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ECONOMIA
A palavra economia tem sua origem no grego oikos, que significa casa, riqueza,
fortuna, patrimônio, e nomos, que significa lei, estudo ou administração. Nesse sentido, a
idéia inicial de economia restringia-se aos princípios de gestão dos bens privados.
Caso os recursos utilizáveis para a produção de bens e serviços fossem suficientes para
atender às necessidades de todos os indivíduos, não haveria razão para a existência da ciência
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econômica. Isso, entretanto, não é verdadeiro: os recursos utilizáveis para a produção dos
bens e serviços não são suficientes para atender às necessidades de todos os indivíduos de
uma determinada sociedade.
Do eterno conflito entre nossas necessidades, que são ilimitadas, e a escassez dos
recursos disponíveis para a produção dos bens e serviços que satisfaçam nossos desejos,
emerge o objeto da Economia, a busca de respostas para três perguntas fundamentais:
O que produzir?
Como produzir?
Para quem produzir?
Em outras palavras, o objeto da Economia pode ser assim descrito: com desejos
ilimitados e recursos escassos, o problema fundamental da Economia é a ESCASSEZ.
FATORES DE PRODUÇÃO
Terra
Capital
Para ilustrar o problema da escassez, vamos estudar um recurso muito utilizado pelos
economistas: a curva de possibilidades de produção, que procura responder a duas das
questões fundamentais da Economia: O QUE e COMO produzir.
mesmas condições, seria impossível obter 10 unidades de tecido, caso esta fosse a opção da
sociedade. Decisões intermediárias teriam como resultado os dados contidos na tabela abaixo:
ALTERNATIVAS ALIMENTO TECIDO
A 0 10
B 1 9
C 2 7
D 4
3
E 4 0
A partir dos dados da tabela, construímos o gráfico a seguir, que apresenta todas as
combinações possíveis para os bens alimento e tecido, com utilização plena dos recursos.
Qualquer ponto além da curva, como o ponto R, é inatingível, pois excede a dotação de
fatores e o nível tecnológico dessa economia. Pontos abaixo da curva, como o ponto S, teriam
como conseqüência o funcionamento da economia com capacidade ociosa. A economia não
estaria produzindo o volume de bens e serviços que é capaz de alcançar, ou seja, estaria
operando com desemprego de fatores (máquinas paradas, trabalhadores desempregados, etc).
Continuando com nosso exemplo, a tabela abaixo representa o sacrifício que deverá
ser feito (em termos de tecido), quando objetivamos acréscimos na produção de alimento:
teremos que abrir mão de parcelas cada vez menores da produção de tecido. A tabela abaixo
representa o sacrifício necessário de tecido quando aumentamos a produção de alimento:
SACRIFÍCIO DE
ALTERNATIVAS ALIMENTO TECIDO
TECIDO
A 0 10 -
B 1 9 1
C 2 7 2
D 4 3
3
E 4 0 4
O reflexo dessa nova situação pode ser observado no gráfico abaixo, onde se percebe o
deslocamento para a direita da curva de possibilidades de produção.
OS CAMPOS DA ECONOMIA
São dois campos em que a Economia atua para estudar os aspectos econômicos que
regem nosso cotidiano: a MICRO e a MACROECONOMIA.
Microeconomia
Macroeconomia
EXERCÍCIOS
MERCADO
Admitamos alguém que esteja sentindo fome e se dirija a uma lanchonete com o
intuito de comprar sanduíche. Chegando à lanchonete, o cliente demanda o sanduíche, ou seja,
DESEJA comprá-lo. O atendente oferta o sanduíche, ou seja, DESEJA vendê-lo. O atendente
vende o sanduíche que cliente compra por CERTO PREÇO. Saí emergem as três características
essenciais do mercado:
No próximo tópico, vamos estudar como se formam s valores dos bens. Quando
compramos o sanduíche na lanchonete, pagamos certo preço. Esse preço consiste no valor
monetário do bem, ou seja, valor em termos de moeda. Como surgiu esse preço?
