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MOTORES ELÉTRICOS

MONOFÁSICOS E TRIFÁSICOS

Alunos: Claudiney, Jucélio, Sandro, Ricardo e Rogério


Eletrotécnica

MOTORES ELÉTRICOS

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Eletrotécnica

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Eletrotécnica
Motor elétrico é a máquina destinada a transformar energia
elétrica em energia mecânica.

▪Motores de corrente alternada

➢Motor síncrono: Funciona com velocidade fixa; utilizado somente para grandes
potências, ou quando se necessita de velocidade invariável.

➢ Motor de indução: Funciona normalmente com uma velocidade constante, varia


ligeiramente com a carga mecânica aplicada ao eixo. Devido a sua grande
simplicidade, robustez e baixo custo, é o motor mais utilizado.

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▪Motores de indução

➢Motor Monofásico.
CARACTERÍSTICAS NOMINAIS

Precisam de um dispositivo que os auxilie na partida, já que uma só fase não


possibilita a formação do campo girante discutido na seção 2; geralmente este
dispositivo é desconectado do motor após sua aceleração, através de uma
chave centrífuga.

É o dispositivo auxiliar que determina o tipo de motor, bem como muitas de


suas características.

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Aplicações dos motores monofásicos
Os motores de indução monofásicos são construídos para suprir a necessidade de
movimento de rotação em situações onde é disponibilizada apenas uma única fase
de corrente alternada. Utilizados na maioria das vezes para aplicações simples,
como em escritórios, residências e comércios, locais onde não é necessária tanta
potência. Tendo em vista que esses motores não possuem uma grande faixa de
escolha para maiores potências, utilizado na maioria das vezes para aplicações que
precisam apenas de uma fração de CV (Cavalo a Vapor) ou HP (Horse Power).
Podemos assim citar algumas aplicações.
• Uso doméstico como frigoríficos, máquinas de lavar, relógios, compressores,
bombas, etc.
• Máquinas aonde a potência vai até 10 CV ou HP.

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Em uma comparação com motores trifásicos, os
monofásicos apresentam muitas desvantagens:
• Necessitam de manutenção mais apurada devido ao circuito de partida e seus
acessórios;
• Apresentam maiores volume e peso para potências e velocidades iguais (em
média 4 vezes); em razão disto, seu custo é também mais elevado que os de
motores trifásicos de mesma potência e velocidade;
• Apresentam rendimento e fator de potências menores para a mesma potência;
em função disso apresentam maior consumo de energia (em média 20% a mais);
• Possuem menor conjugado de partida;
• São difíceis de encontrar no comércio para potências mais elevadas (acima de 10
cv ou hp).

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Tipo Construtivo

Existem diversos tipos de motores monofásicos, porém, os motores com


estator e rotor tipo gaiola destacam-se pela simplicidade de fabricação e, por
se tratar de um componente monofásico possui apenas um conjunto de
bobinas, análogo a visão de apenas uma fase de um motor trifásico de
indução. Pela robustez e manutenção reduzida.

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Tem dois enrolamentos no estator colocados perpendicularmente

– Um é o principal
– O outro é o auxiliar ou de arranque
Figura 1. Enrolamentos do motor monofásico de indução.

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A Figura 2, mostra o motor de indução monofásico com capacitor de
partida e a numeração dos terminais.

Figura 2

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Figura 3. Partes constituintes do motor monofásico de indução.

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Potência Nominal

Os motores de indução monofásicos são encontrados numa faixa


típica de 1/8 – 10 cv, embora as indústrias de máquinas elétricas listem
em catálogos potências bem superiores. A Tabela 1 mostra parte do
catálogo de motores monofásicos com capacitor de partida, os mais
comuns entre os motores de indução monofásicos, de um fabricante
nacional.

Os aspectos relativos à potência dos motores monofásicos são os


mesmos abordados nos motores trifásicos.

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Funcionamento do motor monofásico

O motor monofásico não apresenta campo girante, mas um campo magnético


pulsante. Para início do funcionamento o motor necessitará de meios
auxiliares, como enrolamentos auxiliares e o emprego de um capacitor para
dar origem a uma segunda fase falsa, possibilitando a origem de um campo
girante e conjugado suficiente para fazê-lo sair do repouso.

A corrente no enrolamento auxiliar possibilita ao se juntar com a corrente do


enrolamento principal, um campo magnético girante no estator.

