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ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
Porto Alegre
dezembro 2014
EDUARDO PANSERA MONTAGNA
Porto Alegre
dezembro 2014
EDUARDO PANSERA MONTAGNA
Este Trabalho de Diplomação foi julgado adequado como pré-requisito para a obtenção do
título de ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pela Professora Orientadora e
pela Coordenadora da disciplina Trabalho de Diplomação Engenharia Civil II (ENG01040) da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
BANCA EXAMINADORA
Agradeço a Professora Virgínia Maria Rosito d’Avila Bessa, orientadora deste trabalho, pela
atenção prestada, pelo contínuo incentivo, pelo empenho dedicado a elaboração deste trabalho
e por compartilhar suas experiências profissionais.
Agradeço aos meus pais, Valter e Iolanda, pelo incentivo e apoio em todas as minhas
decisões, e pelo exemplo de vida que eles são para mim.
Agradeço a minhas irmãs, Juliana e Amanda, pela amizade e apoio incondicional nas horas
difíceis.
Agradeço a todos meus amigos e colegas, que de alguma forma ajudaram na elaboração deste
trabalho e na conclusão desta etapa da minha vida.
Os que se encantam com a prática sem a ciência são como
os timoneiros que entram no navio sem timão nem
bússola, nunca tendo certeza do seu destino.
Leonardo da Vinci
RESUMO
d’ – distância entre o eixo da armadura de compressão a face mais próxima do elemento (m)
εc – deformação do concreto
εs – deformação do aço
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 13
2 DIRETRIZES DA PESQUISA .................................................................................. 15
2.1 QUESTÃO DE PESQUISA ....................................................................................... 15
2.2 OBJETIVOS DA PESQUISA .................................................................................... 15
2.2.1 Objetivo Principal ................................................................................................. 15
2.2.2 Objetivo Secundário .............................................................................................. 15
2.3 PRESSUPOSTO ......................... ............................................................................... 16
2.4 DELIMITAÇÕES ...................................................................................................... 16
2.5 LIMITAÇÕES ............................................................................................................ 16
2.6 DELINEAMENTO .................................................................................................... 16
3 DUCTILIDADE DE VIGAS DE CONCRETO ARMADO .................................... 19
3.1 CONCEITO BÁSICO ................................................................................................ 19
3.2 DUCTILIDADE DO CONCRETO ........................................................................... 19
3.3 DUCTILIDADE DO AÇO ......................................................................................... 20
3.4 DUCTILIDADE DE VIGAS DE CONCRETO ARMADO ...................................... 22
4. DIRETRIZES PARA ANÁLISE ESTRUTURAL DE VIGAS 25
HIPERESTÁTICAS SEGUNDO A NBR 6118/2007 E A NBR 6118/2014 ..........
4.1 DEFINIÇÕES GERAIS ............................................................................................. 25
4.2 LIMITES PARA REDISTRIBUIÇÃO DE MOMENTOS E CONDIÇÕES DE 27
DUCTILIDADE SEGUNDO A NBR 6118/2007........................................................
4.3 LIMITES PARA REDISTRIBUIÇÃO DE MOMENTOS E CONDIÇÕES DE 29
DUCTILIDADE SEGUNDO A NBR 6118/2014........................................................
4.4 DOMÍNIOS DE ESTADO-LIMITE ÚLTIMO DE UMA SEÇÃO 30
TRANSVERSAL – SOLICITAÇÕES NORMAIS .....................................................
4.5 SOLICITAÇÕES NORMAIS – ESTADOS-LIMITES DE SERVIÇO .................... 32
4.6 ARMADURAS MÁXIMAS, MÍNIMAS E DE PELE .............................................. 33
5 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DA ESTRUTURA ........................................................ 36
5.1 CÁLCULO SEGUNDO A NBR 6118/2007 E A NBR 6118/2014 ........................... 37
5.2 ARMADURAS MÁXIMAS E MÍNIMAS ................................................................ 42
6 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ................................................................ 43
6.1 PRIMEIRO CARREGAMENTO .............................................................................. 43
6.2 SEGUNDO CARREGAMENTO .............................................................................. 48
6.3 TERCEIRO CARREGAMENTO .............................................................................. 56
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 64
REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 69
APÊNDICE A .................................................................................................................. 70
APÊNDICE B .................................................................................................................. 75
APÊNDICE C .................................................................................................................. 80
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1 INTRODUÇÃO
Os elementos estruturais devem ser projetados de forma que se possa prever com
antecedência casos de ocorrência de colapso local ou global da estrutura. Para que isto ocorra
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as estruturas devem ser projetadas para que sofram grandes deslocamentos e deformações
antes da ruína. A ductilidade é a propriedade dos elementos estruturais que lhes confere a
capacidade de sofrer deformações inelásticas nas vizinhanças de uma possível ruptura.