TEORIAS DO VALOR
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O valor das coisas torna-se mais claro quando transformado em moeda. Um sanduíche
tem preço ou valor monetário bem menor que um carro esportivo. Como explicar a diferença
entre esses valores?
Existem duas teorias que procuram explicar a formação do valor. A teoria do VALOR-
TRABALHO e a teoria do VALOR-UTILIDADE, ou TEORIA MARGINALISTA.
A teoria do VALOR-TRABALHO afirma que o valor dos bens está no trabalho gasto na
sua produção. Assim, o trabalho humano na sua duração, ou seja, o tempo de trabalho
despendido na produção, constitui a base do valor de todas as coisas. Por essa teoria, o carro
esportivo vale mais que o sanduíche porque no primeiro foram gastas mais horas de trabalho
humano que no segundo.
A teoria do VALOR-UTILIDADE defende que o valor dos bens está embasado no fator
subjetivo da utilidade. Essa utilidade é medida pela capacidade do bem em satisfazer às
necessidades dos consumidores. Como a utilidade é um valor subjetivo, um bem tem diversos
valores, que são atribuídos por diferentes pessoas. Por essa teoria, o carro esportivo vale mais
que o sanduíche porque os consumidores acreditam que o carro tem mais utilidade que o
sanduíche.
A utilidade (valor) que atribuímos aos bens depende da quantidade que podemos ter
deles. Quanto maior a quantidade, menor a utilidade (valor). Esse fenômeno é conceituado em
economia como Utilidade Marginal Decrescente, ou seja, a cada unidade adicional de
consumo de um determinado bem, a utilidade gerada será menor, comparativamente às
unidades anteriores. Vejamos um exemplo:
(valor) que essa unidade adicional fornece é menor que a do primeiro (sua fome está quase
saciada). Admitamos, ainda, que a promoção continue e nosso consumidor receba um terceiro
sanduíche. Embora consuma esse terceiro, a utilidade que ele representa é bem menor, quase
nula, já que a fome estará completamente saciada. Caso seja-lhe oferecido um quarto
sanduíche, a utilidade chegará a zero e o consumidor o rejeitará.
Agora que conhecemos as duas teorias do valor, vamos utilizá-las para conhecer a
formação dos preços dos bens.
Do lado do valor-utilidade:
TEORIA DA DEMANDA
A demanda (ou procura) pode ser definida como a quantidade de certo bem ou serviço
que os consumidores DESEJAM adquirir em determinado PERÍODO DE TEMPO. A demanda,
assim, representa um desejo do consumidor, nada mais que um mapa de intenções.
Exemplificando:
Eu, como consumidor, desejo comprar determinado número de camisas todos os anos.
Em outras palavras, eu possuo uma demanda por camisas cuja quantidade dependerá dos
respectivos preços. Não levemos em consideração, por ora, se vou concretizar meu desejo,
adquirindo camisas todos os anos. Isso envolve outros fatores que não serão estudados no
momento.
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Mudanças em qualquer aspecto da demanda que não seja preço serão representadas
por deslocamentos da reta. Vamos supor a demanda por um bem qualquer (representada no
gráfico abaixo por D), seguida de um acréscimo na renda dos consumidores:
TEORIA DA OFERTA
Oferta é defina como a QUANTIDADE de certo bem ou serviço que os produtores estão
dispostos a COLOCAR NO MERCADO em determinado PERÍODO DE TEMPO. Ao contrário dos
consumidores, os produtores estarão dispostos a oferecer maiores quantidades, quanto maior
for o preço.
