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SOBRAL – CE
2018
FRANCISCO AVELAR RODRIGUES JÚNIOR
SOBRAL – CE
2018
Monografia apresentada como requisito necessário para obtenção do título de
Engenheiro Civil. Qualquer citação atenderá às normas da ética científica.
________________________________________________________
Francisco Avelar Rodrigues Júnior
_____________________________________________________________
Orientador: Prof. Me. Gerson Luiz Apoliano Albuquerque
_____________________________________________________________
1º Examinador: Prof. Dr. Juscelino Chaves Sales
_____________________________________________________________
2º Examinador: Prof. Esp. José Augusto Azevedo Laureano
_____________________________________________________________
Coordenador do Curso Prof. Me. Éder Paulus Moraes Guerra
Dedico este trabalho, primeiramente, a Deus e ao meu
querido Pai, que não está presente, mas que, acredito,
esteja bastante feliz por mim.
AGRADECIMENTOS
Agradeço inicialmente a Deus pelo dom da vida que me deu e pelo bem que sempre
me fez em todos os momentos da minha vida, mesmo naqueles momentos de
correção dos meus erros, que, no primeiro instante, trouxeram-me sofrimentos, mas
que, depois, trouxeram-me alegria.
Agradeço também ao meu pai, Francisco Avelar Rodrigues (in memoriam), que
infelizmente não pode estar presente neste momento tão feliz da minha vida, mas que
não poderia deixar de dedicar a ele. Hoje estou aqui, principalmente, devido a seus
ensinamentos e valores repassados. Obrigado por tudo! Saudades eternas!
Aos meus irmãos, Maximiano, Lucrécia e Gisele, pelo apoio e força que me deram,
especialmente nos momentos difíceis da minha vida e da realização deste trabalho.
As pontes ou, como também são conhecidas, Obras de Arte Especiais (OAE) são
estruturas que apresentam a finalidade de transpor obstáculos em uma via, como rios,
outras vias, vales profundos, dentre outros. As pontes devem suportar as solicitações
que surgirão sobre elas, favorecendo a rodagem de veículos e o transporte de
pequenas e grandes cargas. Grande parte dessas obras de arte de engenharia, após
construídas, não recebem nenhum tipo de manutenção preventiva ao longo do tempo,
ocasionando no surgimento de manifestações patológicas que tendem a afetar seus
elementos estruturais. Dentre os problemas mais comuns em pontes de concreto
armado, pode-se citar os danos causados pela exposição das armaduras e a
desagregação do concreto, por exemplo. O objetivo principal desse trabalho foi
realizar um estudo, com foco na análise das patologias mais preocupantes, em pontes
de concreto armado, localizadas no município de Sobral-CE. Inicialmente, foram
realizadas visitas nas pontes para identificar as possíveis manifestações patológicas.
Quando identificadas, estas foram registradas através de fotografias in loco para
posterior análise a respeito de qual manifestação patológica se tratava. Foram
identificados problemas como corrosão das armaduras, desagregação do concreto,
eflorescência, drenos inapropriados e incorreções nas juntas, evidenciando suas
possíveis causas e sugerindo tratamento de recuperação. As patologias identificadas
foram causadas devido às reações naturais da estrutura com os agentes agressivos
do meio e devido à falta de inspeções periódicas por parte dos órgãos responsáveis.
Palavras chaves: Pontes; Manifestações; Concreto Armado; Patologias;
Manutenção; Agentes agressivos.
