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Ovos X Alimento Seguro

Em nosso dia-a-dia é muito comum recebermos


pedidos de ovos com gema mole, em nossos
restaurantes. Porém, nós da área de alimentação,
temos a responsabilidade de conscientizar e orientar
nossos clientes sobre os perigos deste hábito...

Na aquisição:
Antes da postura, alguns ovos já A principal medida preventiva não adquirir ovos com a
podem estar contaminados com de controle de doenças casca rachada. Caso ocorra,
microorganismos patogênicos do advindas da Salmonella sp é o o ovo deve ser desprezado;
ovário da galinha. Diversas tratamento térmico das
verificar se os ovos estão
ocorrências de DTA’s (doenças preparações, onde sua cocção
estocados em local arejado,
transmitidas por alimentos) são deve atingir no mínimo 74ºC
limpo e fresco, longe de
atribuídas à Salmonella sp, por 5 minutos, garantindo a
fontes de calor;
bactéria veiculada por ovos e morte da bactéria. Este critério
seus produtos crus. é assegurado, inclusive, pelas conferir o prazo de validade.
legislações vigentes.
O ovo de galinha é amplamente
utilizado na forma de consumo De acordo com a Resolução
direto ou na composição de Federal RDC 216/04, os ovos
diversos produtos, podendo ser devem ser consumidos após
veiculador de microorganismos ao cocção, atingindo 74°C em seu
homem, especialmente interior. Na utilização:
Salmonella sp. Conforme a Portaria CVS 06/99,
os ovos podem estar armazenar os ovos de
contaminados com Salmonella acordo com as instruções do
sp, tanto na casca como na fornecedor;
gema. não utilizar ovos com a
casca rachada;
higienizar os ovos antes do
Considerando a possível presença uso, conforme o fluxo
de Salmonella sp na gema do ovo descrito no Manual Básico de
desde sua postura, não é Higiene e Segurança
permitida a utilização de ovo Alimentar: lavar em água
cru como ingrediente em corrente, sanitizar em
diversos produtos (maionese, solução clorada a 100 ppm,
mousse, coberturas de bolo e até utilizar imediatamente;
Existem medidas de controle
mesmo ovos fritos com gema evitar misturar a casca com
que devem ser realizadas na
mole), tendo em vista os o conteúdo do ovo;
indústria. Entretanto, a
inúmeros surtos causados por
qualidade sanitária das quebrar os ovos em
esta bactéria, bem como a
preparações à base de ovos nas recipiente separado, um de
gravidade da doença provocada.
empresas fornecedoras de cada vez;
alimentos, pode ser garantida nunca reutilizar as
com alguns procedimentos. embalagens de ovos, nem
utilizá-las para outras
finalidades.
Salmonella sp
Driblando a recontaminação As Boas Práticas de Manipulação
também são essenciais:

Após todas estas medidas eliminação das bandejas de


preventivas, devemos nos atentar papelão antes dos ovos
à contaminação cruzada, ou adentrarem à área de
seja, à troca de sujidades e/ou preparo;
microrganismos entre superfícies proteção dos alimentos;
diferentes, por contato ou higienização de utensílios,
simplesmente pela proximidade. bancadas e equipamentos
Ela ocorrerá sempre que houver previamente ao uso.
algum descuido, por menor que
Na preparação: pareça.
Para auxiliar na conscientização
não oferecer para
do cliente consumidor, iremos
consumo ovos crus;
Não podemos esquecer que... elaborar, posteriormente, um
não oferecer para cartaz informativo, para
consumo alimentos exposição na área de
preparados onde os atendimento, em local visível.
ovos permaneçam
crus;
nas preparações sem
cocção (cremes,
mousses), utilizar ovos
pasteurizados,
desidratados ou
cozidos;
A CONTAMINAÇÃO CRUZADA É
TRAIÇOEIRA

Alimentos cozidos podem ser Lembramos que a utilização


recontaminados devido à de ovos in natura em
contaminação cruzada. preparações cruas ou a
distribuição de ovos com a
Uma das formas de evitá-la é gema mole é considerada falta
através da organização e da gravíssima.
nas preparações quentes,
limpeza.
os ovos cozidos devem
ser submetidos à fervura Atenciosamente
por 7 minutos, no
mínimo;
ovos fritos, somente com Departamento de Qualidade
a gema dura; Boa Cozinha
omeletes, empanados,
milanesas, bolos, doces e
demais preparações
devem atingir 74ºC no
centro geométrico.

Bibliografia: Manual de controle higiênico-sanitário em alimentos. São Paulo, 1997; Germano, P. M, L. Higiene e
Vigilância Sanitária de Alimentos- São Paulo: Livraria Varela,2001; Elementos de apoio para o sistema APPCC;
Portaria CVS 06/99; Resolução RDC 216/04

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