonte aberto), o software resultante dade open-source de desenvolvimento,
subjacente acima do hardware. Ao con- seja também considerado open-source, e sejam elas elaboração de projetos para o
trário do desenvolvimento baseado na deve ser partilhado e disponibilizado para trabalho ou diversão. Observe a figura 2.
configuração direta de registradores, onde o resto da comunidade. Com interação em tempo real 24 horas
uma mudança para uma nova família de Isso não quer dizer que a comunidade por dia e 7 dias por semana e um grande
microcontroladores ou para uma nova open-source está em conflito com muitas número de referências para ajudar com a
geração de MCUs significaria re-escrever empresas comerciais que querem proteger programação, ecossistema de suporte, fer-
grande parte do software desenvolvido e conservar sua propriedade intelectual ramentas e senso de comunidade colabo-
anteriormente, uma mudança para um (IP). Para manter o controle sobre o seu rativa cresceram de forma fenomenal em
processador diferente em sistemas com IP, tais empresas devem analisar as licen- torno dele. Com mais de 5.000 membros,
Linux não vai exigir redesenvolvimento ças adotadas para os recursos de código a comunidade BeagleBoard.org inclui re-
de firmware, em nível de sistema ou apli- aberto e controlar cuidadosamente como presentantes de empresas listadas na For-
cativo de software. esses recursos são utilizados, sempre tune 100, líderes da indústria, amadores e
Certamente haverá semelhanças no tendo em mente as restrições e requisitos as universidades, os quais desempenham
ambiente de desenvolvimento quando nestas licenças. um papel ativo no desenvolvimento do
muda-se de uma CPU para outra de hardware e software.
próxima geração, mas há diferenças que BeagleBoard.org ajuda os BeagleBoard.org gera cerca de 50.000
normalmente são suficientes para exigir desenvolvedores a criar visitantes por semana, tornando-a uma
um novo aprendizado e o porte do código produtos inovadores das maiores e mais colaborativas comuni-
estabelecido. Com o Linux, a transição Um pequeno grupo de engenheiros e dades de hardware aberto do mundo. Os
é perfeita porque o sistema operacional entusiastas, incluindo diversos funcioná- membros estão postando de 3 a 5 novos
interage de um lado com as camadas de rios da Texas Instruments, interessados projetos a cada semana e está recebendo
hardware e do outro com as camadas de em criar poderosos dispositivos de HW feedback instantâneo dos desenvolvedores
software. Veja a figura 1. aberto, trabalharam em conjunto de locais e internacionais. A comunidade
utilizados como Qt, se não mais. Como BeagleBoard.org introduz volvimento BeagleBone possui o melhor
resultado, as equipes de projeto são BeagleBone valor de HW open-source para amadores,
capazes de aproveitar as capacidades BeagleBone, com base no Processador programadores e engenheiros. Ela oferece
destes Frameworks para desenvolver Sitara™ AM335x ARM® Cortex™-A8 hardware básico com acesso aos sinais de
rapidamente protótipos ou aplicação do da Texas Instruments é uma plataforma interface para sensores e controle, enquan-
sistema. Eles também aliviam os proje- aberta pronta para uso e prototipagem to elimina a necessidade de equipamentos
tistas da necessidade de compreender as rápida de hardware, desenvolvimento adicionais para o desenvolvimento, e
minúcias do hardware subjacente, como de software e firmware. Lançada em utiliza ambiente desenvolvimento único
um pré-requisito para o desenvolvimento 2011, a BeagleBone possui baixo custo por meio de um simples cabo.
