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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE ARTES E LETRAS – CAL


DEPARTAMENTO DE ARTES CÊNICAS

LEGISLAÇÃO E PRODUÇÃO TEATRAL

DANIELA CORRÊA DA CUNHA, FLAVIA GRÜTZMACHER DOS SANTOS E


VALÉRIA ANTUNES DO AMARANTE

A EMPRESA CULTURAL:
ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE

SANTA MARIA, RS, BRASIL


ABRIL, 2020
A Empresa Cultural​: Administração e contabilidade

Este trabalho propõe um olhar sobre as noções principais que permeiam o universo
das empresas culturais, no Brasil. Se atendo, assim, à legislação brasileira e ao formato de
produções culturais realizadas pelas empresas, a fim de compreender como ocorrem tais
processos que auxiliam a classe artística a legalizar seus trabalhos, expandi-los e conseguir
utilizar os recursos públicos como forma de validar e promover suas artes.
Com isso, o trabalho introduzirá a noção fundamental de “empresa” e, nessa direção,
abordará as questões mais específicas à área cultural, discorrendo sobre os processos
administrativos e contábeis das pequenas e grandes empresas culturais e, principalmente, das
microempreendedoras e dos microempreendedores individuais que possuem o registro MEI,
realidade mais comum à classe artística.

1. O que é uma empresa?

Uma empresa é um sistema econômico-social formado por pessoas, conhecimentos,


métodos, técnicas, regras etc. e é organizado para produzir e ofertar produtos para uma
determinada comunidade, podendo ser estes bens materiais ou serviços. Elas possuem
diferentes tamanhos e áreas de atuação, desde as microempresas até as multinacionais.
Dentre as classificações possíveis para o tipo de empresa, pode-se destacar as
características relacionadas ao capital - público, privado, misto -, ao setor econômico -
primário, secundário ou terciário -, a constituição jurídica - empresária individual; MEI -
microempreendedora individual (tópico ao qual nos aprofundaremos a seguir); Empresa
Individual de Responsabilidade Limitada - EIRELI (limitada em relação ao capital social);
Empresária (atuação coletiva e responsabilidade limitada ao capital social) e Sociedade
simples (é uma pessoa jurídica com atuação coletiva, para prestação de serviços de profissão
intelectual, de natureza científica, artística ou literária, sem elemento de empresa). Quanto ao
porte, podemos ter microempresas (ME), Empresa de Pequeno Porte (EPP), Empresa de
médio e grande porte.
A Lei n​o​. 11.598/2007 estabelece em seu artigo 1​o as “normas gerais de simplificação
e integração do processo de registro e legalização de empresários e pessoas jurídicas no
âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”. Tal lei, criou também a
REDESIM, a Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas
e Negócios, para facilitar e propor ações e normas aos seus integrantes.

2. O que é uma empresa cultural?

Empresa cultural é uma empresa que tem como foco de trabalho a comercialização de
produtos e serviços culturais. Ela pode trabalhar com peças teatrais, espetáculos musicais,
espetáculos de dança, shows, exposições, feiras culturais, promoção de eventos que fomentam
a cultura etc. Um dos objetivos de tais empresas é a valorização da cultura.
A empresa cultural é responsável pela gestão, organização e articulação de todas as
partes dos processos relacionadas à venda dos produtos culturais. A empresa não se foca em
apenas uma parte do processo, mas é responsável por tudo que está relacionado, direta ou
indiretamente, com a produção cultural. Dentro das funções específicas desenvolvidas por ela,
pode-se citar algumas partes: escrever projetos, captar recursos, ter um leque de artistas e
produtos, prestar contas, divulgar os trabalhos, encontrar patrocinadores, realizar trâmites
burocráticos e legais, realizar contratos dentre outras possíveis tarefas que apareçam durante o
decorrer do processo.
Pensando em empresas já consolidadas no mercado de trabalho, compreende-se que
ela possui não apenas uma pessoa responsável por todas as funções no desenrolar de uma
produção, mas possui uma equipe com pessoas especializadas para realizar cada uma delas. É
necessário, então, pessoas que escrevam projetos, captem os recursos financeiros, garimpem e
encontrem artistas e espetáculos, façam os contratos, desenvolvam a prestação de contas,
façam a divulgação, seja ela virtual e/ou física e pessoas que encontrem patrocinadores(as) e
parceiros. Isso não significa que existirá uma pessoa específica e diferente para desenvolver
cada uma das funções, mas que cada uma dessas funções necessitará de, no mínimo, uma
pessoa responsável, pois todas as partes são essenciais para a produção de eventos.
Caso a empresa possua um dono(a), essa pessoa normalmente entende um pouco sobre
cada parte do processo, tendo um olhar técnico sobre o assunto, mas também tendo um olhar
atento, poético e sensível, para enxergar potencialidade nos trabalhos que assiste. Ela pode ser
a responsável pela busca de trabalhos para ter em seu repertório e, para isso, está
constantemente assistindo a espetáculos, shows, mostras e artistas pouco conhecidas(os). A
pessoa responsável por essa função precisa garimpar. Ela está na linha de frente da empresa:
entendendo o que está em alta no momento, entrando em contato com diferentes artistas e
posteriormente, passando a responsabilidade legal para a responsável competente fazer a
contratação - com dedicação exclusiva ou não - e então, vende seu produto, a e/ou o artista ou
o espetáculo. A importância da empresa cultural está atrelada a mediação entre potenciais
empresas compradoras e produtos artísticos vendíveis.
Uma empresa cultural é responsável por todo o processo de promoção de um evento,
podendo ser ele de diferentes eixos, desde que dentro do leque cultural. Ou seja, a empresa é
responsável desde a criação do evento - definição de nome, identidade visual, local, data,
horário, valores -, a organização de quem trabalhará no evento - equipe organizadora,
segurança, equipe médica, equipe de apoio/staff: alimentação, limpeza, serviços gerais, quem
ficará com as e os artistas - o encontro de parceiros, parceiras e patrocinadores, a divulgação
do evento, a venda de ingressos, a locação do espaço, o tema, a programação, as e os artistas e
profissionais que trabalharão dentro do evento, contato com tais pessoas, pagamento de
cachês etc.
É também responsabilidade da empresa cultural decidir se o evento contará com
equipe de apoio ou se irá terceirizar serviços como alimentação, limpeza, serviços gerais e
responsáveis por auxiliar as e os artistas. A equipe que faz parte da empresa cultural que
organiza o evento decidirá o que se torna mais vantajoso economicamente: contratar serviços
terceirizados ou trocar com participantes do evento o valor da entrada por uma quantidade de
horas de trabalho, por exemplo.
Para um olhar romantizado da arte, o uso das palavras “venda”, “produto”, “contrato”,
“garimpo de espetáculos” dentre outras pode ser absorvida de forma estranha pelos ouvidos e
olhos de quem lê. Porém, a fim de reforçar a arte como um ofício, como uma profissão,
precisa-se compreender todos os processos que envolvem a venda dos produtos artísticos, a
fim de validar a profissão no mercado e valorizar os valores dos trabalhos artísticos.