Trata-se, portanto, de uma relação direta entre preços e quantidades, representado por
uma curva positivamente inclinada, conforme gráfico abaixo:
EQUILIBRIO DE MERCADO
Vejamos graficamente:
ELASTICIDADE
Elasticidade-preço
Já sabemos que alteração nos preços provocará redução na quantidade demandada por
determinado bem. O grau dessa resposta do consumidor à variação nos preços dá a
SENSIBILIDADE DA VARIAÇÃO, conceituada em Economia como ELASTICIDADE.
Um exemplo numérico ilustrará melhor a questão: vamos supor que determinado bem,
que custe inicialmente P1 sofra redução de 10% em seu preço, variando para p2. Três
situações são possíveis:
Elasticidade-renda
A mesma análise poderá ser feita com a renda. Incrementos na renda dos
consumidores provocarão deslocamentos na reta de demanda. Caso a variação nas
quantidades demandadas, aos mesmos preços, ocorra em proporção maior à variação da
renda, teremos um bem dito elástico em relação à renda. O bem será considerado inelástico
quando houver uma variação da quantidade demandada em menor proporção à ocorrida com a
renda.
ESTRUTURAS DE MERCADO
terá que adquirir os produtos de apenas um ofertante (caso do monopólio) e é lógico que o
comportamento desse produtor será bem diferente.
Concorrência perfeita:
Concorrência monopolística:
Oligopólio
Monopólio
O oligopsônio, por sua vez, tem como característica a existência de poucas empresas,
de grande porte, como compradoras de determinada matéria-prima ou produto primário.
Nessa estrutura de mercado, os preços também são determinados pelos compradores. No
mercado agrícola, principalmente para grandes quantidades, geralmente existem, nos
mercados locais, poucos compradores que podem, inclusive, fazer acordos entre si para
divisão de mercado.
Monopsônio
Oligopsônio
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Dificuldade
Tipos de Nº Nº de Entrada Grau de Quem
Mercado Vendedores Compradores no Diferenciação Determina Exemplos
Mercado do Produto o Preço
Concorrência Muitos Muitos Nenhuma Nenhum Mercado Feira livre
Perfeita
Vendedor
Concorrência Muitos Muitos Pequena Subjetivo (com Lojas de
Monopolística limitações) roupas
Padronizado Cimento,
Oligopólio Um Muitos Grande ou Vendedor cerveja,
diferenciado automóveis
Não há Cia. De água e
substitutos esgoto em
Monopólio Um Muitos Total satisfatórios Vendedor determinadas
localidades
Setor público
na aquisição de
Monopsônio Muitos Um Total - Comprador produtos
específicos
Padronizado
Oligopsônio Muitos Poucos Grande ou Comprador Agroindústrias
diferenciado
Além disso, observam-se no mercado algumas práticas que neutralizam, ainda mais,
os aspectos concorrenciais. Essas práticas são decorrentes do poder que as empresas adquirem
a partir das barreiras impostas à entrada de novas firmas no mercado. São elas:
EXERCÍCIOS
MOEDA
Evolução da moeda
Escambo
Em um sistema como esse, o pecuarista levaria metade de seu tempo produzindo carne
e a outra metade procurando alguém com quem pudesse fazer uma troca apropriada. Alem
disso, como equacionar o volume de comércio? Admitamos que o pecuarista necessite de uma
bicicleta e encontre um lojista interessado em carne. A bicicleta custa o equivalente a 50
quilos de carne, mas o lojista só deseja 30 quilos. Nesse caso, o pecuarista teria duas saídas:
desistir da bicicleta ou encontrar algum indivíduo que, tendo interesse nos 20 quilos
remanescentes, dispusesse de um bem para troca que satisfizesse um outro desejo do lojista,
completando o valor da bicicleta.
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Moeda-mercadoria
Dadas às dificuldades para realizar trocas diretas, a sociedade encontrou uma forma
que contornasse o problema: a utilização de uma mercadoria como moeda. Surgiu, assim, a
mercadoria com funções de dinheiro, reconhecida como MOEDA-MERCADORIA. Em uma
economia que comercializa bens num sistema de mercado, a definição de uma mercadoria
para servir de intermediária nas trocas facilita, sobremaneira, o desenvolvimento das
transações.