de subsistemas de software para rodar e segue as pegadas de BeagleBoard.org. Além do processador Sitara™ AM335x
nele. Isso permite que os desenvolvedores A plataforma BeagleBoard-xM é sucesso ARM® Cortex™-A8 a BeagleBone possui
que estão mais aptos a projetar uma expe- em aplicações de médio e grande porte, 256 megabytes (MB) de memória RAM
riência de usuário envolvente possam se como por exemplo: Rede de robôs autô- DDR2, um soquete para microSD , um
concentrar sobre esse aspecto do sistema nomos sem fio, kits de educação eletrônica cartão microSD de quatro gigabytes (GB)
enquanto os engenheiros mais familia- para autoaprendizagem, sinalização com imagem de validação e demonstração
rizados com os requisitos do hardware digital inteligente, dispositivos de jogos, de Linux construído a partir da Distribui-
possam se concentrar nos níveis inferiores automação de residências e muito mais. ção Angstrom. Além de executar o kernel
da arquitetura do sistema. BeagleBone é uma pequena plataforma Linux, muitos ambientes de desenvolvi-
BeagleBoard.org também está no cora- de desenvolvimento profissional ade- mento são suportados pela comunidade
ção dos recursos open-source comerciais, quada para engenheiros, designers e e desenvolvedores, tais como Android ™,
permitindo que desenvolvedores expe- desenvolvedores, bem como amadores. OpenEmbedded, Windows® Embedded,
rientes avaliem rapidamente softwares Veja a figura 5. QNX, Ubuntu, Symbian, Debian, Fedora,
existentes e acelerem o desenvolvimento BeagleBone é uma ferramenta bem Gentoo, FreeBSD e outros.
para trazer a ideia de projeto para a vida. adequada para diversos sistemas como Para acomodar uma variedade de
O BeagleBoard-xM é a plataforma de aplicações móveis, aplicações de robótica, sensores, controles e outros tipos de
referência ARM para o Projeto Yocto, um servidores web, quiosques de Internet, interfaces, ela tem dois conectores de 46
projeto da Fundação Linux que fornece media centers, aplicativos de automação pinos para expansão, caracterizando 66 de
modelos, métodos e ferramentas para residencial, thin clients, digital signage e interrupção de propósito geral, geração
ajudar você a criar sistemas personaliza- muitos outros tipos de aplicações embar- de entrada / saída (GPIO) pinos em 3,3
do baseados em Linux para os produtos cadas. O processador ARM Cortex-A8 V e multiplexadas com sinais de LCD,
embarcados, independentemente da ar- opera na frequência de 720 MHz e possui um barramento de memória paralela,
quitetura de hardware sendo suportado aceleração gráfica 3D com unidade de um barramento secundário MMC / SD /
por muitos dos principais fornecedores processamento gráfica programável SGX, SDIO, dois barramentos I2C, cinco UARTs,
de Linux comercial, incluindo Mentor da Imagination Technologies. uma porta série SPI, uma porta serial, I2S/
Graphics, TimeSys, MontaVista, Rio Vento Por US$ 89 (FOB), e o de tamanho de AC97-capable bus CAN, 6 PWMs, tem-
e consultores independentes. um cartão de crédito, a placa de desen- porizadores múltiplos/contadores e mais
BeagleBone e open-source
Há três anos, a BeagleBoard cruzava as
linhas entre desktop e computação embar-
cada, abrindo o caminho para a inovação
de sistemas Open-Source que acelerou
rapidamente a utilização de processadores
ARM. Como a BeagleBoard fez antes dela,
a BeagleBone mostrou que os vastos recur-
sos da comunidade open-source e o apoio
de um grande desenvolvedor de tecnologia
não são mutuamente exclusivos.
Na verdade, tomados em conjunto os
dois se complementam de forma eficaz
trazendo benefícios aos desenvolvedores
F7. Componentes principais da placa e entusiastas que são capazes de aprovei-
BeagleBone- lado superior. tar o melhor dos dois mundos. Veja os
componentes principais do BeagleBone
Característica Benefícios nas figuras 7 e 8.
Mais de 1.400 Dhrysto- Um exemplo possível de uso da Bea-
Executa sistema operacional Linux completo com servidores web, com-
ne MIPS utilizando o
piladores nativos, linguagens de script, bibliotecas de análise de vídeo e gleBone seria um desenvolvedor, hobby ou
processador superscalar equipe de design que baseou seus projetos
muito mais.
AM335x ARM Cortex-A8
passados em microcontroladores (MCU),
Dois headers- fêmea de
Permite que os desenvolvedores adicionem facilmente hardware de mas agora está contemplando um projeto
expansão ou realizem conexões diretamente para inúmeros periféricos baseado em microprocessador.
expansão - 46 pinos .1”
disponíveis.