2.1 Exemplos de serviços de empresas culturais

a. Ser contratada, através de alguma empresa, para a venda de algum produto cultural;
b. Entrar em contato com potenciais compradores e oferecer seus produtos e serviços;
c. Desenvolver eventos artísticos como mostras (que buscam a divulgação da criação
artística);
d. Desenvolver eventos culturais (que apresentem em si atrações artísticas, mas o evento
extrapola essa forma e chega em outras possibilidades, como oficinas, por exemplo),
como festivais de teatro (Porto Alegre Em Cena), de música (Morrostock), de dança
(Festival de Dança de Joinville), Feiras do Livro etc.;
e. Lançar artistas e/ou produtos;
f. Concorrer a Leis de Incentivo à Cultura;
g. Escrever projetos e encontrar patrocinadores que invistam recursos para sua
realização.

2.2. Como começar?

Quando os valores disponíveis para contrato de pessoal capacitado são escassos, as


interessadas e os interessados em criar e manter uma empresa cultural terão que trabalhar nela
desde o princípio, executando todas as funções citadas anteriormente. Muitas vezes, esse
trabalho pode se tornar cansativo, por conta de apenas ter uma ou duas pessoas para lidar com
todas as fases do processo, desde o início até o encerramento de um projeto e/ou evento. O
desafio será grande, mas ele pode ser possível, dependendo do empenho e trabalho de cada
uma e cada um.
É necessário entender em qual ramo se deseja trabalhar: se desde o início trabalhará
com todas as linguagens artísticas, ou se iniciará com algumas, como Teatro e Performance.
Isso pode acontecer com grupos e/ou coletivos de artistas que produzem a sua própria arte e
querem viver economicamente desse trabalho e não mantê-lo apenas como um ​hobbie​. É
necessário a todas as empresas, independente de seu tamanho, gerir, administrar e articular a
organização dos diversos nichos para que o evento aconteça, para que a artista se apresente. É
preciso, também, definir o nome da empresa, sua identidade visual, em quais categorias ela irá
se enquadrar e definir seus aspectos legais, como o CNPJ.
O Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) compreende as informações
cadastrais das entidades de interesse das administrações tributárias da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios. A administração do CNPJ compete à Secretaria da Receita
Federal do Brasil (RFB). O cadastro possui legislações que o regulamentam, direitos e
deveres burocráticos e legais, para que qualquer pessoa física com interesse jurídico possa ter,
legalmente, uma empresa. O CNPJ possui valores de impostos específicos, os quais são
diferenciados para as diferentes categorias de empresas e seus valores acabavam sendo
elevados para microempresas ou empresas de pequeno porte e, visando uma melhoria para a
vida de grande parte da população que estava em situação de trabalho informal, o registro
MEI, de Microempreendedor Individual, foi sancionado enquanto Lei em meados de 2008.

3. Microempreendedor Individual (MEI)

Segundo o Portal do Empreendedor, site do Governo Federal, “O MEI é uma pessoa


jurídica sem complicações e com diversos benefícios para o cidadão empreendedor.” O
Microempreendedor Individual - MEI - é uma das possibilidades de formato de empresas que
pode existir no Brasil, a qual tem relação direta com sua constituição jurídica. Cada um dos
tipos de empresa que podem existir legalmente no país possuem legislações específicas que
determinam parâmetros para a criação de empresas.

