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2014
ANÁLISE DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA APLICADA À GALERIAS DE
CONCRETO ARMADO
título de Engenheiro.
Rio de Janeiro
Março de 2014
ANÁLISE DE INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA APLICADA À GALERIAS DE
CONCRETO ARMADO
Examinada por:
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
MARÇO DE 2014
Lourinho Netto, Wilson Rodrigues
iv
Agradecimentos
À minha avó Alcinéia Maria Lourinho por muitas vezes ter me ajudado
financeiramente quando os meus pais não podiam arcar com as despesas de
faculdade.
Aos professores Flávia Moll de Souza Judice e Ricardo Valeriano Alves pela
orientação e dedicação que me deram durante a elaboração deste trabalho,
possibilitando a sua conclusão.
Aos engenheiros Cléber Loureiro (in memoriam), Patrícia Fontes e Kátia Huse;
e também aos demais amigos da Eltec Engenharia Ltda pela convivência saudável,
por todo o aprendizado passado por eles durante o meu estágio e por todo o apoio
moral dado por eles durante este período.
Ao Colégio Tenente Rêgo Barros, em Belém – PA, pelo bom ensino que foi
passado para mim e que me ajudou a concluir o 2º segmento do Ensino Fundamental
e o 1º ano do Ensino Médio.
Ao Colégio Pedro II, pelo bom ensino, fundamental para que eu pudesse
concluir os dois últimos anos do Ensino Médio e me preparasse para a vida
acadêmica.
Aos amigos que conheci na faculdade, por todos os momentos alegres e tristes
que compartilhamos juntos e também por toda a ajuda material que eles me
concederam e que foram fundamentais em várias disciplinas.
v
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte
dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil.
Março / 2014
Galerias (ou bueiros celulares) são obras enterradas sob a infraestrutura de uma via,
cujos objetivos principais são os de escoamento de águas, drenagem de rodovias e
travessia de veículos, pedestres ou até mesmo de animais. A definição dos
carregamentos sobre essa estrutura não é normatizada no Brasil, mas para o caso
específico dos bueiros existe uma metodologia de cálculo usual, definida pelo extinto
Departamento Nacional de Obras de Saneamento (DNOS). No entanto, essa
metodologia não considera a interação solo-estrutura. A fim de se obter resultados que
mais se aproximem da realidade, o presente trabalho tem como objetivo realizar uma
análise estrutural de galerias enterradas de concreto de seções variadas, através da
elaboração de um modelo representativo em elementos finitos considerando de forma
simplificada a deformação do solo através da Hipótese de Winkler. Em cada modelo
foram variados os seguintes parâmetros: a altura de aterro sobre a laje superior, o tipo
de solo, os coeficientes de empuxo (ativo e no repouso) e as dimensões da seção
transversal da galeria (conforme mencionado anteriormente). A partir desta análise,
foram obtidos os momentos fletores, positivos e negativos, na laje inferior da galeria e
também as reações verticais do terreno sobre a laje inferior.
vi
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of
the requirements for the degree of Engineer.
March / 2014
The galleries (or cell culverts) are works buried under the infrastructure of a road,
whose main objectives are the drainage of water, drainage of the road and vehicles,
pedestrians or even animals crossing. The definitions for loads on this structure isn’t
standardized formally in Brazil, but for the specific case of culverts there a methodology
for a usual calculation, defined by the former National Bureau of Sanitation Works
(DNOS). However, this methodology does not consider the soil-structure interaction in
the design of the bending moments. In order to obtain results that are closest to reality,
the present study intends to realize a structural analysis of buried galleries of concrete
to varied sections through the preparation of a representative finite element model
considering a simplified ground deformation by Winkler Hypothesis. In each model the
following parameters were varied: the height of embankment on the top slab, the soil
type, the coefficients of thrust (active and standby) and the dimensions of the cross
section of the culvert (as mentioned above). For the analysis, the bending moment,
positive and negative, on the bottom slab of the culvert and also the vertical reactions
of the ground on the bottom slab were obtained.
vii
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 1
2. ANÁLISE DA INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA.......................................... 5
2.1. COEFICENTE DE REAÇÃO VERTICAL DO SOLO (KV) ............................... 7
2.2. COEFICIENTE DE REAÇÃO HORIZONTAL DO SOLO (KH) ...................... 10
3. INSTRUÇÕES PARA PROJETO ESTRUTURAL DE GALERIAS DE
CONCRETO ARMADO PARA MACRODRENAGEM (DNOS, 1988) ....................... 13
3.1. CARGAS ATUANTES ................................................................................... 13
viii
5.1.2. ARGILAS ...................................................................................................... 89
ix
ÍNDICE DE FIGURAS
x
Figura 31 – Modelo bidimensional. ............................................................................. 39
Figura 32 – Representação das três situações de passagem do caminhão-tipo: ........ 40
Figura 33 – Modelo tridimensional. ............................................................................. 41
Figura 34 – Galeria seção 3,0 m x 2,0 m. ................................................................... 42
Figura 35 – Carga de aterro sobre a estrutura (kN/m)................................................. 43
Figura 36 – Representação da carga móvel sobre a estrutura (kN/m). ....................... 44
Figura 37 – Trem-tipo transversal: vistas longitudinal e transversal. ........................... 45
Figura 38 – Reação transversal devido à carga permanente (kN/m)........................... 46
Figura 39 – Reação longitudinal devido trem-tipo transversal (kN/m). ........................ 48
Figura 40 – Reações transversal e longitudinal devido a trem-tipo transversal (kN/m).