Grande parte da atração do mundo
Conexão USB com open-source para desenvolvedores de
dispositivo multifunções tais sistemas vem do rico ecossistema de
com hub embarcado, Os desenvolvedores podem conectar apenas um cabo para depuração e software que a comunidade representa.
dispositivo de conversão alimentar a placa, não necessita de um emulador JTAG salva custo adicional. Para os designers que querem aproveitar
USB-serial/JTAG com
um conjunto de software mais abundante,
interface USB reprogra-
mável de alta velocidade a migração pode ser fácil onde o desem-
penho e a disponibilidade de software
Acelerador Gráfico 3D Proporciona fotos realistas, pixel-sombreadas em tempo real, gráficos para excedem em muito qualquer plataforma
Open GL® ES 2.0 jogos e interface 3D de usuário. MCU, desconsiderando as questões de
Porta USB 2.0 host supor-
Pode ser usado para periféricos USB como teclado, mouse, WiFi, Bluetooth®,
preços das MCUs.
ta os padrões low, full Com recursos open-source à sua dis-
câmeras Web ou hubs USB para expansão adicional.
and high speeds
posição, a equipe de projeto pode implan-
Conector microSD
Adiciona múltiplos gigabytes para armazenar imagem do boot e dados, tar rapidamente um conjunto robusto de
acompanha um elemento de 4 GB. ferramentas de desenvolvimento, prontos
Interface Ethernet em- para usar, drivers e outros módulos fun-
barcada no dispositivo SW de rede ; Internet com pilhas mínimas. cionais, incluindo USB host completo e pi-
10/100Mbit
lhas de dispositivos, suporte de rede com
4 LEDs na placa Proporciona monitoração para usuário. T2. BeagleBone – firewall, o suporte a quotas e muito mais.
Caracterisiticas.
Comandos Elétricos
Saiba como projetar e reparar Sistemas
de Distribuição de Energia Elétrica
Poder projetar (ou reparar) sistemas de distribuição de energia elétrica dentro
de uma planta industrial é, sem dúvida, um grande diferencial no mercado
de trabalho. Quando digo “projetar” significa saber: dimensionar condutores,
desenvolver sistemas de proteção eficazes, dispositivos de comando e circuitos
clássicos de acionamento de motores.
A proposta deste artigo é estudar esses conceitos, a fim de preparar o leitor
para executar trabalhos nessa área. Agora é com você!
Alexandre Capelli
Onde:
Pmec = Potência do motor,
convertida em watts;
η = Rendimento do motor;
V = Tensão da rede;
cosΦ = Fator de potência do motor.
Com exceção da tensão da rede de
alimentação, todos os demais dados são
constantes e devem ser fornecidos pelo fabri-
cante. Normalmente, eles estão disponíveis
em “plaquetas” fixadas no próprio motor.
F2. Secundário dos transformadores de distribuição.
Curto-circuito
O curto-circuito é uma “ligação” aciden-
tal de condutores sob tensão. No sistema
trifásico ele pode ocorrer entre fases, ou
entre uma fase e terra (ou neutro).
Em qualquer dessas situações a tensão
entre os condutores em “curto” cai a níveis
próximos a zero volt, em compensação a
corrente elétrica cresce rapidamente ten-
dendo ao infinito. Caso não haja proteção,
os condutores da instalação sofrerão degra-
dação (queima).
Sobrecarga
A sobrecarga difere do curto-circuito pe-
las amplitudes das grandezas no fenômeno.
A sobrecarga resulta em uma sobrecorrente,
F4. Fúsiveis NH e D.
que não tende ao infinito, porém, assume
valores acima da corrente nominal da carga. Irb (A) K
Irb < 40 0.5
A tensão de alimentação, na sobrecarga, 40 < Irb < 500 0.4
não cai a zero como no curto-circuito. Ela Irb > 500 0.3
pode até sofrer uma queda devido a sobre- T3. Contante K e dimensinamento do fusível.
corrente, mas raramente diminui mais de
20% da tensão nominal. A sobrecarga pode
ser momentânea ou permanente.
A proteção indicada para o curto-circui-
to é o fusível. Para o caso de motores, eles
devem ser do tipo “g”. Esse tipo de fusível
possui um retardo, que impede sua queima
na partida do motor.
As formas construtivas mais comuns dos
fusíveis aplicados aos motores são as dos
tipos D e NH. O tipo D pode ser utilizado
F5. Curva para fusíveis tipo “g”. F7. Relé térmico ajustável.
para uso industrial ou residencial, e o tipo
NH apenas industrial. A figura 4 exibe um
exemplo de cada um deles.