3.1 Legislação:

O surgimento do MEI tem um longo percurso institucional, sendo a ​Lei


Complementar ​nº 1​23/2006 uma das primeiras legislações focadas diretamente em
Microempresas e Empresas de Pequeno Porte. Tal Lei instituiu o ​Estatuto Nacional da
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, também conhecido como a Lei Geral da
Micro e Pequena Empresa. Desde então, muitas foram as mudanças em relação a legislação
desta categoria de empresas, desde a criação do registro MEI até o aumento no valor possível
de faturamento de cada uma e, a seguir, estão listadas algumas dessas mudanças e seus
respectivos objetivos principais:
Lei Complementar nº 128/2008
- Cria a figura do Microempreendedor Individual - MEI e modifica partes da Lei Geral
da Micro e Pequena Empresa - Lei Complementar 123/2006.
Lei Complementar nº 139/2011
- Altera o limite de faturamento do MEI para até R$ 60.000,00 e modifica partes da Lei
Geral da Micro e Pequena Empresa - Lei Complementar 123/2006.
Lei Complementar nº 147/2014
- Altera a Lei Complementar nº 123/2006, com simplificação de processos e
procedimentos, impede o aumento de IPTU, cobranças de taxas diversas e normatiza o
processo de cobranças de taxas associativas para o MEI, bem como modifica partes da
Lei Geral da Micro e Pequena Empresa - Lei Complementar 123/2006.
Decreto nº 9.927, de 22 de julho de 2019
- Dispõe sobre o Comitê para Gestão da Rede Nacional para a Simplificação do
Registro e da Legalização de Empresas e Negócios - CGSIM.
Lei Complementar nº 155/2016
- Altera a Lei Complementar n° 123/2006, para reorganizar e simplificar a metodologia
de apuração do imposto devido por optantes pelo Simples Nacional; altera as Leis n°
9.613/98, 12.512/2011, e 7.998/90; e revoga dispositivo da Lei n° 8.212/91.

Essas alterações foram importantes passos em relação a legislação do MEI, tendo em


vista que hoje muitas trabalhadoras e trabalhadores têm a possibilidade de sair da
informalidade pagando valores baixos de impostos e, ainda, possuindo direitos básicos que
qualquer trabalhador(a) formal tem, como o direito a auxílio-maternidade, afastamento
remunerado por problemas de saúde e aposentadoria.
Para se enquadrar como microempreendedora ou microempreendedor individual,
existem regras básicas a serem seguidas, como o faturamento máximo anual de até
R$81.000,00, em 2020, ou então R$6750,00 mensais. Também não é possível ter participação
em alguma outra empresa, tanto como sócia quanto como titular e ter no máximo uma
funcionária ou funcionário contratada(o), a qual pode receber até um salário mínimo ou o piso
salarial da categoria.

3.2 Benefícios

a. Bancários

Com CNPJ, pode abrir conta em banco e ter acesso a crédito com juros mais baratos.

b. Previdência Social
Conta com cobertura da Previdência Social para a pessoa inscrita sob o MEI e também
para a família. Conta também com o apoio técnico do Sebrae ​(​Serviço Brasileiro de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas, iniciativa privada de assistência social) para aprender a negociar
e obter preços e condições nas compras de mercadorias para revenda, obter melhor prazo
junto aos atacadistas e melhor margem de lucro.

No site do Sebrae é disponibilizado na guia “​como abrir um MEI?” u​ m tutorial de


passo a passo de como abrir o seu microempreendimento individual - assim como muitas das
informações compiladas neste trabalho. Lá, de forma concisa e simples, estão organizadas e
descritas as ações que devem ser feitas para a abertura do MEI, desde a necessidade da leitura
e entendimento da legislação vigente até os documentos necessários e sites onde o cadastro
deve ser feito, pois o cadastro pode ser realizado pela internet, facilitando o acesso e
agilizando o processo.

4. Os tributos

Quando nos referimos aos tributos decorrentes da criação e funcionamento de uma


empresa cultural, estamos tratando basicamente da parte burocrática do empreendimento. O
presente trabalho deter-se-á a analisar os tributos referentes a uma microempresa cultural, a
compreender a legislação vigente e as regras e leis que se aplicam ao registro do MEI, para
facilitar a exemplificação das questões.
Neste caso, a legislação brasileira é bastante clara. O MEI é uma ferramenta do
Governo Federal que tem por objetivo regulamentar a atividade de trabalhadoras e
trabalhadores até então informais, regularizando inclusive a relação de cada com a Receita
Federal, facilitando assim a cobrança e o pagamento de encargos e tributos.
Como é sabido, as profissões ligadas à área artística/cultural são historicamente
tratadas de maneira informal, não tendo (até a criação do MEI) amparo legal, não podendo ser
devidamente formalizadas. Sendo assim, o MEI surge como uma possibilidade de não só dar
respaldo e assistência legal a trabalhadoras e trabalhadores que até então viviam à margem da
legislação trabalhista, mas também como meio viável para a entrada destes profissionais no
mercado, podendo assim, empreender.
O MEI é regulamentado e tributado pelo Simples nacional. Sendo MEI, você ficará
isento dos tributos federais (Imposto de Renda, PIS, Cofins, IPI e CSLL). Segundo Ismerim
(2017), “O Simples Nacional é um regime de arrecadação, cobrança e fiscalização de
impostos que unifica oito impostos municipais, estaduais e federais em uma só guia de
pagamento. A medida completa dez anos em 2017 e veio para desburocratizar o pagamento
de impostos e incentivar o micro e pequeno empresário”.
Para que se possa melhor compreender as questões que envolvem a tributação de uma
microempresa cultural, utilizar-se-á como fonte principal de informação o site do Sebrae, já
mencionado em capítulos anteriores.
De acordo com o Sebrae, para que possa usufruir de seus direitos e assim regulamentar
sua microempresa dispondo de um CNPJ, o MEI deve cumprir com alguns deveres impostos
pelo Simples Nacional:
- Pagar a DAS (contribuição mensal do MEI) em dia.
-Entregar anualmente a ​Declaração Anual do Simples Nacional para o
Microempreendedor Individual (​DASN–SIMEI).
- Manter o Controle mensal do faturamento.
- Emitir notas fiscais para pessoas jurídicas.
- Guardar as notas fiscais de compra e venda.
- Realizar os recolhimentos obrigatórios, se tiver um funcionário ou funcionária.
A DAS, como apontado acima, é a contribuição mensal do MEI. É a forma com que as
e os microempreendedores recolhem impostos. Tratasse de uma taxa tributária com valor fixo
mensal, esse valor é composto pelos seguintes impostos: 5 R​$ de ISS (imposto sobre
serviços), se a atividade for serviço, 1 R​$ de ICMS (Imposto sobre circulação de mercadorias
e serviços) se for comércio ou indústria e 5% do salário mínimo para o INSS. O pagamento da
DAS é obrigatório, o valor da taxa sofre correção anual de acordo com a inflação. A soma
desses impostos e contribuições atualmente corresponde aos seguintes valores mensais: ​R​$
51,95 ou ​R​$ 52, 95 para comércio e indústria, ​R​$ 56, 95 para prestação de serviços e ainda R​$
57,95 caso a empresa queira trabalhar com comércio e serviços.
Já a ​DASN–SIMEI funciona da seguinte forma: todo ano a ou o MEI informa, por
meio da declaração de imposto de renda, o valor bruto do lucro do ano anterior. O valor
máximo de faturamento para que a empreendedora e o empreendedor se encaixem nas
exigências do MEI é de R​$ 81.000 anuais ou ​R​$ 6.750 mensais, como já mencionado
anteriormente.