Moeda metálica
As necessidades e a criatividade humanas fizeram com que surgisse uma solução que
resolvesse a questão da coincidência de desejos, verificada nas trocas diretas, além do
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Moeda-papel
dos metais preciosos ensejou a criação do papel-moeda (ou moeda fiduciária). Junto com o
papel-moeda nascia, também, a atividade bancária.
Moeda escritural
Os bancos comerciais podem criar moeda, assim como os ourives faziam quando
emitiam mais certificados do que o ouro que mantinham em depósito. Nos bancos, somente
uma parte do total de depósitos é utilizada ao mesmo tempo. Em qualquer momento existem
pessoas depositando e outras retirando, de tal forma que, balanceando essas operações,
somente uma parcela do todo é movimentada.
Ao contrário do que muitas vezes se pensa, o depósito é que é moeda, pois é uma
promessa de pagar quando lhe for requerido. O cheque, por sua vez, é apenas o mecanismo de
conversão do depósito em moeda manual, ou seja, nada mais é do que uma ordem de
transferência de fundos. Como só uma parcela dos depósitos é requerida em espécie, pois
grande parte retorna aos bancos em forma de novos depósitos, o banco pode fazer promessas
de pagar acima do que dispõe e, dessa forma, criar moeda ou meio de pagamento, apesar de
não poder emitir a moeda que esteja em curso no país (função privativa do Banco Central).
Moeda virtual
A evolução das formas de moeda está vinculada ao aspecto intrínseco de que novas
formas são adotadas por tornarem mais fáceis as transações entre os agentes econômicos.
Desde seu surgimento até as modalidades hoje existentes, as transformações da moeda
estiveram vinculadas ao aspecto da redução dos custos de transação. A moeda na forma
digital (mecanismos de pagamento por via eletrônica) implica redução significativa nos custos
de transação. Seu surgimento e desenvolvimento, no entanto, está mais ligado ao fato de que
são vislumbradas oportunidades de negócios com o oferecimento de serviços financeiros por
meio de cartões, internet, etc.
As novas formas de moeda que, em alguns casos, vêm sendo chamadas de dinheiro
virtual ou digital, têm sua origem na criação dos cartões de crédito. O cartão expandiu o
crédito e livrou o dinheiro da restrição temporal, permitindo que as pessoas gastassem antes
mesmo de tê-lo ganho ou recebido.
intermediar as trocas na aquisição de bens e serviços, o que podemos perceber, também, é que
a dificuldade de averiguar exatamente onde uma transação ocorre dificultará, ainda mais, a
ação dos governos, tanto em definir políticas e fiscalizar essa nova forma de moeda, como em
tributar as transações dessa forma originadas.
Este tipo de cartão tem um chip de computador embutido, que permite armazenar uma
determinada quantia de dinheiro. Esse cartão pode ser inserido em uma máquina e o valor da
compra é debitado sem necessidade de acesso eletrônico aos arquivos de um banco, ao
contrário dos outros tipos de cartões. Os cartões utilizados nas praças de diversões dos
Shopping Centers costumam ser do tipo smart card.
Enfim, as novas sistemáticas que permitem a intermediação das trocas são redutoras
de custos para os usuários e, principalmente, para os beneficiários dos pagamentos.
Imaginemos dois cenários distintos:
Funções da moeda
Intermediária de trocas
A moeda serve para comparar o valor de mercadorias diversas (os diversos bens e
serviços são expressos em quantidade de moeda, por meio dos preços). Além disso, a moeda
resolve o problema de somar coisas distintas. Como somaríamos um aparelho de TV e um
aparelho de som? Com o sistema de preços (que embute a idéia de moeda), basta tomar os
valores monetários do aparelho de som e da TV e soma-los. Teremos uma referencia única,
um valor que representa ambos os bens.