................................................................................................................................... 49
Figura 41 - Representação do empuxo de aterro nas paredes (kN/m). ....................... 51
Figura 42 – Representação do empuxo nas paredes devido ao trem-tipo (kN/m). ...... 52
Figura 43 – Diagrama de momentos fletores da seção da estrutura (kN.m/m). ........... 53
Figura 44 – Diagrama de momentos fletores ao longo da estrutura (kN.m/m)............. 54
Figura 45 – Detalhe da resposta do modelo 3D (kN.m/m). ......................................... 54
Figura 46 – Momento x altura de aterro em areias no modelo bidimensional – empuxos
no repouso e ativo. ..................................................................................................... 55
Figura 47 – Momento x altura de aterro em areias no modelo tridimensional – empuxos
no repouso e ativo. ..................................................................................................... 56
Figura 48 – Comparação dos resultados obtidos nos modelos 2D e 3D – empuxo no
repouso....................................................................................................................... 56
Figura 49 – Comparação dos resultados obtidos nos modelos 2D e 3D – empuxo
ativo. ........................................................................................................................... 57
Figura 50 – Relação entre momentos nos modelos 2D e 3D: empuxo no repouso. .... 57
Figura 51 – Relação entre momentos nos modelos 2D e 3D: empuxo ativo. .............. 58
Figura 52 – Momento x altura de aterro em areia fofa: variação dos coeficientes de
reação vertical. ........................................................................................................... 61
Figura 53 – Momento x altura de aterro em areia medianamente compacta: variação
dos coeficientes de reação vertical. ............................................................................ 62
Figura 54 – Momento x altura de aterro em areia compacta: variação dos coeficientes
de reação vertical. ...................................................................................................... 63
Figura 55 – Comparação de momentos nos três tipos de areia na seção 2 m x 2 m... 64
Figura 56 – Momento x altura de aterro em areia fofa: variação dos coeficientes de
reação vertical. ........................................................................................................... 65
Figura 57 – Momento x altura de aterro em areia medianamente compacta: variação
dos coeficientes de reação vertical. ............................................................................ 66
Figura 58 – Momento x altura de aterro em areia compacta: variação dos coeficientes
de reação vertical. ...................................................................................................... 67
Figura 59 – Comparação de momentos nos três tipos de areia na seção 2,5 m x 2 m.
................................................................................................................................... 68
Figura 60 – Momento x altura de aterro em areia fofa: variação dos coeficientes de
reação vertical. ........................................................................................................... 69
Figura 61 – Momento x altura de aterro em areia medianamente compacta: variação
dos coeficientes de reação vertical. ............................................................................ 70
Figura 62 – Momento x altura de aterro em areia compacta: variação dos coeficientes
de reação vertical. ...................................................................................................... 71
xi
Figura 63 – Comparação de momentos nos três tipos de areia na seção 2,5 m x 2,5 m.
................................................................................................................................... 72
Figura 64 – Momento x altura de aterro em areia fofa: variação dos coeficientes de
reação vertical. ........................................................................................................... 73
Figura 65 – Momento x altura de aterro em areia medianamente compacta: variação
dos coeficientes de reação vertical. ............................................................................ 74
Figura 66 – Momento x altura de aterro em areia compacta: variação dos coeficientes
de reação vertical. ...................................................................................................... 75
Figura 67 – Comparação de momentos nos três tipos de areia na seção 3 m x 2 m... 76
Figura 68 – Momento x altura de aterro em areia fofa: variação dos coeficientes de
reação vertical. ........................................................................................................... 77
Figura 69 – Momento x altura de aterro em areia medianamente compacta: variação
dos coeficientes de reação vertical. ............................................................................ 78
Figura 70 – Momento x altura de aterro em areia compacta: variação dos coeficientes
de reação vertical. ...................................................................................................... 79
Figura 71 – Comparação de momentos nos três tipos de areia na seção 3 m x 2,5 m.
................................................................................................................................... 80
Figura 72 – Momento x altura de aterro em areia fofa: variação dos coeficientes de
reação vertical. ........................................................................................................... 81
Figura 73 – Momento x altura de aterro em areia medianamente compacta: variação
dos coeficientes de reação vertical. ............................................................................ 82
Figura 74 – Momento x altura de aterro em areia compacta: variação dos coeficientes
de reação vertical. ...................................................................................................... 83
Figura 75 – Comparação de momentos nos três tipos de areia na seção 3 m x 3 m... 84
Figura 76 – Curvas momento x altura de aterro em areia fofa para diferentes seções
da galeria. ................................................................................................................... 85
Figura 77 – Curvas momento x altura de aterro em areia medianamente compacta
para diferentes seções da galeria. .............................................................................. 86
Figura 78 – Curvas momento x altura de aterro em areia compacta para diferentes
seções da galeria........................................................................................................ 87
Figura 79 – Resumo dos momentos fletores em areias. ............................................. 88
Figura 80 – Momento x altura de aterro em argila rija: variação dos coeficientes de
reação vertical. ........................................................................................................... 89
Figura 81 – Momento x altura de aterro em argila muito rija: variação dos coeficientes
de reação vertical. ...................................................................................................... 90
Figura 82 – Momento x altura de aterro em argila dura: variação dos coeficientes de
reação vertical. ........................................................................................................... 91
Figura 83 – Comparação de momentos nos três tipos de argila na seção 2 m x 2 m. . 92
Figura 84 – Momento x altura de aterro em argila rija: variação dos coeficientes de
reação vertical. ........................................................................................................... 93
Figura 85 – Momento x altura de aterro em argila muito rija: variação dos coeficientes
de reação vertical. ...................................................................................................... 94
Figura 86 – Momento x altura de aterro em argila dura: variação dos coeficientes de
reação vertical. ........................................................................................................... 95
Figura 87 – Comparação de momentos nos três tipos de argila na seção 2,5 m x 2 m.
................................................................................................................................... 96
Figura 88 – Momento x altura de aterro em argila rija: variação dos coeficientes de
reação vertical. ........................................................................................................... 97
xii
Figura 89 – Momento x altura de aterro em argila muito rija: variação dos coeficientes
de reação vertical. ...................................................................................................... 98
Figura 90 – Momento x altura de aterro em argila dura: variação dos coeficientes de
reação vertical. ........................................................................................................... 99
Figura 91 – Comparação de momentos nos três tipos de argila na seção 2,5 m x 2,5m.
