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Dimensionamento de Blocos Com Cargas Altas PDF
Dimensionamento de Blocos Com Cargas Altas PDF
São Carlos
2011
RESUMO
1. Introdução
A determinação do tipo de fundação utilizado em uma construção depende de diversos
fatores, podemos citar as condições técnicas e econômicas, tipo de solo, as cargas atuantes,
dentre outras. Basicamente com estes parâmetros acima citados o engenheiro pode determinar
o tipo de fundação a ser adotado e em poder de uma sondagem do solo (SPT), é possível
dimensionar a fundação escolhida.
Existem dois tipos de fundações, as fundações diretas ou superficiais e as fundações
profundas, as estacas e tubulões estão no grupo das fundações profundas e sua utilização se dá
quando as camadas mais resistentes do solo são profundas. Quando adotadas,é necessário a
construção de um elemento para transferir a carga atuante até a fundação , este elemento é
chamado de blocos de fundação.
Blocos de fundação são elementos estruturais de concreto armado, que tem a função
de transferir a carga dos pilares em um conjunto de estacas ou tubulões. A NBR 6118:2003
define os blocos de fundação como, “blocos são estruturas de volume usadas para transmitir
às estacas as cargas de fundação”. Figura 1 apresenta um bloco de fundação sobre quatro
estacas.
1.1 JUSTIFICATIVA
Blocos de fundação são elementos estruturais de concreto armado, que tem a função
de transferir a carga dos pilares em um conjunto de estacas ou tubulões. Conhecendo as
dimensões do pilar e a carga vertical que atua neste pilar, tem-se a geometria do bloco a ser
utilizado e também o conjunto de estacas ou tubulões necessários para resistir às ações
atuantes.
Usualmente os pilares em concreto armado possuem seções retangulares e quadradas,
sendo que para essas seções é conhecido o comportamento da carga nos pilares e como o
bloco de fundação a transmite para o conjunto de estacas.
Para atender alguns formatos arquitetônicos é comum em projeto de prédios
residenciais serem necessário criar de pilares com seções diferentes das usuais, por exemplo,
pilares em “L”, aqui denominado de seções compostas. Para o caso de pilares de seção
composta não se tem ao certo o caminhamento da carga em um bloco de fundação para as
estacas.
Finalizando, o tema escolhido é de pouca abordagem na graduação, apesar da grande
importância para os estudos de engenharia de estrutura.
1.2 OBJETIVOS
Além deste capítulo introdutório, este texto é composto por mais 10 capítulos, que são:
Capítulo 2: Revisão bibliográfica sobre o tema;
Capítulo 3: Modelo para análise;
Capítulo 4: Dimensionamento (Modelo I – Tirante Biela);
Capítulo 5: Detalhamento final (Modelo I – Tirante Biela);
Capítulo 6: Dimensionamento (Modelo II – Teoria da Flexão);
Capítulo 7: Detalhamento final (Modelo II – Teoria da Flexão);
Capítulo 8: Resultados;
Capítulo 9: Referencias;
Capítulo 10: Bibliografia;
Capítulo 11: Anexo.
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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Este capítulo apresenta a revisão bibliográfica sobre o tema blocos de fundação sobre
estacas com base em trabalhos anteriores realizados sobre o tema.
Até 1967 os blocos de fundação eram tratados como vigas, a dupla Francesa Blévot &
Frémy (1967) realizaram ensaios em blocos sobre duas, três e quatro totalizando cem blocos
ensaiados com a finalidade de estudar a aplicabilidade da teoria das bielas e sua influência em
diferentes arranjos de armadura.
Para os modelos sobre duas estacas, os blocos ensaiados possuíam largura de 40 cm,
com pilares de 30 cm x 30 cm e inclinação da biela em relação à face inferior do bloco maior
que 40º. A disposição da armadura dos tirantes apresentava dois tipos de arranjos, que estão
apresentados na Figura 2:
Barras lisas com ganchos;
Barras com mossas sem ganchos.