O trabalho está dividido em 7 capítulos que possibilita a análise de vigas hiperestáticas com
foco na ductilidade. No capítulo 2 são apresentadas as diretrizes da pesquisa, contendo
informações pertinentes a respeito da questão de pesquisa, objetivos, pressuposto,
delimitações, limitações e delineamento.
Um dos motivos para a realização deste trabalho se refere ao fato de que ele pode fornecer
dados, em conjunto com outros trabalhos realizados sobre o mesmo tema, para as avaliações
por parte dos profissionais envolvidos no projeto estrutural, e também contribuir para as
novas avaliações de revisões de texto da Norma.
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2 DIRETRIZES DA PESQUISA
O objetivo principal do trabalho é a avaliação das alterações na NBR 6118/2014, com foco na
ductilidade de vigas hiperestáticas, frente a normativa anterior para o caso estudado.
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2.3 PRESSUPOSTO
O trabalho tem por pressuposto que as normas a seguir citadas, utilizadas para a elaboração da
análise estrutural da estrutura estudada, são adequadas para este tipo de estudo:
2.4 DELIMITAÇÕES
O trabalho delimita-se a análise das inovações presente na NBR 6118/2014, com foco na
ductilidade de vigas hiperestáticas.
2.5 LIMITAÇÕES
2.6 DELINEAMENTO
O trabalho foi realizado através das etapas apresentadas a seguir que estão representadas na
figura 1 e são descritas nos próximos parágrafos:
a) pesquisa bibliográfica;
b) avaliação das alterações no texto normativo;
c) definição da estrutura a ser estudada;
d) análise estrutural pela NBR 6118/2007;
e) análise estrutural pela NBR 6118/2014;
f) análise dos resultados e conclusões.
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AVALIAÇÃO DAS
ALTERAÇÕES NO TEXTO
NORMATIVO
DEFINIÇÃO DA
ESTRUTURA A SER
ESTUDADA
ANÁLISE ESTRUTURAL
PELA NBR 6118/2014
ANÁLISE DOS
RESULTADOS E
CONCLUSÕES
Com a pesquisa bibliográfica são reunidas todas as informações teóricas necessárias para a
realização do trabalho. Teve como material de consulta as Normas NBR 6118/2007 e a NBR
6118/2014, teses e dissertações, artigos publicados em eventos e livros. Também foram
pesquisados materiais na internet. A pesquisa bibliográfica seguiu ao longo de todo o
trabalho, de modo que se integrou à pesquisa aplicada no decorrer das etapas. Após, tem-se a
etapa de avaliação das alterações no texto normativo, quando foi realizada uma análise
comparativa entre a NBR6118/2007 e sua atual versão a fim de se estabelecer quais os
parâmetros e equações que sofreram mudanças, principalmente no capítulo 14 de análise
estrutural.
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Concreto armado é a associação do concreto simples (mistura dos agregados com cimento e
água) com uma armadura, usualmente constituída por barras de aço. Os dois materiais devem
resistir solidariamente aos esforços solicitantes. Essa solidariedade é garantida pela aderência.
A ductilidade é definida como a capacidade do material, seção, elemento estrutural ou sistema
estrutural, de experimentar deformações inelásticas sem a perda de sua capacidade resistente,
atingindo a ruptura após um considerável acúmulo de energia inelástica de deformação. A
ductilidade é uma medida da capacidade do elemento estrutural se deformar antes que a
ruptura ocorra.
1
PINTO JÚNIOR, N. O. Flexão de Vigas de Concreto de Alta Resistência. 1992. 286 p. Tese (Doutorado em
Engenharia) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1992.
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Agora, analisando a figura 3, nota-se que a curva do concreto ensaiado B é mais retilínea e
apresenta deformação mais acentuada à medida que se aumenta as cargas. Segundo Gamino
(2003, p. 4), conclui-se que
O aço, quando adequadamente dimensionado e detalhado, resiste muito bem à maioria dos
tipos de solicitação as quais lhe são impostas. As características mecânicas mais importantes
2
PINTO JÚNIOR, N. O. Flexão de Vigas de Concreto de Alta Resistência. 1992. 286 p. Tese (Doutorado em
Engenharia) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1992.
3
op. cit.
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μe = fu / fy (fórmula 1)
Onde:
μe = índice de encruamento;
fu = tensões últimas;
fy = tensões de escoamento.