ABSTRACT
CA Concreto Armado
CE Ceará
CP Cimento Portland
DNER Departamento Nacional de Estradas de Rodagem
DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes
IST Instituto Superior Técnico
NBR Norma Brasileira
OAE Obras de Arte Especiais
PVC Polyvinyl chloride
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 16
1.1 Justificativa ........................................................................................................................... 17
1.2 Objetivos ................................................................................................................................ 18
1.2.1 Objetivo geral ......................................................................................................................... 18
1.2.2 Objetivos específicos ............................................................................................................ 18
1.3 Metodologia .......................................................................................................................... 18
1.4 Estrutura do trabalho ......................................................................................................... 18
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................................................... 20
2.1 Pontes..................................................................................................................................... 20
2.2 Elementos constituintes das pontes.............................................................................. 20
2.3 Classificação das pontes .................................................................................................. 24
2.4 Principais causas dos problemas patológicos ........................................................... 25
2.5 Patologias mais comuns em pontes .............................................................................. 30
2.5.1 Fissuração ............................................................................................................................. 30
2.5.2 Desagregação de Concreto .............................................................................................. 33
2.5.3 Eflorescências e Lixiviação .............................................................................................. 34
2.5.4 Corrosão de Armaduras .................................................................................................... 36
2.5.5 Falhas nas instalações de drenagem............................................................................. 41
2.5.6 Falhas nas juntas de dilatação ........................................................................................ 41
2.5.7 Falhas na pista de rolamento ........................................................................................... 42
2.6 A importância da inspeção periódica ............................................................................ 43
3. ESTUDOS DE CASO EM SOBRAL-CE ........................................................................... 46
3.1 Dados da Ponte P01............................................................................................................ 46
3.1.1 Manifestações Patológicas encontradas na P01 ........................................................ 48
3.1.2 Sugestões de Terapia para as manifestações da P01 ............................................... 55
3.2 Dados da Ponte P02............................................................................................................ 56
3.2.1 Manifestações Patológicas encontradas na P02 ........................................................ 58
3.2.2 Sugestões de Terapia para as Manifestações da P02 ............................................... 65
3.3 Dados da Ponte P03............................................................................................................ 66
3.3.1 Manifestações Patológicas encontradas na P03 ........................................................ 68
3.3.2 Sugestões de Terapia para as Manifestações da P03 ............................................... 75
3.4 Dados da Ponte P04............................................................................................................ 75
3.4.1 Manifestações Patológicas encontradas na P04 ........................................................ 77
3.4.2 Sugestões de Terapia para as Manifestações da P04 ............................................... 83
3.5 Dados da Ponte P05............................................................................................................ 84
3.5.1 Manifestações Patológicas encontradas na P05 ........................................................ 86
3.5.2 Sugestões de Terapia para as Manifestações da P05 ............................................... 92
4. FREQUÊNCIA E RESULTADOS DA QUANTIFICAÇÃO DAS PATOLOGIAS ......... 93
5. POSSÍVEIS TERAPIAS CORRETIVAS ............................................................................ 94
6. CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 96
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 97
ANEXOS ............................................................................................................................................ 100
16
1. INTRODUÇÃO
1.1 Justificativa
1.2 Objetivos
1.3 Metodologia
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Pontes
De acordo com Marchetti (2009), o termo ponte pode ser definido como uma
estrutura destinada a permitir a transposição de obstáculos encontrados em uma via,
como rios, braços de mar, vales profundos, dentre outros.
Entretanto, conforme Pfeil (1985), como regra geral, define-se ponte como
sendo uma construção que possui a finalidade de transpor obstáculos e dar
continuidade a uma via.
Essas definições citadas, de certo modo, são bem generalizadas, levando em
consideração que existem vários tipos de pontes, com diversas classificações,
observando aspectos construtivos, análise de materiais, natureza do tráfego,
obstáculo transposto, distância do vão, etc. Cabe destacar também que, geralmente,
considera-se ponte quando o obstáculo transposto for um rio e denomina-se viaduto
quando a transposição for sobre um vale ou outra via.
De acordo com DNIT (2010), as pontes são consideradas obras de arte
especiais de engenharia, sendo constituídas de concreto armado que sofrem
processos de degradação. As pontes de concreto, embora conhecidas pelo baixo
custo de manutenção e pela sua durabilidade, deterioram-se por envelhecimento,
construção pouco apurada, estruturas subdimensionadas para cargas móveis, que
são sempre crescentes, e projetos deficientes para padrões atuais.
Cabe destacar que a classificação dos elementos formadores das pontes vai
depender de cada autor. Segundo Leonhardt (1979), os elementos dividem-se em
superestrutura e infraestrutura. Porém, baseando-se nos pensamentos de Mason
(1977) e Pfeil (1985), sob o ponto de vista funcional, as pontes podem ter seus
elementos constituintes divididos em três grupos distintos: superestrutura,
mesoestrutura e infraestrutura.
Leonhardt (1979) determina que a superestrutura é formada por tabuleiro, vigas
principais e secundárias, considerando pilares, encontros e apoios formadores da
infraestrutura. Entretanto, Mason (1977) e Pfeil (1985), defendem que a
superestrutura é a maior responsável por receber a ação direta das cargas e relatam
que a mesoestrutura é composta por pilares e encontros, apresentando função de
suportar as cargas provenientes da superestrutura e transmiti-las para a infraestrutura
(fundação).