Blévot & Frémy (1967) observaram que antes da ruína dos blocos houve aparecimento
de fissuras, sendo que suas ocorrências se dão pelo esmagamento da biela de concreto junto
ao pilar ou junto à estaca, alguns casos o esmagamento era simultâneo. Observou-se que
ocorreu escorregamento das barras nos modelos armados com barras com mossas ou nervuras,
sem ganchos.
Com relação aos blocos sobre três estacas Blévot & Frémy (1967) utilizaram
diferentes tipos de arranjo de armadura:
Armadura paralela aos lados unindo as estacas;
Armadura em laço contornando as estacas;
Armaduras dispostas nas medianas passando pela projeção do pilar;
Combinação entre as armaduras segundo os lados e medianas;
Armadura em malha.
4
forças de menores intensidades. O modelo “b” apresentou grande fissuração na face inferior
do bloco, mostrando a necessidade de se utilizar armadura secundária em malha. Os
resultados dos modelos ensaiados mostraram-se coerentes com resultados teóricos. A ruína
por punção não foi observada nestes modelos.
Onde:
D é a resultante de compressão na biela junto à estaca
T é a resultante de tração de cálculo no tirante
Rest é a reação na estaca mais carregada
As tensões de compressão nas bielas deve ser verificadas com as seguintes equações:
As tensões de compressão nas bielas deve ser verificadas com as seguintes equações:
Onde:
D é a resultante de compressão na biela junto à estaca
T é a resultante de tração de cálculo no tirante
Rest é a reação na estaca mais carregada
As tensões de compressão nas bielas deve ser verificadas com as seguintes equações:
pele, a armadura de pele é obrigatória para peças com altura de seção maior que 60 cm. Esta
armadura e dada por:
Onde:
n é o número de estacas
P é a força vertical de cálculo
Em síntese, os estudos mais relevantes na área não tratam sobre blocos de fundação
sobre estacas para pilares irregulares, com isso conclui-se que este estudo será de grande
importância para uma possível conciliação dos resultados obtidos com conhecimento atual
sobre o tema.
15
3.1 BLOCO B5
A altura do bloco é dada por h nas tabelas Tabela 3, Tabela 4 e Tabela 5 e é calculada
a - a0
por: h . Adotando-se alturas desde 150,00 cm e 185,00 cm é possível se calcular a
3
tangente do ângulo α, e como consequência o próprio valor de α.
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Nota-se que os blocos quando x=10,00 cm todos os valores de α estão dentro do limite
de blocos rígidos, no caso de x=15,00 cm apenas o blocos de h=150,00 cm não é considerado
rígido, por fim no caso que x=20,00 cm os blocos com h=150,00 cm e h=155 cm não são
considerados rígido.
O valor do N considerado atuando no Bloco B5 é de 7268 kN a partir deste dado é
possível verificar as tensões junto a base do pilar e na cabeça da estacas, estas verificações
serão apresentadas em forma de tabelas, e para calcular estas tensões serão utilizadas as
Nd Nd
seguintes equações c ,biela, P e c ,biela,e . O valor limite
Apilar sen
2
4 Aestaca sen 2
de tensão será de c,lim 1,58 f cd 1,125 f ck . O valor da resistência à compressão do
concreto fck considerado para este projeto é de 35 Mpa.
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Nota-se que para a verificação de tensão na cabeça da estaca não há ruptura para
nenhum caso. Já para verificação da base do pilar quando x=20,00 cm, os blocos com
h=150,00 cm, possuem tensão no pilar maior que a limite
Para o caso do bloco B5 será adotada uma altura de 170,00 cm (1,70 m) e o valor de
x=15,00 cm.
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3.2 BLOCO B9
A partir dos resultados obtidos, confirma-se que a altura adotada de 170,00 cm está
adequada para o bloco.
4. Dimensionamento (Modelo I)
Para o dimensionamento dos blocos B5 e B9 acima modelados será utilizado a teoria
de Tirante-Biela apresentada no capítulo 3, revisão bibliográfica.