4
GAMINO, A. L.; BARBOSA, M. P. Vigas de concreto armado de alto desempenho: análise da ductilidade
através do código de cálculo CASTEM 2000. In: CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO, 44., 2002,
Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte: Ibracon, 2002. CD-ROM.
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Para quantificar a ductilidade de vigas de concreto armado Gamino (2003, p. 6) utiliza dois
parâmetros denominados “μd” e “μc”. O primeiro, ductilidade global, pode ser observado e
calculado através da curva força-deslocamento da figura 5. O outro, ductilidade local, pode
ser obtido através de uma curva momento-curvatura (numericamente ou experimentalmente)
através da figura 6.
5
BARBOSA, M. P.; GAMINO, A. L. Numerical Analysis of ductility in reinforced concrete beams in the
CASTEM 2000. In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON COMPUTATIONAL STRUCTURES
TECHNOLOGY, 6., 2002, Prague-Czech Republic. Annals… Prague-Czech Republic: 2002. CD-ROM.
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Segundo Gamino (2003, p. 7), os parâmetros de ductilidade global e local podem ser
calculados através das seguintes expressões respectivamente (2) e (3):
μd = δ u / δ y (fórmula 2)
μ c = φu / φy (fórmula 3)
Onde:
δy = deslocamento referente ao momento de escoamento das armaduras;
φy = curvatura referente ao momento de escoamento das armaduras;
δu = deslocamento referente ao ponto de ruptura;
φu = curvatura referente ao ponto de ruptura.
O deslocamento “δy” pode ser obtido através do ponto de concordância gerado pela
intersecção das retas tangentes aos estágios de pós – fissuração e pós – escoamento
no diagrama força – deslocamento conforme ilustra a figura [...][6].
6
BARBOSA, M. P.; GAMINO, A. L. Numerical Analysis of ductility in reinforced concrete beams in the
CASTEM 2000. In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON COMPUTATIONAL STRUCTURES
TECHNOLOGY, 6., 2002, Prague-Czech Republic. Annals… Prague-Czech Republic: 2002. CD-ROM.
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A curvatura “φy” pode ser obtida através do ponto de intersecção de duas retas no
diagrama momento – curvatura: uma sendo tangente à reta formada entre o ponto de
origem e o ponto correspondente a 75% do momento nominal e a outra sendo uma
reta horizontal correspondente ao momento nominal onde ocorre a deformação de
3‰ na fibra mais comprimida da seção transversal, segundo ilustra a figura [...][7].
A curvatura “φu” e o deslocamento “δu” são obtidos no momento da ruptura do
elemento estrutural.
Quando se fala nas deformações que podem ocorrer nas vigas de concreto armado, existem
alguns fatores que podem colaborar nessas deformações. Para Kemp 7 (1998 apud GAMINO,
2003, p. 7) tais fatores são o grau de confinamento do concreto por estribos, a taxa de
armadura longitudinal de tração e a resistência à compressão do concreto. Para Boukari8
(2000 apud GAMINO, 2003, p. 7) outros parâmetros podem influenciar a capacidade de
deformação inelástica de elementos de concreto armado. São eles: o tipo de armadura (ativa
ou passiva), a presença de armadura de compressão, a tensão de escoamento das armaduras, o
espaçamento entre estribos e o efeito escala. De acordo com Gamino (2003, p. 7), “Pode-se
então perceber que a ductilidade é afetada diretamente por grandezas de ordem física em
relação às dimensões do elemento estrutural e por grandezas de ordem mecânica no que diz
respeito aos materiais componentes da estrutura.”.
7
KEMP, A. R. The Achievement of Ductility in Reinforced Concrete Beams. Magazine of Concrete Research,
v. 50, n. 2, p. 123-132, 1998.
8
BOUKARI, S. Contribution a L’Etude Du Béton Armé de Hautes Performances par Simulation
Numérique a L’Aide des Elements Finis. 2000. 134 p. Tèse (Doctorat en Génie) – Institut National dês
Sciences Appliquees de Toulouse, INSA, France, 2000.
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A Norma brasileira para dimensionamento de estruturas de concreto armado (NBR 6118) vem
ao longo dos anos sofrendo várias mudanças em busca de seu aprimoramento. A versão de
1980 ficou em atuação por mais de vinte anos sem sofrer atualizações. No ano de 2003 a
Norma passou por uma grande transformação para se atualizar frente às novas tecnologias
computacionais que tornaram o processo de cálculo estrutural mais refinado e satisfazer as
novas exigências de durabilidade e requisitos mínimos de qualidade que uma estrutura de
concreto armado deve possuir. Esta versão foi atualizada em 2007, porém sem grandes
alterações no processo de cálculo estrutural.
