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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

CARACTERIZAÇÃO DE PONTOS CRÍTICOS DE


CONTROLE DE PERDAS DE AÇÚCAR: O CASO DA
ARMAZENAGEM NUM ENTREPOSTO DA CEAGESP

Érico Ribeiro Vaz

SÃO CARLOS
2009
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

CARACTERIZAÇÃO DE PONTOS CRÍTICOS DE


CONTROLE DE PERDAS DE AÇÚCAR: O CASO DA
ARMAZENAGEM NUM ENTREPOSTO DA CEAGESP

ÉRICO RIBEIRO VAZ

Trabalho de Graduação apresentado ao


Departamento de Engenharia de Produção
da Universidade Federal de São Carlos,
como parte dos requisitos para a obtenção
do título de Engenheiro de Produção

Orientador: Prof. Me. Adriano dos Reis Lucente

SÃO CARLOS
2009
ÉRICO RIBEIRO VAZ

CARACTERIZAÇÃO DE PONTOS CRÍTICOS DE

CONTROLE DE PERDAS DE AÇÚCAR: O CASO DA

ARMAZENAGEM NUM ENTREPOSTO DA CEAGESP

Monografia aprovada como parte dos requisitos para obtenção do título de bacharel em
Engenharia de Produção da Universidade Federal de São Carlos.

Banca examinadora:

Orientador (a): _______________________________________________________________


Nome: Prof. Me. Adriano dos Reis Lucente
Instituição: Universidade Federal de São Carlos

Examinador (a): ______________________________________________________________


Nome: Prof. Dr. José Flávio Diniz Nantes
Instituição: Universidade Federal de São Carlos

São Carlos, 9 de dezembro de 2009.


RESUMO

RIBEIRO, E. R. (2009) Caracterização de pontos críticos de controle de perdas de açúcar: o


caso da armazenagem num entreposto da CEAGESP, 2009. 41 f. (Trabalho de Graduação
(Graduação em Engenharia de Produção) – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos,
2009.

O aperfeiçoamento da ciência e arte do agronegócio faz-se necessário, já que está relacionada


com o desenvolvimento da capacidade de suprir a demanda crescente por produtos
alimentícios. Nesse recorte, em que estão as commodities que ao longo do tempo têm sofrido
declínio em seu preço de venda, é necessário a busca pela excelência operacional. Dentre as
cadeias produtivas mais importantes está a cadeia produtiva sucro-alcooleira que envolve a
produção de açúcar e álcool, destacando-se a armazenagem de açúcar.
O objetivo desse trabalho foi caracterizar e analisar os pontos de controle do processo de
armazenagem de açúcar num entreposto da CEAGESP – Companhia de Entrepostos e
Armazéns Gerais de São Paulo, conhecendo suas especificidades e pontos críticos de controle.
Para tanto, foram feitas entrevistas semi-estruturadas com trabalhadores envolvidos com o
processo de armazenagem.
De forma geral, o presente trabalho mostrou o quanto a armazenagem de açúcar está sujeita a
perdas durante o descarregamento e movimentação do produto nas instalações de
armazenagem. Ademais houve a constatação de que a variável mais relevante no processo de
armazenagem de açúcar é a umidade, tanto do produto quanto a atmosférica, já que provocam
dificuldades de operação e maiores perdas, respectivamente.

Palavras-chave: armazenagem, açúcar, commodities, agronegócio.


ABSTRACT

RIBEIRO, E. R. (2009) Characterization of the sugar losses control critic points: the
CEAGESP’s warehouse case, 2009. 41 f. Trabalho de Graduação (Graduação em Engenharia
de Produção) – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2009.

The improvement of Science and art of agribusiness is necessary, as it is related with the
capacity development to meet a growing demand of food products. In this context, in which
commodities have their prices decreasing, it is imperative the search for operational
excellence. Among the most important productive chains is the ethanol and sugar productive
chain, highlighting the sugar storage.
The goal of this work was to characterize and analyze the sugar storage process control points
on a CEAGESP – Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo warehouse,
understanding its specificities and critical control points.
In this way, semi-structured interviews were made with workers involved with the storage
process.
Generally, the present work showed how the sugar storage is subject to losses during the
unloading and handling of the product in the storage installations. Besides that, It could be
found that the most relevant aspect on the storage process is the humidity, both the products
and the environment humidity, as they cause operational difficulties and higher losses,
respectively.

Key-words: storage, sugar, commodities, agribusiness.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1– Silo de concreto ........................................................................................................ 16


Figura 2 – Silos de aço galvanizado de fundo cônico .............................................................. 16
Figura 3 – Silos de aço galvanizado de fundo cônico .............................................................. 17
Figura 4 – Instalações de armazenagem a granel do açúcar ..................................................... 27
Figura 5 – Balança de Pesagem ................................................................................................ 28
Figura 6 – Laboratório de Amostras de açúcar......................................................................... 28
Figura 7 – Descarga de açúcar na moega ................................................................................. 29
Figura 8 – Elevadores de caneca .............................................................................................. 29
Figura 9 – Pendular vista de baixo ........................................................................................... 30
Figura 10 – Pátios de carregamento de caminhões e de vagões ............................................... 30
Figura 11 – Sistema de aspiração de pó ................................................................................... 30
Figura 12 – Dispersão de açúcar no ar no descarregamento .................................................... 31
Figura 13 – Acúmulo de açúcar no chão abaixo das correias .................................................. 32
Figura 14 – Aderimento do pó de açúcar com a umidade e depósito sobre as superfícies ...... 32
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 8

1.1 CARACTERIZAÇÃO DO TEMA DA PESQUISA ............................................................ 8

1.2 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA E DO OBJETIVO DA PESQUISA ........................... 9

1.3 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA ...................................................................................... 9

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................... 11

2.1 ARMAZENAGEM ............................................................................................................. 11


2.1.1 Definição e generalidades................................................................................................ 11
2.1.2 Funções da armazenagem ................................................................................................ 12
2.1.3 Caracterização das Unidades Armazenadoras ................................................................. 14
2.1.4 Armazenamento a Granel ................................................................................................ 15
2.1.4.1 Silos .............................................................................................................................. 15
2.1.4.2 Armazéns Graneleiros .................................................................................................. 17
2.1.5 Etapas da armazenagem................................................................................................... 18

2.2 AÇÚCAR............................................................................................................................ 19
2.2.1 Peculiaridades do mercado de açúcar internacional ........................................................ 19
2.2.2 Caracterização do açúcar ................................................................................................. 20

3 METODOLOGIA DE PESQUISA .................................................................................... 22

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ............................................................................. 22

3.2 TÉCNICA DE COLETA DE DADOS ............................................................................... 24

4 ESTUDO DE CASO ............................................................................................................ 25

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA CEAGESP .............................................................................. 25

4.2 CARACTERIZAÇÃO DA UNIDADE DE ARARAQUARA .......................................... 26

4.3 CARACTERIZAÇÃO DO PROCESSO DE ARMAZENAGEM DE AÇÚCAR NA


UNIDADE ................................................................................................................................ 26
4.4 PONTOS DE CONTROLE DO PROCESSO DE ARMAZENAGEM ............................. 31

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 35

6 REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 37

APÊNDICE ............................................................................................................................. 40
1 INTRODUÇÃO

A seguir, serão feitas: a contextualização do tema de pesquisa, ressaltando sua


importância para o agronegócio, a apresentação da formulação do problema e objetivo de
pesquisa e a justificativa do projeto de pesquisa em relação às suas contribuições.