Segundo Mason (1977), as vigas principais das pontes denominam-se
longarinas e as transversais são conhecidas como transversinas. O tabuleiro
(pavimento) e o sistema principal de vigas funcionam de forma integrada no
favorecimento da distribuição de cargas.
22
Segundo Vitório (2003), estudos mostram que grande maioria dos problemas
patológicos nas edificações são originados nas fases de planejamento e projeto.
Essas falhas são, de certo modo, mais graves que as relacionadas à qualidade dos
materiais e aos métodos construtivos. Isso se explica pela falta de investimento dos
proprietários, sejam eles públicos ou privados, em projetos mais elaborados e fazendo
com que a busca pura e simples de projetos mais “baratos” implique muitas vezes na
necessidade de adaptações durante a fase de execução e futuramente em problemas
de ordens funcional e estrutural.
Segundo a NBR 15575 (2013), as obras de engenharia devem apresentar uma
vida útil de, no mínimo, 50 anos, porém, grande parte das edificações apresentam
problemas muito antes deste prazo. A Figura 8, a seguir, mostra as causas
consideradas como fatores principais das manifestações patológicas em obras de
construção civil.
29
2.5.1 Fissuração
Pelo que se pode observar acima, a Figura 13 detalha uma alvenaria que está
sendo afetada pelo fenômeno da eflorescência, ocasionando o total desprendimento
do revestimento e deixando visível uma coloração esbranquiçada. Como se pode
perceber, o reboco e a pintura se encontram com manchas de umidade, fator bem
favorável para o desenvolvimento dessa manifestação patológica.
Além disso, segundo Andrade (2001), a corrosão também pode surgir por meio
da carbonatação do concreto, onde o gás carbônico penetra nos poros do material e
reage com o hidróxido de cálcio, invertendo o meio básico e ocasionando o fenômeno
da carbonatação, trazendo prejuízos para as armaduras. A equação a seguir
demonstra a reação de carbonatação, destacando a formação do carbonato de cálcio.
Segundo DNIT (2004b), a inspeção pode ser denominada como uma atividade
técnica especializada que promove a coleta de dados, de projeto e de construção, o
exame detalhado e singelo da estrutura, a elaboração de relatórios, a avaliação da
situação atual da obra e as recomendações, baseadas na situação da estrutura,
podendo ser aconselhada uma nova vistoria, a aplicação de um plano de manutenção,
de recuperação, de reforço ou de reabilitação.
Segundo Souza e Ripper (1998), a atividade da inspeção periódica pode ser
considerada parte imprescindível nas práticas de manutenção preventiva. Quando
realizada de maneia adequada, trata-se de um instrumento essencial para a garantia
da durabilidade da construção, apresentando dedicação na identificação de danos nas
estruturas e na avaliação que os mesmos possam ter do ponto de vista do
comportamento e da segurança estrutural. O tipo de inspeção escolhido é baseado
no tipo da obra em questão, sendo assim selecionados os procedimentos adotados e
os requisitos necessários, variando de elemento para elemento dentro de uma mesma
estrutura.
A manutenção das obras de arte especiais e a prevenção de patologias estão
intimamente relacionadas. Por meio da degradação promovida por agentes e
desgastes naturais da utilização, Pfeil (1985) determina que, baseado nas inspeções,
pode-se elaborar planos de manutenção, favorecendo a vida-útil da estrutura. Dentre
os trabalhos corretivos que se pode aplicar têm-se: correções nos parelhos de apoio
e fundações, reparos de pequenas falhas, desobstrução e limpeza das estruturas de
drenagem, correções de juntas, reparos nas barreiras de proteção e consertos na
pista de rolamento sem acréscimo de espessura.
É bastante notório que os trabalhos de manutenção não possuem as mesmas
vantagens que os de projeto ou de construção tradicional, gerando mais gastos em
suas realizações, sendo vistos, principalmente por questões orçamentárias, como
improdutíveis e desnecessários por seus responsáveis. Os custos com manutenções
e inspeções vão variar de acordo com o tipo de obra, a localização e o meio ambiente
de exposição, mas, de uma forma geral, baseando-se em Souza e Ripper (1998), a
44
Ainda segundo Sousa e Ripper (1998), e como destaca a Figura 21, existem
dois procedimentos de manutenção utilizados em estruturas:
Foi de escolha para ser estudo de caso deste trabalho, obras especiais de
engenharia presentes na cidade de Sobral, no Estado do Ceará. Em razão disso,
foram analisadas cinco pontes espalhadas pelo território sobralense e, por meio de
material fotográfico, pode-se observar todas as patologias decorrentes em suas
estruturas.
