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Resumo: Com base nos procedimentos empregados pela ABNT NBR8800:2008 [1]
para determinar as ligações em estruturas metálicas, este trabalho aborda o cálculo de
ligações em estrutura metálica apresentando detalhes comuns das ligações, em galpões
ou edificações industriais, edificações comerciais ou de habitação. Além dos detalhes,
apresentam-se as prescrições da norma e exemplos de dimensionamento para as
ligações de uso comum e o desenvolvimento de planilhas para auxiliar no calculo das
ligações mais utilizadas.
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
1
Eng. Civil UPF – Setor de Engenharia METASA S/A – emmylemarcon@hotmail.com
2
D. Sc., Professor Titular FEAR/UPF – zacarias@upf.br
Tabela 1: Exemplo das principais formas de ligações em estrutura metálica.
Viga - Viga
Viga – Coluna
transmitindo
esforço cortante
Viga – Coluna
engastada
Ligação em
treliças
Placa de base
para colunas
Emenda de
coluna
Emenda de viga
As respostas de uma estrutura as ações solicitantes são muito afetados pela rigidez
das ligações, ou seja, sua capacidade de impedir a rotação relativa local das peças
ligadas. Por esta razão, no modelo para a análise estrutural, deve-se indicar
corretamente o grau de rigidez de cada ligação. As ligações deverão estar
convenientemente concebidas e dimensionadas, sob pena da estrutura não se comportar,
em termos de deslocamento e rotações, conforme desejado. Dessa forma as ligações
deverão ser projetadas conforme as hipóteses feitas para os nós das barras na análise
estrutural. Nos locais onde foram previstas ligações rígidas deverão ser previstos
detalhes que efetivamente impeçam a rotação relativa das partes (Figura 1a). No local
onde a ligação deve permitir a rotação relativa das partes, os detalhes deverão ser tais
que propiciem essa rotação com o número de restrição. (Figura 1b).
As ligações podem ser soldadas e/ou aparafusadas, sendo que, na maioria das
vezes, o cálculo da ligação implica na verificação de grupos de parafusos e de linhas de
solda.
Os parafusos devem resistir a esforços de tração e/ou cisalhamento (Figura 3), ao
passo que as soldas devem resistir a tensões de tração, compressão e/ou cisalhamento
(Figura 4), (INSTITUTO BRASILEIRO DE SIDERURGIA, 2004).
Se em uma mesma ligação forem usados dois ou mais tipos de solda (penetração,
filete, tampão em furos ou rasgos), a resistência de cálculo de cada um destes, deve ser
determinada separadamente e referida ao eixo do grupo, a fim de se determinar a
resistência de cálculo da combinação. Sendo, que este método de compor resistências
individuais de soldas não é aplicável a soldas de filete superpostas a soldas de
penetração parcial, situação na qual se deve pesquisar a seção crítica da solda e do
metal-base.
A resistência de cálculo de soldas é baseada em dois estados limites últimos, na
ruptura da solda na seção efetiva e no escoamento do metal base na face de fusão. A
força resistente de cálculo, Fw,Rd, dos diversos tipos de solda está indicada na Tabela
2, na qual Aw é a área efetiva da solda, AMB é a área do metal-base, fy é a menor
resistência ao escoamento entre os metais-base da junta e fw é a resistência mínima à
tração do metal da solda.
Tabela 2: Força resistente de cálculo de soldas.
Em nenhuma das situações a resistência da solda poderá ser tomada como maior
que a resistência do metal base na ligação. Nas soldas de filete ou de entalhe, a
solicitação considerada como sendo o cisalhamento na seção efetiva, provocado pela
resultante vetorial de todas as forças na junta que produzam tensões normais ou de
cisalhamento na superfície de contato das partes ligadas. Além da verificação dos
estados limites últimos a ABNT NBR8800:2008 estabelece algumas disposições
construtivas relativas à solda, tais como:
As espessuras mínimas de gargantas efetivas de soldas de penetração parcial estão
indicadas na Tabela 3. A dimensão da solda deve ser estabelecida em função da parte
mais espessa soldada, exceto que tal dimensão não necessita ultrapassar a espessura da
parte menos espessa, desde que seja obtida a força resistente de cálculo necessária. Para
essa exceção e para que se obtenha uma solda de boa qualidade, devem ser tomados
cuidados especiais usando-se preaquecimento. Não podem ser usadas soldas de
penetração parcial em emendas de peças fletidas.
Tabela 3: Espessura mínima da garganta efetiva de uma solda de penetração parcial.
Áreas de Cálculo
• Tração:
A força de tração resistente de cálculo de um parafuso tracionado, é dada por:
• Cisalhamento
A força de cisalhamento resistente de cálculo de um parafuso é por plano de
corte, para parafusos de alta resistência, quando o plano de corte passa pela rosca e para
parafusos comuns em qualquer situação:
Se para parafusos de alta resistência, o plano de corte não passa pela rosca, usar
a formula abaixo:
Se a deformação no furo para forças de serviço não for uma limitação de projeto:
Espaçamento de Parafusos
Para base de coluna rígida, a restrição ao giro deve ser a maior possível,
aproximando-se da hipótese assumida no cálculo da estrutura, ou seja, engastamento.
