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16
Sistemas de Lavagem Industrial
para a indústria automobilística
48 20 Automatização do
Condomínio Institucional
do Sistema FIERGS
28 Sistemas de Automação
na Medicina
32 Profibus-PA: Meio
Físico IEC 61158-2
40 Instrumento de análise e
diagnóstico em máquinas
rotativas de indução
48
Codificador Rotativo de
Segurança RVK58S
Editorial 03
Eventos 06
Contato 07
Notícias 08
eventos
Abril Maio Local: Enotel Resort&Spa Porto de
ISC Brasil - 6ª Feira e Conferência Agrishow 2011 - 18ª Feira Galinhas - Rodovia PE-09 - Ipojuca/PE
Internacional de Segurança Internacional de Tecnologia Agrícola www.abende.org.br/11coteq
Eletrônica em Ação
Organizador: Reed Exhibitions/Alcântara Organizador: Reed Exhibitions/Alcântara Curso de Tecnologia Wireless
Machado Machado Organizador: Pepperl + Fuchs
Data: 26 a 28 Data: 02 a 06 Data: 17
Local: Expo Center Norte, Rua José Local: Polo Regional dos Agronegócios Local: Rua Jorge Ordonhês, 58 - São
Bernardo Pinto, 333 - Pavilhão Verde, São do Centro-Leste/Centro de Cana, Rod. Bernardo do Campo/SP
Paulo, SP Antonio Duarte Nogueira km 321 - www.pepperl-fuchs.com.br
www.iscexpo.com.br Ribeirão Preto, SP
www.agrishow.com.br VII Sematron – Semana da
Resilimp - VI Feira Internacional de Engenharia Mecatrônica
Resíduos Sólidos Brasilplast 2011 - 13ª Feira Organizador: Universidade de São Paulo
Organizador: Grupo Cipa – Feiras e Internacional da Indústria do Data: 23 a 27
Congressos Plástico Local: Av. Trabalhador São Carlense, 400,
Data: 26 a 28 Organizador: Reed Exhibitions / Alcântara Pq. Arnold Schimidt - São Carlos, SP
Local: Centro de Exposições Imigrantes, Machado www.sematron.eesc.usp.br/index.php
Rod. Imigrantes, km 1,5 - São Paulo, SP Data: 09 a 13
www.feirasnacipa.com.br/resilimp1 Local: Pavilhão de Exposições do Feimafe 2011 - 13ª Feira
Anhembi. Av. Olavo Fontoura, 1209 Internacional de Máquinas-
Curso de Aperfeiçoamento em Santana - São Paulo, SP Ferramenta e Sistemas Integrados
Tecnologia de Plásticos - Módulo 1 www.brasilplast.com.br de Manufatura
Organizador: Universidade Federal de Organizador: Reed Exhibitions / Alcântara
São Carlos - UFSCar Departamento de 11ª Conferência sobre Tecnologia de Machado
Engenharia de Materiais - DEMa Equipamentos - COTEQ Data: 23 a 28
Data: 27 a 29 Organizador: ABENDI - Associação Local: Pavilhão de Exposições do
Local: Rod. Washington Luís (SP-310), km Brasileira de Ensaios Não Destrutivos e Anhembi. Av. Olavo Fontoura, 1209
235 - São Carlos, SP Inspeção Santana - São Paulo, SP
www.dema.ufscar.br/nrpp/cursos Data: 10 a 13 6www.feimafe.com.br
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Mecatrônica Atual:
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Mecatrônica Atual
10 Mecatrônica Atual
Produção Parceria
A produção de veículos no Brasil somou 319,4 A Toyota Motor Corporation e a Microsoft
mil unidades em março de 2011, o que indica Corporation anunciaram uma parceria para
um recuo de 0,4% em comparação com feve- construção de uma plataforma global para
reiro, e uma queda de 6% na relação a março de serviços de tecnologia telemática, utilizando a
2010. Os dados foram divulgados pela Anfavea. plataforma Windows Azure.
No ano, 902,1 mil veículos foram produzidos, O anúncio foi feito pelo presidente da Toyota
uma elevação de 7,9% sobre os três primei- Motor Corporation, Akio Toyoda, juntamente
ros meses de 2010. Em 12 meses, a produção com o CEO da Microsoft, Steve Ballmer. As duas
aumentou 13,4%. companhias planejam investir cerca de 1 bilhão
Já as vendas de modelo bicombustível somaram de ienes na Toyota Media Service Corporation,
244.750 unidades em março e representaram uma subsidiária da Toyota que oferece serviços
84,8% do total comercializado na categoria no de informação digital para clientes automotivos
país, indicando um recuo em relação a março de da marca.
2010, quando a fatia era de 87,9%, com 296.363 A telemática é a fusão das tecnologias de tele-
unidades. Em comparação a fevereiro, houve comunicações e informação em veículos. Esse
queda de 0,50 ponto porcentual. conceito abrange sistemas de GPS, controle de
energia e outras tecnologias multimídia.
12 Mecatrônica Atual
14 Mecatrônica Atual
Sistemas de
Lavagem Industrial
para a indústria
automobilística
Joachim Uwe Lorenzen
EcoCFlex da Dürr Ecoclean: onde as peças são colocadas em um sistema ambiente químico úmido e pode lidar com
uma abordagem flexível de transporte e indexadas de uma estação de peças de até 300 kg (figura 3).