A análise realizada nas pontes consistiu em uma vistoria simples, com registro
fotográfico das eventuais manifestações patológicas. Por falta de equipamentos e
dificuldade de acesso aos locais, não foi possível especificar, de maneira mais
detalhada, as causas de algumas manifestações registradas.
a) Localização
Na Figura 22, como se pode perceber, mostra a imagem da ponte (P01) vista
por satélite, descrevendo a sua extensão aproximada e mostrando o rio que ela
transpõe.
b) Dados Gerais
A ponte P01 está localizada na Avenida Monsenhor Aluísio Pinto sobre o Rio
Acaraú, em Sobral, Ceará, e tem, aproximadamente, 360 metros de comprimento por
12 metros de largura. Ela conta com sistema rodoviário sobre ela composto por duas
faixas em sentido duplo. Não foi possível encontrar dados mais específicos sobre a
ponte, tais como o ano de construção, pois o órgão responsável disse não conter
essas informações. Porém, segundo populares, a ponte é bastante nova,
possivelmente tendo sido construída por volta do ano de 2004.
c) Classificação da ponte
Como se pode destacar na Figura 24, nota-se a presença das duas faixas em
sentidos opostos, permitindo a circulação adequada dos veículos, apresentando as
barreiras de proteção em amarelo e o desenho arquitetônico dos arcos em suas
laterais, promovendo uma característica diferenciada à ponte.
A vistoria das pontes deu-se sempre da parte superior para a inferior. Na parte
superior da P01 buscou-se analisar as situações do pavimento, do passeio, do
guarda-corpo, das juntas de dilatação, das barreiras de proteção e de todo o sistema
de drenagem. Já na parte inferior da P01, buscou-se observar o tabuleiro, os pilares,
as longarinas, as transversinas, etc. Assim como em outros casos, a análise das
fundações ficou bastante prejudicada, pois alguns de seus elementos estavam
submersos. Cabe destacar que nesse trabalho serão expostos somente as imagens
dos elementos com manifestações evidentes. A seguir é apresentada algumas
imagens, descrevendo e mostrando, as manifestações patológicas encontradas.
a) Passeio
b) Pavimentação
c) Revestimento e Guarda-Corpo
Além disso, nos dias que foram realizadas as visitas, percebeu-se que a ponte
P01 estava passando por execuções de pintura em suas barreiras de proteção e
juntas laterais, como caracteriza a Figura 30.
d) Juntas de Dilatação
e) Sistema de Drenagem
Por meio das visitas, não foi notada nenhuma armadura exposta nas estruturas
de apoio da ponte P01, nem desgaste do concreto armado, porém foram observadas
inúmeras manchas de infiltração de água, que, consequentemente, podem acarretar
em possíveis danos futuros aos elementos estruturais. As Figuras 34 e 35 mostram,
caracteristicamente, as manchas localizadas na parte inferior da ponte P01.
ponte a fim de que ela não venha a apresentar graves problemas futuramente, como
corrosão nas armaduras por exemplo.
a) Localização
Na Figura 36, como se pode perceber, mostra a imagem da ponte (P02) vista
por satélite, descrevendo a sua extensão aproximada e mostrando o rio que ela
transpõe.
b) Dados Gerais
A ponte P02 está localizada na Avenida Fernandes Távora, sobre o Rio Acaraú
e tem, aproximadamente, 255 metros de comprimento por cerca de 22 metros de
largura. Ela foi construída, segundo diz uma placa indicativa sobre a ponte, por volta
de 1935, e possui um sistema rodoviário e uma linha férrea sobre ela. Segundo
informação de populares e baseando-se em uma placa indicativa, a ponte passou por
uma duplicação do sistema rodoviário por volta de meados de 2004, passando a
apresentar duas faixas em sentido único. Por falta de informações fornecidas pelos
órgãos públicos, não foi possível coletar mais dados específicos sobre a P02.