4.1 BLOCO B5
Verifica-se que os resultados obtidos pelos dois métodos apresentados acima são
idênticos. Para o dimensionamento será utilizado o valor de 2748,26 kN. Vale ressaltar que
não há possibilidade de ocorrer tração nas estacas sendo assim a armadura de suspensão não
será necessária.
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A inclinação da biela para o caso do bloco B5 é de 47,46º, sendo assim por equilibro
de forças no topo do tubulão obtem-se o seguinte valor para a força de tração:
Esta armadura é chamada de armadura principal de tração, e tal armadura deverá ser
distribuída sobre os tubulões conforme a Figura 22.
4.2 BLOCO B9
Considerando que a carga normal atuante no bloco é transmitida por bielas aos
tubulões e decompondo o pilar em quatro partes como mostrado na Figura 19. Tem-se que a
tensão no pilar é de considerando que
cada tubulão receberá uma parcela desta tensão, correspondente a área do pilar que está mais
próxima, temos que os tubulões T1 e T2 possuem uma carga normal de:
, já no caso dos tubulões T3 e T4 possuem uma carga normal
de
Os momentos Mx e My atuantes no bloco B9 podem aliviar ou aumentar a normal que
cada tubulão recebe, sendo assim para verificar o efeito dos momentos será realizado o
equilibro de forças nas seções A e B apresentados na Figura 20.
Verifica-se que os resultados obtidos pelos dois métodos apresentados acima são
idênticos. Para o dimensionamento será utilizado o valor de 4146,245 kN. Vale ressaltar que
não há possibilidade de ocorrer tração nas estacas, sendo assim a armadura de suspensão não
será necessária.
A inclinação da biela para o caso do bloco B9 é de 81° para T1 e T2, e 66° para T3 e
T4, sendo assim por equilibro de forças no topo do tubulão obtem-se o seguinte valor para a
horizontal esta força Ft possui duas forças equivalentes nas direções x e y que são:
e . A Armadura é dada
por:
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Esta armadura é chamada de armadura principal de tração, e tal armadura devera ser
distribuída sobre os tubulões conforme a Figura 22.
Para T2 e T4:
Para T1 e T3:
Para armadura Horizontal será considerado o valor de Z=3379,00 kN, sendo assim a
armadura será de:
Esta armadura é composta por estribos horizontais e uma armadura complementar para
atingir o valor de armadura obtido (108,80 cm²), tais armaduras são dispostas de acordo com a
Figura 30.
ferro deve-se somar sua dimensão horizontal, dimensão vertical e suas dobras, de um ferro N1
têm-se as seguintes dimensões:
Horizontal – 319 cm
Vertical 2 x 55,00 cm
Curvas – 2 x 16,00 cm
Sendo assim seu comprimento total será de: 319,00 + (2x55,00) + (2x16,00) = 461,00
cm, o mesmo vale para todas as demais posições do bloco B5.
Para facilitar o posicionamento da armadura Horizontal o ferro (N4) é composto por
três partes idênticas que encaixam formando um grande estribo Horizontal. Vale ressaltar que
todas as armaduras estão respeitando os comprimentos de ancoragem calculados no capítulo
de dimensionamento.
A Figura 33 apresenta a armadura superior do Bloco B5, ferros (N5 e N6), tais ferros
também possuem o comprimento variado por conta da geometria do bloco B5, sendo assim
para facilitar sua produção, todos os comprimentos horizontais foram indicados no
detalhamento, observa-se que o comprimento horizontal dos ferros (N5 e N6) é de 130,00 cm,
muito maior que o calculado no capítulo de dimensionamento, que foi de 25,00 cm, isto se
deve ao fato de que a armadura Horizontal (N4) necessita de um ferro para seu apoio. Vista
em planta observa-se que a armadura superior do bloco B5 é formada por uma malha de 20,00
cm.
A armadura Horizontal (N4), deve ser posicionada até a altura das dobras da armadura
inferior, posterior a isto devem-se posicionar as armaduras superiores (N5 e N6), respeitando
o espaçamento de 20,00 cm entre cada ferro, e para finalizar a armação do bloco a armadura
Horizontal (N4) restante deve ser posicionada.