................................................................................................................................. 100
Figura 92 – Momento x altura de aterro em argila rija: variação dos coeficientes de
reação vertical. ......................................................................................................... 101
Figura 93 – Momento x altura de aterro em argila muito rija: variação dos coeficientes
de reação vertical. .................................................................................................... 102
Figura 94 – Momento x altura de aterro em argila dura: variação dos coeficientes de
reação vertical. ......................................................................................................... 103
Figura 95 – Comparação de momentos nos três tipos de argila na seção 3 m x 2 m.
................................................................................................................................. 104
Figura 96 – Momento x altura de aterro em argila rija: variação dos coeficientes de
reação vertical. ......................................................................................................... 105
Figura 97 – Momento x altura de aterro em argila muito rija: variação dos coeficientes
de reação vertical. .................................................................................................... 106
Figura 98 – Momento x altura de aterro em argila dura: variação dos coeficientes de
reação vertical. ......................................................................................................... 107
Figura 99 – Comparação de momentos nos três tipos de argila na seção 3 m x 2,5 m.
................................................................................................................................. 108
Figura 100 – Momento x altura de aterro em argila rija: variação dos coeficientes de
reação vertical. ......................................................................................................... 109
Figura 101 – Momento x altura de aterro em argila muito rija: variação dos coeficientes
de reação vertical. .................................................................................................... 110
Figura 102 – Momento x altura de aterro em argila dura: variação dos coeficientes de
reação vertical. ......................................................................................................... 111
Figura 103 – Comparação de momentos nos três tipos de argila na seção 3 m x 3 m.
................................................................................................................................. 112
Figura 104 – Curvas momento x altura de aterro em argila rija para diferentes seções
da galeria. ................................................................................................................. 113
Figura 105 – Curvas momento x altura de aterro em argila muito rija para diferentes
seções da galeria...................................................................................................... 114
Figura 106 – Curvas momento x altura de aterro em argila dura para diferentes seções
da galeria. ................................................................................................................. 115
Figura 107 – Resumo dos momentos fletores em argilas. ........................................ 116
Figura 108 – Momento x altura de aterro para o modelo tridimensional assentado em
argila. ........................................................................................................................ 117
Figura 109 – Comparação entre os momentos obtidos nas duas análises................ 118
Figura 110 – Relação entre os momentos em areias – Galeria de seção 3,0 m x 2,0 m.
................................................................................................................................. 119
Figura 111 – Relação entre os momentos em argilas – Galeria de seção 3,0 m x 2,0 m.
................................................................................................................................. 120
Figura 112 – Reações na seção transversal afastada das juntas em areias: ............ 125
Figura 113 – Reações na seção transversal afastada das juntas em argilas: ........... 125
Figura 114 – Reações na seção transversal em areias: modelo 3D x DNOS. ........... 126
Figura 115 – Reações na seção transversal em argilas: modelo 3D x DNOS. .......... 126
xiii
Figura 116 – Reações na seção transversal em areias: modelo 3D x DNOS. ........... 127
Figura 117 – Reações na seção transversal em argilas: modelo 3D x DNOS. .......... 127
Figura 118 – Comparação entre os modelos 2D e 3D em areias: trem-tipo em posição
transversal afastada das juntas. ............................................................................... 128
Figura 119 – Comparação entre os modelos 2D e 3D em argilas: trem-tipo em posição
transversal afastada das juntas. ............................................................................... 128
Figura 120 – Variações percentuais em areias para as situações de tráfego ............ 129
Figura 121 – Variações percentuais em argilas para as situações de tráfego ........... 129
Figura 122 – Resumo dos momentos em areia e argila. ........................................... 133
xiv
ÍNDICE DE TABELAS
xv
LISTA DE SÍMBOLOS
Letras minúsculas
l0: projeção das rodas na laje superior à partir do lado menor do retângulo de 2,5m x
3,2m
l2: projeção das rodas na laje superior à partir do lado maior do retângulo de 2,5m x
3,2m
l3: projeção das rodas na laje inferior à partir do lado menor do retângulo de 2,5m x
3,2m
l5 : projeção das rodas na laje inferior à partir das rodas no lado maior do retângulo de
2,5 m x 3,2 m do caminhão-tipo
xvi
ph: pressão horizontal de contato (kN/m²)
p1: sobrecarga uniforme sobre a laje superior quando não se considera tráfego de
veículos sobre a galeria (kN/m²)
p2: carga móvel na região de projeção das rodas do caminhão-tipo sobre a laje
superior (kN/m²)
r2: reação de apoio na laje inferior provocado pela carga móvel desconsiderando o
tráfego de veículos sobre a galeria (kN/m²)
r3: reação de apoio na laje inferior provocado pela carga móvel considerando o tráfego
de veículos sobre a galeria (kN/m²)
t3: empuxo médio, uniformemente distribuído que deve substituir a carga trapezoidal
quando a altura de aterro for maior do que a da galeria (kN/m²)
t4: empuxo devido à carga móvel quando o trem-tipo não passa pela galeria (kN/m²)
t7: empuxo médio devido à carga móvel que deve substituir t5 e t6 quando a altura de
aterro for maior do que a da galeria (kN/m²)
z: profundidade (m)
xvii
Letras maiúsculas
F: força atuante em cada uma das paredes em função da carga móvel (kN)
R5: reação na seção longitudinal, na junta mais afastada do caminhão-tipo, por metro
de galeria (kN/m)
P: soma das cargas nos eixos das rodas, para o trem-tipo Classe 450 (kN)
Letras gregas
xviii
1. INTRODUÇÃO
1
Os bueiros celulares são dispositivos destinados ao transporte do fluxo de
águas pluviais entre dois pontos, que possuem seção celular, quadrada ou retangular,
conforme ilustrado na Figura 3. Esse tipo de bueiro se torna uma solução econômica
quando se tem alturas de aterro entre 4 m e 20 m e seções de vazão de 4 m² a 20 m².