57
c) Classificação da Ponte
A vistoria da ponte P02 foi realizada da mesma forma descrita para a ponte
P01. A P02, considerando o estado de conservação, pode ser considerada uma ponte
mais velha do que a P01. A seguir são descritas as manifestações patológicas
observadas durante a vistoria com seus respectivos registros fotográficos.
a) Passeio
b) Pavimentação
c) Revestimento e Guarda-Corpo
Pelo que se pode perceber, nas datas das visitas, a ponte P02 tinha sido
pintada a poucos meses, gerando a sensação de que haviam poucos resquícios
patológicos. Porém, observando de maneira mais minuciosa, pode-se encontrar locais
com armadura exposta, principalmente no guarda-corpo da ponte. Observar Figuras
41 e 42.
Como se pode notar nas Figuras 41 e 42, para melhor facilitar a compreensão,
foi utilizado uma régua de 20cm para melhor demonstrar as dimensões das barras
expostas. Nos guarda-corpos da ponte P02 foram encontrados diversos casos de
armaduras expostas e, em sua maioria, sendo cobertas pela camada de pintura, com
o objetivo de camuflar o problema.
61
d) Juntas de Dilatação
e) Sistema de Drenagem
Como se pode notar por meio das imagens, há uma grande incidência de
corrosão de armaduras nos elementos estruturais da P02. É bastante notório que,
pelo que se foi observado, é necessidade urgente que se promova um plano de
manutenção nessa ponte para que se promova a solução para as falhas encontradas
e garanta a devida segurança para os seus usuários.
Pelo que se pode observar, essa ponte vai ter que passar por medidas
corretivas em relação as estruturas de drenagem e em suas juntas de dilatação. Além
disso, dentre as anomalias principais identificadas destacam-se as eflorescências e
lixiviações, desagregação de concreto e corrosão de armaduras. Segue a seguir as
possíveis análises de inspeção que devem ser feitas respectivamente em cada caso.
▪ Eflorescências e lixiviação: Dependendo da situação em questão e do grau da
patologia, toda correção sempre se começa limpando o local e avaliando qual a
66
medida correta a se tomar. Casos como esses, como mencionado no item 3.1.2,
são solucionados, comumente, pela utilização de argamassas especializadas.
▪ Desagregação de concreto: Casos desse tipo também exige uma análise minuciosa
da situação, analisando se houve prejuízos ocasionados a armadura. A correção
consiste basicamente na limpeza do local, remoção de todo o concreto
desagregado e substituição do concreto defeituoso por um outro de boa qualidade
e que tenha a maior afinidade possível com o concreto base.
a) Localização
Na Figura 50, como se pode perceber, mostra a imagem da ponte (P03) vista
por satélite, descrevendo a sua extensão aproximada. Pela imagem pode-se observar
o rio que ela transpõe, sendo conhecido como Rio Oiticica.
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b) Dados Gerais
A ponte P03 está localizada na Avenida Monsenhor Aloísio Pinto, sobre o Rio
Oiticica e tem, aproximadamente, 50 metros de comprimento por cerca de 20 metros
de largura. Essa ponte serve de divisa entre os bairros Dom Expedito e Sinhá Sabóia,
também servindo como ligação para a BR-222. O sistema rodoviário é composto por
duas faixas em sentido único. Por falta de informações fornecidas pelos órgãos
públicos, não foi possível coletar mais dados específicos sobre a P03.
d) Classificação da Ponte
A vistoria da ponte P03 foi realizada da mesma forma que nas pontes
anteriores. A P03, considerando o estado de conservação, pode ser considerada uma
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a) Passeio
O passeio da ponte P03 não apresentou nenhum tipo de falha ou dano sofrido
que pudesse causar problemas para a estrutura e/ou seus usuários, conforme se
pode observar na imagem a seguir.
Como se pode observar na Figura 53, as barreiras de proteção foram
recentemente pintadas, apresentando coloração amarela. Na imagem também se
destaca o passeio da ponte, não apresentando nenhum tipo de inconformidade.
b) Pavimentação
Assim como a ponte P01, a ponte P03 passou por uma substituição de sua
pavimentação no decorrer das visitas realizadas. Como foi observado de início, a
pavimentação anterior não apresentava inconformidades, porém, como foi citado
anteriormente, a cidade de Sobral-CE está passando por um processo de
recapeamento, havendo a devida substituição do asfalto anterior. As Figuras 54 e 55
destacam a diferença da fisionomia da ponte antes e depois da manutenção.