1.1 CARACTERIZAÇÃO DO TEMA DA PESQUISA

O estudo do Agronegócio sob diversos escopos faz-se extremamente


importante e relevante mundialmente, pois está relacionado com o desenvolvimento da
capacidade de suprir uma demanda crescente por produtos alimentícios. De fato, a questão da
crise mundial de alimentos é tema recorrente em discussões políticas, econômicas e sociais,
sendo apontado freqüentemente sob diversos aspectos pela imprensa. Recentemente, Macinnis
(2009) escreveu um artigo no qual a ONU alerta para o fato de que o declínio do preço das
commodities vem provocando uma evasão de investimentos na agricultura cujo efeito é o
comprometimento da produção de produtos alimentícios.
Incluso nesse contexto mundial em que coexiste a demanda por produtos
alimentícios e a dificuldade de obtê-los, está o Brasil. Segundo Velloso (2009), o Brasil se
destaca em termos de tecnologia tropical, ressaltando a possibilidade de a agroindústria
brasileira prosperar em meio à crise mundial de alimentos. Para que isso seja possível ante os
baixos preços das commodities, é essencial que as cadeias de produção dos agronegócios
sejam criadas e geridas da melhor forma possível, o que é conseguido por meio do estudo
contínuo das cadeias produtivas agroindustriais.
Dentre as cadeias produtivas agroindustriais mais importantes, está a cadeia
produtiva sucro-alcooleira, relacionada à produção, ao processamento e à distribuição de
álcool e açúcar, ambos produtos de extrema importância para o país. O setor sucro-alcooleiro
na safra de 2008/09 movimentou R$ 51 bilhões e gerou 4,5 milhões de empregos diretos e
indiretos (PROCANA, 2009). No que se refere ao açúcar, segundo levantamento da União da
Indústria da cana-de-açúcar — Unica (2009), a quantidade de toneladas exportadas de açúcar
bruto e refinado por ano civil desde 2000 tem sido crescente e de extrema importância
econômica, fator motivador para um estudo profundo dos diversos aspectos da cadeia
produtiva sucro-alcooleira. Para tanto, a definição de agronegócio exposta por Batalha e Lago
(2008, p. 5) citando Davis e Goldberg (1957) é extremamente elucidativa no que se refere à
9

sugestão da concentração de esforços no estudo do agronegócio, definindo-o como “a soma


das operações de produção e distribuição de suprimentos agrícolas, das operações de
produção nas unidades agrícolas, do armazenamento, processamento e distribuição dos
produtos agrícolas e itens produzidos a partir deles”. Ou seja, estudar o produzir, armazenar,
processar, distribuir e seus elos, é algo sempre desejável do ponto de vista acadêmico e pode
contribuir no aperfeiçoamento da ciência e da arte da gestão do agronegócio.
À guisa dessa orientação, do conjunto de atividades que compõem o
agronegócio, está a armazenagem. Desde os primórdios da humanidade, a atividade de
armazenagem se mostrava presente. O homem primitivo guardava e preservava insumos
essenciais a sua sobrevivência para períodos de escassez. Hoje, percebe-se que a necessidade
de armazenagem de água, colheitas e bens em geral não mudou ao longo dos tempos
(FERREIRA, 1998), o que mudou foi o aumento da complexidade das operações de
armazenagem, correlato ao ganho de escala e diversidade de itens a serem armazenados na
sociedade contemporânea. Com efeito, a forma pela qual a sociedade armazena seus
suprimentos, bens duráveis e perecíveis, é fator determinante de sua existência ao longo do
tempo.

1.2 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA E DO OBJETIVO DA PESQUISA

Dentro desse contexto em que a armazenagem assume papel de extrema


relevância, propõe-se o seguinte problema de pesquisa:
Quais são as características da armazenagem de açúcar e seus pontos críticos
de controle de perdas num entreposto da CEAGESP?
Por conseguinte, o objetivo derivado do problema de pesquisa será:
Caracterizar a armazenagem de açúcar numa instituição pública e expor seus
pontos críticos de controle de perdas.

1.3 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA

A partir desse trabalho, seria possível formular ações de aperfeiçoamento do


processo de armazenagem de açúcar. Conhecendo suas especificidades e pontos de controle
críticos, seria possível propor melhorias operacionais. De fato, serviços de armazenagem
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devem buscar a excelência operacional, afinal, segundo Corrêa e Caon (2008, p. 32),
“serviços prestados com excelência levam à lucratividade operacional” e promovem,
conseqüentemente, a diferenciação competitiva.
Do ponto de vista financeiro, armazenagem significa imobilização temporária
de ativos, os quais podem inclusive ser utilizados como garantia para credores (GITMAN,
2004). Assim, é importante ressaltar que não basta apenas armazenar, mas sim armazenar
considerando a viabilidade econômica, evitando possíveis perdas financeiras decorrentes da
ineficiência. Em decorrência, ao lidar com a armazenagem, é importante ressaltar que ela
interfere no resultado da empresa, fato o qual é extremamente visível em economia de escala
(tal qual a armazenagem de commodities como o açúcar) e não deve ser desdenhado.
Outro fato relevante é que açúcar e álcool são produzidos a partir da mesma
matéria-prima. Por conseguinte, produzir açúcar ou álcool é um trade-off enfrentado
constantemente no setor. A escolha de um em detrimento do outro dá-se por: preços de
mercado de ambos produtos e compromissos prévios assumidos pela Usina. Em decorrência
dessa situação, armazenar é estratégico, pois permite o abastecimento constante dos dois
produtos, a considerar ainda o melhor período de venda (OLIVEIRA,2005).
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Para o estudo que se propõe, é de extrema importância definir


conceitualmente armazenagem, ressaltar suas funções primordiais, caracterizar as
unidades armazenadoras, expor as perspectivas de mercado do açúcar bem como sua
caracterização em termos técnicos que é importante orientador dos requisitos de
armazenagem.

2.1 ARMAZENAGEM

É de suma importância compreender o que é a armazenagem, quais suas


funções, características relacionadas ao seu uso, sua localização, forma e suas etapas,
posto que, segundo Ferreira (1998), trata-se de uma necessidade inerente à manutenção
da humanidade.