A tecnologia da lavadora EcoC Flex tratamento para a outra, o sistema robótico Tecnologicamente, o sistema combina
combina comprovados métodos de lava- de lavagem manipula as peças de acordo processos de lavagem comprovados, a maioria
gem com a flexibilidade de um robô de 6 com sua geometria para a lavagem ideal. O dos quais ocorrem na câmara central mul-
eixos, integrado totalmente a um módulo realinhamento da máquina para os diferentes tifuncional. Um sistema de pulverização é
de tratamento. Este modelo permite rápida tipos de peças é apenas um dos ajustes do instalado para a potente lavagem por jatos
melhoria e, ou ajustes do processo, incluin- processo de lavagem que podem se feitos sem imersos (Power-IFW = Powerful Injection
do uma adaptação rápida e com mínimo exigir muito trabalho. Com a modificação do Flood Washing), desengraxe direcionado
esforço para peças com algumas alterações seu programa, o robô da EcoCFlex é capaz e uma opcional rebarbação a alta pressão.
ou integração de novas peças. de acomodar diferentes tipos de peças e seus Equipamentos adicionais para outros pro-
Individualmente ou em paletes, as peças movimentos cronometrados produzem os cessos de lavagem podem ser instalados a
são recolhidas pelo robô em um determinado melhores resultados de limpeza. A flexibilidade qualquer hora. Dependendo das exigências
ponto fora do sistema e transferidas para para acomodar muitas peças é vital quando da lavagem, existe a possibilidade de serem
a câmara multifuncional para a lavagem. se leva em conta a escala e complexidade dos instalados sistemas adicionais de tratamento
Uma vez carregada a peça, tudo acontece no componentes do power train. fora da câmara multifuncional. A pré-seca-
mesmo local: lavagem, secagem por sopro Um destaque deste sistema é a nova garra gem geral das peças industriais é realizada
de ar e secagem opcional a vácuo. Os mo- do robô. Considerando que muitas garras por um intenso sopro de ar. Um sistema
vimentos do robô podem ser precisamente são projetadas de acordo com a peça, o que opcional de secagem a vácuo garante 100%
adaptados para as exigências especiais da é associado a custos de adaptação, a garra da secagem de todas as peças.
lavagem através de um programa específico da EcoCFlex pode ser facilmente ajustada A EcoCFlex pode ser incorporada em
para a peça. Observe a figura 2. de acordo com as diferentes peças e atende diferentes seções do processo de produção.
Os robôs são ideais para a lavagem de a todos os requisitos de um sistema de Se a usarmos para processo de lavagem
peças industriais diferentes, especialmente limpeza de última geração. Além disso, o intermediária ou final, a personalização do
aquelas com formas geométricas complexas. sistema oferece elevados níveis de segurança, processo de limpeza poderá ser alcançada ra-
Ao contrário das instalações de transferência, opera sob as mais difíceis condições de um pidamente e com o mínimo de trabalho.
Mecatrônica Atual 17
18 Mecatrônica Atual
Mecatrônica Atual 19
Automatização
do Condomínio
Institucional do
Sistema FIERGS
Este case apresenta a aplicação da solução Elipse E3 para controlar
os sistemas de iluminação, fan-coils, exaustores, ar-condicionados,
central térmica, irrigação e caixas d’água do Condomínio FIERGS
- Federação das Indústrias do RS
Teatro do Sesi
O Sistema FIERGS apoia a diversidade
cultural brasileira através do Teatro do Sesi,
considerado um dos mais belos do país.
Inaugurado no dia 25 de maio de 1997, dia
da indústria, o teatro tem capacidade para
até 1800 lugares e ocupa uma área total de F1. Condomínio FIERGS.
10724 metros quadrados (figura 3).
Por suas dependências, já passaram
alguns dos mais importantes shows musicais
e espetáculos de dramaturgia do Brasil e
do exterior. Além disso, serve de sede para
formaturas e eventos empresariais, tais como
seminários, fóruns, congressos nacionais
e internacionais. Através das telas do E3,
é possível controlar todo o sistema de ar-
condicionado, exaustão dos sanitários e a
iluminação dos corredores, camarins e salas
de eventos localizadas no 3º e 4º andares
do teatro (figura 4).
Sistema de Iluminação
O E3 permite que os operadores possam
gerenciar a iluminação de, praticamente,
todas as salas de reunião e eventos, banhei-
ros, corredores, garagens do Condomínio F2. Tela inicial de acesso aos blocos da FIERGS.
FIERGS. Para isso, basta acessar o sistema
e clicar sobre o bloco, pavimento, andar ou
setor a ser monitorado. A iluminação da área
externa do Condomínio também pode ser
controlada pelo software.
Um controle que é executado via um
modelo padrão de tela. Através dela, é pos-
sível acompanhar se a iluminação do local
foi ligada (ícone da lâmpada em amarelo)
ou desligada (lâmpada incolor), assim como
visualizar quais os horários estipulados
para ligar e desligar as lâmpadas, em cada
dia da semana, de acordo com a agenda
da FIERGS.
Caso haja um evento em qualquer uma
das salas do Condomínio, por exemplo, é
possível não só programar o software para
ligar as luzes da sala no dia e horário definidos
pela agenda, assim como acompanhar se a F3. Vista panorâmica do teatro.
Mecatrônica Atual 21
Sistema de climatização
Somado ao controle da iluminação, o
E3 permite que os operadores possam ter
acesso a todos os equipamentos envolvidos
no processo de climatização do Condomínio
FIERGS. Através do software, é possível
controlar todo o sistema de ar-condicio-
nado, fan coils, exaustores dos sanitários e
compressores.
