Você está na página 1de 2

Caminho em Copacabana

Já é meia noite e caminho em Copacabana

As ondas do mar chouteiam

Rebentam-se com ritmo.

Mas não é desta precisão que necessito.

Ou do desejo ser tragado.

O ato de caminhar à noite é para os solitários

Aviltados pelo dia que ainda não terminou.

Talvez exista alguma resposta escondida da razão,

Tal qual a lua se esconde da noite escura.

Tal qual a luz da penumbra.

Vejo pessoas que fazem do seus lares os mais diversos lugares

E também áqueles que mesmos fixos no solo não pertencem á lugar algum.

Pessoas transitam pelos corredores chamados calçadas,

Que bifurcam em corredores chamados avenidas.

Caminhar à noite é também reencontrar almas perdidas

Que perscrutam na luz da lua seus amparadores naturais

Buscam a cura da ‘doença da falta sentido’

Que a luz da lua cura sem muitos pensares.

As ondas rebentam-se na areia. Tragam de volta com violência suas próprias dores

E os afogados de amor jogam garrafas ao mar, com destino a seus amores.

Caminhar para o oxigenar o cérebro.

Caminha para desvendar mistérios.

Tal qual faz a aranha com a teia de uma trama

Prefiro caminhar solitário em Copacabana.

Você também pode gostar