Dada a partida do motor, uma chave desliga o enrolamento auxiliar e nestes


casos o conjugado de partida ainda é moderado. Como solução, para criar um
conjugado suficiente para determinadas aplicações, é feito emprego de um
capacitor em série com o enrolamento auxiliar. Na figura 4, está representado
o circuito elétrico equivalente deste processo.

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Figura 4 – Diagrama esquemático do motor. Representando o enrolamento de


trabalho (Et), enrolamento auxiliar (Ea) e Capacitor (C)

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Tensão Nominal. Ligação de Motores Monofásicos

Os motores monofásicos devem ser ligados à tensão de fase da rede elétrica


(ou, excepcionalmente, entre duas fases), sendo mais comuns os valores de
110 (127) e 220V.
Para tanto, o enrolamento principal é dividido em duas partes de forma que,
contando com o enrolamento auxiliar de partida, existem 6 terminais
disponíveis.
Conforme mostra a Figura 5, para a tensão mais baixa, os enrolamentos são
ligados em paralelo e para a mais alta o enrolamento auxiliar é ligado em
paralelo com uma das partes do enrolamento principal e o conjunto é ligado
em série com a parte restante.

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Foto 1 – Exemplo de Placa de Identificação: motor monofásico

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Tensões de funcionamento
O motor monofásico permite dois tipos de alimentação diferentes, conforme
apresentado na Figura 6.

Figura 6. Tensões de funcionamento de motores monofásicos de indução.

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Inversão de rotação
Para inversão do sentido de giro do motor, basta inverter a ligação do enrolamento
auxiliar. Tal ação fará o campo ter outro sentido, se antes sentido horário, ao
inverter a ligação do enrolamento, será sentido anti-horário. A Figura 10. Ilustra a
reversão para ambas as tensões.

Figura 9. Inversão do sentido de rotação para cada tensão aplicada ao motor de


indução monofásico.

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Corrente Nominal e Corrente de Partida

Para o cálculo da corrente nominal de motores monofásicos, fazendo


Ps = Pnom, obtém:

Com relação à corrente de partida, esta pode ser calculada a partir da relação
Ip/In. Considerando que a maioria dos motores monofásicos é de baixa
potência, a corrente de partida usualmente não traz maiores problemas.

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➢ Motor Indução Trifásico.
Os motores de indução trifásico são amplamente utilizados nas instalações
industriais e comerciais.

As suas principais características são:


❖ Robustez
❖ Baixo custo de aquisição e manutenção
❖ Possibilidade de controle de velocidade

É utilizado no acionamento de vários tipos de cargas, tais como:


❖ Bombas e compressores
❖ Ventiladores
❖ Moinhos
❖ Esteiras, correias transportadoras e elevadores
❖ Moedores e trituradores
❖ Serras, tornos e lixadeiras

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PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO
O funcionamento de todos motores elétricos, inclusive o motor de indução
trifásico tem como base o campo magnético produzido pela corrente elétrica que
circula nos enrolamentos da máquina.

No que se refere ao motor de indução trifásico, ele possui três enrolamentos numa
estrutura chamada de estator.

O conjunto trifásico de correntes elétricas, cada uma com a mesma magnitude


sendo defasadas de 120º entre si, fluindo por três enrolamentos.

A resultante do campo magnético produzido por cada corrente elétrica é de


natureza girante e com velocidade constante.

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Campo magnético de Fase.

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PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO

Como então podemos encontrar o campo resultante?


Quando uma bobina é percorrida por uma corrente elétrica é criado um campo
magnético dirigido conforme o eixo da bobina e de valor proporcional à corrente.

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PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO

Como já havia mostrado em figura anterior, o enrolamento trifásico é constituído


por três enrolamentos monofásicos espaçados entre si de 120º . Se estes
enrolamentos forem alimentados por um sistema trifásico , as correntes Ia, Ib e Ic
criarão do mesmo modo, os seus próprios campos magnéticos Ha, Hb e Hc. Isto
pode ser verificado abaixo:

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A corrente elétrica ao passar por cada enrolamento produz um campo magnético


que gira numa certa velocidade chamada de velocidade síncrona.
Esse campo magnético atrai uma estrutura móvel chamada de rotor, provocando
a sua rotação.