Os fusíveis tipo “g” são caracterizados
por: corrente nominal (corrente de traba-
lho normal que deve circular pelo fusível
por tempo indeterminado sem que haja
interrupção); tensão máxima de operação;
e capacidade de interrupção (máxima
corrente pela qual o fusível pode garantir
a interrupção, geralmente, a unidade é o
kA – quiloampère).
F6. Princípio do par bimetálico.
Como todo componente elétrico, o com-
portamento do fusível é expresso através de Cuidado!!!
uma curva característica (figura 5). Notem Muito cuidado com a substituição de fusíveis, principalmente o tipo D. O fusível D
que essa curva mostra a interrupção em (diazed) é um fusível comum, e de resposta lenta, feito para a proteção de motores e
função do tempo. outras cargas elétricas. Existe, entretanto, outro tipo de fusível, de aparência mecânica
Para dimensionar os fusíveis neces- igual à do diazed. Esse fusível é o silized. Ele é um dispositivo de proteção tipo “rápido”, e
sitamos de duas constantes: K e Ip/In. A serve para proteger circuitos eletrônicos.
constante K pode ser obtida através da Eu já presenciei máquinas que foram literalmente “torradas” porque o pessoal da manu-
tabela 3, a seguir, e trata-se do fator que tenção não observou esse detalhe, e trocou um silized por diazed.
determina a corrente nominal do fusível. Antes da troca, verifique as inscrições do invólucro para reconhecê-los.
O fator Irb é a corrente de rotor blo-
Circuitos Clássicos
Para poder analisar um circuito elétrico
industrial, o técnico deve ter em mente um
conceito fundamental: tratar o circuito em
duas partes separadas (circuito de comando,
e circuito de força). O circuito de comando
mostra a “lógica” com que o circuito de força
deve operar. O circuito de força, por sua vez,
e como o próprio nome diz, estabelece ou
não a energia para a carga.
Vamos a um exemplo prático.
A figura 17 mostra um dos circuitos
F17. Partida direta de motores.
mais elementares: a partida direta de mo-
tores. À esquerda podemos ver o circuito
de força, onde temos 3 fusíveis (um para
cada fase), um contator tripolar (que liga ou
desliga o motor), o relé térmico, e o motor
de indução trifásico.
Nesse exemplo o único componente de
manobra é o contator K1. Imaginem ainda
que desejamos ligar esse motor através de
um botão (botoeira), e desligá-lo através de
outro botão. Ora, o circuito de comando
direto mostra exatamente isso. As linhas
da esquerda e da direita estabelecem os
limites do circuito de comando. Caso esse
contator tivesse a bobina alimentada por
24 Vcc (por exemplo), a linha da esquerda
seria +24 Vcc e a da direita 0 V (ou terra).
Notem que temos os contatos do relé tér-
mico (proteção) em série com uma botoeira
F18. Partida automática Y / ∆.
de desligamento (tipo NF), uma botoeira
de “liga” (NA) e, finalmente, a bobina do
contator. Em paralelo com a botoeira “liga”
temos um contato K1, esse contato é chamado
auxiliar ou “de selo”.
O contato de selo serve para manter o
contator fechado na ausência da atuação da
chave liga, após o sistema ter sido acionado.
Em outras palavras, quando acionamos L o
contator “entra” e o contato de selo também.
Como ele está em paralelo com a chave
liga (L), mesmo após tirarmos o “dedo”, o
sistema continuará ligado. Para desligar,
basta pressionarmos a chave desliga (D)
que, por ser normalmente fechada (uma
vez acionada), interromperá o processo.
Agora que já sabemos os conceitos gerais,
vejamos as três configurações mais comuns
na indústria: partida automática Y/D, chave
compensadora e reversão.
F19. Chave automática de reversão.
O
sensor é, com certeza, o elemento • Histerese: É a distância entre as
mais básico e comum em qualquer pontes de comutação do sensor,
processo de automação, principal- quando um atuador dele se apro-
mente industrial. É através desse xima ou se afasta;
dispositivo que todo o sistema é capaz de • Sensibilidade: É a distância entre a
coletar informações da planta fabril e, com face do sensor e o atuador no instante
base nisso, executar determinada tarefa. em que ocorre a comutação;
• Frequência de comutação: É a
Definição e Características quantidade máxima de mudanças
Fundamentais dos Sensores de estado em um determinado
para Automação intervalo de tempo;
Sensores são dispositivos capazes de • Distância Sensora: É a distância em
detectar a presença ou passagem de ma- que, aproximando-se o acionador
teriais, sejam eles metálicos ou não; por da face sensora, o dispositivo muda
proximidade ou aproximação, sem haver, de estado.
necessariamente, contato físico. Veja a classificação genérica das Famílias
“Quais são os parâmetros a serem ob- de Sensores Utilizadas na Automação da
servados na escolha ou dimensionamento Manufatura na tabela 1.
de um sensor?”
