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Hepatites
Discentes:
Hepatites
1. Introdução
O presente trabalho da cadeira deSistema Digestivo subordinado ao tema Hepatites, consiste
numa breve abordagem em torno dos principais aspectos relativos a doença em destaque.
Partindo do pressuposto de que atualmente as Hepatites virais constituem atualmente uma das
relevantes questões da saúde pública em quase todo o mundo, pois, distribuindo-se de maneira
universal, vem atingindo pessoas de todas as idades causando, consequentemente grande
impacto de morbidade e mortalidade. A ser assim torna-se necessário, para os futuros
profissionais da saúde e para o público em geral, levantar um estudo sobre a doença com o
objectivo de Conhecer a doença em geral e as suas variedades, identificar os agentes
etiológicos, descrever e caracterizar cada tipo de hepatite fazendo menção aos respectivos
processos de diagnóstico e tratamento.
Para tal, apoiados no método Bibliográfico, que consistiu em consultas bibliográficas cujas
referências encontram-se devidamente citadas ao longo do trabalho e plasmadas na
bibliografia final e nos métodos hermenêutico, que consistiu na interpretação dos textos lidos
elaborou-se o presente trabalho com a seguinte estrutura: introdução; desenvolvimento onde
se apresenta a Hepatite, os seus tipos e as respectivascausas, formas de diagnóstico, sinais e
sintomas e os processos de tratamento; e, por fim a conclusão seguida da Bibliografia final.
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2. Hepatite
Hepatite é uma doença, aguda ou crônica, que consiste na inflamação dos tecidos do fígado.
Em algumas pessoas é assintomática, isto é, não manifestam sintomas, enquanto em outras é
sintomática.
2.1. Etiologia
Conforme se fez menção acima, várias são as causas que podem levar a Hepatite, com maior
incidência as seguintes:infecções pelos vírus tipo A, B e C e o abuso do consumo de álcool ou
outras substâncias tóxicas (como alguns remédios). Conforme o seu agente etiológico,
aHepatite pode ser do tipo A, B ou C, quando causados pelos vírus A, B e C, respectivamente.
2.3.Diagnostico
O diagnóstico das hepatites inclui a realização de exames em ambiente laboratorial e testes
rápido, a serem desenvolvidos nos diagnósticos de cada tipo.
2.4. Tratamento
Não existe tratamento para a forma aguda da hepatite. Se necessário, apenas sintomático para
náuseas e vômitos. O repouso é considerado importante no tratamento da hepatite pela própria
condição do paciente. A utilização de dieta pobre em gordura e rica em carboidratos é de uso
popular para o paciente com hepatite, porém seu maior benefício é ser de melhor digestão
para o paciente sem apetite. De forma prática deve ser recomendado que o próprio indivíduo
com hepatite defina sua dieta de acordo com sua aceitação alimentar. A única restrição está
relacionada à ingestão de álcool. Esta restrição deve ser mantida por um período mínimo de
seis meses e preferencialmente de um ano.
Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem
como a dosagem correta e a duração do tratamento.
2.5.1.1. Etiologia
A hepatite A é causada pelo vírus da hepatite A (HAV), cuja transmissão é a fecal-oral, por
contato inter-humano ou por meio de água e alimentos contaminados. Contribuem para a
transmissão a estabilidade do HAV no meio ambiente e a grande quantidade de vírus presente
nas fezes dos indivíduos infectados. A transmissão parenteral é rara, mas pode ocorrer se o
doador estiver na fase de viremia do período de incubação. A disseminação está relacionada
com a precariedade da infraestrutura de saneamento básico e condições de higiene praticadas.
Nas regiões com mais problemas de infraestrutura de saneamento básico e de tratamento da
água, as pessoas são expostas ao HAV em idades mais precoces, apresentando formas
subclínicas ou anictéricas da doença. (BRASIL, 2015 p. 6).
A falta de higiene, o uso na alimentação de moluscos e ostras de águas contaminadas com
esgotos e fezes humanas contribui para a disseminação da doença.
É muito frequente a transmissão de hepatite A entre crianças, que muitas vezes não lavam
bem as mãos, pegam brinquedos que outras crianças vão pegar e levam os brinquedos e as
mãos à boca, dessa forma ingerindo o vírus.
Importa salientar que nem todas as pessoas com Hepatite A desenvolvem sintomas, ou seja,
existem casos de infecção assintomática e outras podem ser subclínicas, onde existem poucos
sintomas e pode passar despercebida.
2.5.1.3. Diagnóstico
Geralmente são solicitados exames de sangue pelo médico para detectar a presença do vírus
da Hepatite A (HAV) no corpo do paciente. Uma amostra de sangue é retirada e enviada a um
laboratório para análise. Seu médico também pode discutir os sinais e sintomas com o
paciente como parte do processo de diagnóstico.