No caso dos fan coils, equipamentos
F4. Tela de controle da iluminação do corredor de acesso aos camarins. responsáveis por resfriar o ar, o E3 exibe
uma tela dentro dos mesmos moldes da tela
padrão de controle da iluminação. Nela, o
operador pode monitorar se a temperatura
de resfriamento está de acordo com a mais
indicada (set point), além dos horários de
funcionamento definidos para cada dia
da semana segundo a agenda da FIERGS.
Havendo falhas, basta clicar sobre a opção
situada no rodapé da tela para realizar a
manutenção do equipamento.
Na mesma tela, também é exibido o
chamado “diferencial ”. Através dele, o
operador pode ficar ciente se a temperatura
apontada ainda se encontra dentro dos valores
aceitáveis. Quando a temperatura ambiente
sai fora do range setado, o E3 intervém e
faz atuar o controle de válvulas, abrindo-as
F5. Controle da iluminação do 2º pavimento – bloco 10. Na segunda-feira, as lâmpadas devem ou fechado-as, de forma que a temperatura
ser automaticamente ligadas às 7h (7:00) e desligadas às 22h (22:00).
ambiente volte ao valor indicado no set point.
Exemplo, caso o diferencial indique 0,2 e o
set point, 20, a temperatura ambiente deverá
estar, na pior das hipóteses, entre 18,8º e
20,2ºC (figura 6).
Os compressores, bombas de condensação,
bombas de água gelada, torres de refrigeração
e resistências elétricas (aquecimento), equipa-
mentos responsáveis pela fabricação e envio
de água gelada ou quente aos fan coils para
que, através dela, possam gelar ou aquecer o
ar ambiente, também são monitorados pelo
software da Elipse. Para isto, basta clicar sobre
a tecla “Tela Central Térmica”, presente no
rodapé da tela inicial (figura 2).
Na tela, é possível acompanhar a atual
condição de cada um dos compressores da
FIERGS, condição esta definida de acordo
a seguinte associação de cores descrita ao
F6. Tela de controle da temperatura indicada no 2º pavimento centro do bloco 10. lado: ícone do compressor na cor cinza
22 Mecatrônica Atual
24 Mecatrônica Atual
Considerações Finais
Para o Supervisor de Manutenção e
Melhorias da FIERGS, Engº Lúcio Barbiero
Vieira Machado (figura 12), o E3 viabi-
lizou o controle à distância da iluminação F10. Controle da irrigação na zona 5.
e climatização, permitindo ligar e desligar
equipamentos, assim como monitorar as
temperaturas nos diferentes ambientes
climatizados do Condomínio. Desse modo,
o software da Elipse não só facilita a ope-
ração, como também informa de imediato
os operadores caso haja qualquer espécie de
falha nos sistemas automatizados.
“A FIERGS possui um grande número
de espaços destinados a eventos e que fun-
cionam nos mais diversos dias e horários.
Em vista disso, a automação predial foi
muito importante, pois nos permite efetuar
comandos de ligar/desligar equipamen-
tos remotamente, sem precisar deslocar
alguém para fazê-lo; além de nos alertar
caso ocorra algum problema, diminuindo
o tempo de atuação para corrigí-lo”, afirma
o Supervisor. F11. Tela exibindo o status de comunicação dos CLP’s.
Rodrigo Trindade Lopes, técnico em
automação da FIERGS, destaca a grande
flexibilidade disponibilizada pelo softwa-
re da Elipse como um de seus principais
benefícios.
“A aplicação existente aqui na FIERGS
requer um controle em tempo real e que possa
ser feito de diferentes estações de trabalho,
seja por um operador, seja por um supervisor,
cada um em sua máquina, e, muitas vezes,
simultaneamente. O E3, felizmente, agregou
essa possibilidade”, disse ele.
A grande versatilidade oferecida pela
solução foi outro ponto destacado pelo
técnico da FIERGS.
“A praticidade que o E3 proporciona em
relação tanto ao controle quanto à supervisão
da planta em tempo real é, com a mais absoluta
certeza, indispensável”, completa. F12. Engº Lúcio Barbiero, “O E3 viabilizou o controle à distância da iluminação e climatização.”
Benefícios
• Controle à distância dos
equipamentos e sistemas de
iluminação, climatização e água
potável da FIERGS.
• Monitoramento do horário de
funcionamento da iluminação, fan
coils e exaustores automatizados,
com a possibilidade de colocá-los
em manutenção caso seja verificado
um problema.
• Acompanhamento do status, em
tempo real, dos compressores de
água gelada (chillers) e resistências
de aquecimento.
• Supervisão do nível da água
verificado no interior de cada uma
das caixas d’água do Condomínio
FIERGS.
• Controle da bomba e do sistema
de irrigação.
• Acompanhamento do status dos 14
CLPs responsáveis por executar os
comandos enviados pelo E3.
F13. Tela de controle da iluminação do CEXPO. • Controle dos sistemas de
iluminação, climatização e da
tarifação da energia elétrica
consumida nas diferentes salas,
setores, banheiros e demais
espaços do Centro de Exposições
da FIERGS.
26 Mecatrônica Atual
Sistemas de
Automação
na Medicina
Nos últimos anos, o campo de atuação da automação foi expan-
dido, rompendo os limites do ambiente de chão de fábrica che-
gando à medicina. Hoje, há aplicações da automação em salas
de cirurgias, atendimento, análise de exames à distância, graças
à grande evolução dos meios de comunicação, envolvendo até
mesmo a atuação, controle e inserção de robôs nos pacientes.
Telemedicina
Conforme mencionado na introdução, a
telemedicina proporciona aos profissionais
da área da saúde atendimento à distância.