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A velocidade síncrona do campo girante é dada da seguinte forma:
f = freqüência da rede de alimentação
P = número de pólosVelocidade
do motor Síncrona

O número de pólos do motor está relacionado com a forma pela qual o enrolamento é feito.
Os valores de pólos mais comuns são: 2 , 4, 6 ou 8 pólos.
OBS: A velocidade de rotação do motor é sempre menor que a velocidade do campo girante.

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ESTRUTURA BÁSICA

Carcaça ( 1 )
Núcleo de chapas ( 2 )
Núcleo de chapas ( 3 )
Tampa ( 4 )
Ventilador ( 5)
Tampa defletora ( 6 )
Eixo ( 7 )
Enrolamento trifásico ( 8 )
Caixa de ligação ( 9 )
Terminais (10)
Rolamentos ( 11 )
Barras e anéis de curto-
circuito ( 12 )

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ESTRUTURA BÁSICA

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O motor de indução possui duas partes fundamentais:
Uma parte fixa chamada de estator, onde estão alojados os três enrolamentos, um
para cada fase.

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Uma parte móvel chamada de rotor, responsável por transmitir o movimento
mecânico para a carga, por exemplo um elevador.

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Além das dimensões, uma importante característica dos motores é seu índice de
proteção, dado pelas letras IP seguidas de dois algarismos. O primeiro indica a
proteção contra a penetração de corpos sólidos estranhos e contato acidental; o
segundo refere-se à proteção contra a penetração de água. O significado dos
algarismos é dado na Tabela 1.

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Os índices de proteção mais comuns são: 12, 22, 23, 44, 54 e 55; os 3 primeiros são
considerados motores abertos e os demais são motores fechados.

Uma última característica construtiva dos motores é sua classe de isolamento, que diz
respeito à máxima temperatura de trabalho de seus enrolamentos. As classes são A
(105°C), E (120°C), B (130°C), F (155°C) e H (180°C). A ultrapassagem desses valores
produz a degradação do isolamento dos enrolamentos, reduzindo a vida útil do motor
e podendo provocar curtos-circuitos, caso em que a máquina precisará ser
rebobinada.

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Potência Nominal
Um motor elétrico recebe potência da rede elétrica (potência de entrada, Pe) e a
transforma em potência mecânica (potência na saída, Ps) para o acionamento de uma
carga acoplada ao eixo (Figura 3). A diferença entre as perdas na entrada e na saída
constitui-se na perda do motor, e pode ser relacionada por seu rendimento (), dado
por:

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A potência nominal de um motor é a máxima potência que a máquina é capaz de

disponibilizar continuamente em seu eixo quando alimentada com tensão e


freqüência nominais. É a potência na saída do motor e, sendo do tipo mecânico, é
normalmente expressa em cv ou hp. Os motores de indução abrangem uma ampla
faixa de potência, tipicamente de ¼ até 500 cv; a Tabela 2 mostra a potência nominal
(em cv e kW) de uma linha de motores com 2 pólos.

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É interessante lembrar que nem sempre um motor estará operando com potência
nominal. O percentual de plena carga () expressa o quanto dessa potência nominal
está sendo utilizada pelo motor, isto é:

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O conhecimento de  é importante porque tanto o rendimento () como o fator de
potência (cos) variam com esta grandeza: os fabricantes de motores costumam fornecer
estes valores para 3 situações de percentual de plena carga (50%, 75% e 100%), como se
pode ver na Tabela 2. Observa-se ali que os maiores valores de  e de cos ocorrem
quando a máquina está operando a plena carga.

Chama-se fator de serviço (FS) ao fator que, aplicado à potência nominal, indica a carga
permissível que pode ser aplicada continuamente ao motor, sob condições especificadas.
Todo o motor é capaz de fornecer potência superior à nominal a fim de atender a picos de
exigências das cargas, porém só é capaz de fazê-lo por breves instantes sem correr o risco
de danos. Este valor está na faixa de 1,0 a 1,35 e, de maneira geral, pode-se dizer que
motores menores têm maior FS, conforme pode se observar na Tabela 2.

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Freqüência Nominal
Os motores são projetados para trabalhar com uma determinada freqüência,
referente à rede de alimentação, admitida uma variação máxima de ±5% (NBR
7094/96).
No Brasil, a freqüência padronizada é 60Hz; entretanto, existem muitos
equipamentos importados de países onde a freqüência é 50Hz. A Tabela 3 mostra
as alterações que acontecem a motores de indução bobinados para 50Hz quando
ligados em rede de 60Hz.