A atual versão da Norma, que entrou em vigor no ano de 2014, traz consigo várias mudanças
importantes para o cálculo estrutural. A proposta é que a Norma seja atualizada com maior
frequência para que ela não fique tão defasada com a realidade, como ocorreu no passado.
Neste capítulo as definições gerais são conceitos que se mantiveram da NBR 6118/2007 para
a NBR 6118/2014 sem alterações.
[...] determinar os efeitos das ações em uma estrutura, com a finalidade de efetuar
verificações dos estados-limites últimos e de serviço.
Na atual versão da Norma, a análise estrutural parte da premissa que sua realização se dá com
a utilização de um modelo estrutural adequado ao objetivo da análise. De forma a satisfazer
todas as verificações impostas pela NBR6118 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS, 2014, p. 86).
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Cuidados especiais devem ser tomados com relação aos carregamentos de grande
variabilidade.
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De acordo com o texto da norma brasileira de projeto de estruturas de concreto armado do ano
de 2007 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2007, p. 81), os limites
para redistribuição de momentos e condições de ductilidade requerem uma atenção nas
regiões de apoio das vigas ou de outras ligações entre elementos estruturais. No ELU quanto
menor for o valor de x/d (posição da linha neutra), maior é a capacidade de rotação. Quando
isto ocorre o aço passa a ser o elemento limitante da resistência da seção. Para que não
ocorram problemas e com o intuito de melhorar a ductilidade nos apoios e nas regiões de
ligação entre elementos estruturais lineares, mesmo nos casos em que as redistribuições de
esforços solicitantes não sejam feitas, o valor de x/d é limitado pelas seguintes expressões,
lembrando que esses limites podem ser alterados somente se for usado detalhes especiais de
armadura:
Onde:
x = profundidade da linha neutra;
d = altura útil;
fck = resistência característica à compressão do concreto.
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δ ≥ 0,56 + 1,25 x/d para concretos com fck > 35 MPa (fórmula 7)
Onde:
x = profundidade da linha neutra;
d = altura útil;
fck = resistência característica à compressão do concreto;
δ = fator de redistribuição.
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[...] Para o concreto de resistência igual ou inferior a 35 MPa, exige-se uma posição
relativa da linha neutra, x/d, menor que 0,448 para que possa ser efetuada alguma
redistribuição (para que se possa ter δ < 1) na análise linear. Para resistências acima
de 35 MPa, o que implica em um material mais frágil, o valor de x/d necessita ser
menor que 0,352, o que caracteriza muito bem as peças sub-armadas, próximas do
domínio 2, que são de interesse dos projetistas estruturais.
x/d ≤ 0,35 para concretos com 50MPa < fck ≤ 90 MPa (fórmula 11)
Onde:
x = profundidade da linha neutra;
d = altura útil;
fck = resistência característica à compressão do concreto
armaduras. Quando se reduzir o momento fletor de M para δM, a profundidade da linha neutra
nessa seção x/d para o momento reduzido, deve ser limitada por:
x/d ≤ (δ – 0,56)/1,25, para concretos com 50MPa < fck ≤ 90 MPa (fórmula 13)
Onde:
x = profundidade da linha neutra;
d = altura útil;
fck = resistência característica à compressão do concreto;
δ = fator de redistribuição.
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Os valores a serem adotados para os parâmetros εc2 e εcu segundo a NBR 6118/2014
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2014, p. 30) são definidos a
seguir,
Onde:
εc2 = deformação específica de encurtamento do concreto no início do patamar plástico;
εcu = deformação específica de encurtamento do concreto na ruptura;
fck = resistência característica à compressão do concreto.
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Já a Norma de 2007 considerava os valores de εc2 e εcu constantes e iguais a 2,00/00 e 3,50/00,
respectivamente.
Onde:
α = 1,2 para seções T ou duplo T;
α = 1,3 para seções I ou T invertido;
α = 1,5 para seções retangulares;
α = fator que correlaciona aproximadamente a resistência à tração na flexão com a resistência
à tração direta;
yt = distância do centro de gravidade da seção à fibra mais tracionada;
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Onde:
W0 = é o módulo de resistência da seção transversal bruta de concreto, relativo à fibra mais
tracionada;
fctk,sup = é a resistência característica superior do concreto à tração.
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A mínima armadura lateral deve ser 0,10 % Ac,alma em cada face da alma da viga e
composta por barras de CA-50 ou CA-60, com espaçamento não maior que 20 cm e
devidamente ancorada nos apoios, [...], não sendo necessária uma armadura superior
a 5 cm2/m por face.