Reserva de valor
Um indivíduo que recebe moeda por alguma transação que tenha realizado ou, até
mesmo, como prêmio, não precisa gastá-la imediatamente. Pode guarda-la para uso posterior.
Isto significa que ela serve como reserva de valor. Para que bem cumpra esse papel, é
necessário que tenha valor estável, de forma que quem a possua tenha idéia precisa do quanto
pode obter em troca. Se a economia estiver num processo inflacionário, o valor da moeda vai
se deteriorando, fazendo com que esta função não se cumpra. Você se lembra da economia
brasileira antes do Plano Real? As pessoas não mantinham todas suas reservas em aplicações
financeiras? A idéia de reserva de valor, entretanto, só vale para o indivíduo pois, para a
nação, a riqueza é medida não pela quantidade de moeda, mas, sim, pelos bens e serviços
produzidos.
Criação/destruição de moeda
Iniciemos por uma idéia bastante simples. Suponhamos, num primeiro momento, que
não existia banco em uma determinada economia e que o dinheiro à disposição da sociedade
seja $1.000,00. em um segundo momento, suponhamos que um banco seja criado e que todo o
dinheiro circulante na economia seja transferido para esse banco, na forma de depósito à vista
e que lá seja mantido (o banco é um mero local para guarda do dinheiro). De acordo com esse
raciocínio, a moeda disponível para o público foi transferida integralmente para o banco, onde
passou a ser mantida na forma de depósito à vista.
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Ativo Passivo
Reservas: $1.000,00 Depósitos: $1.000,00
Relembremos que os ourives perceberam que apenas parte do ouro depositado era
retirada para efetuar pagamentos, o que lhes permitia emitir certificados em valores superiores
às suas reservas. Da mesma forma, é altamente improvável que todos os depositantes saquem
seus recursos ao mesmo tempo, o que permite aos bancos comerciais emprestarem parte dos
depósitos à vista.
BANCO UM
Ativo Passivo
Reservas: $ 200,00 Depósitos: $ 1.000,00
Empréstimos: $ 800,00
BANCO DOIS
Ativo Passivo
Reservas: $ 800,00 Depósitos: $ 800,00
Como podemos perceber pela análise dos balanços, os depósitos no sistema que, num
primeiro momento, montavam $1.000,00 passaram para $1.800,00, após a concessão do
empréstimo pelo Banco Um. Esse novo depósito surgiu da percepção do sistema bancário de
que, como os saques não são simultâneos, parte dos depósitos podem ser emprestados,
surgindo daí uma característica que o sistema de bancos possui, que é o da criação da moeda.
Na economia, apenas essa categoria de nacos tem o poder de influenciar a oferta de moeda.
Quando o banco empresta parte de suas reservas, proporciona aos tomadores dos
empréstimos a possibilidade de realizar transações. Nesse ato, aumenta a oferta de moeda.
Entretanto, os tomadores passam a ter uma dívida junto ao banco, evidenciando que o
empréstimo não os torna mais ricos, ou seja, a criação de moeda pelo sistema bancário
aumenta a LIQUIDEZ da economia e não sua riqueza.
Multiplicador bancário
seja de 10% e que o depósito compulsório (percentual de retenção estipulado pelo Banco
Central) seja, também, de 10%. Dessa forma, restaria, para empréstimo, 80% do saldo de
depósitos captados. O processo depósito/empréstimo dar-se-ia de acordo com a seguinte
tabela.
Na tabela, o valor final dos depósitos à vista é obtido pela soma de uma progressão
geométrica onde o primeiro termo é $1.000,00 e a razão é 0,80. Do conteúdo subjacente,
chamaremos de r e o percentual destinado à concessão de novos empréstimos, neste caos
80%. Dessa forma, o multiplicador bancário m pode ser obtido pela seguinte expressão:
Onde
m = multiplicador bancário
e = encaixe técnico
d = compulsório
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Meios de pagamento
M3 = M2 + depósitos de poupança.