5. ​A prestação de serviços e os contratos

O campo de atuação de uma empresa cultural é muito vasto e possibilita diversas


oportunidades. A empreendedora e o empreendedor cultural podem ser responsáveis por
contratar, por exemplo, shows musicais, peças de teatro, exposições de quadros, esculturas ou
fotos etc.
A empresa cultural pode se responsabilizar pela elaboração e inscrição de projetos em
editais, sejam eles públicos ou privados, por obter patrocínio de empresas bem como
fomentos de programas de incentivo à cultura como a Lei ​de Incentivo à Cultura (Lei nº 8.313
do dia 23 de dezembro de 1991) se responsabilizando, inclusive, pela prestação de contas.
No entanto, o campo de atuação de uma ou um microempreendedor tende a ser um
pouco mais restrito, podendo ser contratado para realizar todos os eventos exemplificados
acima, porém não poderá, em determinadas situações, gerar uma nota fiscal que dê conta do
evento por completo. O MEI só pode declarar e, por consequência, gerar nota dos lucros e
gastos referentes a si. O próprio limite de lucro anual imposto ao MEI já o transforma em uma
empresa com limites orçamentários não podendo, por exemplo, ser o único responsável pela
criação de eventos de grande porte.
Apesar de limitar, o registro MEI não impede que a produtora busque por parcerias
que viabilizem a organização de eventos, podendo por exemplo contatar empresas culturais
maiores, para que estas se responsabilizem pelas questões tributárias bem como pagamento de
pessoal e pela própria estrutura onde se dará o evento.
Tanto os contratos relacionados a empresas culturais de grande ou médio porte, quanto
os que dizem respeito ao MEI devem ser elaborados e conduzidos de acordo com a lei.
Segundo o Manual do direito do entretenimento elaborado pelo SESC, no ano de 2009,

Esse contrato deverá conter, obrigatoriamente, uma série de requisitos, razão


pela qual seguiremos a leitura do texto legal. Alguns dos requisitos
essenciais: (i) título do programa, espetáculo ou produção, ainda que
provisório, com indicação do personagem nos casos de contrato por tempo
determinado; (ii) locais onde atuará o contratado; (iii) jornada de trabalho,
com indicação do horário, intervalo de repouso e folga semanal; (iv)
remuneração e forma de pagamento; (v) disposição sobre eventual inclusão
do nome do contratado no crédito de apresentação, cartazes, impressos e
programas; (vi) ajustes sobre viagens e deslocamentos; (vii) período de
realização de trabalhos complementares, incluindo dublagem, quando
posteriores à execução do trabalho objeto do contrato. (CATTINI, 2009, p.
128).

Para que se tenha uma maior noção da forma com que um contrato referente a uma
empresa cultural é elaborado e de que maneira todos os pormenores expostos acima devem
ser colocados, há exemplos de contratos culturais no link disponibilizado no Anexo F.

6. Locação de espaços

A locação de espaços, no caso de uma empresa cultural, pode ser feita de formas
variadas, podendo ser dar a partir de parcerias com empresas privadas como, por exemplo,
hotéis, bares, teatros e auditórios. Também pode ser feito por meio de editais que possibilitem
a utilização de prédios públicos para determinadas apresentações, bem como através da
locação de espaços privados, a partir da elaboração de um contrato de locação.
O MEI não necessita de uma sede fixa para o funcionamento de sua empresa, e muito
provavelmente não será a dona de um local que dê conta da realização e todos os possíveis
eventos em que irá atuar. Sendo assim, a consolidação de parcerias com empresas que
possuam diversas estruturas que eventos culturais demandam, se mostra uma estratégia
deveras interessante.