Segundo o (Brasil, 2015, p.22), O diagnóstico da Hepatite A é realizado por meio de
imunoensaios que detectamIgManti-HAV. Esses testespodem tornar-se positivos entre 5 e 10
dias após a infecção, desde que existam altas concentrações de IgManti-HAV; porém, não são
capazes de detectar baixas concentrações de IgManti-HAV, situação que pode ser
observadaentre quatro e seis meses após a infecção aguda. Os imunoensaios para IgManti-
HAV apresentam sensibilidadede 100%, especificidade de 99% e valor preditivo positivo de
88%. Resultados falso-positivos podem ocorrer e,portanto, o teste sorológico deve ser
realizado apenas em indivíduos sintomáticos. Os testes para anti-HAV total (IgMeIgG)
permanecem reagentes após a infecção ou imunização durante toda a vida do paciente, sendo
úteis apenaspara identificar indivíduos em risco que não tiverem sido previamente
imunizados.
Em casos do fluido oral (FO), soro, urina e fezes podem ser detectados os anticorpos IgGanti-
HAV. Os testes queutilizam FO são indicados como uma alternativa ao teste sorológico
convencional, devido à simplicidade da coletade amostra. Vários estudos já demonstraram os
benefícios de se implementar o teste de FO como ferramenta detriagem na investigação de
surtos e em estudos epidemiológicos. A sensibilidade de detecção do anti-HAV no FO éde
uma a três unidades logarítmicas menores que no soro e, entretanto, essa sensibilidadeainda é
aceitável para utilização nas situações acima. (FERREIRA & SILVEIRA, 2014: p.8)
2.5.1.4. Tratamento
Não existe tratamento específico disponível para a Hepatite A. O próprio corpo se encarregará
de livrar-se do vírus da Hepatite A. Na maioria dos casos, o fígado se cura da Hepatite A
completamente em um ou dois meses sem danos permanentes.
Há, no entanto, formas de se acelerar a cura. O tratamento, neste caso, baseia-se no manejo
dos sintomas causados pela doença, neste caso: Descanso contra o cansaço; pequenos lanches
ao longo do dia para lidar com as náuseas; dar um tempo para o fígado- evitando
medicamentos que possam prejudicar o seu funcionamento, bem como a ingestão de álcool,
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2.5.2. Hepatite B
Hepatite A é, uma doença infecciosa viral, contagiosa, causada pelo vírus da hepatite B
(HBV, do inglês hepatitis B virus), conhecida anteriormente como soro-homóloga.Este tipo
de Hepatite pode manifestar-se em duas formas a saber: Aguda e Crônica.
Hepatite B aguda
A evolução de uma hepatite aguda consiste de três fases:
1ª Fase Prodrômica ou pré-ictérica: com aparecimento de febre, astenia, dores musculares
ou articulares e sintomas digestivos, tais como: anorexia, náuseas e vômitos, perversão do
paladar, às vezes cefaléia, repulsa ao cigarro. A evolução é de mais ou menos quatro semanas.
Eventualmente essa fase pode não acontecer, surgindo a icterícia como o primeiro sinal.
2ª Fase Ictérica: abrandamento dos sintomas digestivos e do surgimento da icterícia que pode
ser de intensidade variável, sendo, às vezes, precedida de colúria. A hipocolia pode surgir por
prazos curtos, sete a dez dias, e às vezes se acompanha de prurido.
3ªFase da Convalescença: desaparece a icterícia e retorna a sensação de bem-estar. A
recuperação completa ocorre após algumas semanas, mas a astenia pode persistir por vários
meses. Noventa a 95% dos pacientes adultos acometidos podem evoluir para a cura.
Hepatite B crônica
Quando a reação inflamatória do fígado nos casos agudos sintomáticos ou assintomáticos
persiste por mais de seis meses, considera-se que a infecção está evoluindo para a forma
crônica.
Os sintomas, quando presentes, são inespecíficos, predominando fadiga, mal-estar geral e
sintomas digestivos. Somente 20 a 40% dos casos têm história prévia de hepatite aguda
sintomática. Em uma parcela dos casos crônicos, após anos de evolução, pode aparecer
cirrose, com surgimento de icterícia, edema, ascite, varizes de esôfago e alterações
hematológicas. A hepatite B crônica pode também evoluir para hepatocarcinoma sem passar
pelo estágio de cirrose.
2.5.2.1. Etiologia
O principal causador da Hepatite B é o vírus B, também chamado VHB, que ataca os
hepatócitos – as células do fígado – causando a sua inflamação. O vírus causador da hepatite
B pode ser transmitido pela via sexual, contacto com sangue infectado e pela via vertical.
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2.5.2.3. Diagnóstico
De acordo com (Ministerio da Saúde, 2005: p. 12), A suspeita diagnóstica pode ser guiada por
dados clínicos e/ou epidemiológicos. A confirmação diagnóstica é laboratorial e realiza-se por
meio dos marcadores sorológicos do HBV.
2.5.2.4. Tratamento
Hepatite B aguda
Acompanhamento ambulatorial, com tratamento sintomático, repouso relativo, dieta conforme
a aceitação, normalmente de fácil digestão, pois freqüentemente os pacientes estão com um
pouco de anorexia e intolerância alimentar; abstinência de consumo alcoólico por pelo menos
seis meses; e uso de medicações para vômitos e febre, se necessário (FERREIRA &
SILVEIRA, 2014: p. 14).