Neste tipo de bueiro podem ocorrer três condições de apoios, que são:
simplesmente apoiado ao longo de uma geratriz, apoiado em berço de concreto ou
apoiado diretamente no solo. A Figura 4 apresenta estes apoios.
2
Os bueiros em arco geralmente são usados para grandes seções de vazão e
grandes alturas de aterro sobre a estrutura, conforme ilustra a Figura 5.
3
Propor famílias de curvas de momentos fletores, fornecendo de uma
maneira bem simplificada e prática um meio para o pré-dimensionamento
de galerias em função do tipo de solo de assentamento, entre outras
variáveis.
O solo foi tratado com base na Hipótese de Winkler, na qual se admite que as
cargas aplicadas em sua superfície geram deslocamentos apenas no seu ponto de
aplicação, ou seja, não se considera o efeito da continuidade do meio. Com isso, fez-
se a representação do solo por meio de um sistema de molas lineares com rigidez
equivalente, formando assim um método simples de se analisar a interação solo-
estrutura.
4
2. ANÁLISE DA INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
5
Modelo do Meio Contínuo: este modelo é uma maneira mais real de
representar o solo, já que permite a avaliação das tensões ao longo do solo
de forma contínua (PORTO, MENDONÇA et al, 2012). Para a modelagem,
o solo é considerado anisotrópico e possui camadas distintas (diferente do
que é proposto na Hipótese de Winkler). Uma das desvantagens no uso
desse modelo está no aumento da imprecisão dos resultados obtidos
conforme se aproxima da borda do maciço de solo. A Figura 7 mostra como
se dá a modelagem do solo através deste método.
6
Figura 8 – Exemplo de curva (p-y) para a modelagem do comportamento não linear do
solo (Fonte: CHRISTIAN, 2012).
𝑝𝑣
𝑘𝑣 =
𝑤 (1)
sendo:
7
Determinação do coeficiente de reação vertical por meio de valores
tabelados
Argilas Rija (104 kN/m³) Muito Rija (104 kN/m³) Dura (104 kN/m³)
Faixa de 1,6 ~ 3,2 3,2 ~6,4 > 6,4
valores
Valor proposto 2,4 4,8 9,6
Areias Fofa (104 kN/m³) Média (104 kN/m³) Compacta
(104 kN/m³)
Faixa de 0,6 ~ 1,9 1,9 ~ 9,6 9,6 ~ 32
valores
Areia acima do 1,3 4,2 16
NA
Areia submersa 0,8 2,6 9,6
8
Tabela 2 – Coeficientes de reação vertical de acordo com MORAES (1976).
9
Determinação do coeficiente de reação vertical por meio de
correlações com as propriedades elásticas do maciço de solo
𝑝ℎ
𝑘ℎ = (2)
𝑣
sendo:
10
O coeficiente de reação horizontal pode ser constante ou variável com o
aumento da profundidade. Sendo assim, ele também pode ser obtido de duas
maneiras, mostradas nas Eq. (3) e (4) (VELLOSO E LOPES, 2011).
𝑘ℎ = 𝑚ℎ . 𝑧
(3)
𝑧
𝑘ℎ = 𝑛ℎ .
𝐵 (4)
𝑛ℎ = 𝑚ℎ . 𝐵 (5)
sendo:
z: profundidade (m);
11
Tabela 3 – Valores típicos para a taxa de crescimento do coeficiente de reação
horizontal válido para areias (TERZAGHI, 1955).
nh (10³ kN/m³)
Compacidade
Acima do NA Abaixo do NA
Areia fofa 2,3 1,5
Areia média 7,1 4,4
Areia Compacta 17,8 11,1
12
3. INSTRUÇÕES PARA PROJETO ESTRUTURAL DE GALERIAS DE
CONCRETO ARMADO PARA MACRODRENAGEM (DNOS, 1988)
a) Peso Próprio
ℎ𝑖 − ℎ𝑓 . 𝑙𝑚 . 𝛾𝑐
𝑞1 = ℎ𝑓 . 𝛾𝑐 + (6)
𝑙1
13
Figura 9 – Seção transversal da galeria.
b) Aterro
O peso de aterro situado sobre a galeria é limitada pelas linhas verticais que a
tangenciam lateralmente, sendo obtido (em kN/m²) através da Eq. (7).
𝑞2 = ℎ1 . 𝛾𝑎𝑡 (7)
𝑞 = 𝑞1 + 𝑞2
(8)
14
3.1.2. CARGA MÓVEL NA LAJE SUPERIOR
Quando for previsto tráfego de veículos sobre a galeria, deve ser adotado o
trem-tipo Classe 450, de peso 450 kN e sobrecarga de 5,0 kN/m², segundo a
recomendação da NBR 7188/13, conforme mostrado na Figura 10.
Para casos em que a altura do aterro for maior ou igual a 5,0 m sobre a laje
superior, a influência do caminhão-tipo pode ser desprezada, adotando-se como carga
móvel apenas a sobrecarga de 5,0 kN/m².
15
O caminhão-tipo deve ser disposto em, pelo menos, duas posições para o
estudo das solicitações: afastado das juntas transversais e próximo a uma das juntas.
Conforme ilustrado nas Figuras 11 e 12, deve-se levar em conta qual a direção
do tráfego (transversal ou longitudinal) será capaz de provocar os maiores esforços
sobre a galeria.
16
O efeito do impacto vertical da carga móvel pode ser determinado através da
expressão fornecida pela NBR 7187, item 7.2.1.2:
𝜑 = 1,4 − 0,007. 𝑙𝑓
(9)
Fator de
Altura de aterro
redução
0 a 0,3 m 1
0,3 a 0,6 m 2/3
0,6 a 0,9 m 1/3
> 0,9 m 0
Figura 13 – Distribuição do peso das rodas do trem-tipo por projeção na laje superior
(Fonte: DNOS, 1988).