Para exemplificar a tabela serão calculadas todas as suas colunas para o caso do ferro
N1. Por se tratar de um ferro com comprimento horizontal variado cada comprimento
horizontal foi considerado sendo assim o ferro N1, ira possuir o comprimento unitário que
será composto por 15 ferros distintos que possuem seus comprimentos totais de acordo com a
Tabela 11.
Tabela 11: Comprimento unitário do ferro N1
Comprimento
Posição Diâmetro
Unitário
N1 φ 25 mm 461
N1 φ 25 mm 467
N1 φ 25 mm 471
N1 φ 25 mm 476
N1 φ 25 mm 482
N1 φ 25 mm 487
N1 φ 25 mm 492
N1 φ 25 mm 498
N1 φ 25 mm 504
N1 φ 25 mm 498
N1 φ 25 mm 492
N1 φ 25 mm 487
N1 φ 25 mm 482
N1 φ 25 mm 476
N1 φ 25 mm 471
N1 φ 25 mm 467
N1 φ 25 mm 461
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Somando o valor de cada comprimento unitário dos quinze ferros da posição N1 tem-
se:
461+467+471+476+482+487+492+498+504+498+492+487+482+476+471+467+461=8172,
00 cm, como a armação do bloco B5 possui três feixes de ferro N1 este comprimento unitário
deve ser multiplicado por três sendo assim tem-se: 8172 x 3 =24516,00 cm.
O Peso do ferro de 25mm é de 3,93 kgf/m, sendo assim se multiplicar este valor pelo
comprimento total do ferro N1 será obtido seu peso total em kgf, sendo assim tem-se: 3,93 x
245,16 m = 963,4788 kgf. Para formar a ultima coluna da tabela de ferro sempre se acrescenta
10% do valor obtido do peso total de cada posição, assim 850,7664 + (0,10 x 850,7664) =
935,84 kgf. Este procedimento deve ser aplicado a todas as posições de ferro do bloco B5.
Para facilitar a compra por diâmetro de ferro é construído uma tabela com o resumo do
aço por bitola, tal resumo está apresentado na Tabela 12.
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A Armadura principal de tração (N1 e N2), possui todos os ferros com comprimentos
constantes por conta da geometria do bloco sobre quatro tubulões, diferentemente do bloco
B5 apresentado anteriormente, vale ressaltar que para obter o comprimento total de um ferro
deve-se somar sua dimensão horizontal,vertical e suas dobras, para o ferro N1 tem-se as
seguintes dimensões:
Horizontal – 418,00 cm
Vertical 2 x 55,00 cm
Curvas – 2 x 16,00 cm
Sendo assim seu comprimento total será de: 418,00 + (2x55,00) + (2x16,00)= 560,00
cm, o mesmo vale para todas as demais posições do bloco B9. Vale ressaltar que todas as
armaduras estão respeitando os comprimentos de ancoragem calculados no capítulo de
dimensionamento.
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A Figura 35 apresenta a armadura superior do Bloco B5, ferros (N8 e N9), tais ferros
também possuem todos os com comprimentos constantes por conta da geometria do bloco
sobre quatro tubulões, para determinar seus comprimentos totais segue a mesmo
procedimento aplicado para a armadura inferior.
Observa-se que os ferros (N8 e N9) ancoragem de 130,00 cm, muito maior que o
calculado no capítulo de dimensionamento, que foi de 25,00 cm, isto se deve ao fato de que a
armadura horizontal (N5, N6 e N7) necessitar de um ferro para seu apoio. Vista em planta
observa-se que a armadura superior do bloco B9 é formada por uma malha de 20,00 cm.
Comprimento Peso +
Posição Diâmetro Quantidade Peso kgf.