2.1.1 Definição e generalidades

De acordo como Dicionário Houaiss (2001), armazenar significa “pôr em


armazém; depositar, guardar”, “manter ou conservar em depósito”, “criar provisões”,
enquanto que estocar seria “fazer estoque de (mercadoria); guardar, armazenar”. Há
uma estreita proximidade semântica entre os termos, o que leva ao uso indiferente de
“estocagem” e “armazenamento” na linguagem corrente. Entretanto, Brandão (1994, p.
86, p.191) especifica claramente o emprego de cada uma delas

ARMAZENAMENTO: Ato de armazenar; armazenagem. F: 21. Ato de


guardar em armazém ou depósito um produto qualquer por um determinado
tempo com toda segurança. F: 17. Termo usado para designar,
genericamente, a guarda de merdadoria, com observância de, pelo menos, um
mínimo de cuidados para se evitar ou reduzir perdas, independentemente de
que esta guarda se realize em armazéns ou em silos. F: 22. Função
mercadológica que compreende a guarda e proteção dos bens entre o
momento de sua produção e o de sua venda final.(...)
ESTOCAGEM: Termo empregado às vezes como sinônimo de
armazenamento, atribuindo-se-lhe, entretanto, sentido mais lato, abrangendo
qualquer forma de retenção de mercadorias, inclusive através da prática de
retardamento de colheitas. É utilizado também, com preferência, para
designar guarda de mercadorias por períodos prolongados dada a conotação
corrente da palavra estoque, da qual o termo deriva.
12

Assim, percebe-se que o termo “armazenamento” pressupõe


especificamente a existência de um mínimo de requisitos de preservação do objeto
armazenado, ao manter sua integridade quantitativa e qualitativa a níveis aceitáveis,
enquanto que o termo estocagem tem um sentido mais amplo relacionado à guarda por
um determinado período. De fato, essa característica de proteção associada ao
armazenamento e à armazenagem é confirmada por Ferreira (1998) que define
armazenar como “ato de guardar ou recolher a um armazém, em determinada
localização, um certo item, por um período de tempo, garantindo a manutenção de suas
características essenciais”.
Ainda, Brandão (1994, p. 86) define armazenamento como “o transporte
da produção no tempo e no espaço”, dando um aspecto mais amplo e dinâmico ao
termo, incorporando o fato de que muitas vezes um processamento é executado
enquanto os objetos estão sendo armazenados, afastando armazenamento da simples
concepção de guardar provisões.

2.1.2 Funções da armazenagem

Sasseron (1994a) citando Marino Júnior (1979), explicita que há dois


grupos básicos de funções: as intrínsecas e as extrínsecas.
Funções intrínsecas são aquelas cujas funções estão relacionadas com a
guarda e conservação do produto agrícola, são elas:
a) conservação da produção, com controle térmico e de umidade a fim de
proteger as propriedades qualitativas do produto;
b) redução de perdas, com o emprego de métodos e técnicas que evitem a
perda quantitativa;
c) estocagem de excedentes agrícolas, criando provisões para períodos de
escassez.
Funções extrínsecas são as funções ligadas ao transporte e
comercialização da produção agrícola, que são:
a) racionalizar transportes, pois o transporte instantâneo num curto
período de tempo seria inviável, além de que unidades de
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armazenagem bem distribuídas e em número suficiente diminuem


custos de transporte;
b) coleta de safras, pois a produção agrícola reunida pelas unidades
coletoras bem localizadas é proveniente de vários produtores e
proporciona um fluxo contínuo para áreas de consumo;
c) suporte da comercialização, já que pontos estratégicos de
armazenagem facilitam a comercialização e o escoamento e a relação
entre compradores e vendedores;
d) formação de estoques reguladores, que evitam alta generalizada dos
preços nos períodos de baixa produtividade;
e) auxílio às políticas governamentais, a armazenagem auxilia o governo
no tabelamento de preços mínimos, no incentivo ao incremento da
produção.
Na literatura ligada à Logística, Gestão da Cadeia de Suprimentos, e
Administração da Produção, as funções principais estão relacionadas ao ato de gestão de
estoques e suas implicações no fluxo de materiais, custos e planejamento de atividades.
O armazenamento, ao criar estoques, pode ser útil para o alcance dos
objetivos logísticos, destacando as seguintes funções da armazenagem: abrigo,
protegendo e sendo o ponto de conciliação entre oferta e demanda; consolidação, que
pela união de mercadoria de diversas fontes consegue-se diminuir o custo de transporte
de maiores carregamentos; transferência e transbordo, relacionados ao atendimento de
necessidades menores num raio de curta distância, ao se fracionar a quantidade
armazenada; e agrupamento, em que se destaca a função de entregar nos depósitos, ao
invés de aos clientes, as mercadorias. Também se afirma que a função dos estoques é
reduzir custos e melhorar o atendimento ao cliente (BALLOU, 1993, 2001). Sob o
aspecto logístico, há de se ressaltar que, apesar de o estoque ter custos, ele é capaz de
diminuir custos relacionados a operações de outras atividades posteriores, tais como a
de transporte (BALLOU, 2001).
Considerando que no processo de armazenagem está incluída a formação
de estoque, entre as funções importantes da armazenagem estão: criar oportunidades de
controle por meio da gestão de estoques, ao lidar com a falta de coordenação entre
etapas de um processo, com a incerteza decorrente de demandas independentes;
contribuir para a criação de valor, ao permitir que os produtos sejam guardados para
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períodos de escassez no qual teriam melhores preços; contornar a impossibilidade de


transporte instantâneo entre o ponto de fornecimento e de demanda (CORREA e
CORREA, 2007; SLACK, CHAMBERS, JOHNSTON, 2002).
Chase, Jacobs e Aquiliano (2006), por outro lado, afirmam que a
constituição de estoques permite: manter a independência entre operações e atividades
sucessivas, amortecer a variação da oferta e da demanda, flexibilizar a programação das
atividades ao estender prazos de modo a aproveitar economia de escala, lidar com
imprevistos de suprimento, aproveitar o tamanho do pedido econômico de compra.
Enfim, Chase, Jacobs e Aquiliano (2006), Corrêa e Corrêa (2007), e
Slack, Chambers e Johnston (2002) reafirmam a função de prover independência ao
lidar com incertezas e como se localizam no fluxo de materiais, e buscam a causa da
formação dos estoques, gerando classificações de espécies de estoque.

