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IVA: Imposto Sobre Valor Agregado


O imposto sobre valor agregado (IVA) foi criado na França, nos
anos 1930, com o objetivo de evitar um efeito chamado cascata,
que é a cobrança acumulada de impostos em diferentes etapas da
produção do produtos. Esse sistema foi bem sucedido e logo se
espalhou pela Europa e pela América. No Brasil, existem propostas
para a adoção desse modelo, mas quais seriam os benefícios
desse sistema? Como ele funcionaria? Neste texto, o Politize! te
ajuda a responder a essas e outras perguntas.

Para saber mais: a carga tributária no Brasil é alta comparada à de


outros países?

Imagem: Flickr
O que é o Imposto Sobre Valor Agregado
(IVA)?
O Imposto sobre Valor Agregado, conhecido como IVA, é uma
proposta para simplificar a tributação sobre o consumo em apenas
um tributo, isto é, concentrar em apenas um imposto todas as
cobranças que haveria no ciclo de consumo. O que acontece hoje
no Brasil é que temos diferentes tributos que incidem sobre o
consumo, o que causa: i) confusão para as empresas, que
precisam pagar alíquotas (percentual que incide sobre o valor do
produto) de impostos diferentes e em datas diferentes; ii) gera uma
bitributação, que é uma tributação que ocorre duas vezes (ou
mais).

Como resultado dessa tributação repetida, o valor do produto


torna-se mais caro, onerando a população, especialmente as
classes econômicas mais baixas. A ideia de agregar os impostos
em apenas um é evitar essa repetição de cobranças e simplificar o
processo.

Como são cobrados os impostos hoje?


Antes de mais nada, vale lembrar que os impostos no Brasil
incidem sobre três itens: o consumo, a renda e a propriedade. Um
dos exemplos de imposto que incide sobre a renda é o próprio
Imposto de Renda (IR) e um exemplo de imposto sobre a
propriedade é o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Para
ambos os casos, o IVA não se aplicaria, pois este agregaria apenas
os impostos sobre o consumo. Mas quais são esses impostos,
afinal?

Os principais impostos que incidem sobre o consumo no Brasil são:

 Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS);


 Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);
 Imposto sobre Serviços (ISS);
 Programa de Integração Social/Programa de Formação do
Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP);
 Contribuição para o financiamento da Seguridade Social
(Cofins).

Dentre esses tributos, PIS, Cofins e IPI são federais; ICMS é


estadual e ISS é municipal. O fato de serem 5 impostos com
alíquotas e prazos diferentes, que devem ser pagos a diferentes
esferas do governo, torna o sistema complexo e burocrático.
Segundo o Banco Mundial, o Brasil é o país onde se gasta mais
tempo e recursos para a o pagamento de tributos. Além disso, o
sistema tributário atual brasileiro tem outra complicação: ao
cobrar impostos em diferentes etapas de produção, gera o famoso
efeito cascata.

O efeito cascata
O efeito cascata é a cobrança de impostos sobre outros impostos.
Isso acontece quando um imposto é cobrado sobre o valor de um
produto que já teve impostos cobrados em etapas anteriores. Por
exemplo: um produto custa 5 reais e sobre ele são cobrados 2
reais de impostos na sua produção, totalizando seu valor em R$ 7.
Numa próxima etapa, por exemplo, na venda, outros tributos
incidem sobre esse produto, porém, ao invés de incidir sobre os R$
5 – que seria o valor real – ele incide sobre os R$ 7, causando uma
bitributação, ou seja, a tributação ocorre duas vezes.  

Esse efeito acaba por onerar o consumo das famílias de classe


mais baixa, pois diferente do Imposto de Renda – cuja alíquota
varia conforme a renda – os impostos sobre o consumo são
cobrados da mesma maneira para toda a população.

Foto: Pixabay
Guerra fiscal
Outro problema do sistema tributário atual que seria solucionado
com a implantação do IVA é a guerra fiscal. Os estados e
municípios no Brasil têm autonomia para definir quanto cobrar de
impostos e se utilizam disso para atrair investimentos, reduzindo
as alíquotas. Por exemplo, quando uma indústria se instala em um
determinado lugar, ela gera empregos e renda para a região. Por
esse motivo, estados e municípios vão competir para que ela seja
instalada em seu território e para isso diminuem os impostos e
assim, tornam a opção mais atrativa para a empresa.

A redução nos impostos pode parecer interessante para as


empresas, mas o problema dessa prática é que, no médio prazo, a
arrecadação geral do país diminui. Essa guerra fiscal acontece
especialmente entre os estados no Brasil, que são os responsáveis
pela cobrança do ICMS.