7. Cessão de direitos autorais (ECAD/SBAT)

No caso da criação e funcionamento de uma Microempresa Cultural, o direito autoral


é, sem dúvida, um ponto que merece atenção. O uso devido de uma obra artística, seja ela de
qual linguagem for - música, texto dramatúrgico, poema etc. -, é regulamentado pela
conhecida ​Lei de Direito Autoral, ou Lei nº 12.853, de 14 de agosto de 2013​. A lei do direito
autoral assegura à autora e ao autor o direito exclusivo sobre sua obra, podendo esta, se for de
sua vontade, cede-la, torná-la pública ou comercializá-la.

Direito autoral é um conjunto de prerrogativas conferidas por lei à pessoa


física ou jurídica criadora da obra intelectual, para que ela possa gozar dos
benefícios morais e ​patrimoniais resultantes da exploração de suas criações –
tais como textos, livros, pinturas, esculturas, músicas, fotografias etc.
(ECAD, 2020)

Os principais órgãos responsáveis pela fiscalização, arrecadação e distribuição dos


direitos autorais no Brasil são o ECAD (​Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) e a
SBAT (Sociedade Brasileira de Autores).
Fiscalizado pela Secretaria da Cultura e tendo como base para sua atuação a lei dos
direitos autorais, o ECAD tem como foco principal a regulamentação e arrecadação de
direitos relacionados a atividade musical, fiscalizando o uso de músicas e letras e
devidamente repassando as autoras e autores os valores referentes ao direito autoral. É
importante ressaltar que o ECAD só se responsabiliza por obras devidamente registradas e por
autoras e autores regularmente associados ao órgão.
Já a SBAT possui um campo de atuação mais amplo, não se detendo apenas a música
e sim a qualquer obra artística registrada por um de seus associados. Trata-se de uma
instituição sem fins lucrativos que, assim como o ECAD, regulamenta e fiscaliza os direitos
autorais.

O autor interessado em proteger seus direitos, no Brasil e no exterior, deve


associar-se à SBAT. Ao se filiar o autor está outorgando à SBAT poderes
para arquivar suas obras, recolher seus direitos, orientá-lo nos contratos com
agentes e produtores no Brasil e no exterior e em questões judiciais que
envolvam a violação de um direito do autor. Por outro lado, o autor também
está se comprometendo a cumprir com seus deveres de associado, expressos
nos estatutos da sociedade e a participar de suas atividades culturais. (SBAT,
2020)

Tanto a SBAT quanto o ECAD funcionam como um elo juridicamente viável entre
autor/autora, detentora dos direitos sobre sua obra, e pessoa ou empresa que deseja utilizá-la.
Sendo assim, caso uma microempresa cultural necessitasse utilizar de alguma obra artística
referente a terceiros, é essencial o acionamento de órgãos como o ECAD e a SBAT. O não
pagamento do ECAD pode gerar transtornos como o cancelamento de eventos e até processos
judiciais.

O não pagamento da retribuição autoral é uma violação à lei e o infrator


responderá judicialmente pela utilização não autorizada das músicas. É
importante frisar que nós esgotamos todas as possibilidades de negociação
antes de recorrer ao Judiciário. ​(ECAD, 2020).

Sendo assim, a empresa cultural que deseja evitar transtornos, prejuízos e possíveis
processos legais, deve estar atenta a legislação vigente, acionando os órgãos reguladores
sempre que for fazer uso de qualquer obra artística. O pagamento de direitos autorais, além de
estar amparado legalmente, é uma questão de ética e bom senso que deve fazer parte da
política de toda e qualquer empresa que valorize a arte e a cultura, dando retorno ao seu
próprio campo de atuação.