Com isto, além da força cortante e força normal, atua momento fletor. Será representado
em seqüência o calculo de um base de coluna flexível e seu dimensionamento na
planilha em arquivo Excel esta em Anexo.
Abaixo é apresentado o calculo de uma base rígida, considerada no calculo como
um apoio engastado, conforme mostrado na Figura 25.
Figura 5: Base de coluna rígida.
• Dados Iniciais
Pilar: Perfil W200X31,3
Força Normal (Nd) = 885 KN
Força Cortante (Hd) = 54 KN
Momento (Md) = 10.087 KNcm
Aço placa de base ASTM A36 (fy = 250MPa)
Aço chumbadores SAE 1020 (fu = 380 MPa)
Concreto fck = 20 MPa
• Placa de Base
- Dimensões da placa:
H 50
K 1 = 3 e − = 311,4 − = −40,81
2 2
K2 =
6nAcs
(G + e) = 6 * 8 * 9,8 (20,5 + 11,4) = 300,63
B 50
H 50
K 3 = − K 2 + G = −300,63 + 20,5 = −13.678,62
2 2
Y³-40,81.Y²+300,63.Y-13678,62 =0
Y=41,50cm
f ck A1 20 2500
σ c , Rd = = = 1,02 KN / cm²
γ cγ n A2 1,4 *1,4 2500
σ c , Rd ≥ p max ⇒ ok
2 p max 2 * 0,86
tm = m = 150,25 = 41,31mm
f y 1,1 25 1,1
c=
1
4
[d + b − tf − (d + b − tf )² − 4( Ah − b.tf ) = ]
1
4
[ ]
134 + 210 − 10,2 − (134 + 210 − 10,2)² − 4(81,12 − 210 * 10,2) = 10,80mm
2 p0 2 * 2,98
tc = c = 10,8 = 5,53mm
f y 1,1 25 1,1
Adotada chapa de 54,00mm.
- Verificação ao cisalhamento:
0,4 ACS f u 0,4 * 4,91 * 40
R Rdv = = = 58,18 KN
1,35 1,35
- Verificação a tração:
0,4 ACS ,e f u 0,4 * 3,68 * 40
RRdv = = = 109,08 KN
1,35 1,35
R Rdv = 109,08 KN > T / 2 = 3,25 ⇒ OK
Resistência de aderência:
Fbd = n1.n2.n3.Fctd = 1*1*1*1,11 = 1,11Mpa
Comprimento básico de aderência:
f y ,cs
φ 1,1
(1,11 * 2,50)
1,1
Lb = = = 1285,24mm
4 f bd 4 *1,11
Comprimento final de aderência:
N Std ,ch 3,25
Lbn = α 1 Lb = 0,70 * 1285,24 * = 26,80mm
RRdt 109,08
Comprimento do chumbador:
Lcs = 12ø = 12*25 = 300mm
8. CONCLUSÕES
Um dos aspectos mais importantes foi a elaboração da planilha de calculo, que agiliza
no processo de verificação das dimensões de uma ligação e sua resistência.
Empresa:
a1
a1= 4,50 cm
a2=1,6ø 4,00 cm 1,6ø para ø>25mm
B
E>=2.a2 8,00 cm
E
a1
Posição da LN:
Y³+K1.Y²+K2.Y+K3=0
H a1 a2 d a2 a1
K1 = 3e − = -40,81
2
H
6nAcs
K2 = (G+e) = 300,63
B
H
K3 = −K2 +G = -13.678,62
2
Y= 41,504 cm
Fy= 0,001
Y +e−H 2
T = N d 3 = 6,50 KN
H 2 −Y 3+ G
2 (T + N d )
Pmax = = 0,86 KN/cm²
Y .B
σ c , Rd ≥ p max OK
Verificação da pressão de contato:
f ck A1
σ = = 1,02 KN/cm² OK
γ cγ n
c , Rd
A2
H − 0 ,95 d
m= = 150,25 mm N0 = pd .b.d = 241,78 KN
2
2 p max
tm = m = 41,31 mm A1 = b.d = 281,40 cm²
f y 1 ,1
B − 0 , 8 bf A2 = B.H =
n = = 196,40 mm 2.500,00 cm²
2
f ck A2
tn = n
2 p max
= 54,00 mm R d = 0 ,85 = 2,98 KN/cm²
f y 1 ,1 γ p A1
N
A H = 0
= 81,12 cm²
p 0
2 p
tc = c 0
= 5,53 mm
f y 1 ,1
Dimensionamento dos chumbadores:
T= 6,50 KN
Hd= 54,00 KN
Acs= 4,91 cm²
Acs,e= 3,68 cm²
0 , 4 ACS f u A CS fu
R Rdv = = 58,18 KN OK R Rdt =
,e
= 109,08 KN OK
1, 35 1 , 35
III. Comprimento básico de aderência IV. Comprimento final de aderência V. Comprimento do chumbador
f
φ y , cs
N Std , ch
L b =
1 ,1
= 1.285,24 mm L bn = α 1 L b = 26,79 mm Lcs = 12ø = 300,00 mm
4 f bd R Rdt
Comprimento Adotado 300,00 mm