Depende do sensor, porém, generica- Sensor Indutivo
mente, temos: O sensor indutivo, também conhecido
• Linearidade: É o grau de propor- como sensor de proximidade, é capaz de
cionalidade entre o sinal gerado e detectar a presença (ou não) de um objeto
a grandeza física. Quanto maior, metálico quando este estiver a determinada
mais fiel é a resposta do sensor ao distância da sua face (distância sensora).
estímulo. Consequentemente, po- Seu princípio de funcionamento é baseado
demos conferir um maior precisão na geração de um campo eletromagnético
ao sistema; de alta frequência, que é desenvolvido por
• Faixa de atuação: É o intervalo de uma bobina ressonante instalada na face
valores da grandeza em que pode sensora (figura 1).
ser usado o sensor, sem destruição A bobina faz parte de um circuito
ou imprecisão; oscilador que, em condição normal (não
F5. Sensores faceados e não faceados. F6. As configurações PNP e NPN nas
saídas dos sensores industriais.
Onde;
e = constante dielétrica ou permissi-
vidade.
S = área entre placas
d = distância entre placas.
Concluímos, então, que a capacidade do
componente é diretamente proporcional à
área formada entre as placas e a constante die-
létrica, e inversamente à distância entre elas.
F7. As saídas dos sensores industriais F9. Mudança na capacitância quando o obje-
podem ser de 2, 3 ou 4 condutores. to dielétrico aproxima-se do campo elétrico. Como referência temos o ar como cons-
tante dielétrica, sendo e0 =1. É bom lembrar
Família Tipo Princípio de Funcionamento que este valor é uma referência, e que dizer
Indutivos Proximidade Geração de campo eletromagnético que “1” é igual a:
Sensores Capacitivos Proximidade Geração de campo elétrico
Transmissão e recepção de luz infravermelha, que
Ópticos pode ser refletida ou interrompida por um objeto a ser
detectado.
Observe a tabela 2 para e dos materiais
Ultrassônicos
Transmissão ou recepção de onda sonora, que pode ser mais comuns.
refletida ou interrompida por um objeto a ser detectado. Quando atribui-se 2 à madeira, por
T1. Classificação genérica das famílias de alguns sensores. exemplo, significa que, fisicamente, ela
apresenta:
Sensor e Transdutor
Devemos atentar para as diferenças entre sensor e transdutor. Embora, em alguns casos,
um possa fazer o papel do outro, não podemos classificá-los como sendo componentes A detecção do objeto neste tipo de
da mesma família. sensor ocorre segundo uma variação da
Como já foi citado, o sensor é um dispositivo capaz de detectar a presença ou passagem
capacitância. Ora, conforme acabamos de
de um material. Por outro lado, o transdutor é um dispositivo que converte determinada
grandeza física em um sinal elétrico, e vice-versa. Muitas vezes, um transdutor executa a ver, esta depende de três variáveis em um
função de um sensor. Por exemplo, um transdutor piezoelétrico (que converte pressão capacitor. No sensor capacitivo, entretanto,
mecânica em tensão elétrica) operando como “sensor” de deformação geométrica. duas delas já são fixadas e determinadas na
Há, porém, vários transdutores que não executam a função de um sensor (alto-falantes, concepção do dispositivo.
microfones, solenoides, etc.).
A figura 8 ilustra que a diferença funda-
Resumindo: os transdutores são diferentes dos sensores, embora, em aplicações específi-
cas eles possam funcionar como tais. mental entre o sensor capacitivo e o capacitor
convencional é que as placas não estão uma
Difusão
Nesta configuração, o transmissor e o
receptor são montados na mesma unidade,
sendo que o acionamento da saída ocorre
quando o objeto a ser detectado entra na
F13. O funcionamento “com
região de sensibilidade e reflete para o recep- supressão de fundo”.
tor o feixe de luz emitido pelo transmissor.