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c) Revestimento e Guarda-Corpo
Quando ocorreu a visita à ponte, pelo que se pode notar nas imagens
anteriores, ela apresentava o revestimento em perfeito estado, tendo sido pintada
recentemente. Entretanto, em relação aos guarda-corpos, pode-se observar a
71
d) Juntas de Dilatação
Nos dias das vistorias, houve bastante dificuldade na localização das juntas da
ponte P03. Porém, baseando-se na quantidade que foi encontrada, observou-se
desgastes consideráveis nas juntas de dilatação. As Figuras 57 e 58 caracterizam as
situações encontradas.
72
e) Sistema de Drenagem
Por meio das visitas, não foi notada nenhuma armadura exposta nas estruturas
de apoio da ponte P03, nem desgaste do concreto armado, porém foram observadas
inúmeras manchas de infiltração de água, que, consequentemente, podem acarretar
em possíveis danos futuros aos elementos estruturais. Em sua maioria, essas
manchas estão sendo ocasionadas pela execução inapropriada dos elementos de
drenagem, como foi mencionado anteriormente. A Figura 61 destaca algumas
manchas presentes na parte inferior da ponte P03.
a) Localização
Na Figura 62, como se pode perceber, mostra a imagem da ponte (P04) vista
por satélite, descrevendo a sua extensão aproximada e mostrando o rio que ela
transpõe.
Figura 62 – Ponte (P04) com sua extensão detalhada.
b) Dados Gerais
c) Classificação da Ponte
Observando as Figuras 63 e 64, pode-se notar que a P04 se trata de uma ponte
com largura inferior aos casos anteriores. Na primeira imagem pode-se observar os
pilares de sustentação da ponte, sendo componentes constituintes da mesoestrutura.
77
A vistoria da ponte P04 foi realizada da mesma forma que nas pontes
anteriores. A P04, considerando o estado de conservação e a maneira como foi
construída, pode ser considerada uma ponte com idade elevada. A seguir são
descritas as manifestações patológicas observadas durante a vistoria com seus
respectivos registros fotográficos.
a) Passeio
Diferentes das outras pontes citadas, a ponte P04 não apresenta um passeio
muito adequado para circulação, devido à pouca largura da ponte. Foi observado
também a pouca altura do guarda-corpo, não promovendo uma circulação segura para
os pedestres e ciclistas. Deixando de lado essas inconformidades de projeto/execução
e analisando a situação da estrutura, não foi encontrada nenhuma manifestação
patológica. A Figura 65 caracteriza a visão do local de circulação de pedestres na
ponte.
78
b) Pavimentação
c) Revestimento e Guarda-Corpo
Nas visitas realizadas, como está detalhado na Figura 67, observou-se que a
pintura da ponte já se encontra bastante desgastada, sendo aconselhável a promoção
de uma nova execução. Na ponte P04, além do espaço muito pequeno, não se notou
nenhuma proteção entre a circulação de veículos e a de pedestres/ciclistas. Além
disso, em relação aos guarda-corpos, observou-se uma área que foi modificada,
provavelmente, após haver um acidente na ponte, sendo aplicada uma proteção
metálica no local, como mostra a Figura 68.
Como já foi citado anteriormente, a ponte P04 apresenta uma largura bem
inferior em relação as outras pontes citadas, sendo mais suscetível a ocasionar
acidentes, tanto para os motoristas como para os pedestres. Por meio da análise do
guarda-corpo modificado, mostrado na Figura 68 abaixo, pode-se deduzir que foi
consequência de um acidente.
80
d) Juntas de Dilatação
Nos dias das visitas, notou-se bastante dificuldade para encontrar as juntas de
dilatação da ponte P04. Porém, as poucas juntas que foram achadas apresentavam
sinais visíveis de desgaste. O recomendável para esse tipo de situação seria a
substituição e reparação das mesmas.
Na Figura 69, pode-se observar o desgaste da junta de dilatação presente na
ponte, provocando acúmulo de água, procriação de vegetação e, consequentemente,
iniciando a presença de inconformidades no pavimento.
e) Sistema de Drenagem
a) Localização
Na Figura 75, como se pode perceber, mostra a imagem da ponte (P05) vista
por satélite, descrevendo a sua extensão aproximada. Pela imagem pode-se observar
o rio que ela transpõe, sendo conhecido como Rio Jaibaras.
b) Dados Gerais
A ponte P05, assim como a P04, está localizada na BR-222, sendo de essencial
importância para a circulação de veículos que se direcionam para a Serra da Ibiapaba.