Em vigas com altura igual ou inferior a 60 cm, pode ser dispensada a utilização da
armadura de pele.
A mínima armadura lateral deve ser 0,10% Ac,alma em cada face da alma da viga e
composta por barras de aderência (η1 ≥ 2,25) com espaçamento não maior que 20
cm, [...].
Em vigas com altura igual ou inferior a 60 cm, pode ser dispensada a utilização da
armadura de pele.
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Este trabalho apresenta um estudo dos impactos decorrentes da revisão da Norma Brasileira
que trata do projeto de estruturas em concreto armado, no que se refere a redistribuição de
momentos e condições de ductilidade de vigas hiperestáticas. Para isso foi realizado o
dimensionamento de uma viga e sua análise estrutural (flexão simples).
Foi realizado uma análise linear com redistribuição de momentos da viga V1, indicada na
figura 9. Essa viga se encontra com suas extremidades sobre apoios simples (de primeira
ordem), e um apoio central de segunda ordem. Essa viga sustenta duas cargas concentradas
nos pontos médios de seus tramos e uma carga distribuída ao longo de toda viga.
É uma viga de seção retangular com base de 15cm e altura de 45cm. Admite-se a viga V1 em
ambiente interno (Classe de Agressividade Ambiental I para ambientes urbanos) e
participante de uma estrutura de nós fixos, aço CA-50. O cobrimento é de 2,5cm. O d’
(distância entre o CG da armadura de flexão e a face externa da viga) foi considerado como
3,5cm.
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O dimensionamento foi feito no estado limite último, estádio 3, considerando que o concreto
não resiste mais à tração (neste estádio a zona comprimida encontra-se plastificada e o
concreto dessa região está na iminência da ruptura).
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Onde:
d = altura útil da seção transversal
b = largura da viga
Md = momento fletor externo
αc = 0,85 (para concretos do grupo 1)
fcd = resistência de cálculo à compressão do concreto (fck / 1,4)
fyd = resistência de cálculo ao escoamento do aço de armadura passiva (fyk / 1,15)
y = altura do diagrama retangular (y= λx)
λ= 0,8 (para concretos do grupo 1)
As = área de aço tracionada
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Pela Norma de 2007, para o momento positivo, após determinar o valor de y pela equação de
equilíbrio (fórmula 22), se calcula o valor de ylim = ymáx, aplicando-se as equações de
equilíbrio na figura 11 (ARAÚJO, 2003, p. 86). Quando o momento for negativo (na região
dos apoios), deve-se levar em consideração os cálculos de redistribuição de momentos e
condições de ductilidade vistos no item 4.2 (fórmulas 6 e 7).
Já pela Norma de 2014 após determinar o valor de y pela equação de equilíbrio (fórmula 22),
se calcula o valor de ylim (fórmula 23) e do ydúctil. O cálculo do ydúctil, quando o momento for
positivo, segue as orientações descritas no item 4.3 (fórmulas 10 e 11), que fornece o valor de
x, com isso se calcula ydúctil= λx (sendo que λ=0,8 para concretos do grupo 1). O cálculo do
ydúctil, quando o momento for negativo, segue as orientações descritas no item 4.3 (fórmulas
12 e 13), que fornece o valor de x e com isso se calcula ydúctil= λx (sendo que λ=0,8 para
concretos do grupo 1), e considerando que depende do coeficiente de redistribuição adotado
(δ). O ymáx é o menor valor entre ylim e ydúctil.
Se o valor de y < ymáx indica que a seção está nos domínios 2 ou 3 de deformação (armadura
simples) e, substitui-se este valor na equação de equilíbrio de forças, chegando-se ao valor de
As.
Onde:
λ = 0,8 (para concretos do grupo 1)
εcu = 3,5 ‰ (para concretos do grupo 1)
Caso contrário onde o valor de y > ymáx deve-se colocar uma armadura na zona comprimida
As’ para ajudar o concreto a resistir aos esforços de compressão. Neste caso não convém o
dimensionamento com armadura simples, deve-se projetar armadura dupla. Para isso, fixa-se
a posição da linha neutra, xlim pela Norma de 2007 e xmáx pela de 2014, e se introduz uma
armadura localizada na zona comprimida, As’, o mais afastado possível da linha neutra. O
momento Mdlim é definido como o momento que pode ser absorvido pela viga no limite do
domínio 3 ou no limite dúctil, ou seja, quando y = ymáx = λ xlim (considerando λ=0,8 para
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concretos do grupo 1). Para se obter Mdlim, se faz o equilíbrio de momentos da figura 11.