Unitário (cm) Total (cm) 10%
N1 φ 25 mm 33 560 18480 726,264 798,89
N2 φ 25 mm 33 397 13101 514,8693 566,36
N3 φ 20 mm 11 557 6127 151,9496 167,14
N4 φ 20 mm 11 427 4697 116,4856 128,13
N5 φ 12,5 mm 18 838 15084 149,02992 163,93
N6 φ 10 mm 126 478 60228 375,82272 413,40
N7 φ 10 mm 198 347 68706 428,72544 471,60
N8 φ 12,5 mm 14 697 9758 96,40904 106,05
N9 φ 12,5 mm 22 565 12430 122,8084 135,09
Resumo de Aço
Diâmetro Comprimento (m) Peso kgf. Peso + 10%
φ 25 mm 315,81 1241,13 1365,25
φ 20 mm 108,24 268,44 295,28
φ 12,5 mm 372,72 368,25 405,07
φ 10 mm 1289,34 804,55 885,00
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6.1 BLOCO B5
Para o cálculo da armadura necessária, o Dr. Péricles Brasiliense Fusco em seu livro
“Técnicas de armar as estruturas de concreto”, propõe a seguinte equação:
Para o cálculo da armadura necessária, o Dr. Péricles Brasiliense Fusco em seu livro
“Técnicas de armar as estruturas de concreto”, propõe a seguinte equação:
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6.2 BLOCO B9
Para o cálculo da armadura necessária, o Dr. Péricles Brasiliense Fusco em seu livro
“Técnicas de armar as estruturas de concreto”, propõe a seguinte equação:
Para T2 e T4:
Para T1 e T3:
Para armadura Horizontal será considerado o valor de Z=3379,00 kN, sendo assim a
armadura será de:
Esta armadura é composta por estribos horizontais e uma armadura complementar para
atingir o valor de armadura obtido (108,80 cm²), tais armaduras são dispostas de acordo com a
Figura 45.
49
Sendo assim seu comprimento total será de: 312,00 + (2x55,00) + (2x16,00)= 454,00
cm, o mesmo vale para todas as demais posições do bloco B5.
Para facilitar o posicionamento da armadura horizontal o ferro (N3) é composto por
três partes idênticas que encaixam formando um grande estribo Horizontal. Vale ressaltar que
todas as armaduras estão respeitando os comprimentos de ancoragem calculados no capítulo
de dimensionamento.
A Figura 48 apresenta a armadura superior do Bloco B5, ferros (N4 e N5), tais ferros
também possuem o comprimento variado por conta da geometria do bloco B5, sendo assim
para facilitar sua produção todos os comprimentos horizontais foram indicados no
detalhamento, observa-se que o comprimento horizontal dos ferros (N4 e N5) é de 130,00 cm,
muito maior que o calculado no capítulo de dimensionamento, que foi de 25,00 cm, isto se
deve ao fato de que a armadura Horizontal (N3) necessita de um ferro para seu apoio. Vista
em planta observa-se que a armadura superior do bloco B5 é formada por uma malha de 20,00
cm.
Para facilitar a compra por diâmetro de ferro é construído uma tabela com o resumo do
aço por bitola, tal resumo está apresentado na Tabela 16.
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A Armadura principal de tração (N1 e N2), possui todos os ferros com comprimentos
constantes por conta da geometria do bloco sobre quatro tubulões, diferentemente do bloco
B5 apresentado anteriormente, vale ressaltar que para obter o comprimento total de um ferro
deve-se somar sua dimensão horizontal,vertical e suas dobras, para o ferro N1 tem-se as
seguintes dimensões:
Horizontal – 411,00 cm
Vertical 2 x 70,00 cm
Curvas – 2 x 20,00 cm
Sendo assim seu comprimento total será de: 411,00 + (2x70,00) + (2x20,00)= 591,00
cm, o mesmo vale para todas as demais posições do bloco B9. Vale ressaltar que todas as
armaduras estão respeitando os comprimentos de ancoragem calculados no capítulo de
dimensionamento.
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A Figura 50 apresenta a armadura superior do Bloco B9, ferros (N6 e N7), tais ferros
também possuem todos os com comprimentos constantes por conta da geometria do bloco
sobre quatro tubulões, para determinar seus comprimentos totais segue a mesmo
procedimento aplicado para a armadura inferior.