Base monetária
A base monetária (BM) é dada pela soma entre os haveres papel-moeda emitido
(PME) e o total das reservas bancárias (RB), a qual nada mais é do que o passivo monetário
do Banco Central. Nesse conceito, é importante que percebamos que quando o Banco Central
emite moeda, parte é retida pelo público, para fazer face às transações que pratica diariamente
na economia (compra de bens e serviços), e parte é retida pelos bancos, na forma de reservas,
que visam atender às necessidades dos clientes em seus saques diários. De forma abreviada, a
base monetária é a soma da moeda corrente e das reservas bancárias.
meio da multiplicação dos depósitos à vista, para que apuremos a base monetária torna-se
necessário deduzirmos dos meios de pagamento (M1) a moeda criada pelos bancos comerciais
(que se materializa na forma de empréstimos).
Abordamos até aqui a evolução da moeda e os principais pontos que cercam sua
existência. No entanto, como estamos acostumados a ver nos jornais e na televisão, a moeda
desempenha papel crucial na administração econômica do país. Essa realidade é melhor
entendida quando virmos, no tópico “Política Econômica”, o que é e como se processa a
POLÍTICA MONETÁRIA, que vem a ser um conjunto de medidas que o governo adota, visando
adequar os meios de pagamento disponíveis às necessidades da economia.
Todavia, não há como falar em moeda nas economias atuais, sem falarmos no órgão
que a regula por meio da política monetária, o Banco Central, que é uma instituição financeira
governamental que funciona como “banco dos bancos”, além de banco do próprio governo.
Destina-se a assegurar a estabilidade da moeda e o controle do credito em um país: tem o
monopólio da emissão do papel-moeda, exerce a fiscalização e o controle dos demais bancos,
além de exercer, também, a política cambial.
Inflação
O termo inflação vem de inflar, inchar. A inflação pode ser definida como uma
“inchação dos preços”, ou seja, o aumento CONTÍNUO e GENERALIZADO dos preços numa
economia. Em um processo inflacionário, TODOS os preços de TODOS os bens estão subindo
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em um processo dinâmico. Não podemos falar em inflação quando sobe o preço da laranja em
decorrência, por exemplo, de quebra da safra por geada. Variações pontuais de preço são
comuns em uma economia e não caracterizam processo inflacionário.
A inflação é medida pela variação dos índices de preços. Uma inflação moderada
(aceitável dependendo do contexto econômico) apresenta acréscimos de 1% até 10% ao ano.
Uma inflação alta (com tendência de crescimento) apresenta aumentos maiores de 100% ao
ano (um número de três dígitos). O economista P. Cagan classifica as taxas superiores a 50%
ao mês como hiperinflação.
A variação de preços pode ser negativa. Nesse caso, a queda contínua e generalizada
dos preços é denominada de DEFLAÇÃO, fenômeno tão ruim ou pior que a inflação. Nela
todos os preços “despencam”, inclusive salários, nível de produção, emprego e renda.
Tipos de inflação
Inflação de demanda
Governo a emitir mais moeda para cobrir seus gastos, reiniciando o processo. A inflação de
demanda pode ser definida como “muito dinheiro à procura de poucos bens”.
Inflação de custos
Vários são os fatores pelo lado do custo que podem gerar o fenômeno conhecido
como ESPIRAL INFLACIONÁRIA:
Exemplo tradicional é o setor agrícola, que não consegue produzir os bens (inelásticos
em relação ao preço) necessários para acompanhar o crescimento da demanda nas economias
em desenvolvimento, alimentado pela industrialização, pelo crescimento demográfico e pelo
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êxodo rural. O ponto de estrangulamento no setor agrícola produz pressões inflacionárias nos
preços agrícolas, que se propagam para os demais preços da economia.