17
Portanto, a carga distribuída (por m²) correspondente à projeção das rodas do
caminhão-tipo é definida pela Eq. (10):
Se a altura de aterro for menor que 0,65 m, a carga móvel referente ao veículo-
tipo não será distribuída uniformemente. Nesta situação, levar-se-ão em conta as
cargas concentradas referentes às rodas e as cargas distribuídas recomendadas pela
NBR 7188/13.
A reação na laje inferior é causada pela carga de aterro, pelo peso próprio da
laje superior e das paredes. O peso próprio da laje inferior não é levado em conta nos
cálculos quando esta é a própria fundação da galeria. No entanto, o peso dessa laje
deve ser levado em conta para o cálculo das tensões sobre o terreno de fundação.
𝑟1 = 𝑞1 + 𝑞2 + 𝑔 (11)
O peso devido às duas paredes (g) é dado por (v. Figura 9):
2. 𝑒. ℎ𝑚
𝑔= . 𝛾𝑐 (12)
𝑙1
18
3.1.4. REAÇÕES NA LAJE INFERIOR DEVIDAS À CARGA MÓVEL
Para este caso, o caminhão-tipo deve ser colocado em, pelo menos, duas
posições para o estudo das solicitações, sendo estas mostradas a seguir.
Para o cálculo das solicitações que atuam sobre a seção transversal da galeria,
supõe-se que parte da carga do veículo-tipo atuando sobre laje superior é transmitida
para a inferior, sendo distribuída uniformemente ao longo de um trecho de paredes da
galeria limitada pelas linhas de projeção das rodas do caminhão-tipo, fazendo um
ângulo de 45º com a vertical. O trecho da fundação que for abrangido por essas linhas
também receberá a sobrecarga uniforme de 5,0 kN/m² que ficar sobreposta em seus
limites, juntamente com o caminhão-tipo.
19
Direção transversal de tráfego
20
Tabela 5 – Reação na laje inferior – Trem-tipo transversal (DNOS,1988).
Parcela da carga
Casos Condição atuante na laje Reação na laje inferior (kN/m²)
superior
l0 < l4
l2 > l1 e
l1 < 6,0 m
l0 > l4
l2 < l1 e
l1 < 6,0 m
l0 < l4
l2 < l1 e
l1 > 6,0 m
l0 > l4
sendo:
𝑙0 = 2,5 + 2. ℎ1 (13)
𝑙2 = 3,2 + 2. ℎ1
(14)
𝑙3 = 2,5 + 2. ℎ2 (15)
onde:
l0: projeção das rodas na laje superior à partir do lado menor do retângulo de
2,5m x 3,2m;
l2: projeção das rodas na laje superior à partir do lado maior do retângulo de
2,5m x 3,2m;
l3: projeção das rodas na laje inferior à partir do lado menor do retângulo de
2,5m x 3,2m;
21
As Figuras 15 e 16 mostram a seção transversal da galeria, ilustrando os casos
apresentados na Tabela 5.
22
Direção longitudinal de tráfego
23
Tabela 6 – Reação na laje inferior – Trem-tipo longitudinal (DNOS,1988).
Parcela da carga
Casos Condição atuante na laje Reação na laje inferior (kN/m²)
superior
l2 < l4
l0 > l1 e
l1 < 3,0 m
l2 > l4
l0 > l1 e
l1 > 3,0 m
l2 < l4
l0 < l1 e
l1 > 3,0 m
l2 > l4
𝑙5 = 3,2 + 2. ℎ2 (16)
onde:
l5 : projeção das rodas na laje inferior, em m, à partir das rodas no lado maior
do retângulo de 2,5 m x 3,2 m do caminhão-tipo
24
Figura 18 – Seção transversal da galeria com l0 > l1 e l1 < 3,0 m.
25
b) Posição afastada das juntas: reações na seção longitudinal
𝑅
𝑅3 = (17)
𝑙4
26
c) Posição adjacente a uma junta: reações nas seções transversal e longitudinal
𝑅4
𝑟4 = (18)
𝑙1
27
sendo:
(19)
onde:
r4: reação, por m², na laje inferior, na seção transversal correspondente à junta
adjacente ao caminhão-tipo;
(20)
sendo:
𝑅. (𝑙4 − 6𝑥)
𝑅5 =
𝑙42 (21)
onde:
r5: reação, por m², na seção transversal correspondente à junta mais afastada
do caminhão-tipo;
28
3.1.5. EMPUXOS LATERAIS DEVIDOS AOS ATERROS
29
𝑡1 = 𝑘0 . 𝛾𝑎𝑡 . ℎ1
(22)
𝑡2 = 𝑘0 . 𝛾𝑎𝑡 . ℎ2
(23)
(ℎ1 + ℎ2 )
𝑡3 = 𝑘0 . 𝛾𝑎𝑡 .
2 (24)
onde:
t3: empuxo médio, uniformemente distribuído, por m², que deve substituir a
carga trapezoidal quando a altura de aterro for maior do que a da galeria.
𝑡4 = 𝑘0 . 5
(25)
30
Figura 23 – Empuxo devido à carga uniforme.
31
As Eq. (26) a (28) determinam os valores do empuxo devido à carga móvel.
(𝑡5 + 𝑡6 )
𝑡7 = (28)
2
32
3.2. CASOS DE CARGA
(a) (b)
𝑙1
𝐹= . 𝑟1 + 𝑟2 − 𝑞1 + 𝑞2 + 5 (29)
2
33
𝑙1
𝐹= . [ 𝑟1 + 𝑟3 − 𝑞1 + 𝑞2 + 𝑝2 ] (30)
2
(a) (b)
O valor da força atuante em cada uma das paredes da galeria, quando a carga
móvel é uma sobrecarga uniformemente distribuída (v. Figura 26-a), é dado pela
seguinte expressão:
𝑙1
𝐹= . [ 𝑟1 + 𝑟2 − 𝑞1 + 𝑞2 + 5 ] (31)
2
𝑙1
𝐹= . [ 𝑟1 + 𝑟3 − 𝑞1 + 𝑞2 + 𝑝2 ]
2 (32)
34
3.2.3. CASO DE CARGA 3
(a) (b)
O valor da força atuante em cada uma das paredes, tanto para o caso em que
a carga móvel é uma sobrecarga uniformemente distribuída como para o que é levado
em conta o caminhão-tipo, é dado pela seguinte expressão:
𝑙1 (33)
𝐹= . [𝑟 − 𝑞1 + 𝑞2 ]
2 1
Quando a altura de aterro for maior do que a altura da galeria, t1 e t2 devem ser
substituídos por t3 e t5 e t6 por t7.