Essa área sempre se desenvolveu junto com
os meios de comunicação. Inicialmente F1. Exemplo de estação de trabalho para
telepatologia e aplicação de telemedicina di-
utilizava os meios analógicos, mais tarde gital. Fonte: Serviço de Anatomia Patológica do
foram substituídos por meio digitais mais Hospital Universitário Gaffrée e Guinle/UNIRIO.
modernos. F2. Robô Helpmate da Pyxis Corp.
Mecatrônica Atual 29
F3. Cadeira Robotizada Wheelesley. F4. Membros Artificiais: Perna e mão robotizadas.
que são sinais elétricos que variam com o dispositivos elétricos comandados direta- Na figura 5 está ilustrado o projeto de
ângulo dos olhos na cabeça. Desta forma, mente pelas atividades do cérebro. coração artificial realizado pela empresa
o usuário pode controlar a cadeira apenas Cientistas da Brown University nos Abiomed, denominado como AbioCor.
com a direção do olhar. A cadeira segue E.U.A, desenvolveram pequenos chips que Esse coração já está sendo utilizado há quase
na direção que é solicitada e, para isso, ela estão sendo implantados na região do cérebro duas décadas
detecta obstáculos e os contorna. responsável pelo controle e coordenação Atualmente, nas salas de cirurgias os
Outra aplicação de robótica bastante da motricidade voluntária. Nesse chip há robôs estão ganhando cada vez mais espa-
usada na medicina é na atuação como a presença de mais de 100 eletrodos que ço, fazendo com que o cirurgião fique em
membros artificiais, sendo eles: braços, detectam a atividade elétrica neuronal, uma cabine de controle passando todos os
mãos ou pernas. Esses mecanismos podem proporcionando ao paciente uma melhoria comandos para a máquina. Em maio de
ser compostos de sensores, atuadores e um significativa na sua habilidade de interagir 1998, no Hospital Broussais, em Paris, a
circuito de realimentação. com o mundo. equipe do cirurgião Alain Carpentier fez
Na figura 4, dois exemplos de membros Os robôs podem ser utilizados para a primeira operação cardíaca sem tocar no
artificiais. substituir órgãos humanos, podendo assu- paciente, a dois metros de distância.
É possível detectar a preocupação dos mir o papel do coração, dos rins, estômago, Os robôs cirurgiões trouxeram muitas
fabricantes quanto ao acabamento com mate- pulmões, fígado e pâncreas. Esses órgãos vantagens como, por exemplo, os cortes não
riais que se assemelham a pele humana, não robóticos podem ficar tanto no interior precisam ser grandes, apenas o suficiente
deixando exposto o mecanismo robótico. quanto no exterior do corpo humano. Um para a entrada do braço do robô equipado
Hoje, cientistas da área de neurociência exemplo é a aplicação do coração artificial com uma microcâmera e instrumentos
estudam meios para que através das ondas externo em um hospital para substituir o cirúrgicos. Devido ao fato dos cortes serem
cerebrais, o homem se comunique com coração natural do paciente, onde é necessário menores, o tempo de recuperação se torna
computador, possibilitando a atuação de interromper seu funcionamento. muito mais rápido, outra vantagem está
30 Mecatrônica Atual
um software ativado por voz permitem ao namental para cada procedimento em que
médico posicionar a câmera, dessa forma serão utilizados.
ficando com as suas mãos livres para dar Existe um sistema robótico para telecola-
continuidade à cirurgia. boração usada na telemedicina. Este sistema
O sistema cirúrgico Da Vinci é o robô é chamado de SOCRATES (SOCRATES
mais moderno do mundo dentro das salas Robotic Telecollaboration System) e permite
de cirurgias, desenvolvido pela empresa a telepresença e o telementor através de
Intuitive Surgical a um custo de US$ 1 recursos virtuais. Figura 9.
milhão, esse robô usa uma tecnologia que
permite ao médico chegar mais perto do Conclusão
alvo do que a visão humana permitiria. Com a elaboração deste artigo, foi pos-
Veja a figura 7. sível visualizar a importância da automação
O Da Vinci possui um console de visua- na medicina. Conseguimos verificar que
lização e controle e uma unidade composta a automação proporciona à medicina um
por quatro braços cirúrgicos. A poucos grande avanço no que se refere a tempo de
F8. Sistema cirúrgico ZEUS. metros da mesa de operação, no console de atendimento, atendimento médico às áreas
visualização e controle, o cirurgião recebe de difícil acesso, intercâmbio de informações
em sua tela as imagens em 3D da câmera entre médicos de locais distintos, menor tempo
que está no interior do paciente, e por de recuperação do paciente, maior precisão em
meio de controle parecido com joysticks, cirurgias e possibilita melhorias nos estudos
realiza os movimentos dos braços do robô. de doenças que ainda não têm cura.
A vantagem desse sistema é a correção em Essa área é bastante promissora, e cami-
tempo real de eventuais tremores da mão nha juntamente com as demais tecnologias,
do cirurgião e também realizar manobras exemplo disso é que, à medida que os meios
delicadas. O médico José Carlos Teixeira de comunicação evoluem, a telemedicina
do Hospital Albert Einstein, um dos três acompanha. Hoje, há inúmeros equipamentos
hospitais no Brasil que possui a máquina, que facilitaram a vida do homem, temos
comenta sobre a possibilidade de fazer nos hospitais aplicações de robôs que fazem
curvas de 90°, sendo isso impossível com tarefas complicadas, repetitivas, precisas e
os instrumentos tradicionais. desgastantes, proporcionando meios aos
No Brasil, o Da Vinci é usado em ci- profissionais de saúde para que possam fazer
F9. Médico - robô virtual RP6 fazendo visita rurgias gastrointestinais e de próstata, mas seu trabalho da melhor forma possível.