8. Nota fiscal e Recibo de Pagamento Autônomo (RPA)

Segundo fundamentação na Lei nº 12.741/14, a nota fiscal é um documento que


demonstra o preço de venda de mercadorias ou serviços, junto ao valor correspondente dos
tributos municipais, estaduais e federais que incidem taxas sobre o preço do produto. Assim, a
fim de comprovar e fiscalizar o pagamento dos tributos, ​as notas fiscais servem como
documentação entre ambas as partes, vendedor/vendedora e consumidor/consumidora.
Considera-se importante entender a utilização da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), a qual
é bastante utilizada pelas empresas culturais. Segundo o seu portal de informação,
disponibilizado pelo governo, a NF-e é um documento digital para fins fiscais de circulação
de mercadorias e serviços. Juridicamente, a nota é validada a partir da assinatura digital do
remetente e da Autorização de uso fornecida pelo Fisco. A NF-e é válida em todo o país e está
prevista na legislação desde 2005, com a aprovação do Ajuste SINIEF 07/05.
Tomar-se-á como exemplo o registro do MEI, tratado nos tópicos anteriores. O MEI
precisa sempre manter registros de receitas e despesas e, assim, para as receitas, pode emitir
notas fiscais de três modos: em formato de bloco, com a própria NF-e e também com a NFA-e
(nota fiscal avulsa eletrônica). De acordo com Demetrio (2019), para conseguir emitir a nota
fiscal de bloco - a qual vem sendo menos utilizada - o MEI precisa pedir autorização para a
impressão de um talão de notas fiscais para a Secretaria da Fazenda Municipal ou Estadual.
Tratando-se da NF-e, o MEI consegue acessar o serviço geralmente a partir da sua prefeitura,
conquistando uma identidade e assinatura digitais. Já a respeito da NFA-e, o MEI que possui
uma inscrição estadual consegue emitir a nota na hora, por meio da internet.
Tratando-se das despesas, o MEI pode utilizar o RPA: Recibo de Pagamento
Autônomo. Segundo o CEFIS - Centro de Estudos Fiscais Eirele – ME (2018), o RPA “é um
documento que deve ser emitido pela fonte pagadora, ou seja, quem contratou o serviço de
algum profissional pessoa física e que não esteja regido pelo sistema CLT” - Consolidação
das Leis do Trabalho. Por se tratar de um documento que pode comprovar os pagamentos,
nele podem ser incluídos todos os tributos como os do INSS – Instituto Nacional do Seguro
Social -, IRRF – Imposto de Renda Retido na Fonte - e ISS – Imposto sobre Serviços de
Qualquer Natureza. Ao utilizar o RPA, a empresa cultural não se compromete com
burocracias da CLT, ou seja, ela não precisa ter um vínculo com o profissional contratado,
podendo suspender o serviço a qualquer momento. Nesse sentido, os serviços de autônomos
geram tributações mais baixas e a trabalhador ou trabalhador é contratada(o) por pouco
tempo, para funções específicas.
No geral, de acordo com o CEFIS (2018), as informações que devem constar no RPA,
são:
- Nome ou Razão Social e CNPJ da fonte pagadora;
- Dados do profissional autônomo – CPF e número de inscrição no INSS;
- Dados detalhados sobre pagamento do serviço prestado – Valores bruto e líquido (com
os descontos);
- Nome e assinatura do responsável pela fonte pagadora (neste caso, a empresa);
- Descontos – IRRF, ISS, INSS.
No Anexo A​, ao final do trabalho, está disponível um modelo de planilha de RPA,
contendo todas as informações necessárias, levando em consideração para os cálculos os
valores dos descontos do ano de 2019.

9. Prestação de contas

Assim como as organizações não governamentais (ONGs), escolas, prefeituras e todas


as instituições públicas precisam apresentar prestações de contas à população, a empresa
cultural também necessita desenvolver sua prestação ao fazer uso de recursos públicos.
Segundo informações disponibilizadas pelo Sebrae, a fim de concorrer aos
financiamentos públicos, as empresas culturais precisam apresentar os projetos de acordo com
os formatos demandados pelas leis de incentivo. Após conseguir o recurso e efetuar seus
projetos ou eventos, precisa-se passar pela avaliação final: a análise da prestação de contas, a
qual será aprovada ou rejeitada. De acordo com a ​Cartilha Projetos Culturais (2014), a
prestação serve para demonstrar ao incentivador todas as realizações do projeto
qualitativamente e quantitativamente, ou seja, quanto à própria execução e à utilização de
recursos.
Para exemplificar o assunto, levar-se-á em consideração a hipótese de uma empresa
cultural que decide participar do edital referente à Lei de Incentivo à Cultura, Lei 8.313/91,
que é um dos pilares do Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), o qual também
conta com o Fundo Nacional de Cultura (FNC) e os Fundos de Investimento Cultural e
Artístico (Ficarts). Assim, imagina-se que o projeto foi aprovado, executado e agora a
empresa precisa prestar contas em até trinta dias após a execução. Antigamente, ela deveria
apresentar a prestação ao Ministério da Cultura. Atualmente, após a extinção do Ministério
em 2019, as contas devem ser prestadas à Secretaria Especial da Cultura, integrante do
Ministério do Turismo.
Segundo informações disponibilizadas pela própria Secretaria, nas contas devem
constar​: ​“como os recursos foram aplicados, como os objetivos e resultados do projeto foram
alcançados, quantas pessoas foram atingidas pela proposta, qual foi a contrapartida social
oferecida – tudo acompanhado por notas fiscais, comprovantes de transferência, panfletos,
anúncios, matérias de jornal, fotos, etc” (Secretaria Especial da Cultura, 2020).
Dessa forma, na própria inscrição no edital, a empresa cultural desenvolverá uma
planilha orçamentária estimando o valor necessário para a realização do seu projeto. Assim,
no momento final de análise da prestação de contas, os documentos que comprovam os
pagamentos deverão condizer com a planilha. Nessa direção, além de comprovar a verdadeira
execução do projeto, a prestação de contas serve para confirmar os gastos. Trata-se realmente
de um balanço financeiro.
De acordo com a ​Cartilha Projetos Culturais (2014, p. 146-147), a prestação de contas
referente à execução do objeto do projeto poderá contar com:
- exemplares de materiais para divulgação, como ​folders​, ingressos e programas do
espetáculo/evento;
- registros fotográficos e audiovisuais;
- comprovantes de necessidades de acessibilidade, como declaração de recebimento de
doações de ingressos;
- apresentação de um videográfico que exiba todos os materiais gráficos
confeccionados, como ​banners,​ ingressos, ​flyers​, comprovando a utilização das
logomarcas e de todo material aprovado pelos patrocinadores.
Ademais, para a comprovação da execução do projeto com base na planilha
orçamentária, deverá constar na prestação de contas:
- todos os extratos bancários;
- a planilha aprovada com todas as possíveis alterações autorizadas após a primeira
aprovação;
- cópias de todos os cheques, recibos e notas fiscais que comprovem os pagamentos
realizados.
Nesse sentido, cada edital pode ter seu próprio modelo de prestação de contas, mas
para todos existe um relatório final que comprova toda a execução do projeto com os
documentos já mencionados, podendo constar um relatório em formato de vídeo. Para a Lei
Rouanet, utiliza-se ainda um relatório final de bens e capitais adquiridos e um relatório físico
de bens imóveis, se essas questões se aplicarem ao proponente.
Tratando-se da comprovação financeira, o Sebrae e o Instituto Alvorada Brasil (2014)
destacam a importância de manter a planilha orçamentária sempre atualizada e autorizada,
conforme as mudanças necessárias no decorrer da execução do projeto, pois é olhando para
ela que será feita a análise dos comprovantes e do relatório de pagamentos. A Lei Rouanet
utiliza três relatórios específicos, são eles: relatório de execução da receita e da despesa,
contendo todas as captações, rubricas e valores; relação de pagamentos; e a conferência de
todos os extratos bancários.
Disponível nos Anexos B, C e D do trabalho, estão modelos dos três relatórios
específicos mencionados, que são exigidos para a Lei Rouanet.