2.1.3 Caracterização das Unidades Armazenadoras

De acordo com Weber (1995) as unidades armazenadoras podem ser


classificadas, de acordo com seu uso (privado ou público), sua localização e modo de
armazenagem. Em relação à localização, as unidades se dividem em: produtor, a qual se
localiza nas unidades agrícolas; coletoras, que se encontram a uma distância média das
unidades agrícolas e servem a vários produtores; subterminais, que armazenam produtos
originários de fazendas ou unidades coletoras e localizam-se estrategicamente próximos
de um modal de transporte essencial como o ferroviário e hidroviário; terminais, as
quais são localizadas em grandes centros de consumo, de onde o produto sai para o
consumo imediato.
A classificação segundo a localização da unidade armazenadora é
extremamente relevante, porque interfere diretamente no projeto e dimensionamento do
complexo de armazenagem e reflete as diferenças decorrentes da área de influência da
unidade armazenadora, que passa a ser requisitada de forma diferente (PUZZI, 1986).
Outra forma de caracterização importante se refere ao modo de
armazenagem, Sasseron (1994a) enumera uma série delas: armazéns para sacaria,
convencionais, estruturados, infláveis, unidades armazenadoras a granel, silos
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metálicos, silos verticais ou horizontais de concreto, de madeira, de alvenaria, entre


outras.
De acordo com Oliveira (2005), na armazenagem do açúcar, estão sendo
utilizados silos, armazéns graneleiros ou granelizados em detrimento dos armazéns para
sacaria.

2.1.4 Armazenamento a Granel

O armazenamento a granel vem substituindo o armazenamento


convencional com sacos, em virtude da mecanização que diminui a quantidade de mão
de obra requerida, torna a movimentação do produto mais ágil (PUZZI,1986). Pode-se
dizer que o armazenamento a granel representa uma evolução em termos de preservação
e processamento (ao permitir o fluxo contínuo do material na entrada e saída dos silos e
armazéns a granel). Com efeito, caracterizar essa forma de armazenagem cada vez mais
presente é de suma importância, no que se refere à estrutura e a suas etapas.

2.1.4.1 Silos

Segundo Brandão (1994, p. 324), silo é uma tulha subterrânea ou aérea,


impermeável, em forma cilíndrica ou hexagonal, destinada à conservação das sementes
ou grãos, forragens, etc”. Silo é constituído por células individuais, nas quais o produto
armazenado perde a sua rastreabilidade mas conserva as propriedades básicas
(SASSERON, 1994).
Puzzi (1986) faz a distinção entre silos verticais e horizontais em termos
de razão da altura e do diâmetro do silo, diferenciando aqueles que são constituídos de
concreto e de metal, ressaltando a peculiariedade da maior condutividade térmica o que
leva a uma maior condensação do vapor de água nas paredes internas e migração da
umidade.
Os silos podem ser de concreto, metálicos, de madeira e alvenaria
segundo Sasseron (1994), que afirma , ainda, que os silos de concreto são os que melhor
16

oferecem condições de armazenagem. De forma geral, dá-se mais o uso dos de concreto
e de metal, figuras 1 e 2, respectivamente.

Figura 1– Silo de concreto


Fonte: Equiposparaingenios (2009)

Figura 2 – Silos de aço galvanizado de fundo cônico


Fonte: Smasilos (2009)

Dentre as vantagens dos silos metálicos estão montagem em menor


tempo, possibilidade de desmonte, menor custo da fundação, custo por tonelada inferior
ao de concreto, células de capacidade média permitindo maior flexibilidade; dentre as
desvantagens estão necessidade freqüente de pinturas custosas, possibilidade de
infiltração de água e de vazamento de gases no expurgo, transmissão de calor do
ambiente provocando condensação. Em relação aos silos de concreto, as vantagens são
melhor conservação permitindo armazenamento por grandes intervalos de tempo,
melhor isolamento térmico e de umidade, grande capacidade dinâmica; as desvantagens
são alto custo de implantação, longo período para construção, alto custo por tonelada
armazenada. (Sasseron, 1994)
17

2.1.4.2 Armazéns Graneleiros

De acordo Sasseron (1994), armazéns graneleiros (figura 3) são centros


armazenadores horizontais de grande escala feitos de concreto com laterais de blocos
pré-moldados e telhado de estrutura metálica, nos quais os produtos armazenados são
divididos em depósitos de mesmo volume. Para efetuar a carga e a descarga, possuem
fitas transportadoras.

Figura 3 – Silos de aço galvanizado de fundo cônico


Fonte: CEAGESP (2009)

Muitas vezes os armazéns graneleiros são confundidos com os silos


horizontais, mas há aspectos importantes a serem diferenciados, o que é feito por
Brandão (1994, p. 80)

[...] Embora aparentemente apresente semelhança com o silo horizontal,


basicamente diverge pela compartimentação e estanqueidade do ambiente de
estocagem e pela pouca simultaneidade operacional, agregada a deficientes
meios de controle da massa movimentada e estocada.[...]

Ou seja, silos promovem o armazenamento por meio de células


individuais, ao passo que graneleiros possuem compartimentos. Distinção muito
importante que não é feita por Puzzi (1976, p. 294): “os silos horizontais, chamados,
entre nós de armazéns graneleiros, conceituam-se como qualquer unidade armazenadora
capaz de operar com grãos a granel, cuja altura seja menor do que a base”.
18

Um aspecto extremamente importante, diz respeito ao uso associado de


armazéns graneleiros e silos. Os armazéns graneleiros, por possuírem um custo menor
de instalação do que os silos em geral, são extremamente úteis no aumento de
capacidade disponível nos silos através do uso de transportadores entre uma unidade
armazenadora e a outra, não negligenciando o fato de que armazéns graneleiros são
indicados para armazenagens de curto prazo (BRANDÃO, 1994).

2.1.5 Etapas da armazenagem

Segundo Ferreira (1998), o processo de armazenagem de forma geral se


divide nas seguintes fases: recebimento, no qual é feito o exame e conferência do
material em relação à quantidade e à documentação necessária tal como nota fiscal e
remessa-fatura; perícia, em que é feita vistoria ou exame técnico detalhado para fins de
conferência em relação aos padrões técnicos; estocagem, organização do material num
espaço destinado especificamente a esse fim, aproveitando de forma máxima o espaço
disponível, em condições de rápida e segura movimentação segundo a necessidade;
guarda, efetuar a proteção do material de danos físicos, extravios ou furtos;
conservação, na qual são mantidas as características básicas do material em termos de
desempenho, desde a produção até o consumo do item.
Sasseron (1994b), descreve detalhadamente as operações nas unidades
armazenadoras de produtos agrícolas, relacionadas à recepção, à movimentação, à
armazenamento, à expedição e aos controles, caracterizando cada uma delas.
Inicialmente ocorre a recepção na qual é feita amostragem do produto no pátio de
amostragem, pesagem antes e depois da descarga, e por último o recebimento do
produto a granel na moega. Posteriormente, o produto levado por transportadores é
submetido à secagem e então à armazenagem. Na expedição, quando da descarga, ela
ocorre por gravidade ou por transportadores. Por fim o produto segue para o comércio
ou etapa posterior dentro do canal de distribuição.
2.2 AÇÚCAR

O contexto e as expectativas de mercado internacional do açúcar deixam


à mostra sua importância econômica, e, conseqüentemente, a importância do seu
armazenamento, ao passo que esse só é adequado ao considerar aspectos que interfiram
nas características básicas do produto. De fato, é essencial identificar variáveis
mensuráveis que interferem no estado do produto, a fim de prover respaldo
informacional a decisões relacionadas à preservação do açúcar.