Inflação inercial
Conseqüências da inflação
No processo inflacionário, parte da população tem ganhos e parte tem perdas. Esse
fato pode gerar conflitos, quando aqueles que perderam tentarem recuperar sua situação
anterior. Entre os que mais perdem estão as classes mais pobres, que não conseguem proteger
os salários contra a queda do poder aquisitivo (aplicação no mercado financeiro ou repasse
para os preços dos bens, como podem fazer os empresários). A seguir estudaremos as
principais conseqüências da inflação.
Além disso, os empresários, o governo e as classes mais ricas protegem seu poder
aquisitivo, repassando a inflação para o preço dos bens e serviços ou aplicando no mercado
financeiro, o que não ocorre com as classes assalariadas (principalmente as mais baixas).
Taxas muito altas de inflação, ceteris paribus, elevam os preços dos bens nacionais
em relação aos produzidos em outros países e estimulam as importações. Por outro lado, as
exportações tende a diminuir, o que gera o déficit na balança comercial (o valor das
importações supera o das exportações).
Visando restabelecer o equilíbrio nas contas externas, o governo atua sobre a taxa de
cambio, desvalorizando a moeda nacional. Com isso, reverte a situação (as importações ficam
mais caras e as exportações, por sua vez, mais vantajosas).
Isso, entretanto, torna mais caro o preço de produtos essenciais, como petróleo,
insumos e equipamentos, o que eleva o custo de produção nos setores que os utilizam,
gerando nova pressão inflacionária, que se propaga por toda a economia.
Política econômica
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Esses três objetivos podem ser resumidos pela frase “pleno emprego com crescimento
adequado e sem inflação”.
Diversos instrumentos (meios) são utilizados pela política econômica para alcançar
seus objetivos (fins). De acordo com os instrumentos que são utilizados, a politica econômica
é classificada em monetária, fiscal ou cambial.
Política monetária
Política fiscal
Pelo lado da receita, os impostos tem conseqüência direta sobre o nível de demanda
agregada da sociedade, pois influem na renda disponível que as pessoas destinarão para o
consumo. Quanto maior a carga tributária, menor a renda disponível para o consumo, e menos
a demanda agregada.
Pelo lado das despesas, os gastos governamentais fazem parte da demanda agregada.
Assim, quanto maiores os gastos, maior a demanda agregada.
Essa política expansionista, por estar centrada em contínuos déficits públicos, pode
aumentar a dependência do governo aos financiamentos internos (o governo necessita vender
títulos para a sociedade, para conseguir recursos financeiros) e externos (recorrer aos
empréstimos estrangeiros). Esse fato pode agravar mais ainda os déficits públicos e as contas
externas.
Política cambial
O governo intervém na taxa de câmbio por meio de mecanismos que podem valoriza-
la ou desvaloriza-la.
Política fiscal: no inicio do Plano Real foi utilizada uma política fiscal de
ajuste do orçamento da União. Foi criado o IPMF – Imposto Provisório sobre Movimentação
Financeira, com uma alíquota de 0,25% sobre débitos em conta corrente – que, por meio do
aumento da arrecadação, contribuiria para o equilíbrio orçamentário.
EXERCÍCIOS
1. Qual o grande obstáculo para a realização das trocas numa economia de escambo,
como o homem superou esse estágio e que outras formas de moeda surgiram até alcançarmos
a moeda virtual?
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4. Numa determinada economia, os bancos captam e mantêm como reservas 10% desse
volume para atendimento de saques de seus clientes. O BC estabeleceu a taxa do compulsório
em 15% e a emissão primária de moeda foi da ordem de $15.000. Calcule o multiplicador
bancário e a expansão dos meios de pagamentos nessa economia.
5. O que você entende por meios de pagamentos e qual o critério para sua classificação?
7. Caso o governo optasse por uma política monetária restritiva e uma política fiscal de
redução de tributos e expansão dos gastos públicos, quais seriam as conseqüências?