Observa-se que os, ferros (N6 e N7) ancoragem de 130,00 cm, muito maior que o
calculado no capítulo de dimensionamento, que foi de 25,00 cm, isto se deve ao fato de que a
armadura Horizontal (N3, N4 e N5) necessitar de um ferro para seu apoio. Vista em planta
observa-se que a armadura superior do bloco B9 é formada por uma malha de 20,00 cm.
A Figura 51 apresenta as armaduras laterais do bloco B9, tal bloco possui um reforço
na armadura Horizontal, por possuir as inclinações de bielas maiores que 55°. A armadura
(N3) é composta por duas partes idênticas para facilitar seu posicionamento na montagem da
armação. As armaduras (N5 e N6), devem ser posicionadas em nove camadas a cada 10,00
cm.
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Comprimento Peso +
Posição Diâmetro Quantidade Peso kgf.
Unitário (cm) Total (cm) 10%
N1 φ 32 mm 32 591 18912 1180,1088 1298,12
N2 φ 25 mm 35 429 15015 590,0895 649,10
N3 φ 12,5 mm 18 838 15084 149,02992 163,93
N4 φ 10 mm 126 478 60228 375,82272 413,40
N5 φ 10 mm 198 347 68706 428,72544 471,60
N6 φ 12,5 mm 14 697 9758 96,40904 106,05
N7 φ 12,5 mm 22 565 12430 122,8084 135,09
Para facilitar a compra por diâmetro de ferro é construído uma tabela com o resumo do
aço por bitola, tal resumo está apresentado na Tabela 18.
Resumo de Aço
Diâmetro Comprimento (m) Peso kgf. Peso + 10%
φ 32 mm 189,12 1180,11 1298,12
φ 25 mm 150,15 590,09 649,10
φ 12,5 mm 372,72 368,25 405,07
φ 10 mm 1289,34 804,55 885,00
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A Tabela 21 apresenta a porcentagem que cada armadura consiste nos blocos em cada
modelo. Para o bloco B5 no modelo I, nota-se que a armadura principal possui a maior
porcentagem de aço do bloco B5 (68,55%), o mesmo ocorre para o modelo II
(28,12%+40,38% = 68,50%).
Para o bloco B9 no modelo I, nota-se que a armadura de maior porcentagem é a
armadura Horizontal 35,55%, neste caso a armadura principal corresponde a 4,78%+19,19%
= 23,97%, este fato ocorre pela grande inclinação das bielas de compressão.
Para o bloco B9 no modelo II, nota-se que a armadura principal volta a ter maior
porcentagem 40,10%+20,05% =50,15%, este fato deve-se a método de cálculo que
dimensiona a armadura através do momento resultante das reações de apoio dos tubulões.
A Tabela 22 apresenta a taxa de armadura para cada bloco analisado, nota-se que para
o bloco B5 no modelo II o consumo de aço é de 78,81 kgf/m³ que é menor que no modelo I
(94,46 kgf/m³), já para o bloco B9 ocorre o contrario com modelo II obtem-se um consumo de
aço maior que é de 123,30 kgf/m³, enquanto no modelo I este consumo é de 95,46 kgf/m³.
Com os resultados obtidos nos dois blocos analisados pelas duas teorias utilizadas,
pode-se afirmar que a teoria da flexão fornece os valores de armadura principal maiores que o
modelo tirante biela, como as armaduras horizontais e superiores para o bloco B5, são uma
parcela da armadura principal suas armaduras pelo modelo da flexão também são maiores, já
para o bloco B9 foi considerada a uma teoria para o cálculo da armadura horizontal disposta
ao longo de toda altura do bloco, esta teoria foi utilizada para os dois modelos, já para o caso
da armadura superior não foi considerada a parcela da armadura principal obtida na flexão,
por conta do grande valor obtido nesta teoria.
Não foi possível saber com certeza qual dos dois modelos obteve a armadura mais
adequada e mais eficiente para os blocos, os carregamentos de cada bloco podem variar muito
o comportamento do das bielas dentro dos blocos, uma sugestão seria analisar diversos blocos
com um programa de elemento finito, para conhecer corretamente o comportamento das
bielas e dimensionar o bloco mais adequadamente.