ao paciente no hospital.
nos EUA ele já faz operações cardíacas, e O objetivo dos sistemas de automação
vai ganhar um novo software que auxilia os agregados à medicina é a de melhoria con-
presente na precisão dos movimentos, pois médicos na identificação de certas partes do tínua e de aumento
um cirurgião humano por mais habilidoso organismo, como uso de cores para mostrar da capacidade dessa ciência, para assim,
que seja, está sujeitos a pequenos tremores veias e artérias. tentar resolver, ou maximizar as chances de
de mão, causando danos aos pacientes. Outro sistema fabricado pela Computer sobrevivência em todos os casos de doenças
Essas máquinas ainda não possuem a Motion é o Sistema Robótico Zeus (sigla e cirurgias. MA
capacidade de realizar uma cirurgia sem em inglês para Sistema Endoscópico Au-
a intervenção humana, é necessário um tomatizado para Posicionamento Ideal),
...continuação do Saiba Mais
cirurgião para controlar os movimentos dos bastante utilizado nas salas de cirurgias na
robôs. O controle remoto e a ativação por voz Europa, onde os médicos alemães usam o GARATTONI, Bruno. Cirurgião
são os métodos de comando dos robôs. sistema para realizar cirurgias de ponte de Robô – Revista Superinteressante,
No ano de 1994, foi lançado pela empresa safena. Ainda não foi regulamentado pela Edição 267 julho de 2009.
Computer Motion o primeiro robô a ser libe- FDA para seu uso nos EUA, somente para
JUSTE, Marilia. Robô Cirurgião
rado pela FDA o AESOP. A Food and Drug testes clínicos. salva vidas e vira vedete de
Administration (FDA) é um órgão federal O Zeus (figura 8) uma configuração simpósio médico em São Paulo.
americano que estabelece normas para as similar à do sistema da Vinci. Possui uma Disponível: www.g1.com.br
indústrias alimentícias e de remédios. estação de trabalho computadorizada, uma
Desenvolvido com a tecnologia da tela de vídeo e controles manuais usados Como funcionam os corações
artificiais, traduzido por
NASA, O AESOP (Automated Endoscopic para mover os instrumentos cirúrgicos HowStuffWorkBrasil, por Kevin
System for Optimal Positioning) é composto instalados na mesa.Utiliza a assistência do Bonsor. Disponível em: http://saude.
por um braço mecânico usado pelo médi- Sistema Robótico AESOP. hsw.uol.com.br/coracao-artificial.htm
co para posicionar o endoscópio (câmera Entretanto, ambos os sistemas, da Vinci
cirúrgica inserida no paciente). Pedais ou e ZEUS, precisam receber aprovação gover- Como funcionam os robôs,
traduzido por HowStuffWork Brasil,
porTom Harris. Disponível em: http://
informatica.hsw.uol.com.br/robos.htm
Mecatrônica Atual 31
PROFIBUS-PA:
Meio Físico
IEC 61158-2
A finalidade deste artigo é apresentar aos leitores
alguns detalhes do meio físico IEC 61158-2 no
PROFIBUS-PA
César Cassiolato
Diretor de Marketing, Qualidade
e Engenharia de Projetos e Seviços
- Smar Equipamentos Industriais
Mecatrônica Atual 33
34 Mecatrônica Atual
F4. Sistema com alimentação de dispositivos em uma rede PROFIBUS e IEC 61158-2.
Tipo Área de Aplicação Alimentação Corrente Máx. Potência Máx. No. Típico de Estações corrente total, a corrente que o dispositivo
I EEX ia/ib IIC 13,5 V 110 mA 1,8 W 8 com alimentação externa consome do
II EEx ib IIC 13,5 V 110 mA 1,8 W 8 barramento.
III Eex ib IIB 13,5 V 250 mA 4,2 W 22
IV Não Intrinsecamente seguro 24 V 500 mA 12 W 32
Tipos de Cabo Recomendados
T3. Alimentação padrão. Importante: Esta especificação é baseada com uma
corrente de consumo de 10 mA por dispositivo. para o PROFIBUS-PA
A IEC 61158-2 determina que o meio
Unid. Tipo I Tipo II Tipo III Tipo IV Tipo IV Tipo IV
físico do PROFIBUS-PA deva ser um par
Tensão V 13,5 13,5 13,5 24 24 24 de fios trançados. As propriedades de um
Soma das correntes necessárias mA ≤110 ≤110 ≤250 ≤110 ≤250 ≤500 barramento de campo são determinadas
Comprimento da linha para 0,8 mm2 m ≤900 ≤900 ≤400 ≤1900 ≤1300 ≤650 pelas condições elétricas do cabo utilizado.
Comprimento da linha para 1,5 mm2 m ≤1000 ≤1500 ≤500 ≤1900 ≤1900 ≤1900 Embora a IEC 61158-2 não especifique
T4. Comprimentos de Linha para IEC 61158-2. tecnicamente o cabo, o cabo tipo A é al-
tamente recomendado a fim de garantir
limites claramente definidos. Observe que a uma reserva de corrente de 9 mA por as melhores condições de comunicação e
mesmo nos casos que a segurança intrín- segmento, destinada para a operação do distâncias envolvidas.
seca não é utilizada, a potência da fonte de FDE (Corrente consumida pelo equipa- A tabela 5 apresenta em detalhes as
alimentação é limitada. mento quando em falha). O FDE evita especificações dos diversos cabos a 25 ºC.