Ainda nesta configuração, podemos ter duas Constantes Dielétricas Típicas
filosofias de funcionamento: energético, ou Material εr Material εr
com supressão de fundo. Álcool 25,8 Polipropileno 2,3
O “energético” funciona sempre que Ar 1 Polistirol 3
ocorre a reflexão. Um exemplo típico de Araldite 3,6 PVC 2,9
uso pode ser visto na figura 12, onde o Baquelite 3,6 Porcelana 4,4
dispositivo detecta quando uma bobina de Cabos isolantes 2,5 Cartão prensado 4
papel chega ao fim. Já o “com o supressão de Celuloide 3 Cristal quartzo 3,7
fundo”, consegue ignorar a reflexão de todo Vidro 5 Areia de silício 4,5
o meio que não seja o objeto-alvo. A figura Mica 6 Polietileno 2,3
13 exibe um típico exemplo, onde o sensor Mármore 8 Teflon 2
é capaz de detectar caixas desprezando a Papel parafinado 4 Aguarrás 2,2
reflexão da esteira transportadora. Papel 2,3 Óleo de Trafo 2,2
Petróleo 2,2 Vácuo, ar 1
Sensores reflexivos Plexiglás 3,2 Água 80
O sensor óptico reflexivo, também co- Poliamida 5 Madeira 2
nhecido como retrorreflexivo, assim como T2. Materiais “e”r mais comuns.
Sensor ultrassônico
O sensor ultrassônico emite pulsos cícli-
cos ultrassônicos que, quando refletidos por
um objeto, incidem no receptor, acionando
a saída do sensor.
Tanto o emissor como o receptor estão
montados na mesma unidade, portanto, é
necessário que haja uma reflexão (eco) do
ultrassom de modo que este ative o receptor
(figura 18).
O único cuidado a ser tomado quando
decidimos utilizar um sensor desse tipo é
o alinhamento angular. Conforme ilustra
a figura 19, dependendo da inclinação do
alvo, o eco pode desviar-se para uma dire-
F16. Principio de funcionamento do
sensor óptico de barreira de luz. ção diferente do sensor, não chegando ao
Rede AS – Interface
A rede ASI é uma das mais populares
utilizadas na comunicação entre dispositi-
vos atuadores e sensores e seus respectivos
controladores. Trata-se de um sistema de
interconexão, não proprietário e padroni-
zado, voltado à conexão de dispositivos e
F21. Quatro exemplos de aplicações do sensor ultrassônico.
Redes Pa r
2
t e
Industriais
Vimos na primeira parte a impor- Foundation fieldbus O meio físico é baseado na IEC61158-2,
Este é um protocolo de comunicação onde podemos citar as seguintes carac-
tância das Redes Industriais para as digital bidirecional que permite a interli- terísticas:
indústriais em geral, e o padrão de gação em rede de vários equipamentos di- • Transferência de dados usando
rede PROFIBUS. Nesta segunda parte retamente no campo, realizando funções codificação Manchester, com taxa
de controle e monitoração de processos e de 31,25 kbit/s
do artigo abordaremos o protocolo estações (IHMs) através de softwares su- • Para um sinal de comunicação ín-
de comunicação Foundation fiel- pervisórios. Está baseado no padrão ISO/ tegro cada equipamento deve ser
dbus, e também descreveremos o OSI, onde se tem as seguintes camadas: alimentado com no mínimo 9 volts.
Physical Layer, Communication Stack e O meio físico H1 permite que se
sistema de barramento chamado User Application, onde podemos citar alimente os equipamentos via bar-
Actuator Sensor Interface (AS-Inter- o gerenciamento de forma abrangente ramento. O mesmo par de fios que
face), boa leitura! com a aplicação envolvendo o fieldbus alimenta o equipamento também
Access Sublayer(FAS), o fieldbus Message fornece o sinal de comunicação.
Specification(FMS) e o modelo de Func- • Comprimento máximo de 1900 m
tion Blocks mais Device Descriptions. sem repetidores.