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9. REFERÊNCIAS
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.International Journal of Structures, v. 57, n.4, p. 605-622, May 1994.
IYER, P. K.; SAM, C.. 3-D Elastic Analysis of three-pile caps. Engineering Mechanics,
ASCE, v. 117, n.12, p. 2862-2883, Dec 1991.
11. ANEXO
As
h d
força na direção x
b b0
Z x 0,3 N
b
armadura na direção x
Zxd 1,4 Zx
Asx
f yd f yd
força na direção y
a a0
Z y 0,3 N
a
armadura na direção y
Z yd 1,4 Z y
A sy
f yd f yd
Bloco Rígido
NBR6118:2003
planta elevação
a0
a
a - a0
2
Figura 54: Bloco Rígido
Os blocos são considerados Flexíveis quando a condição acima descrita não for
verdadeira. Como já foi escrito neste caso formam-se mais de duas bielas de compressão
sendo assim pode-se utilizar a teoria geral de flexão para placas e vigas, podendo-se
determinar os esforços solicitantes nas seções transversais e dimensionando-se segundo a
NBR 6118.
N/2 N/2
N/2
Fb
A
F Fb F
B c
t
N/2
tirante
B B N/2
tirante N/2
N/2 N/2 a/2
N/2 N/2
a
N/2
Fb
A
F Fb F
B t c
N/2
a0
e como k= sen pode-se escrever
2
Apilar
sen Abiela
P
2
A força atuante na biela no ponto A é encontrada por equilíbrio de forças:
Nd
2 Fb sen N d Fb
2 sen
67
Pilar
a0/2
Nd/2 Nd/2
a0/4 a0/4 a0/4 a00/4
Biela Biela
k
A
Fb Fb
Tensão normal na biela junto ao pilar ( c,biela,P ) - divisão da força na biela pela sua
área:
Fb Nd Nd
c ,biela, P
Abiela 2 sen Abiela
P P
Apilar
2 sen sen
2
Nd
c ,biela, P
Apilar sen 2
Tensão normal na biela junto à estaca ( c,biela,e ) - divisão da força na biela pela sua
área:
Fb Nd Nd
c,biela,e
Abiela 2 sen Abiela 2 sen Aestaca sen
e e
Nd
c ,biela,e
2 Aestaca sen 2
68
Nd/2 Nd/2
a0/4
A
z
F F
B t t
Nd/2 Nd/2
a/2
N d a N d a0 N d a a0
Ft z 0 considerando z=0,9 d Ft 0,9 d
2 2 2 4 2 2 4
e, como Ft As f yd resulta
Nd a a
As 0
2 0,9 d f yd 2 4
Nd a a
As 1 0
3,6 f yd d 2 a
69
N N
P
P
Fb
z E4 z
E1
L E1
K F sy
N/4 K M
N/4 N/4
E3 E2 F sx
N/4 N/4
Fb cos
Fsx Fsy
2 sen
70
N
M
y
z Ei
ri E1
O x
N(i)
r2 N1
E2
E(i-1)
N2
N (i-1)
Figura 60: Funcionamento de um bloco com mais de duas estacas submetido a ação
Normal e Momento
Imaginando um bloco em que se aplica no seu centro (através de um pilar) uma normal
N e um momento M (atuando no eixo y). Pode-se escrever
N M
Pi = ri
n ri 2
Havendo momento nas duas direções a expressão geral da força na estaca é dada por:
N My Mx
Pi = r ryi
n rxi2 yi
xi 2
r
71
De maneira espontânea as armaduras são dispostas nos planos que contem as bielas de
compressão, o que leva uma superposição de armaduras podendo assim complicar a
concretagem do bloco, por isso é recomendado aplicar as armaduras em apenas duas direções
ortogonais entre si.
A apresenta duas seções para o cálculo da armadura pela teoria da flexão, sendo a
quantidade de armadura dada por:
Vale ressaltar que todas as barras da armadura principal deve ter ganchos ou dobras
para garantir a ancoragem perfeita.