Onde Rcclim = αcbymáx fcd e 0,4xlim = 0,5ymáx e Zlim = d - 0,5ymáx (ARAÚJO, 2003, p. 86-87).
Onde:
αc = 0,85 (para concretos do grupo 1)
Para o caso da armadura dupla as resultantes das tensões na seção ficam de acordo com a
figura 12, onde R’sd = As’ σ2, Rsd = As fyd, Zlim = d - 0,5ymáx e Rcclim = αcbymáx fcd (ARAÚJO,
2003, p. 92-97).
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A tensão σ2 da armadura de compressão As’ deve ser determinada pelo diagrama tensão-
deformação do aço empregado, tendo-se calculado a deformação ε2 a partir da equação de
compatibilidade de deformações (ARAÚJO , 2003, p. 93-94).
Onde:
Es = módulo de elasticidade do aço 21.000MPa
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43
Os resultados gerados pelos cálculos podem ser divididos, de uma forma geral, em três
grupos. O primeiro grupo é o qual a viga V1 está carregada por uma carga pequena a fim de
se obter resultados próximos a uma armadura mínima (5 kN/m + 2x20 kN). No segundo
grupo a viga está carregada por uma carga média (20 kN/m + 2x100 kN) e o terceiro por uma
carga elevada (30 kN/m + 2x200 kN) a fim de se obter a relação na armadura máxima.
A viga V1, apresentada no capítulo 5, foi carregada com uma carga de 5 kN/m distribuída ao
longo de toda a viga e duas cargas concentradas de 20 kN, como se pode observar na figura
13. Após este carregamento gerou-se o diagrama de momentos pelo software Ftool (figura
14).
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Com posse dos momentos solicitantes da viga da figura 13, foi calculada a armadura
necessária seguindo as diretrizes de cada Norma. Essas diretrizes são observadas no capítulo
5, item 5.1 para a Norma de 2007 e no item 5.2 para a Norma de 2014. Respeitando-se sempre
os limites de armadura máxima e mínima (item 5.3). Os resultados são apresentados nos
gráficos das figuras 15 a 20 (Astotal x fck) de acordo com cada coeficiente de redistribuição. Os
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Como se pode observar pelos gráficos, os valores de cálculo das armaduras necessárias para
este primeiro carregamento deram iguais tanto pela Norma de 2007 quanto pela de 2014. Isto
se dá pelo fato de não ter ocorrido mudanças nos cálculos para armadura simples.
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A viga V1, apresentada no capítulo 5, foi carregada com uma carga de 20 kN/m distribuída ao
longo de toda a viga e duas cargas concentradas de 100 kN, como se pode observar na figura
21. Após este carregamento gerou-se o diagrama de momentos pelo software Ftool (figura
22).
Com posse dos momentos solicitantes da viga da figura 21, foi calculada a armadura
necessária seguindo as diretrizes de cada Norma. Essas diretrizes são observadas no capítulo
5, item 5.1 para a Norma de 2007 e no item 5.2 para a Norma de 2014. Respeitando-se sempre
os limites de armadura máxima e mínima (item 5.3). Os resultados são apresentados de duas
formas nos gráficos das figuras 23 a 34 de acordo com cada coeficiente de redistribuição.
Primeiro se tem armaduras totais pela resistência do concreto seguidos dos gráficos de
armaduras de tração e compressão pela resistência do concreto para os diferentes momentos
solicitantes
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Para este carregamento pode-se observar que nos momentos positivos quando as armaduras
dão valores diferentes é porque está se utilizando armadura dupla, quando são de iguais
valores está no caso de armaduras simples, onde não houve mudanças nos cálculos. Nos
momentos negativos para fck≤35 MPa as duas Normas são iguais, elas se diferem apenas a
partir de fck>35MPa.
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A viga V1, apresentada no capítulo 5, foi carregada com uma carga de 30 kN/m distribuída ao
longo de toda a viga e duas cargas concentradas de 200 kN, como se pode observar na figura
35. Após este carregamento gerou-se o diagrama de momentos pelo software Ftool (figura
36).
Com posse dos momentos solicitantes da viga da figura 35, foi calculada a armadura
necessária seguindo as diretrizes de cada Norma. Essas diretrizes são observadas no capítulo
5, item 5.1 para a Norma de 2007 e no item 5.2 para a Norma de 2014. Respeitando-se sempre
os limites de armadura máxima e mínima (item 5.3). Os resultados são apresentados nos
gráficos das figuras 37 a 48 em função da armadura total (Astotal x fck) em seguida as
armaduras de tração e compressão ambos de acordo com cada coeficiente de redistribuição.