Hepatite B crônica
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2.5.3. Hepatite C
Segundo (BRASIL, 2005: p.13), Hepatite C é uma doença infecciosa viral, contagiosa,
causada pelo vírus da hepatite C (HCV, do inglês hepatitis C virus).
2.5.3.1. Etiologia
O principal causador do Hepatite C é, conforme a definição, o virús HCV que pode ser
adquirida pelo contacto com sangue contaminado, seja através de transfusão
sanguínea,acidentes com material contaminado, tatuagens, uso de drogas, piercings, e em
manicure. Pode ainda se transmitir por via de relações sexuais desprotegidas e, nalguns casos
e raros a transmissão ocorre de mãe para bebê.
2.5.3.3. Diagnóstico
O diagnóstico da hepatite C é feito através da realização de exames de sangue de dois tipos:
exames sorológicos e exames que envolvem técnicas de biologia molecular.
Os testes sorológicos podem identificar anticorpos contra esse vírus e normalmente seus
resultados apresentam alta sensibilidade e especificidade1. Utiliza-se o teste ELISA (anti-
HCV) para essa pesquisa de anticorpos.
A presença do anticorpo contra o vírus da hepatite C (anti-HCV) significa que o paciente teve
contacto com o vírus. Sua presença não significa que a infecção tenha persistido. Cerca de 15
a 20% das pessoas infectadas conseguem eliminar o vírus por meio de suas defesas
imunológicas, obtendo a cura espontânea da infecção. A presença de infecção persistente e
atual pelo HCV é demonstrada pela pesquisa do vírus no sangue, pelo exame HCV RNA
qualitativo. Portanto, os pacientes que apresentarem anti-HCV reagente deverão ser
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2.5.3.4. Tratamento
O tratamento da hepatite C constitui-se em um procedimento de maior complexidade,
devendo ser realizado em serviços especializados. Nem todos os pacientes necessitam de
tratamento.Há no entanto casos que necessitarão de tratamento para evitar futuras
complicações. Nessas situações, a infecção por hepatite C é tratada com uma combinação de
medicamentos antivirais tais como associação de interferon com ribavirina ou do interferon
peguilado associado à ribavirina a serem tomados ao longo de várias semanas, que tem como
objetivo eliminar o vírus do corpo do paciente. (Idem).
Durante todo o tratamento o médico irá monitorar a resposta do paciente aos medicamentos
ministrados.
Se o fígado foi severamente danificado pela ação do vírus HCV, um transplante pode ser uma
opção viável. Durante um transplante de fígado, o cirurgião remove o fígado danificado e o
substitui por um saudável.
O transplante de fígado, no entanto, não é considerado uma espécie de cura para hepatite C. O
tratamento com medicamentos antivirais geralmente continua depois de um transplante, pois a
infecção pode voltar a ocorrer no novo órgão.
2.5.3.4.1Medicamentos
Os medicamentos mais usados para o tratamento de hepatite C são:
Epocler
Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para cada caso específico,
de acordo com o nível de gravidade, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento.
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3. Conclusão
Ao término deste trabalho, importa referenciar que a Hepatite é uma doença, aguda ou
crônica, que consiste na inflamação dos tecidos do fígado. Ela pode ser do tipo A, B ou C,
conforme o vírus que a causa. A doença tem um amplo espectro clínico, que varia desde
formas assintomáticas, anictéricas, e ictéricas, típicas, até a insuficiência hepática aguda grave
(fulminante). A maioria das hepatites virais agudas é assintomática, independentemente do
tipo de vírus. Quando apresentam sintomatologia, são caracterizadas por fadiga, mal-estar,
náuseas, dor abdominal, anorexia e icterícia. As manifestações clínicas aparecem quando a
doença está em estágio avançado, com relato de fadiga, ou, ainda, cirrose. O diagnóstico
inclui a realização de exames em ambiente laboratorial e testes rápidos, a fim de caracterizar a
doença e sua gravidade e o seu tratamentovaria, podendo ser farmacológico ou não, de acordo
com as circunstancias.
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4. Bibliografia
Bomfa, N., Hepatites Virais Agudas, [Revista Médica de Minas], 2008; 18(3 Supl 4):S46-S49
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de
Vigilância Epidemiológica A, B, C, D, E de Hepatites para comunicadores,
Ministério da Saúde, Série F. Comunicação e Educação em Saúde, 2005.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST,
Aids e Hepatites Virais. Manual técnico para o diagnóstico das Hepatites virais.
Brasília: Ministério da Saúde, 2015
FERREIRA, C. & SILVEIRA, T., Hepatites Virais: aspectos da epidemiologia e da
prevenção. [Revista BrasileiraEpidemiológica], Dezembro 2014; 7(4):473-87.
https://www.Saude.gov.br/saude-de-z/hepatite. Acesso 08:47/29/08/2019