2.2.1 Peculiaridades do mercado de açúcar internacional

Segundo Castro e Rossi (2000), o mercado internacional de açúcar


apresenta uma série de peculiaridades em relação a outras commodities, tais como a
maior volatilidade-preço, grande influência das políticas governamentais na produção e
comercialização. Os mesmos autores afirmam que o açúcar nos países desenvolvidos é
fortemente subsidiado, enquanto que nos países em desenvolvimento a produção de
açúcar se submete a taxas domésticas e cotas tarifárias dos países importadores.
Castro e Rossi (2000) afirmam, ainda, que o mercado de açúcar se
caracteriza ainda por ser controlado: os Acordos Internacionais do Açúcar firmados
visam à estabilização dos preços por meio de estoques reguladores e fixação de cotas de
exportação.
No que diz respeito à produção, ao investimento e às oportunidades
relativas ao açúcar para o Brasil, segundo o United States Department of Agriculture —
USDA (2009), a queda dos preços de açúcar e etanol durante 2007 e 2008 e durante a
crise financeira global em setembro de 2008 é o maior entrave a novos investimentos
em 2009 e 2010 na produção de açúcar, entretanto é fato que ao longo dos últimos anos
os investimentos destinados ao setor sucro-alcooleiro tem tido aumentos constantes. A
USDA (2009) ressalta ainda que as perspectivas para 2009/10 são de aumento da
quantidade de cana-de-açúcar destinada à produção de açúcar, na contracorrente dos
últimos tempos em que a tendência de porcentagem de cana-de-açúcar destinada à
produção de açúcar declinava. Para 2009/10 é esperado uma boa oportunidade de
exportação de açúcar ao Brasil, visto que a produção esperada de açúcar na Índia é
baixa.
20

Com efeito, o Brasil pode beneficiar-se desse cenário, dispondo de uma


estrutura de produção de alto rendimento. Segundo Oliveira (2005), em relação à
produção de açúcar, o Brasil possui duas macro-regiões produtoras de açúcar, o Centro-
Sul, com safra de maio a novembro, e o Norte-Nordeste, com safra de setembro a
fevereiro. O Centro-Sul tem sido responsável por 85% das exportações parciais
referentes ao ano safra de 2008/09, que correspondem ao volume exportado entre abril
de 2008 a janeiro de 2009 (UNICA, 2009).

2.2.2 Caracterização do açúcar

Enumerando o conjunto de características do açúcar refinado segundo o


Inmetro — Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
(2009), pode-se dividi-las em características físico-químicas, características
microbiológicas, características microscópicas e características sensoriais. As
características físico-químicas se referem ao teor de sacarose, teor de impurezas
acumuladas durante a colheita da cana-de-açúcar, coloração, teor de enxofre (para
produtos submetidos à clarificação), teor de umidade que em excesso permite
aparecimento de microorganismos e em carência provoca o empedramento, teor de
ferro. as características microbiológicas apontam a presença de bolores e leveduras e
bactérias, que estão estreitamente ligadas ao teor de umidade presente. As
características microscópicas verificam a presença de matérias estranhas no alimento
devido à inadequação de etapas anteriores. As características sensoriais estão
relacionadas ao aspecto do tipo de açúcar, aspecto visual, odorífico, de paladar.
Apesar de os parâmetros a serem caracterizados no açúcar refinado ou
destinado ao consumidor não serem os mesmos exatamente a serem observados no
processo de armazenagem, eles são orientadores na compreensão da variação qualitativa
do açúcar, a qual deve ser considerada no processo de armazenagem.
Segundo a Usina Alto Alegre (2009), é essencial “armazenar em local
coberto, fechado, seco e limpo, longe de produtos químicos” e “recomendável aplicar
medidas preventivas de controle de pragas (insetos, aves, roedores, etc.)”.
Se o processo de armazenagem tem como objetivo a manutenção da
integridade quantitativa e qualitativa, é essencial o controle da característica físico-
21

química teor de umidade, que não só está relacionada à proliferação de


microorganismos que alteram as propriedade básicas do produto por processos
fermentativos mas também ao empedramento, grau de agregação das partículas. Ou
seja, o controle da umidade interfere em características físico-químicas e
microbiológicas.
3 METODOLOGIA DE PESQUISA

Retomando o problema do capítulo primeiro, formulou-se o seguinte


problema de pesquisa:
Quais são as características da armazenagem de açúcar e seus pontos
críticos de controle de perdas num entreposto da CEAGESP?
Do qual se propôs o seguinte objetivo de pesquisa:
Caracterizar a armazenagem de açúcar numa instituição pública e expor
seus pontos críticos de controle de perdas.
A fim de atingir o objetivo proposto, é essencial a discussão acerca da
caracterização da pesquisa em torno de sua natureza, adequação aos objetivos
propostos, implicação nos seus resultados e metodologia utilizada na engenharia de
produção. Feito isso, será definida a técnica de coleta de dados.

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

De acordo com Marconi e Lakatos (2007) a classificação dos tipos de


pesquisa varia em relação a interesse, condições, campos, metodologia, situações,
objetivos, entre outros. Caracterizá-la sob esses aspectos é importante no que concerne à
definição de perspectivas e às limitações da pesquisa como um todo. Por outro lado,
classificar a pesquisa é um exercício de reflexão que permite a escolha do conjunto de
métodos mais adequados.
A abordagem da pesquisa qualitativa ou quantitativa está diretamente
relacionada à natureza do problema proposto e aos seus objetivos. Leedy e Ormrod
(2005) distinguem a abordagem qualitativa e a quantitativa quanto a propósito,
processo, coleta de dados, análise de dados e descrição da descoberta. Segundo esses
autores, sinteticamente pode-se afirmar que a abordagem qualitativa está ligada à
compreensão de situações complexas, possui um processo de pesquisa mais emergente e
holístico, o pesquisador é visto como o instrumento de coleta de dados (amostras
pequenas em geral), a análise se dá freqüentemente de forma indutiva e a descrição da
descoberta se dá essencialmente por uma narrativa interpretativa dos dados e tenta
capturar a natureza multifacetada da realidade. A abordagem quantitativa, por sua vez,
se foca no estabelecimento, confirmação e validação de relacionamentos para
23