35
3.2.4. CASO DE CARGA 4
O valor da força atuante em cada uma das paredes é dado pela expressão:
𝑙1
𝐹= . (𝑟 + 𝑟4 − 𝑞 − 𝑝2 ) (34)
2 1
Para calcular as solicitações que atuam sobre a galeria ao longo da sua seção
longitudinal, levam-se em conta os casos onde o caminhão-tipo está trafegando à
meia distância entre as juntas transversais e estando próximo de uma junta
transversal. Segundo mostram as Figuras 29 e 30.
36
Figura 29 – Carregamento longitudinal na laje inferior quando se tem a passagem do
trem-tipo transversal com posição afastada das juntas para o caso 5.
37
4. MODELAGEM COMPUTACIONAL
38
4.1. MODELO BIDIMENSIONAL
39
4.2. MODELO TRIDIMENSIONAL
40
Figura 33 – Modelo tridimensional.
41
4.3. EXEMPLO NUMÉRICO
0,30m
1,50m
0,15m
0,15m
2,0m
0,15m
3,0m
42
Carga de peso próprio estrutural:
Carga de aterro:
43
Carga móvel:
44
Reação na seção transversal da laje inferior: trem-tipo afastado da junta
(a)
(b)
45
Este valor é composto de duas parcelas: a primeira está relacionada com as
cargas permanentes (peso próprio e aterro), sendo esta obtida através da Eq. (11).
𝑟1 = 𝑞1 + 𝑞2 + 𝑔
sendo g a carga devido ao peso das paredes, sendo calculada pela Eq. (12):
2 × 0,15 × 1,7 × 25
𝑔= = 4,25 𝑘𝑁/𝑚²
3
46
A segunda parcela é referente à carga móvel considerando a hipótese do trem-
tipo estar trafegando transversalmente sobre a galeria, passando em uma posição
afastada da junta de dilatação.
l2 > l1 e l1< 6 m
l0 < l4
onde:
l1 = 3,0 m
l4 = 30 m
3
𝑅 = 450 × = 218 𝑘𝑁
6,2
218 + [3 × 9,5 − 3 ] × 5
𝑟3 = = 11,07 𝑘𝑁/𝑚²
3 × 9,5
onde:
47
Reação na seção longitudinal da laje inferior: trem-tipo afastado da junta
R3
48
Reações na seção transversal e longitudinal da laje inferior: trem-tipo
adjacente à junta
(a)
R4
(b)
49
As reações nas seções transversal e longitudinal são calculadas pelas Eq. (18)
e (19), respectivamente.
26,9
𝑟4 = = 8,97 𝑘𝑁/𝑚²
3
−12,35
𝑟5 = = −4,12 𝑘𝑁/𝑚²
3
50
Empuxo de Aterro:
51
Empuxo da Carga Móvel:
52
4.4. RESPOSTAS DOS MODELOS
53
Figura 44 – Diagrama de momentos fletores ao longo da estrutura (kN.m/m).
54
Os gráficos apresentados nas Figuras 46 e 47 mostram o comportamento dos
momentos fletores na galeria do exemplo em função da altura de aterro (de 1,0 m a
3,0 m com intervalos de 0,50 m), ao serem variados os seguintes parâmetros: o tipo
de areia e os coeficientes de empuxo para os dois tipos de modelos; e as Figuras 48 e
49 mostram a diferença entre os resultados obtidos nos dois tipos de modelagem
(bidimensional e tridimensional).
55
Figura 47 – Momento x altura de aterro em areias no modelo tridimensional – empuxos
no repouso e ativo.
56
Figura 49 – Comparação dos resultados obtidos nos modelos 2D e 3D – empuxo
ativo.
57
Figura 51 – Relação entre momentos nos modelos 2D e 3D: empuxo ativo.
58
5. ANÁLISE DOS RESULTADOS
Também foram obtidos de cada modelo, para o caso da seção 3,0 m x 2,0 m,
as reações verticais, por metro, da laje inferior, para serem comparados e avaliados
com relação aos desvios encontrados entre esses valores com os obtidos através da
metodologia do DNOS, já que esta considera o solo como um apoio rígido, ao
contrário da abordagem de apoios flexíveis proposta por Winkler e adotada neste
trabalho.
59
Tabela 7 – Coeficientes de mola adotados em função do tipo de solo, a partir dos
valores obtidos por TERZAGHI (1955).