De modo geral, para determinar o que dispositivos defeituosos bloqueiem o Vale lembrar que a maioria dos fabricantes de
comprimento máximo do barramento, barramento permanentemente. cabos recomenda a temperatura de operação
calcula-se a corrente consumida pelos A conexão em um barramento intrin- entre -40 ºC a +60 ºC. É necessário verificar
dispositivos de campo, seleciona-se uma secamente seguro de dispositivos auto os pontos críticos de temperatura por onde
unidade de alimentação, conforme tabela alimentados pelo barramento e dispositivos é passado o cabeamento e se o cabo suporta
3, e determina-se o comprimento para o alimentados externamente é possível, se a mesma. A resistência do cabo tipo A de 22
tipo de cabo selecionado conforme tabela os dispositivos alimentados externamente Ω/km é válida em 25 ºC. Por exemplo, a
4. A corrente necessária é obtida da soma forem equipados com isolamento apro- resistência do cabo tipo A a 50 ºC é 24,58
das correntes básicas dos dispositivos de priado de acordo com EN 50020. Deve Ω/km. Isso deve ser levado em conta em
campo do segmento selecionado, somada ser considerada, entretanto, no cálculo da países quentes como o Brasil.
Mecatrônica Atual 35
Onde:
Ct: Capacitância total em nF;
Ls: Comprimento do spur em m;
Cs: Capacitância do fio por segmento
em nF (padrão: 0,15);
Cd: Capacitância do equipamento PA.
36 Mecatrônica Atual
Mecatrônica Atual 37
Em termos de sinal de alimentação, tector) possuem uma alta impedância • A compatibilidade eletromagnética
consideram-se como valores aceitáveis: em série e podem resultar em sinais (EMC);
• 12 a 32 Vdc na saída do coupler até 2000 mV e memso assim podem • Proteção contra explosão;
DP/PA (dependendo do fabricante permitir a operação adequada; • Proteção de pessoas.
do coupler). • < 250 mVpp – Muito baixo, verifi- De acordo com a IEC61158-2, aterrar
• Ripple, r (mV): car se tem mais de 02 terminadores significa estar permanentemente conectado
• < 25: excelente; ativos, fonte de alimentação, coupler ao terra através de uma impedância suficien-
• 25<r<50: ok; DP/PA, etc. temente baixa e com capacidade de condução
• 50<r<100: marginal; Alguns equipamentos têm polaridade, suficiente para prevenir qualquer tensão que
• >100: não aceitável. outros não, por isso é muito importante possa resultar em danos de equipamentos
Em termos de sinal de comunicação, assegurar a correta conexão do barramento ou pessoas. Linhas de tensão com 0 volts
consideram-se como valores aceitáveis: H1 nos equipamentos. devem ser conectadas ao terra e serem galva-
• 750 a 1000 mVpp – ok; nicamente isoladas do barramento fieldbus.
• 1000 mVpp – Muito alto, pode ser Shield e Aterramento O propósito de se aterrar o shield é evitar
que tem um terminador a menos; Ao considerar a questão de shield e ruídos de alta frequência.
• Algumas barreiras e protetores de aterramento em barramentos de campo, Preferencialmente, o shield deve ser
segmento (spur guard ou segment pro- deve-se levar em conta: aterrado em dois pontos, no início e final
de barramento, desde que não haja diferença
de potencial entre estes pontos, permitindo
a existência e caminhos a corrente de loop.
Na prática, quando esta diferença existe,
recomenda-se aterrar o shield somente em um
ponto, ou seja, na fonte de alimentação ou
na barreira de segurança intrínseca. Deve-se
assegurar a continuidade da blindagem do
cabo em mais do que 90% do comprimento
total do cabo. (Figura 7).
O shield deve cobrir completamente os
circuitos elétricos através dos conectores,
acopladores, splices e caixas de distribuição
e junção.
Nunca se deve utilizar o shield como
condutor de sinal. É preciso verificar a
continuidade do shield até o último equi-
pamento PA do segmento, analisando a
conexão e acabamento.
F7. Combinação Ideal de Shield e Aterramento. Em áreas classificadas, quando uma
equalização de potencial entre a área segura
e área perigosa não for possível, o shield
deve ser conectado diretamente ao terra
(Equipotencial Bonding System) somente
no lado da área perigosa. Na área segura,
o shield deve ser conectado através de um
acoplamento capacitivo (capacitor prefe-
rencialmente cerâmico (dielétrico sólido),
C<= 10 nF, tensão de isolação >= 1,5 kV).
(Figura 8).
A IEC 61158-2 recomenda que se tenha
a isolação completa. Este método é usado
principalmente nos Estados Unidos e na
Inglaterra. Neste caso, o shield é isolado
de todos os terras, a não ser o ponto de
terra do negativo da fonte ou da barreira
de segurança intrínseca do lado seguro.
O shield tem continuidade desde a saída
F8. Aterramento Capacitivo. do coupler DP/PA, passa pelas caixas de
38 Mecatrônica Atual
Mecatrônica Atual 39
Instrumento
de análise e
diagnóstico
em máquinas
rotativas de
indução O foco deste trabalho é o estudo
e o desenvolvimento de um ins-
trumento de análise de falhas e
diagnóstico em máquinas rotativas
de indução, em tempo real, pela
monitoração da vibração e da
corrente elétrica, de forma a se
saiba mais diagnosticar falhas e defeitos, por
meio da associação e consulta
ALTERA Corp. DSP Builder
Presentation, 2005. a padrões de espectros de fre-
ALTERA Corp. Implementation quência de corrente e vibração
Sistems DSP in FPGA, 2006. mecânica
BACCARINI, L. M. R. Detecção
e Diagnóstico de Falhas em Cesar da Costa
Motores de Indução. Tese de Mauro Hugo Mathias
Doutorado, Universidade Federal de
Minas Gerais, Minas Gerais, Brasil,
2005. Este trabalho está sendo realizado com o apoio
da CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento
BENBOUZID, M. E. H. A Review de Pessoal de Nível Superior do Brasil, que pro-
of Induction Motors Signature porcionou o estabelecimento de um convênio
Analysis as a Medium for Faults entre a UNESP, campus de Guaratinguetá e o
Detection. IEEE Transactions on Instituto de Telecomunicações da Universidade
Industrial Electronics,Vol.47, no.5, pp. Técnica de Lisboa, Portugal, por meio do PDEE,
984-993, October 2000. estágio de doutorando.