desenvolver generalizações, o processo visa o particular a partir de métodos pré-


determinados para mensurar variáveis conhecidas e definidas, os dados são coletados de
uma população e traduzidos numericamente, a análise se dá principalmente por
dedução, e a descrição das descobertas é feita em termos de características numéricas.
Miguel (2007) categoriza as abordagens metodológicas mais correntes
na engenharia de produção e gestão de operações: levantamentos tipo survey,
modelamento e simulação, pesquisa-ação e estudo de caso.
O mesmo autor define o estudo de caso como estudo de natureza
empírica na investigação de um fenômeno em especial, inserido num contexto real e
hodierno de vida em que não há fronteiras visíveis entre o fenômeno e o contexto em
que ele se insere.
No que diz respeito às técnicas de coleta de dados, o estudo de caso se
caracteriza pela coleta de extensa quantidade de dados de indivíduos, programas,
eventos do que está sendo foco de investigação, o que inclui geralmente entrevistas,
observações, documentos, histórico de informações, materiais audiovisuais, além de
situar o objeto de estudo num contexto (LEEDY, ORMROD, 2005).
Para atender-se os objetivos do trabalho, foi utilizada uma abordagem
qualitativa, em virtude de ter o objetivo de pesquisa ligado à “descrição, compreensão e
interpretação dos fenômenos” (MOURA, FERREIA, PAINE, 1998, p.59). Ademais, a
abordagem qualitativa se adequa em termos metodológicos com a questão principal,
relacionada à descrição, explicação da armazenagem de açúcar e suas perdas. É de
caráter exploratório, pois visa aumentar o discernimento acerca do tema; possui
aspectos de pesquisa, em virtude de possibilitar uma maior familiaridade com o tema
cientificamente (MARCONI, LAKATOS, 2007).
A pesquisa foi de caráter individual, por ser realizada por apenas um
indivíduo, e aplicada (MARCONI, LAKATOS, 2007).
Como a pesquisa é uma proposta de recorte da realidade da armazenagem
e suas nuâncias sem limites pré-estabelecidos, será feito um estudo de caso.
3.2 TÉCNICA DE COLETA DE DADOS

A fim de captar as perspectivas dos indivíduos frente ao objetivo de


pesquisa Foram feitas entrevistas do tipo semi-estruturada, na qual se tem um roteiro
inicial de perguntas que são respondidas de acordo com a situação concreta da
entrevista, podendo o entrevistador fazer novas perguntas para fins de
aprofundamento, ao mesmo tempo em que permite uma liberdade maior de
expressão do que a entrevista estruturada, permitindo que o entrevistado forneça
informações desconhecidas (MOURA, FERREIRA, PAINE, 1998). O roteiro-guia
de perguntas está no APÊNDICE. Foram entrevistados quatro funcionários que
trabalham diretamente com a armazenagem.
Dentre as limitações dessa técnica de coleta de dados estão
possibilidade de influência do entrevistador nas respostas do entrevistado, além de
que o contato direto do entrevistador pode inibir o entrevistado (MOURA,
FERREIRA, PAINE, 1998).
Basicamente, foram feitas observações assistemáticas ao mesmo
tempo em que foram feitas as entrevistas.
4 ESTUDO DE CASO

Os propósitos dessa seção, que refletem o propósito desse trabalho,


são:
a) caracterizar a armazenagem de açúcar num entreposto da
CEAGESP
b) expor seus pontos críticos de controle de perdas.
Os quais foram baseados nas impressões dos operadores que estão
inseridos na realidade da armazenagem. Assim, buscam-se perspectivas em
detrimento de generalizações.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA CEAGESP

A CEAGESP – Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São


Paulo é uma autarquia que nasceu da junção entre o Centro Estadual de
Abastecimento – CEASA – e a Companhia de Armazéns Gerais do Estado de São
Paulo – CAGESP em maio de 1969. Atualmente, a CEAGESP é destaque no estado
de São Paulo:
a) no segmento atacadista, de abastecimento de alimentos no estado
de São Paulo, sendo elo entre produtores e comerciantes;
b) no segmento varejista de hortifrutigranjeiros, carnes, aves, flores;
c) na armazenagem de grãos e açúcar.
A autarquia possui 13 entrepostos atacadistas no estado, nas cidades
de São Paulo, Sorocaba, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, São José dos
Campos, Bauru, Presidente Prudente, Araçatuba, Araraquara, Franca, Marília,
Piracicaba e Guaratinguetá; sua atividade varejista ocorre em São Paulo e em
Sorocaba.
Sua rede pública de armazenagem é extremamente importante no
estado de São Paulo. Suas unidades ativas da rede de armazenagem estão nas cidades
de Araraquara, Avaré, Bauru, Botucatu (Rubião Jr), Fernandópolis, Palmital,
Pederneiras, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Tatuí, Tupã
e São Paulo.
Pode-se afirmar que a CEAGESP tem importante participação no
canal de distribuição de alimentos no âmbito estadual para feiras-livres,
26

supermercados, sacolões, restaurantes e distribuidoras de hortifrutícolas. Ademais,


sua atividade de armazenagem é essencial é importante elo para a exportação de
commodities, visto que diversos entrepostos de sua rede armazenadora são elos de
transbordo rodoviário–ferroviário, e ligam o interior do estado de São Paulo ao Porto
de Santos.

4.2 CARACTERIZAÇÃO DA UNIDADE DE ARARAQUARA

A Unidade de Araraquara começou a armazenar açúcar em 1994, e


continua até hoje com açúcar a granel, em detrimento do açúcar armazenado em
sacaria.
Quanto à capacidade, a Unidade de Araraquara possui: armazém
convencional com capacidade estática de 5,1 mil toneladas, silo horizontal com
capacidade estática de 20 mil toneladas, silo vertical com capacidade estática de 5
mil toneladas e um armazém graneleiro de capacidade estática de 40 mil toneladas
com 4 septos, operando com açúcar a granel e grãos. Toda essa estrutura de
armazenamento possui 12 funcionários para executar as operações, relativas à
armazenagem, e 3 funcionários no escritório que trata das questões relativas à
administração. É uma unidade pública e subterminal, por ser elo com o modal
ferroviário.
Para o açúcar são prestados os serviços de armazenagem e transbordo,
enquanto para grãos, além desses serviços, são oferecidos os de limpeza, secagem e
expurgo. Outro serviço prestado é o de pesagem avulsa que envolve somente a
tomada de peso do caminhão vazio ou carregado, não ocorrendo armazenamento.
A Unidade de Araraquara permite o transbordo de grãos e açúcar com
destino ao Porto de Santos para exportação.