César Cassiolato Acompanhe a figura 17. • Usando-se até 4 repetidores, o
O Physical Layer (Meio Físico) é comprimento máximo pode chegar
definido segundo padrões internacio- a 10 km.
nais (IEC, ISA). Ele recebe mensagens • Um equipamento fieldbus deve ser
da camada de comunicação (Commu- capaz de se comunicar com 2 até 32
nication Stack) e as converte em sinais equipamentos em aplicação sem
físicos no meio de transmissão fieldbus segurança intrínseca e alimentação
e vice-versa, incluindo e removendo externa à fiação de comunicação.
preâmbulos, delimitadores de começo e • Um equipamento fieldbus deve
fim de mensagens. ser capaz de se comunicar com 2
mação que vem do equipamento e para Tarefas adicionais são atribuídas ao A figura 26 mostra um controle em
mostrá-la convenientemente ao usuário. System Management: cascata onde o valor de pressão, por exem-
É escrita usando-se a linguagem DDL • Atribuição automática de um Link plo, vindo de um transmissor de pressão
(Device Description Language), muito Master a LAS, se uma falha ocorrer é conectado ao bloco funcional PID. Este
próxima da linguagem C, para gerar um ao atual LAS. bloco pode ser implementado por exem-
arquivo- texto que ao ser convertido pelo • Sincronização do clock da apli- plo, em um posicionador de válvula,
Tokenizer (Ferramenta de geração de cação. que via bloco AO atua no elemento final.
DDs) pode ser distribuída com os equi- • Endereçamento automático de no- Além da conexão dos blocos funcionais,
pamentos. Figura 23. vas estações conectadas (figura 25). a ferramenta de configuração também
As DDs são usadas em conjunto A programação da comunicação bem configura as taxas individuais de execu-
os capabilities files escritos no formato como a parametrização dos equipamen- ção das malhas individuais. Finalmente,
Common File Format (CFF), onde são tos devem ser feitas antes do start-up. o LAS e todos os Link Masters recebem a
definidos os recursos dos equipamentos Basicamente, temos duas fases: Fase lista de transmissão segundo o Schedule.
e que estão disponíveis. Isto garante que de projeto e fase de configuração dos A configuração do sistema está com-
na condição de offline, o host não utilize equipamentos. pleta e o System Management do LAS e os
recursos que não estarão disponíveis no As DDs de todos os equipamentos equipamentos podem cuidar do controle
equipamento. envolvidos na rede devem estar dispo- em todo sistema. Figura 27.
O System Management de cada equi- níveis para a ferramenta de configuração O Foundation fieldbus ainda possui o
pamento tem as seguintes tarefas: que determinará como as informações HSE, High Speed Ethernet, onde um Link
• Sincronização das atividades de segundo as estratégias de controle serão Device (por exemplo, o DFI302, da Smar)
dados relevantes no tempo, isto conectadas através das entradas e saídas é usado para conectar equipamentos de
é de acordo com o Schedule de dos blocos funcionais (os chamados campo a 31,25 kbit/s a uma rede padrão FF
transmissão. links). Esta tarefa é facilmente executada a 100 Mbit/s. É aplicável em redes de alta
• Processamento cíclico da lista de com as interfaces gráficas de ferramentas velocidade com interfaces para sistemas
transmissão (somente o LAS) com avançadas de configuração, por exemplo de I/Os, que podem estar conectados a
o pré-definido Schedule. Figura 24. o Syscon da Smar: 31,25 kbit/s ou no HSE. Figura 28.
Simplicidade
Uma rede AS-i é muito simples, pois
requer apenas um único cabo para co-
nectar módulos de entradas e saídas de
quaisquer fabricantes. Usuários de uma
rede AS-i não precisam ter profundos
conhecimentos em sistemas industriais
ou protocolos de comunicação. Diferen- F28. Utilização do HSE em redes densas e
temente de outras redes digitais, a rede envolvendo subsistemas de I/O.
AS-i não precisa de terminadores e de
arquivos de descrição de equipamentos.
A simplicidade é seu ponto forte.
Desempenho
Sistemas AS-i são eficazes e incrivel-
mente rápidos, o que os tornam aptos
a substituírem sistemas grandes e com
altos custos. Existem mestres AS-i, espe-
cialmente desenvolvidos para comuni-
carem com sistemas legados de controle
e promoverem uma suave integração
entre as tecnologias existentes. O melhor
de tudo é que isto é realizado de forma
simples e confiável.
Flexibilidade
A expansibilidade é muito fácil – ape-
nas conecte um módulo, enderece-o e,
então, conecte o cabo da rede. Verifique
se o LED de alimentação está ligado e, F29. Componen-
tes e interfaces.