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Observa-se que, para muitas situações, a área total de armadura da viga ultrapassou o valor
máximo, inviabilizando a utilização da viga nestas situações.
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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os limites para armadura mínima também sofreram um ajuste. A Norma de 2014 diminuiu, de
uma forma geral, a quantidade mínima de armadura necessária. Esta mudança pode ser
observada nos gráficos do primeiro carregamento. Para este primeiro carregamento os valores
das armaduras totais são iguais tanto para a Norma de 2007 quanto para à de 2014, isto se dá
pelo fato de não ter ocorrido modificações de cálculo para os casos de armadura simples. No
gráfico da figura 15, pode-se observar que para a armadura do momento positivo, pela Norma
de 2007, o valor de Astotal calculado era menor que Asmín para os concretos com fck 45MPa e
50MPa. O mesmo ocorreu no momento negativo pela Norma de 2007, para os fck 40, 45 e
50MPa. Quando se observa os mesmos resultados pela Norma de 2014, todos os valores de
Astotal calculados são maiores que o Asmín requerido pela nova versão da Norma. Isto ocorreu
também nos gráficos das figuras 16 à 18, para diferentes fck. Já nos gráficos das figuras 19 e
20, independente do fck, os valores de Astotal calculados para os momentos negativos são
maiores que Asmín para as duas versões da Norma. Agora quando se analisa os momentos
positivos, vê-se que para os fck 40, 45 e 50MPa, a Norma de 2007 tem um Asmín maior que o
Astotal.
Isto se dá justamente pelo fato de ter ocorrido a supressão da expressão que pedia uma
atenção especial dos cálculos da ductilidade nas regiões de apoio das vigas ou de outras
ligações entre elementos estruturais. Com isto se introduz no cálculo do momento positivo
uma nova variável que é o ydúctil, este por sua vez é sempre menor que o ylim, que antes era
utilizado pela Norma de 2007. Neste caso, com a diminuição do ymáx (menor valor entre ydúctil
e ylim) se tem a necessidade de usar uma armadura dupla em mais casos, acarretando uma
armadura maior. No caso do momento negativo, para as duas Normas se tem o ydúctil (e o ymáx
que é o menor valor entre ydúctil e ylim, a relação do ymáx pode ser observada no gráfico da
figura 49). A diferença está nos limites do fck utilizado para as expressões, no caso de
redistribuição de momentos. A fórmula 6 (capítulo 4, item 4.2) pela Norma de 2007 era válida
para concretos até 35MPa, pela Norma de 2014 a mesma expressão (fórmula 12, capítulo 4,
item 4.3) é válida para concretos até 50MPa. Pode-se observar nos gráficos que no cálculo das
armaduras totais (Astotal), para os momentos negativos, se tem os mesmos resultados para as
duas versões da Norma até concretos com resistência de 35MPa. Após isso a Norma de 2007
muda sua expressão de cálculo de redistribuição de momentos para a fórmula 7 (capítulo 4,
item 4.2), enquanto que a de 2014 permanece na fórmula 12 até 50MPa. Com isto se pode
verificar que pela Norma de 2014 a quantidade de aço (Astotal) tende a diminuir seu valor com
o aumento do fck. Já a Norma de 2007 diminui a quantidade de aço necessária (A stotal) até o fck
= 35MPa, após isso ocorre um ganho na quantidade de armadura para o fck = 40MPa e tende a
voltar a diminuir até o fck = 50MPa.
Estes resultados podem ser observados no gráfico da figura 23 e 24. Para o momento positivo
e um fck = 20MPa se tem uma armadura dupla de Astotal = 11,68cm² pela Norma de 2007 e uma
armadura dupla de Astotal = 12,27cm² pela de 2014, ou seja a Norma de 2014 necessita de
5,05% a mais da quantidade total de aço que a de 2007, para este caso. Com o aumento do fck
para 25MPa a armadura pela Norma de 2007 passa a ser uma armadura simples e agora igual
a Astotal = 10,35cm² e pela Norma de 2014 continua uma armadura dupla de Astotal = 11,07cm²,
neste caso a Norma de 2014 necessita de 6,95% a mais de armadura total que a de 2007.
Quando se observa o momento negativo se tem armaduras de iguais valores até 35MPa. Para
fck = 40MPa se tem uma armadura dupla igual a Astotal = 12,26cm² pela Norma de 2007 e uma
armadura dupla igual a Astotal = 8,75cm² pela Norma de 2014, neste caso a Norma de 2014
necessita de 28,63% a menos de armadura total que a de 2007. Resultados semelhantes podem
ser observados nos gráficos das figuras 25 à 34.