4.3 CARACTERIZAÇÃO DO PROCESSO DE ARMAZENAGEM DE AÇÚCAR


NA UNIDADE

O armazenamento de açúcar é feito no armazém graneleiro e no silo


horizontal que possui 10 células de armazenamento com capacidade para 2 mil
toneladas cada. Na figura 4, tem-se uma visão panorâmica das instalações, com o
27

armazém graneleiro, o silo horizontal e o centro de operações sendo respectivamente


1, 2 e 3. O centro de operações é responsável pelas operações de transilagem,
movimentação de produto a granel.

Figura 4 – Instalações de armazenagem a granel do açúcar


Fonte: CEAGESP.

Inicialmente, há a etapa de recebimento na qual é feita a recepção dos


caminhões com os carregamentos de açúcar, que ocorre na balança, figura 5, onde
são expedidos, por um sistema informatizado, tíquetes de pesagem, que possuem as
informações de números do tíquete, peso líquido, mercadoria pesada, n° da nota
fiscal e nome do depositante. Todos os tíquetes emitidos têm suas informações
registradas em um livro de controle de pesagem. Paralelamente, é emitido pelo
sistema um formulário chamado nota de entrada do silo, o qual possui os números
dos tíquetes e das notas fiscais do depositante, da placa do caminhão, a origem e tipo
de produto, além dos pesos brutos e taras, que correspondem ao peso do caminhão
antes e depois do descarregamento, dos quais se tem o peso líquido do produto a ser
armazenado.
28

Figura 5 – Balança de Pesagem


Fonte: Autoria própria.

Em seguida, o caminhão é encaminhado para o pátio de amostragem,


onde é retirada uma amostra do carregamento, que é guardada no laboratório, figura
6. Ao fim do dia, as amostras parciais dos lotes são homogeneizadas formando a
amostra diária que é lacrada com plástico. Coletada a amostra do carregamento, o
caminhão segue para a moega onde será feita a descarga dos produtos, figura 7,
dando início às operações de transilagem no centro de operações

Figura 6 – Laboratório de Amostras de açúcar


Fonte: Autoria própria.

Depois que o açúcar adentra a moega, ele é levado por correias


transportadoras ao elevador de canecas, figura 8, onde é levado até ao que eles
chamam de Pendular, figura 9, um sistema de interligação de dutos no qual se decide
para onde o açúcar será transportado, sejam células, armazém graneleiro, ou
expedição para caminhão ou vagão. Há duas pendulares no Centro de operações que
29

são importantes para a transilagem, processo de operação de transporte do açúcar.


Uma das pendulares é responsável por captar do armazém graneleiro e das células de
armazenagem e abastecer os pés dos elevadores, enquanto a outra é responsável por
captar da cabeça dos elevadores e enviar para o armazém graneleiro, células, pátios
de carregamento de vagão ou caminhão, figura 10.

Figura 7 – Descarga de açúcar na moega


Fonte: Autoria própria.

Térreo Canecas de transporte

Subterrâneo (pés do elevador) Ao longo dos andares


Figura 8 – Elevadores de caneca
Fonte: Autoria própria.
30

Figura 9 – Pendular vista de baixo


Fonte: Autoria própria.

Figura 10 – Pátios de carregamento de caminhões e de vagões


Fonte: Autoria própria.

Paralelamente ao sistema de transilagem, de operações de transporte,


há um sistema de aspiração, figura 11, no início de cada correia de transporte, nos
elevadores e na pendular, a fim de evitar a dispersão excessiva de particulados de
açúcar no ar que podem causar explosões, problemas de saúde.

elevadores correias

pendular
Figura 11 – Sistema de aspiração de pó
Fonte: Autoria própria.
4.4 PONTOS DE CONTROLE DO PROCESSO DE ARMAZENAGEM

Em relação às operações no centro de operações, de acordo com os


entrevistados, há perdas que são inevitáveis pela dispersão do açúcar no ar durante o
descarregamento na moega, como é visto na figura 12. Ademais, afirmaram que
quanto menos operações de transilagem forem executadas menores serão as perdas,
evitando que: o açúcar caia no chão das correias transportadoras, figura 13,
necessitando constante limpeza e reposição nas correias; o açúcar se perda no ar
formando uma nuvem de pó que se adere junto com a umidade ou se deposita sobre
as superfícies de equipamentos, dutos, paredes e chão em toda a instalação, como é
mostrado na figura 14, onde 1, 2, 3 e 4 são, respectivamente, andar dos pés dos
elevadores, pendular, escada e recepção pelas correias abaixo da moega. De fato,
mesmo com o sistema de aspiração há uma grande quantidade de pó disperso durante
o preenchimento das células e do armazém graneleiro.

Figura 12 – Dispersão de açúcar no ar no descarregamento


Fonte: Autoria própria.
32

Figura 13 – Acúmulo de açúcar no chão abaixo das correias


Fonte: Autoria própria.

1 2

3 4
Figura 14 – Aderimento do pó de açúcar com a umidade e depósito sobre as
superfícies
Fonte: Autoria própria.

Segundo os entrevistados, o alto teor de umidade no produto provoca


maiores dificuldades de operação, tais como: necessidade de raspagem das caçambas
dos caminhões que descarregam e nas paredes da moega, obstrução da moega, menor
velocidade de operação das correias transportadoras e dos elevadores de caneca,
enquanto que uma alta umidade relativa do ar, devido a chuvas, faz com que o açúcar
“mele” mais facilmente, diminuindo a recuperação de açúcar que cai no chão durante
a operação de transilagem, que por sua vez é prejudicada, pois o melado do açúcar
33

fica impregnado nos roletes sob as correias, provocando seu deslize, para amenizar
essa situação, joga-se cal entre a fita e os roletes terminais. A cal também é espalhada
no chão para evitar o escorregamento. De acordo com um dos entrevistados, em vista
dessas dificuldades nas operações, já ocorreu várias vezes de ser rejeitado açúcar por
excesso de umidade.
Apesar de ser relevante o teor de umidade no açúcar, essa variável não
é mensurada. No pátio de amostragem é feita simplesmente uma inspeção visual e
sensitiva avaliando a cor e a umidade e, em caso de diferença ao habitual, avisa-se o
comprador ou depositante. De costume, durante o recebimento ou a expedição do
açúcar as amostras são feitas como prova do estado de entrada ou saída. Para saída
de caminhões ou vagões são feitas duas amostras: uma fica guardada no laboratório e
a outra é remetida ao cliente ou depositante. Ao ser perguntado a respeito da
importância do controle e mensuração da umidade durante a armazenagem, um dos
entrevistados respondeu

[...] No contrato que as empresas fazem com a CEAGESP não há


necessidade de fazer esse controle... a gente não tem porque se preocupar
com isso, a mercadoria está sendo estocada, guardada e nós não podemos
interferir em nada nela.[...]