10. Retorno às patrocinadoras e aos patrocinadores

Utilizando como exemplo, novamente, a Lei de Incentivo à Cultura, segundo


informações disponíveis no site da Secretaria Especial da Cultura, existe um mecanismo
presente na Lei que possibilita o direcionamento de parte de impostos para financiar projetos
culturais. Assim toda pessoa física que declara imposto de renda pode ser um incentivador,
encaminhando 6% do imposto para o projeto. E toda empresa tributada pelo lucro real, pode
direcionar 4%. Esse financiamento ocorre por meio de doação ou patrocínio. Ou seja,
anonimamente ou com divulgação da imagem como patrocinador ou patrocinadora.
Dessa forma, uma marca que apoia e patrocina um projeto cultural pode se beneficiar
de diversas formas. Exemplificando o caso da Lei Rouanet, lê-se:

Art. 23. Para os fins desta lei, considera-se: [...]


II - patrocínio: a transferência de numerário, com finalidade promocional ou
a cobertura, pelo contribuinte do imposto sobre a renda e proventos de
qualquer natureza, de gastos, ou a utilização de bem móvel ou imóvel do seu
patrimônio, sem a transferência de domínio, para a realização, por outra
pessoa física ou jurídica de atividade cultural com ou sem finalidade
lucrativa prevista no art. 3° desta lei.
§ 1​o​ Constitui infração a esta Lei o recebimento pelo patrocinador, de
qualquer vantagem financeira ou material em decorrência do patrocínio que
efetuar.
§ 2​o​ As transferências definidas neste artigo não estão sujeitas ao
recolhimento do Imposto sobre a Renda na fonte. (BRASIL, 1991)

Destaca-se que o apoio a projetos de artes cênicas permite abatimento de 100% do


valor efetivamente despendido pela patrocinadora ou patrocinador, na dedução do imposto de
renda. Assim, o projeto cultural financiado possuirá a imagem do patrocínio associada, sendo
uma estratégia de comunicação e divulgação para a marca, que é vista como apoiadora da
cultura no país.
A ​Cartilha Projetos Culturais (2014) traz alguns exemplos mais concretos quanto à
essa contrapartida de utilização da imagem da patrocinadora ou patrocinador, que são:
- utilização da marca nos materiais gráficos como cartaz, banner, outdoor, anúncio de
jornal e folder;
- menção na abertura dos eventos ou nos agradecimentos posteriores às apresentações
do projeto;
- aplicação da marca no material promocional como camisetas e blocos e também nos
produtos que podem ser gerados pelo projeto como na contracapa de um livro.
Além disso, podem existir contrapartidas negociais que permitem a promoção mais
direta da marca patrocinadora, como exemplo:
- disponibilização de ingressos e lugares reservados para os convidados da marca;
- espaço para propaganda da patrocinadora ou patrocinador com banner ou com ações
durante o evento;
- participação de representante da empresa patrocinadora na abertura do evento;
- acesso a espaço exclusivo (sala vip).
Como exemplifica o Sebrae, quando uma empresa apoia projetos culturais, ela
contribui com a produção das e dos artistas, o que produz um impacto essencial para a
imagem dos seus negócios. Ademais, elas ainda conseguem uma compensação financeira,
pois reduzem valores de tributos e impostos nas esferas municipal, estadual e federal ao
direcionar parte do imposto para o patrocínio, o qual, como já mencionado, possui o valor
abatido de 100% em projetos de artes cênicas. Nessa direção, a patrocinadora ou o
patrocinador recebe como retorno a agregação de valor a sua marca, a valorização na
localidade em que atua, a possibilidade de novos negócios e ainda estabelece relações com
determinadas esferas do governo.
REFERÊNCIAS:

BRASIL. Decreto-lei nº 12.741, de 08 de dezembro de 2012. Disponível em:


<​http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12741.htm​>. Acesso em: 31
mar. 2020.

BRASIL. Decreto-lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991. Disponível em: <​http://www.


planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8313cons.htm​>​. Acesso em: 31 mar. 2020.

BRASIL, Lei nº 11.598, de 3 de dezembro de 2007. Disponível em: <​https://www.


planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11598.htm​>, acesso em: 30 mar. 2020.

BRASIL, Instituto Alvorada; NACIONAL, SEBRAE. ​Projetos Culturais:​ como elaborar,


executar e prestar contas. Brasília: Instituto Alvorada Brasil; Sebrae Nacional, 2014.
Disponível em: < ​https://bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS
/bds/bds.nsf/61942d134ba32ed4c25a6439578715ce/$File/5443.pdf​>. Acesso em: 30 mar.
2020.