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Velocidade Nominal
É aquela desenvolvida pelo motor quando utilizando sua potência nominal,
alimentado por tensão e freqüência nominais. Não deve ser confundida com a
velocidade síncrona (ns). Já se viu que a velocidade de um motor sempre será
menor que a síncrona; a diferença entre a velocidade nominal e a síncrona é dada
pelo escorregamento nominal:

Para a maioria dos tipos de motores de indução, este escorregamento está na faixa de 3-5%.

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Tensão Nominal. Ligação de Motores Trifásicos

É a tensão ou grupo de tensões de alimentação do motor, admitindo-se uma


variação máxima de 10%. Quase todos os motores, sejam mono ou trifásicos, são
fabricados para operação em mais de uma tensão.

Os motores trifásicos sempre são ligados à tensão de linha da rede elétrica. Os


valores de alimentação mais comuns são 220, 380, 440, 660 e 760V.

Esses motores podem ser constituídos por 1 ou 2 grupos de enrolamentos


trifásicos. No primeiro caso, como são 3 enrolamentos, cada qual com um início e
um fim, haverá 6 terminais disponíveis (motor de 6 pontas); no outro caso, um
dos grupos pode ou não estar conectado internamente, configurando motores de
9 ou 12 pontas. A identificação dos terminais não é padronizada: alguns
fabricantes usam números, enquanto outros usam letras.

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A menos que expresso em contrário, usar-se-á a identificação de terminais mostrada na


Figura 4.

OBS.: Para inverter o sentido de rotação de um motor trifásico,


basta que se troquem duas fases da alimentação.
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a) Motor de 6 pontas:
São fabricados para operar com 2 tensões relacionadas por 3,
usualmente 220-380V ou 440-760V. Na tensão mais baixa serão ligados em Δ e na
mais alta em Y (Figura 5)

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b) Motor de 9 pontas:
Podem ser ligados em tensões relacionadas por 2, Tensão nominal 220-
380-440V. Na tensão mais baixa os enrolamentos são ligados em paralelo em Y ou
Δ, dependendo do tipo do motor e na tensão mais alta são conectados em Y série,
como se mostra na Figura 6.

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c) Motor de 12 pontas:
Havendo 12 terminais disponíveis, é possível a ligação em 4 tensões
diferentes, usualmente 220-380-440-760V. A configuração dos enrolamentos é,
respectivamente, Δ Δ paralelo, YY paralelo, Δ série e Y série (como mostra a
figura 6).

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Corrente Nominal
É a corrente solicitada pelo motor quando operando a plena carga, alimentado
com tensão e freqüência nominais. A corrente nominal de motores trifásicos é
dada por:

Na Tabela 2 é dada a corrente nominal de motores trifásicos alimentados com


a tensão de 220V; para alimentação com 380, divide-se o valor encontrado por
3 e em 440V divide-se este valor por 2.

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Corrente de Partida
Na partida dos motores de indução é solicitada uma corrente muitas vezes maior
que a nominal. À medida que o motor acelerada, a corrente vai diminuindo até
atingir valor próximo ao de regime.
A corrente de partida é relacionada à corrente nominal (In) através dos valores de
Ip/In dados na Tabela 4. Em certos motores, a corrente de partida é dada por uma
letra código (COD), estabelecida pela relação dada em kVA/cv. Os valores das
letras código são dados na Tabela 4.

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Alguns problemas decorrentes desta elevada corrente de partida são:
• queda de tensão na rede de alimentação;
• aumento da bitola dos condutores de alimentação e
• necessidade de transformadores de maior potência.
As concessionárias de energia elétrica limitam a potência nominal de motores
para os quais pode ser dada a partida direta: no caso da CEEE (RS), é exigido
algum dispositivo que reduza a corrente de partida de motores com potência
superior a 5cv (alimentação em 220V) e 7,5cv (alimentação em 380V).

Os principais dispositivos de redução da corrente de partida são:


• chave estrela-triângulo, para motores de 6 ou 12 pontas;
• chave série paralelo, para motores de 9 ou 12 pontas;
• chave compensadora, para qualquer tipo de motor;
• soft-starter, que também pode ser utilizada em qualquer motor;
• inserção de resistências ou reatâncias de partida.

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