Assim, percebe-se que quanto à preservação do açúcar, há um foco no


aspecto quantitativo. Essa percepção apareceu em diversas outras situações da
entrevista, tais como quando perguntados a respeito do que é necessário ser feito
durante o período de armazenamento para manter o estado do açúcar, responderam
que em períodos de chuva procuram goteiras que atinjam as células ou o armazém
graneleiro, porque isso faz “perder” mercadoria. Se o enfoque de armazenamento do
açúcar na unidade é quase que exclusivamente quantitativo, o mesmo não acontece
para grãos como soja e milho, os quais possuem maiores requisitos relacionados à
sua proteção e postergação de sua perecibilidade, passando por processamentos de
limpeza, secagem e expurgo que alteram qualitativamente esses produtos.
Outro aspecto do açúcar que é não é medido mas baseado numa
percepção sensitiva é a temperatura do açúcar de recebimento. Segundo um dos
entrevistados a temperatura alta provoca o empedramento e a dificuldade de captação
na moega ou mesmo o descarregamento, e que se esse açúcar não for armazenado no
34

momento do descarregamento na moega, sendo deixado para o dia seguinte, ocorrerá


empedramento que prejudica a captação na moega.
Ao serem perguntados a respeito de vantagens e desvantagens de
armazenar nas células ou no armazém graneleiro, os entrevistados em acordo
ratificaram que durante a expedição as células têm a vantagem de utilizar sistema de
carregamento por gravidade, entretanto possuem capacidade estática de
armazenamento muito pequena. Em contrapartida, o armazém graneleiro possui
grande capacidade estática, mas tanto no carregamento quanto descarregamento do
produto é necessário acionar o sistema de transilagem, ou seja, em termos de
transporte é mais custoso. Presenciou-se uma situação em que os entrevistados
estavam comentando que era previsto a chegada de açúcar para ser feito o transbordo
e que todas as células do silo horizontal estavam preenchidas, sendo necessário
alocar o açúcar para o armazém graneleiro, para então carregar os vagões, o que
exigiria uma utilização adicional do sistema de transporte de correias e de elevadores
para uma quantidade de açúcar não muito grande. De fato, pode-se apreender que
dependendo do critério de decisão de armazenagem, há repercussões relacionadas
tanto à capacidade dinâmica de transbordo quanto à capacidade estática de
armazenamento, pois quando as células, que fazem a descarga por gravidade, estão
cheias, é necessário ocupar um septo pelo menos do armazém graneleiro. Em suma, é
necessário manter uma reserva, seja célula ou septo do armazém graneleiro para fins
de armazenagem e gestão de estoques. Ademais, percebeu-se que a gestão de
estoques é orientada pelo empirismo, em termos de facilitação das operações de
transilagem.
Segundo os entrevistados, o entreposto de Araraquara é muito
utilizado para o transbordo de produtos à linha férrea, e todo açúcar praticamente é
destinado à exportação. Decerto, a armazenagem no caso tem uma função
importante, no que diz respeito às atividades posteriores de transporte,
racionalizando a utilização dos vagões, ilustrando o fato de que, apesar de incorrer
em custos, a armazenagem viabiliza maiores lotes econômicos de transporte.
Ao serem questionados sobre o tempo máximo de armazenamento
relataram que ambos “faziam a mesma coisa”, no máximo 6 meses. Em relação a
essa afirmação, sabe-se que tecnicamente células oferecem uma proteção de guarde
melhor do que o oferecido pelos armazéns graneleiros, mas para os entrevistados isso
para o açúcar não era relevante.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em virtude do exposto, pode-se apreender que o processo de


armazenagem de açúcar está sujeito a perdas quantitativas decorrentes do
descarregamento e movimentação do produto nas instalações de armazenagem.
A principal variável considerada é a umidade, seja do ar ou do
produto. No ar, a umidade impossibilita a recuperação do açúcar que cai das correias
transportadoras e de outros locais; enquanto que, no produto, há um aumento das
dificuldades de operação na transilagem. Apesar de sua importância no impacto do
processo de armazenagem de açúcar, seu valor relativo não é mensurado no produto
e nem no ar. De forma geral, pode-se inferir que dentre as características
consideradas pelos trabalhadores são: das físico-químicas do produto, a umidade; das
sensoriais, o aspecto visual e sensitivo. Ademais, a temperatura de chegada do açúcar
é considerada durante o descarregamento na moega como medida do grau de
empedramento.
Em relação ao conceito de armazenagem, que significa manter a
integridade qualitativa e quantitativa dos produtos, percebe-se que a armazenagem de
açúcar no entreposto tem um foco quantitativo.
Segundo os entrevistados, não são relevantes para a armazenagem do
açúcar outras variáveis senão a umidade, da qual o produto precisa ser protegido.
Em termos de característica de armazenagem, o açúcar não possui um
monitoramento do seu estado durante o período de guarda, tais como umidade,
temperatura.
Há uma diferenciação entre a armazenagem nas células e no armazém
graneleiro além daquela referente à capacidade, que é a forma de transporte do
produto no descarregamento, sendo preferível o descarregamento por gravidade.
Outro aspecto percebido é o da gestão dos estoques entre as células e o armazém
graneleiro, que ganha grande importância ao se considerar o transbordo ferroviário.
Em relação a estudos futuros, seria interessante um estudo quantitativo
do quanto de açúcar é perdido desde a descarga até a movimentação do açúcar para
as instalações de armazenagem, porque pôde ser observado que não se sabe
exatamente o quanto é perdido em cada operação, ou seja, quantificar e propor
soluções que levassem a menos perdas. Como o volume envolvido no processo é
36

muito grande, mesmo que as perdas sejam pequenas em relação ao volume total, o
potencial de ganho financeiro é relevante.
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Orientação do IPEA. Brasília: IPEA, 2009, v. 1, p.285
APÊNDICE

Questionário

1) Quantos funcionários trabalham nessa unidade?

2) Desde quando esse entreposto armazena açúcar?

3) Quais são as capacidades dos silos e armazéns graneleiros?

4) Quantas células possui o silo horizontal?

5) Quantos compartimentos possui o armazém graneleiro?

6) Quais são os períodos máximos de armazenagem para cada construção?

7) Existem serviços que são oferecidos além do armazenamento?

8) Quais condições do produto são consideradas no recebimento?

9) Quais são as operações básicas para efetuar o armazenamento do açúcar?

10) Existem variáveis que são medidas durante o processo de armazenagem do açúcar?
Quais são as mais importantes?

11) Quais condições do produto são consideradas no recebimento?

12) Existem operações que são importantes durante o período de armazenagem do


açúcar?

13) O que é feito no recebimento do caminhão na balança?

14) O que o laboratório faz?


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15) Como é feita a armazenagem após o descarregamento na moega?

16) Na sua opinião, existem perdas inevitáveis no processo de armazenagem de açúcar?


Onde?

17) Na sua opinião, o tempo interfere na armazenagem do açúcar?

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