BRASIL, Portal da NF-e 2020. Disponível em: <​http://www.nfe.fazenda.gov.br/portal/


perguntasFrequentes.aspx?tipoConteudo=E4+tmY+ODf4=​>. Acesso em: 30 mar. 2020.

CATTINI, R. ​Contratação dos artistas, técnicos em espetáculos de diversões, músicos e


outros. ​São Paulo: editora Senac São Paulo, 2009. Disponível em: <​https://docente.ifrn.edu
.br/andreacosta/legislacao-em-producao-cultural/contratacao-em-producao-cultural​> Acesso
em: 02 abr. 2020

CEFIS. RPA – Como fazer corretamente o recibo de pagamento autônomo. Blog CEFIS: São
Paulo, 2018. Disponível em: <​https://blog.cefis.com.br/rpa-recibo-de-pagamento-
autonomo/​>. Acesso em: 30 mar. 2020.

CULTURA, Secretaria Especial da. ​Lei de incentivo à cultura: C​ omo funciona?​ D​ isponível
em: <​http://leideincentivoacultura.cultura.gov.br/como-funciona/#inscricao​>; Acesso em: 30
mar. 2020.

DEMETRIO, Diego Wander. Como emitir nota fiscal MEI. ​Blog do SEBRAE​, Santa Catarina,
12 set. 2019. Disponível em: < ​https://blog.sebrae-sc.com.br/como-emitir-nota-fiscal-mei/​>.
Acesso em: 30 mar. 2020.

ECAD. ​Institucional.​ Rio de Janeiro, 2020. Disponível em: <​ ​https://www3.ecad.org .br/faq /
Paginas/default.aspx​ > Acesso em: 01 abr. 2020

ISMERIM, Flávio.​ ​Entenda o que é o Simples Nacional e quais vantagens para as empresas.
G1, 12 set. 2017. ​Disponível em:
<​https://g1.globo.com/economia/pme/noticia/entenda-o-que-e-o-simples-nacional-e-quais
-vantagens-para-as-empresas.ghtml​>. Acesso em: 04 abr. 2020

SBAT. ​Serviços.​ Rio de Janeiro, 2020. Disponível em: <​ ​https://www.sbat.com.br/quem


somos​>. Acesso em: 01 abr. 2020
SEBRAE. ​Como abrir um MEI.​ Disponível em: <​https://m.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/
sebraeaz/6-passos-para-a-formalizacao-do-mei,ee64d4361e3c8410VgnVCM2000003c74010a
RCRD?gclid=Cj0KCQjw6_vzBRCIARIsAOs54z4j_16kFg6itS6FW71YDosNUmZ3JjSGr6T
xgg56kwiXXAUR6E2Skt4aAoj7EALw_wcB​> Acesso em: 30 mar. 2020.

SEBRAE. ​Investimento em projetos culturais​: os benefícios para sua empresa. Disponível em:
<​https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/investir-em-projetos-culturais-traz-ben
eficios-para-empresas,c1096a2bd9ded410VgnVCM1000003b74010aRCRD​> Acesso em: 30
mar. 2020.
ANEXOS

ANEXO A - MODELO DE PLANILHA DE RECIBO DE PAGAMENTO A AUTÔNOMO -


2019

Fonte: ​https://www.portalmei.org/recibo-de-pagamento-autonomo-rpa-planilha/
ANEXO B - PRESTAÇÃO DE CONTAS DA LEI ROUANET – MODELO DE
CONCILIAÇÃO BANCÁRIA

Fonte:
https://bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/61942d134ba
32ed4c25a6439578715ce/$File/5443.pdf
ANEXO C - PRESTAÇÃO DE CONTAS DA LEI ROUANET – MODELO DE
RELATÓRIO DE BENS DE CAPITAL

Fonte:
https://bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/61942d134ba
32ed4c25a6439578715ce/$File/5443.pdf
ANEXO D - PRESTAÇÃO DE CONTAS DA LEI ROUANET – MODELO DE
RELATÓRIO DE EXECUÇÃO DA RECEITA E DESPESA

Fonte:
https://bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/61942d134ba
32ed4c25a6439578715ce/$File/5443.pdf
ANEXO E – SUGESTÕES DE VÍDEOS PARA PESQUISA

● Como preencher o formulário RPA? – 2020


https://www.youtube.com/watch?v=kutG2PbsiHY

● Vídeo tutorial de preenchimento da planilha orçamentária


http://leideincentivoacultura.cultura.gov.br/tutoriais/planilha-orcamentaria/

● Como fazer a prestação de contas na Lei Rouanet?


https://www.youtube.com/watch?v=7JRcwx8rwAI
https://www.youtube.com/watch?v=QSeCUYxUolI

● Patrocinadores na Lei Rouanet


https://www.youtube.com/watch?v=lPliV96jZLE
ANEXO F - CONTRATOS REFERENTES A EMPRESAS CULTURAIS

Contrato para prestação de serviços de atividade de Artes cênicas/Teatro


http://www.bariri.sp.gov.br/arquivos/36_contrato_17-16_(teatro)_-_joao_luis_bueno.pdf
Contrato para prestação de serviçõs de produtor cultural
https://ecrie.com.br/sistema/conteudos/arquivo/arquivo_4_11122018114422.pdf

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