O
pontos determinados do motor e pela
análise da corrente elétrica absorvida pelo
estator, para identificar o surgimento de
novos esforços dinâmicos, que são fortes
O analisador de vibração proposto A manutenção preditiva pela monito- indicadores do início do surgimento de
fará a aquisição dos sinais de corrente ração da vibração e da corrente elétrica é defeitos (Cardoso et al, 2005).
e aceleração, cálculo dos espectros de uma abordagem científica, que tornou-se
frequência, implementação de algorit- um novo caminho no gerenciamento Natureza de falhas em
mos de análise e diagnóstico de falhas da manutenção industrial de máquinas máquinas rotativas
e o processamento dos dados numéricos rotativas de indução. Muitos métodos de indução
obtidos, em processador DSP baseado de monitoração têm sido propostos, por As máquinas rotativas de indução
em hardware embutido em FPGA. Uma diferentes tipos de detecção e localização são robustas e consideradas tolerantes
ligação automática de alta integridade de falhas. Na indústria, grandes sistemas a falhas. O seu principal componente
entre os algoritmos teóricos e a implemen- eletrômecânicos são frequentemente é o motor elétrico de indução trifásico,
tação física em software será obtida com equipados com sensores de vibração e que é basicamente composto de um
a linguagem de descrição de hardware mais recentemente utilizam a monitora- estator, de um rotor e um eixo. Neste
VHDL, via modernas ferramentas de ção da corrente do estator do motor, que rotor, o eixo transmite o movimento ao
conversão de software, que leem os arqui- pode fornecer as mesmas indicações das exterior. Para potências de até 500 CV
vos do software MATLAB/SIMULINK, vibrações mecânicas sem requerer acesso o rotor mais usado é o do tipo gaiola
convertem para o código RTL, utilizan- ao motor (Benbouzid, 2000). de esquilo ou squirrel cage no qual não
do os mesmos vetores de testes, geram Uma vez que todo equipamento existe contato elétrico entre o rotor e o
arquivos VHDL para síntese, compilam rotativo apresenta um determinado estator. Embora os motores de indução
o projeto para carregá-lo em hardware e nível de vibração, uma alteração do sejam bem construídos e robustos, a
testar no FPGA o sistema completo. Esta comportamento vibratório da máquina possibilidade de falhas é inerente. A
nova metodologia de desenvolvimento pode ser indício do agravamento de um figura 1 ilustra a estrutura interna de
de sistemas embutidos, que atualmente defeito. Um nível de vibração elevado um motor de indução.
está sendo adotada por diversos centros costuma ser consequência de desbalan- Uma falha não significa necessa-
de pesquisas e investigadores de diversas ceamento de rotores, desalinhamento riamente o colapso total do elemento
áreas, não gasta tempo com codificação entre equipamento acionador e acionado, da máquina. Falhas incipientes dentro
dos algoritmos em linguagens de progra- deformação na estrutura do equipamento, de um motor de indução, geralmente
mação como C++, nem permite a quebra atrito, falhas de lubrificação, desgaste e afetam o seu desempenho, antes mesmo
da integridade do fluxo de projeto, que defeitos superficiais nos seus componentes que falhas significativas ocorram. As
dá chances a erros de inconsistência na (Menna, 2007). falhas em motores de indução podem ser
transformação de um algoritmo teórico Toda a estrutura de um motor ou divididas em falhas mecânicas e falhas
para sua implementação por software. máquina rotativa de indução vibra em elétricas. As origens dessas falhas podem
Mecatrônica Atual 41
42 Mecatrônica Atual
Para se ter uma interpretação adequada do Os processadores DSPs atuais apresentam pondente a aquisição, condicionamento do
sinal de vibração medido em sistemas mecâ- desempenho cada vez maior, o que torna sinal e gerenciamento de tarefas.
nicos rotativos é necessário o uso de métodos possível a sua utilização no processamento da Na figura 5 é vista a parte de análise de
e técnicas DSP (Digital Signal Processor), análise de falhas e diagnósticos de máquinas diagnóstico de falhas no domínio da frequ-
que possibilitam o processamento numérico rotativas em tempo real. Uma alternativa ência que será embutida em FPGA.
do sinal e a obtenção das características disponível atualmente é uma nova categoria
originais do sinal, de modo que se extraia a de hardware reconfigurável, que tem as suas Fases de desenvolvimento
maior quantidade possível de informações funcionalidades definidas exclusivamente pelo Na primeira fase o sistema está sendo
de um sinal complexo de vibrações, sujeito usuário e não pelo fabricante denominado implementado, baseado em microcomputador
a excitações internas e externas. FPGA (Field Programable Gate Array). A PC e placas de aquisição de dados analógicos.