Como seria o IVA no Brasil?


O imposto sobre o valor agregado no Brasil teria o objetivo de
simplificar o sistema tributário, reunindo diversos impostos em
apenas um. Esse imposto agregado também evitaria que a
tributação ocorresse mais de uma vez, como acontece hoje no
efeito cascata.

Na prática, esse imposto poderia ser cobrado em todas as etapas


de produção ou apenas uma vez, antes de chegar ao consumidor
final. Se fosse cobrado em todas as etapas, o valor dos impostos já
cobrados deveria ser descontado numa próxima tributação,
incidindo apenas sobre o valor real do produto. Caso fosse cobrado
apenas uma vez, haveria uma só alíquota cobrada ao final do
processo.

Atualmente existe uma proposta de emenda à Constituição (PEC)


em tramitação na Câmara dos Deputados para a simplificação dos
impostos sobre o consumo, elaborada pelo Deputado Federal Luiz
Carlos Hauly do PSDB. Segundo essa proposta haveria a unificação
de 10 tributos em apenas um, que seria chamado de Imposto sobre
Operações com Bens e Serviços (IBS).

Quais são as barreiras para a adoção do IVA?


Propostas de mudanças no sistema tributário para a simplificação
do sistema e implementação de um IVA são discutidas há décadas,
no entanto, nenhuma até o momento vingou. Uma das primeiras
dificuldades para adoção do IVA é a resistência de estados e
municípios. Hoje esses entes federados definem de maneira
autônoma as alíquotas de impostos e, com essa mudança, correm
o risco de reduzir sua arrecadação.

Segundo Ulisses Gomes Araújo, a preocupação dos Estados e


municípios é válida, pois com a adoção do imposto único,
perderiam politicamente. No entanto, afirma que regras mais
claras e melhor distribuição dos tributos poderiam contribuir para
o crescimento do país. Para ele, o sistema atual afasta
investimentos e onera o contribuinte. Além disso, como já
explicamos, a guerra fiscal acaba reduzindo a arrecadação.

Leia também: reforma tributária: quais impostos vão mudar?

O IVA no mundo
O imposto sobre valor agregado teve bastante aceitação em
diversos países do mundo. Além da França, diversos países da
Europa já adotaram essa forma simplificada de cobrar os impostos
sobre o consumo. Na América Latina, a ideia do IVA surgiu entre
os países do Mercosul para harmonizar as normas tributárias nas
transações comerciais realizadas entre eles. Atualmente,
Argentina, Chile e Uruguai já utilizam o imposto sobre valor
agregado.

Não existe um modelo único e padrão de IVA adotado pelos países


no mundo. Eles podem adotar formas de arrecadação e alíquotas
diferentes, o que se assemelha é o princípio de cobrar um imposto
único e assim evitar diferentes tributações ao longo da cadeia
produtiva, que ao final do processo encarecem os produtos.

Quais os benefícios da implantação do IVA


no Brasil?
A primeira vantagem do IVA seria a simplificação da cobrança dos
tributos. Isso facilitaria o entendimento pela população do que
está sendo tributado e a porcentagem do valor que é destinada ao
governo. Além disso, pouparia tempo e recursos que são gastos
pelas empresas para fazer o pagamento dos diferentes impostos
aos diferentes entes governamentais.

Outra vantagem seria o fim da guerra fiscal entre estados e


municípios, que baixam as alíquotas dos seus impostos para
atraírem investimentos, mas como consequência contribuem para
a diminuição de arrecadação no país todo. E por fim, outro
benefício seria evitar a ocorrência do efeito cascata, que eleva o
preço dos produtos para o consumidor final devido aos diferentes
impostos que são cobrados nas várias etapas de produção.

O que achou desse conteúdo sobre IVA? Deixe seu comentário.

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anúncios do portal estão te atrapalhando na experiência de

educação política.

Referências do texto: confira aqui onde encontramos dados e


informações!

IG – O que é IVA, protagonista dos programas econômicos de cinco


presidenciáveis

Nexo – O que é IVA, proposta tributária de cinco presidenciáveis

Imposto sobre valor agregado: estudo sobre benefícios da reforma


tributária brasileira com a implantação do IVA
Brasil é onde se gasta mais tempo para pagar impostos, diz Banco
Mundial

Imposto sobre valor agregado: a guerra fiscal e o princípio do


federalismo brasileiro

Publicado em 25 de outubro de 2018.

Talita de Carvalho

Assessora de conteúdo no Politize!, formada em Economia pela


UFPR e mestranda em Planejamento Territorial na UDESC.
Acredita que pessoas bem informadas constroem uma
sociedade mais justa.

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