A P05 tem como finalidade a transposição sobre o Rio Jaibaras e tem,
aproximadamente, 90 metros de comprimento por cerca de 13 metros de largura. O
sistema rodoviário é composto por duas faixas em sentido duplo. Por falta de
informações fornecidas pelos órgãos públicos, não foi possível coletar mais dados
específicos sobre a P05.
c) Classificação da Ponte
A vistoria da ponte P05, assim como em todas as outras, foi realizada partindo
da parte superior até a parte inferior da ponte. A P05, considerando o estado de
conservação, pode ser considerada uma ponte jovem. A seguir são descritas as
manifestações patológicas observadas durante a vistoria com seus respectivos
registros fotográficos.
a) Passeio
O passeio da ponte P05 não apresentou nenhum tipo de falha ou dano sofrido
que pudesse causar problemas para a estrutura e/ou seus usuários. Na Figura 78,
pelo que se pode observar, o passeio da ponte P05 apresenta uma largura maior do
que o passeio da P04, promovendo uma melhor segurança para os seus usuários. Na
imagem também se pode observar as barreiras de proteção devidamente pintadas,
sem nenhuma inconformidade.
87
b) Pavimentação
c) Revestimento e Guarda-Corpo
Na ponte P05, pelo que se pode notar, assim como a ponte P04, não há
nenhuma proteção entre a circulação dos veículos e a dos pedestres/ciclistas. As
estruturas laterais da ponte P05 são constituídas por barreiras de proteção, revestidas
com pintura branca em perfeito estado de conservação. Deduz-se,
consequentemente, que a ponte deve ter passado por pinturas recentes, como relata
a Figura 80.
88
d) Juntas de Dilatação
e) Sistema de Drenagem
Por meio das observações, em grande parte dos elementos da ponte P05,
pode-se encontrar a grande presença de manchas de umidade, eflorescências,
lixiviação e armaduras expostas. As Figuras 85, 86 e 87 mostram os fenômenos
citados.
Figura 85 – Mancha branca na transversina da P05.
6. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
CÂNOVAS, M.F. Patologia e terapia do concreto armado. São Paulo: PINI, 1988.
PFEIL, Walter. Pontes em concreto armado v.1 e v. 2. Rio de Janeiro: LTC, 1985.
RIPPER, Ernesto. Como Evitar Erros na Construção. 3. ed. São Paulo: Pini, 1996.
99
SILVA, Isabelly Tatiane dos Santos. Identificação dos fatores que provocam
eflorescência nas construções em Angicos/RN - Monografia (Graduação em
Ciência e Tecnologia), Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Angicos,
2011.
VELLOSO, D. A.; LOPES, D. R. Fundações. 2. ed. São Paulo: Oficina de Textos, v.I.
2011.
ANEXOS
101
FICHA DE INSPEÇÃO ROTINEIRA
102
FICHA DE INSPEÇÃO ROTINEIRA
103
FICHA DE INSPEÇÃO ROTINEIRA
104
FICHA DE INSPEÇÃO ROTINEIRA
105
FICHA DE INSPEÇÃO ROTINEIRA
106
FICHA DE INSPEÇÃO ROTINEIRA
107
FICHA DE INSPEÇÃO ROTINEIRA
108
FICHA DE INSPEÇÃO ROTINEIRA
109
FICHA DE INSPEÇÃO ROTINEIRA
110
FICHA DE INSPEÇÃO ROTINEIRA
detectados no elemento.
elemento. O quadro a seguir correlaciona essa nota com a categoria dos problemas
de 1 a 5, a qual refletirá a maior ou a menor gravidade dos problemas existentes no
Será atribuída a cada elemento componente da ponte uma nota de avaliação, variável
SGO v3 para gerenciamento de pontes no DNIT)
(Para a avaliação de elementos de pontes com função estrutural, conforme o Sistema
DANOS NO
NOTA ELEMENTO/INSUFICIÊNCIA AÇÃO CORRETIVA CONDIÇÕES DE CLASSIFICAÇÃO DAS CONDIÇÕES
ESTRUTURAL ESTABILIDADE DA PONTE
111