O DSP é uma técnica particular para principal característica desta alternativa é a Um software está sendo desenvolvido no
representar um sinal analógico como uma possibilidade de executar diversos algorit- MATLAB/SIMULINK para tratamento
sequência ordenada de números para posterior mos simultâneamente em tempo real, com e pré- análise dos sinais. A placa conver-
processamento. Algumas das principais razões capacidade de processamento paralelo, de sora de corrente de estator é composta por
para processamento de números ao invés de ordens de grandeza superior se comparada um sensor de corrente do tipo Efeito Hall,
sinais analógicos incluem a eliminação ou com a implementação desses algoritmos modelo LAH 25-NP da LEM, com 0,3%
redução da interferência indesejada, avaliação utilizando microprocessadores convencionais de precisão e 0,2% de linearidade máxima,
das características do sinal e transformação (Magdaleno et al, 2008). que converte uma amostra da corrente do
do sinal para produzir mais informações O presente trabalho apresenta uma estator do motor, em tensão para ser ad-
(Kazzas et al, 2003). proposta de desenvolvimento de um instru- quirida pela placa de aquisição. Na figura
Uma das grandes vantagens da tecnologia mento de análise de falhas e diagnóstico de 6 apresenta-se uma amostra dos dados de
DSP é a capacidade e a velocidade de pro- defeitos em máquinas rotativas, em tempo corrente de estator representada no domínio
cessamento que os processadores possuem, real, de baixo custo, baseado em tecnologia do tempo e da frequência de um motor de
permitindo que se obtenha rapidamente, DSP, embarcada em dispositivo FPGA. O indução sem defeito. A frequência principal
por exemplo, o espectro de frequência de diagrama em bloco do instrumento a ser está em torno de 50 Hz, que é a freqüencia
um sinal, numericamente, com o emprego desenvolvido é apresentado em duas partes. da rede em Portugal, onde o trabalho está
de um algoritmo matemático. Na figura 4 é apresentada a parte corres- sendo pesquisado.
44 Mecatrônica Atual
Mecatrônica Atual 45
46 Mecatrônica Atual
Codificador Rotativo
de Segurança
RVK58S
Os fabricantes e os operadores de máquinas são obrigados a cumprir os requisitos
de segurança especificados na norma EN ISO 13849 e o primeiro codificador rotativo
de funcionamento seguro em nível mundial, com um detector da posição absoluta
suplementar, consiste numa preciosa contribuição para a implementação eficaz de
soluções de acionamento seguras. O RVK58S combina-se na perfeição com con-
ceitos de segurança modernos e facilita a demonstração, por parte de empresas de
engenharia industrial e mecânica, de que os seus produtos estão em conformidade
com o nível de desempenho (PL) ou com o nível de integridade da segurança (SIL)
exigidos. Graças ao detector da posição absoluta integrado, o codificador é adequado
para utilizações de caráter geral numa ampla variedade de soluções de acionamento,
independentemente de estas terem por base motores síncronos ou assíncronos
Pepperl+Fuchs
A
s empresas de engenharia industrial e mecâ- avarias através da comparação de parâmetros
nica confiam cada vez mais em componentes de sistema correspondentes. Embora esta
com segurança integrada para cumprir os prática satisfaça o objetivo, atualmente não
requisitos de segurança especificados na versão é desejável devido à duplicação dos custos
atual da Diretiva de “Máquinas” 2006/42/ de equipamento e material, assim como aos
EC. O codificador rotativo seno/cosseno de elevados esforços no que diz respeito à ins-
segurança RVK58S é a escolha ideal, pois talação e à cablagem. Além disso, aumentar
também permite que a posição do rotor do o número de componentes aumenta a pro-
motor seja detectada com os mais elevados babilidade de avarias e torna a certificação
níveis de precisão (figura 1). de conformidade mais dispendiosa.
Apenas os rigorosos conceitos de segu-
Mecatrônica Atual 49
O codificador rotativo de
segurança substitui soluções
mecânicas de segurança
As inovadoras funções de segurança
permitem que, em muitas aplicações, os
dispositivos mecânicos de segurança conven-
cionais, que estão sujeitos a desgaste, sejam
substituídos por funções de software. Por
exemplo, em armazéns com tetos altos, os
dispendiosos amortecedores hidráulicos de
fim de curso nas extremidades dos locais de
armazenamento e os carris de recuperação
de máquinas podem ser eliminados na
totalidade. Além disso, é necessário menos
espaço vazio e os veículos podem ser mais
leves devido à menor desaceleração de trava-
gem. Em combinação com uma unidade de
controle de segurança adequada, instalada
localmente ou no controlador da unidade,
o RVK58S monitora o cumprimento com
a rampa de desaceleração especificada (de-
saceleração limitada de segurança), assim
como a velocidade de deslocação (velocidade
de segurança limitada), da máquina de
F3. Exemplo de aplicação do RVK58S para um motor síncrono. armazenamento e recuperação. No caso
de algum dos limites configurados ser ex-
cedido, o sistema é travado com o auxílio
da unidade ou (no caso de falha total da
unidade) é acionado um travão mecânico
no veículo (figura 4).
As funções de segurança
simplificam o arranque
e a manutenção
A probabilidade de os operadores de
máquinas sofrerem ferimentos é maior
durante o arranque, a configuração e a
manutenção, uma vez que estas atividades
são, normalmente, realizadas diretamente
na zona perigosa. O codificador rotativo
de segurança permite a implementação de
muitas funções de segurança abrangentes
que, por sua vez, permitem que estas ativi-
dades sejam realizadas em segurança, com
F4. Substituindo soluções convencionais de segurança. um mínimo de esforço. MA
50 Mecatrônica Atual