0,6
1,9
1,9
Medianamente
Areia
4,2 7,1
compacta
9,6
9,6
Compacta 16 17,8
32
1,6
3,2
3,2
Argila
6,4
6,4
Dura 9,6
9,6
5.1.1. AREIAS
60
Seção 2,0 m x 2,0 m:
30
20 Kv = 0,6 (centro)
10 Kv = 1,3 (centro)
0 Kv = 1,9 (centro)
-10 1 1,5 2 2,5 3 Kv = 0,6 (canto)
-20 Kv = 1,3 (canto)
-30 Kv = 1,9 (canto)
-40
-50
ALTURA DE ATERRO (m)
(a)
30
20 Kv = 0,6 (centro)
10 Kv = 1,3 (centro)
0 Kv = 1,9 (centro)
1 1,5 2 2,5 3 Kv = 0,6 (canto)
-10
-20 Kv = 1,3 (canto)
-30 Kv = 1,9 (canto)
-40
-50
ALTURA DE ATERRO (m)
(b)
61
Areia Medianamente Compacta: Empuxo no Repouso
50
40
MOMENTO FLETOR (kN.m/m)
30
20 Kv = 1,9 (centro)
10 Kv = 4,2 (centro)
0 Kv = 9,6 (centro)
1 1,5 2 2,5 3 Kv = 1,9 (canto)
-10
-20 Kv = 4,2 (canto)
-40
-50
ALTURA DE ATERRO (m)
(a)
30
20 Kv = 1,9 (centro)
10 Kv = 4,2 (centro)
0 Kv = 9,6 (centro)
1 1,5 2 2,5 3 Kv = 1,9 (canto)
-10
-20 Kv = 4,2 (canto)
-30 Kv = 9,6 (canto)
-40
-50
ALTURA DE ATERRO (m)
(b)
62
Areia Compacta: Empuxo no Repouso
50
40
MOMENTO FLETOR (kN.m/m)
30
20 Kv = 9,6 (centro)
10 Kv = 16 (centro)
0 Kv = 32 (centro)
-10 1 1,5 2 2,5 3 Kv = 9,6 (canto)
-20 Kv = 16 (canto)
-30 Kv = 32 (canto)
-40
-50
ALTURA DE ATERRO (m)
(a)
30
20 Kv = 9,6 (centro)
10 Kv = 16 (centro)
0 Kv = 32 (centro)
-10 1 1,5 2 2,5 3 Kv = 9,6 (canto)
-20 Kv = 16 (canto)
-30 Kv = 32 (canto)
-40
-50
ALTURA DE ATERRO (m)
(b)
63
Figura 55 – Comparação de momentos nos três tipos de areia na seção 2 m x 2 m.
64
Seção 2,5 m x 2,0 m:
30
20 Kv = 0,6 (centro)
10 Kv = 1,3 (centro)
0 Kv = 1,9 (centro)
1 1,5 2 2,5 3 Kv = 0,6 (canto)
-10
-20 Kv = 1,3 (canto)
-40
-50
ALTURA DE ATERRO (m)
(a)
30
20 Kv = 0,6 (centro)
10 Kv = 1,3 (centro)
0 Kv = 1,9 (centro)
1 1,5 2 2,5 3 Kv = 0,6 (canto)
-10
-20 Kv = 1,3 (canto)
-40
-50
ALTURA DO ATERRO (m)
(b)
65
Areia Medianamente Compacta: Empuxo no Repouso
50
40
30
MOMENTO FLETOR (kN.m/m)
20
Kv = 1,9 (centro)
10 Kv = 4,2 (centro)
0 Kv = 9,6 (centro)
1 1,5 2 2,5 3 Kv = 1,9 (canto)
-10
Kv = 4,2 (canto)
-20
Kv = 9,6 (canto)
-30
-40
-50
ALTURA DE ATERRO (m)
(a)
40
30
MOMENTO FLETOR (kN.m/m)
20
Kv = 1,9 (centro)
10 Kv = 4,2 (centro)
0 Kv = 9,6 (centro)
1 1,5 2 2,5 3 Kv = 1,9 (canto)
-10
Kv = 4,2 (canto)
-20
Kv = 9,6 (canto)
-30
-40
-50
ALTURA DE ATERRO (m)
(b)
66
Areia Compacta: Empuxo no Repouso
50
40
30
MOMENTO FLETOR (kN.m/m)
20
Kv = 9,6 (centro)
10 Kv = 16 (centro)
0 Kv = 32 (centro)
1 1,5 2 2,5 3 Kv = 9,6 (canto)
-10
Kv = 16 (canto)
-20
Kv = 32 (canto)
-30
-40
-50
ALTURA DE ATERRO (m)
(a)
40
30
MOMENTO FLETOR (kN.m/m)
20
Kv = 9,6 (centro)
10 Kv = 16 (centro)
0 Kv = 32 (centro)
1 1,5 2 2,5 3 Kv = 9,6 (canto)
-10
Kv = 16 (canto)
-20
Kv = 32 (canto)
-30
-40
-50
ALTURA DE ATERRO (m)
(b)
67
Figura 59 – Comparação de momentos nos três tipos de areia na seção 2,5 m x 2 m.
68
Seção 2,5 m x 2,5 m:
(a)
(b)
69
(a)
(b)
70
(a)
(b)
71
Figura 63 – Comparação de momentos nos três tipos de areia na seção 2,5 m x 2,5 m.
72
Seção 3,0 m x 2,0 m
(a)
(b)
73
(a)
(b)
74
(a)
(b)
75
Figura 67 – Comparação de momentos nos três tipos de areia na seção 3 m x 2 m.
76
Seção 3,0 m x 2,5 m
(a)
(b)
77
(a)
(b)
78
(a)
(b)
79
Figura 71 – Comparação de momentos nos três tipos de areia na seção 3 m x 2,5 m.
80
Seção 3,0 m x 3,0 m:
(a)
(b)
81
(a)
(b)
82
(a)
(b)
83
Figura 75 – Comparação de momentos nos três tipos de areia na seção 3 m x 3 m.
84
As Figuras 76 a 78 apresentam, para um mesmo tipo de solo e para um
mesmo coeficiente de empuxo, uma comparação de valores mostrando a diferença
encontrada ao variar as dimensões da seção transversal de uma galeria celular.
(a)
(b)
Figura 76 – Curvas momento x altura de aterro em areia fofa para diferentes seções
da galeria.
85
(a)
(b)
86
(a)
(b)
87
A partir da análise dos gráficos apresentados nas Figuras 52 a 78, podem-se
observar as seguintes situações:
88
5.1.2. ARGILAS
(a)
(b)
89
(a)
(b)
Figura 81 – Momento x altura de aterro em argila muito rija: variação dos coeficientes
de reação vertical.
90
(a)
(b)
91
Figura 83 – Comparação de momentos nos três tipos de argila na seção 2 m x 2 m.
