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Conceituação
O Costume Internacional encontra definição no art. 38 (1) (b) do Estatuto da Corte de
Haia, trata-se de uma espécie de norma formada pela reiterada prática dos sujeitos do
Direito Internacional, consiste, portanto, numa “prática geral aceita como sendo o
direito”.
Elemento Material
A definição acima nos conduz aos Elementos Materiais. Embora se tenha que o ato
seja positivo (chancelas, promulgações, ratificações), é admissível que o ato possua
natureza negativa, tal como uma abstenção, omissão ou um não-fazer. As questões
básicas, segundo o professor Hee Moon Jo (p. 127), "referem-se a saber quem pratica
[...] como pratica [...] por quanto tempo deve ser repetido [...] e quanto sujeitos devem
aceitar essas práticas".
Quem e como pratica: sem rodeios, os que possuem capacidade de provocar efeito
legal na ordem do Direito Internacional. Por ser o principal sujeito do Direito
Internacional e dada a sua maior importância, destacam-se os atos praticados pelos
Estados, seguidos dos atos praticados pelas Organizações Internacionais, o que não
significa a exclusão, por exemplo, dos atos praticados por Organizações Não-
Governamentais ou Cruz Vermelha. Poderíamos dizer, a grosso modo, que o Estado
alicerça o Costume Internacional, enquanto as Organizações Internacionais os
consolida derradeiramente na esfera internacional, vez que seus atos são as principais
fontes de precedente da formação do costume internacional. A prática de tais atos dá-
se, principalmente, pela jurisprudência das cortes e arbitragens internacionais e as
atividades não judiciárias das organizações internacionais.
Quantos sujeitos devem aceitar essas práticas: de igual forma à questão temporal, não
há uma certeza na questão espacial, ou seja, não há uma norma internacional que
imponha o número mínimo de sujeitos que devam aceitar as uniformes e contínuas
práticas para que tais consolidem-se como um Costume Internacional. cabe também
às Cortes Internacionais dizer sobre o assunto, talvez reunindo as opiniões dos
diversos países sobre a prática que se pretende elevar a Costume Internacional,
retirando-a, às vezes, de uma regionalização, para uma universal internacionalização.
Salutar, neste sentido, a lição do professor Hee Moon Jo (p. 133), de que "na prática, o
mais importante e difícil seria provar o elemento psicológico (opinio juris) para provar,
enfim, o costume internacional alegado. Em geral, com relação ao ônus da prova [...]
aposição dominante é a de que quem o nega assume o ônus da prova".
Frisa ainda o professor que, "a CIJ entendeu, em várias jurisprudências, que a
existência do elemento psicológico é presumida quando se estabelece firmemente o
elemento substantivo".
Os Costume Internacionais encontram prova nos atos estatais, nos textos legais e nas
decisões judiciárias acerca de temas relacionados ao "jus cogens". No plano
internacional, busca-se a prova do Costume Internacional na jurisprudência
internacional ou nos tratados.
Mais uma vez o professor Rezek nos ensina que não há uma hierarquia entre as
normas consuetudinárias e as positivadas, uma e outra se derrogam. Inegável que,
uma vez visto os elementos materiais e subjetivos dos Costumes Internacionais, que os
Tratados, essência do direito posto na ordem internacional, possuem uma maior
segurança jurídica dada a sua clareza e certeza. Entretanto, O'Connell, por exemplo,
entende que os costumes consistem na principal, quando não única fonte verdadeira
do "jus cogens".
Relevante a lição de Grigory Ivanovitch Tunkin, citado por Rezek (p. 125) acerca da
validade da norma costumeira, quando diz que "todo novo Estado tem o direito de
repudiar certas normas consuetudinárias, ponderando, todavia, que seu silêncio, e seu
ingresso em relações oficiais com os demais Estados, justificará oportunamente uma
presunção de assentimento sobre o direito costumeiro, em tudo quanto não
tenhamotivado, de sua parte, o protesto, a rejeição manifesta".
1 INTRODUÇÃO
2 OS TRATADOS INTERNACIONAIS
3 OS COSTUMES INTERNACIONAIS
Parte dos doutrinadores demonstram sua preferência pelos tratados, por serem
uma fonte escrita que dá mais clareza, segurança, as expectativas e sanções
sobre a matéria delineada entre dois países.
Não pode haver hierarquia entre as fontes de Direito Internacional, por conta
da estreita relação que estas mantêm entre si, mormente no momento da
aplicação de uma norma, quando a regra de um tratado pode ser interpretada à
luz do costume e da doutrina, por exemplo. (SOARES, 2011, p. 53).
5 CONCLUSÃO
Os tratados internacionais e os costumes internacionais são
reconhecidos mundialmente como fonte do direito Internacional. Entende-se
que essa duas fontes do direito internacional , caminham juntas no sentido que
uma não anula a existência da outra, e também podem se complementar afinal
buscam em comum manter a estabilidade e segurança das relações
internacionais. Portanto o uso das duas buscam em comum o estabelecimento
de um consenso bilateral ou multilateral entre os Estados.