Para o terceiro carregamento que é mais robusto e exige mais da viga, se pode observar alguns
fatos importantes. No caso do gráfico da figura 37 e 38 se observa que para o fck de 20MPa a
armadura para o momento positivo segundo a Norma de 2014 ultrapassa o limite da armadura
máxima, enquanto que a armadura segundo a Norma de 2007 é inferior a este limite. Isto se
dá pelo fato de que com um ymáx menor (Norma de 2014) se necessita de uma armadura maior
(a Norma de 2014 necessita de 2,21% a mais de armadura que a de 2007 para este caso), que
neste caso acabou por ultrapassar o limite máximo aceito. Quando se observa o momento
negativo a armadura segundo a Norma de 2014 está dentro dos limites para todos fck
estudados. Porém a Norma de 2007 ultrapassa o valor da armadura máxima justamente nos f ck
maiores que 35MPa. É neste instante que a Norma de 2007 muda sua expressão de cálculo
(fórmula 6 para fórmula 7) a qual diminui o valor de ymáx, necessitando um maior ganho de
armadura, e após isso com o aumento do fck a armadura tende a diminuir (nestes casos a
armadura pela Norma de 2014 chega a ser até 23,7% menor que a de 2007). No gráfico da
figura 39 e 40 todas as armaduras estão dentro dos limites. Nos gráficos das figuras 41, 42, 43
e 44 apenas a armadura do momento negativo segundo a Norma de 2014 ultrapassa, para
alguns fck, o limite estabelecido. Nos gráficos seguintes com o aumento do fator de redução,
aumenta-se o momento negativo solicitante e diminui-se o momento positivo, com isto a
armadura para os momentos positivos ficam dentro dos limites para as duas Normas. Já para
os momentos negativos ela acaba extrapolando na maioria dos fck estudados.
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Outra relação importante que teve significativa variabilidade nesta mudança de Norma foi o
valor da deformação da armadura comprimida, ε2. Esta variação ocorre devido ao fato que ε2
depende do valor de ymáx. Nos cálculos pela Norma de 2014 em nenhum momento o valor de
ε2 ficou abaixo do patamar de escoamento do aço escolhido, CA50. Já pela Norma de 2007 o
valor de ε2 ficou abaixo do patamar do aço CA50 para dois coeficientes de redução,
respectivamente para δ = 0,75 e δ = 0,80. Para os concretos com f ck de 20 até 35MPa, ele se
manteve dentro do patamar estabelecido. Porém quando ocorre a mudança de cálculo para f ck
maiores que 35MPa, o valor do ε2 fica abaixo do patamar de escoamento do aço. Para um
fator de redução de 0,75 e fck de 40, 45 e 50MPa, se tem um ε2 = 1,48% e para um fator de
redução igual a 0,80 e fck de 40, 45 e 50MPa, se tem um ε2 = 1,90%. Estes resultados podem
ser analisados na figura 50.
Para o caso analisado neste trabalho pode-se chegar as seguintes considerações gerais. Para os
momentos positivos a nova Norma necessita de mais armadura dupla e nos casos onde se usa
armadura dupla a nova Norma consome mais aço (Astotal é maior, em alguns casos chegando a
mais de 6%). Para os momentos negativos a nova Norma é igual a antiga até concretos com
resistência de 35 MPa, para concretos maiores que 35 MPa a Norma antiga necessita de mais
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armadura dupla, nestes casos ela consome uma quantidade de aço maior que a nova Norma
(Astotal é maior, em alguns casos chegando de 25 a 30% maior que a Norma de 2014).
Quando se analisa as armaduras máximas, embora o valor do limite máximo ter se mantido
sem alterações, se observa que para os momentos positivos a nova Norma tende a ultrapassar
este limite antes da versão antiga. Para os momentos negativos a Norma antiga tende a
ultrapassar o máximo antes da nova versão para fck maiores que 35 MPa e para fck menores ou
iguais a 35 MPa se mantem iguais. Para as armaduras mínimas os valores limites da Norma
antiga eram maiores ou iguais que da nova versão, portanto a antiga Norma necessita usar a
armadura mínima antes da nova Norma.
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REFERÊNCIAS
ARAÚJO, J. M. de. Curso de concreto armado. 2. ed. Rio Grande: Dunas, 2003. v.1.
_____. NBR 6118: projeto de estruturas de concreto armado - procedimento. Rio de Janeiro,
2014.
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