92
Seção 2,5 m x 2,0 m:
(a)
(b)
93
(a)
(b)
Figura 85 – Momento x altura de aterro em argila muito rija: variação dos coeficientes
de reação vertical.
94
(a)
(b)
95
Figura 87 – Comparação de momentos nos três tipos de argila na seção 2,5 m x 2 m.
96
Seção 2,5 m x 2,5 m:
(a)
(b)
97
(a)
(b)
Figura 89 – Momento x altura de aterro em argila muito rija: variação dos coeficientes
de reação vertical.
98
(a)
(b)
99
Figura 91 – Comparação de momentos nos três tipos de argila na seção 2,5 m x 2,5m.
100
Seção 3,0 m x 2,0 m:
(a)
(b)
101
(a)
(b)
Figura 93 – Momento x altura de aterro em argila muito rija: variação dos coeficientes
de reação vertical.
102
(a)
(b)
103
Figura 95 – Comparação de momentos nos três tipos de argila na seção 3 m x 2 m.
104
Seção 3,0 m x 2,5 m:
(a)
(b)
105
(a)
(b)
Figura 97 – Momento x altura de aterro em argila muito rija: variação dos coeficientes
de reação vertical.
106
(a)
(b)
107
Figura 99 – Comparação de momentos nos três tipos de argila na seção 3 m x 2,5 m.
108
Seção 3,0 m x 3,0 m:
(a)
(b)
Figura 100 – Momento x altura de aterro em argila rija: variação dos coeficientes de
reação vertical.
109
(a)
(b)
Figura 101 – Momento x altura de aterro em argila muito rija: variação dos coeficientes
de reação vertical.
110
(a)
(b)
Figura 102 – Momento x altura de aterro em argila dura: variação dos coeficientes de
reação vertical.
111
Figura 103 – Comparação de momentos nos três tipos de argila na seção 3 m x 3 m.
112
As Figuras 104 a 106 a seguir apresentam os gráficos comparando os valores
a fim de mostrar a diferença entre os momentos para cada seção da galeria, para o
caso das argilas.
(a)
(b)
Figura 104 – Curvas momento x altura de aterro em argila rija para diferentes seções
da galeria.
113
(a)
(b)
Figura 105 – Curvas momento x altura de aterro em argila muito rija para diferentes
seções da galeria.
114
(a)
(b)
Figura 106 – Curvas momento x altura de aterro em argila dura para diferentes seções
da galeria.
115
A partir da análise dos gráficos apresentados nas Figuras 80 a 106, podem-se
observar as seguintes situações:
116
5.1.3. MODELO TRIDIMENSIONAL: AREIAS E ARGILAS
117
(a)
(b)
118
A partir dos valores encontrados nesta modelagem, foi elaborado um gráfico
mostrando a relação entre os momentos obtidos nos modelos bidimensional e
tridimensional para o caso da galeria de seção transversal 3,0 m x 2,0 m; sendo
mostrado nas Figuras 110 e 111, para areia e argila, respectivamente.
(a)
(b)
Figura 110 – Relação entre os momentos em areias – Galeria de seção 3,0 m x 2,0 m.
119
(a)
(b)
Figura 111 – Relação entre os momentos em argilas – Galeria de seção 3,0 m x 2,0 m.
120
Pela análise dos gráficos, conclui-se que:
121
Tabela 9 – Reações transversais na laje inferior: DNOS x modelo 2D – argila no
repouso.
122
Tabela 12 – Reações transversais na laje inferior: trem-tipo longitudinal – areia no
repouso.
123
Tabela 15 – Reação transversal: trem-tipo adjacente à junta – argila no repouso.
124
Figura 112 – Reações na seção transversal afastada das juntas em areias:
125
Figura 114 – Reações na seção transversal em areias: modelo 3D x DNOS.
126
Figura 116 – Reações na seção transversal em areias: modelo 3D x DNOS.
127
Figura 118 – Comparação entre os modelos 2D e 3D em areias: trem-tipo em posição
transversal afastada das juntas.
128
Figura 120 – Variações percentuais em areias para as situações de tráfego
do trem-tipo.
129
Pela análise dos resultados das Tabelas 8 a 17, ilustrados nas Figuras 112 a
121, chega-se a conclusão de que os valores das reações verticais na seção
transversal aumentam com a variação da camada de aterro, assim como os desvios
entre os resultados obtidos pelas expressões do DNOS e os encontrados no modelo
tridimensional, sendo os resultados fornecidos pelo programa superiores aos obtidos
pelas expressões do DNOS. No entanto, o mesmo não ocorre para o modelo
bidimensional, onde apesar dos valores das reações aumentarem em função da
camada de aterro, e serem superiores aos propostos pelo DNOS, os desvios em
relação aos resultados do DNOS vão reduzindo à medida que cresce a espessura de
aterro sobre a estrutura.
Também foi verificado que as reações dos solos argilosos sobre a laje inferior
da galeria é ligeiramente maior do que as reações dos solos arenosos; e que os
resultados fornecidos pelo modelo 3D são superiores aos do modelo 2D para alturas
de aterro maiores do que 1,0 m.
130
6. CONCLUSÕES E SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS
131
O valor dos momentos fletores varia em função da rigidez do terreno de
assentamento da estrutura, da seguinte forma: quanto mais rígido o solo,
menor será o momento atuante na laje inferior da galeria e vice-versa;
132
Figura 122 – Resumo dos momentos em areia e argila.
133
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARVALHO, C. S., FROTA, R. G. O., SAES, J. L., et al., 2002, Fundações – Teoria e
Prática. Pini, São Paulo.
PORTO, T. B., SILVA, R. M., 2010, “Study of a structural masonry building with the
analysis of soil-structure interaction”. In: Asociación Argentina de Mecánica
Computacional, Buenos Aires, Argentina.
SOUZA, R. A., REIS, J. H. C., 2008, “Interação solo-estrutura para edifícios sobre
fundações rasas”, Acta Scientiarum. Technology, v. 30, n. 2 (Mar), pp. 161–171.
134