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Jorge de Brito
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Jorge de Brito
Setembro de 1999
ÍNDICE
1. Introdução 1
2. Classificação das técnicas de demolição 4
2.1. Generalidades 4
2.2. Técnicas com recurso a equipamento mecânico 6
2.2.1. Generalidades 6
2.2.2. Demolições por embate, empuxe, tracção ou escavação 7
2.2.2.1. Ferramentas manuais 7
2.2.2.2. Martelos pneumáticos, hidráulicos ou eléctricos 7
2.2.2.3. Demolições por impacto 10
2.2.2.4. Demolições com retro-escavadoras, giratórias ou pá de arrasto e
acessórios 13
2.2.2.5. Demolições por tracção de cabos 19
2.2.2.6. Demolições por derrube ou afundamento 19
2.2.3. Demolições por rebentamento interior 20
2.2.3.1. Cavilhas mecânicas 20
2.2.3.2. Quebrador de cunhas (“Darda”) 21
2.2.3.3. Quebrador de pistões 23
2.2.3.4. Macacos planos 24
2.2.4. Demolições por esmagamento pelo exterior 24
2.3. Processos térmicos 26
2.3.1. Lança térmica 26
2.3.1.1. A oxigénio 26
2.3.1.2. A pólvora 28
2.3.2. Maçarico 29
2.3.2.1. A pólvora 29
2.3.2.2. A plasma 31
2.3.3. Laser 32
2.4. Uso controlado de meios explosivos 33
2.4.1. Explosões 33
2.4.1.1. Mecanismo tipo telescópio 35
2.4.1.2. Mecanismo tipo derrube 35
2.4.1.3. Mecanismo tipo implosão 35
2.4.1.4. Mecanismo tipo colapso sequencial 37
2.4.2. Micro-explosão 37
2.4.3. Expansão 38
2.4.3.1. Expansão lenta com gás 38
2.4.3.2. Expansão súbita com gás 39
2.4.3.3. Expansão com cal viva 39
2.4.3.4. Expansão química 40
2.5. Processos abrasivos 41
2.5.1. Corte diamantado 41
2.5.1.1. Serra com disco 42
2.5.1.2. Serra com fio 44
2.5.1.3. Carotagem 46
2.5.2. Corte com carborundo 47
2.5.3. Jacto de água (hidrodemolição) 47
2.5.4. Jacto de água e areia 49
2.6. Processos eléctricos 50
2.6.1. Aquecimento das armaduras (indução de calor) 50
2.6.2. Electrofractura 50
2.6.3. Aquecimento induzido de um material ferromagnético 51
2.6.4. Arco voltaico 52
2.6.5. Microondas 53
2.7. Processos químicos 53
2.7.1. Ataque químico 54
2.7.2. Ataque electro-químico 55
2.8. Selecção dos métodos a adoptar 55
2.8.1. Em função do tipo de construção 56
2.8.2. Em função de uma caracterização técnico-económica 58
2.8.3. Em função do seu desempenho pseudo-quantitativo 58
2.8.4. Em função da análise da sua adequabilidade 60
2.8.5. Algumas conclusões 61
3. Trabalhos preliminares e posteriores à demolição 66
3.1. Escolha do empreiteiro 66
3.2. Avaliação da situação estrutural 68
3.3. Licenças a obter 69
3.4. Corte de serviços 69
3.5. Montagem de equipamento 70
3.6. Estrutura de contenção de fachada 70
3.7. Remoção de produtos sobrantes 72
3.8. Trabalhos posteriores 73
3.9. Demolições por implosão 73
4. Processos e sequência de demolição 75
4.1. Processos de demolição 75
4.1.1. Demolição elemento a elemento 75
4.1.1.1. Demolição manual 75
4.1.1.2. Demolição por desmantelamento 76
4.1.2. Demolição com controlo reduzido 78
4.1.2.1. Demolição por empuxe 78
4.1.2.2. Demolição por impacto e tracção 79
4.1.2.3. Derrube por tracção de cabos 79
4.1.2.4. Demolição por explosão 80
4.1.3. Demolição sem controlo 81
4.1.3.1. Demolição por impacto 81
4.1.3.2. Colapso deliberado 81
4.2. Sequência de demolição elemento a elemento 82
4.2.1. Demolição de edifícios de alvenaria tradicional 84
4.2.2. Demolição de edifícios de betão armado ou pré-esforçado 90
4.2.2.1. Lajes 91
4.2.2.2. Vigas 93
4.2.2.3. Pilares e paredes 93
5. Segurança durante a demolição 95
5.1. Regulamentação nacional 95
5.2. Medidas gerais de segurança 98
5.2.1. Aspectos relacionados com o pessoal 99
5.2.2. Vestuário de trabalho e equipamento de protecção e segurança 99
5.2.3. Equipamento e materiais de demolição 99
5.2.4. Equipamentos de protecção colectiva 100
5.3. Medidas de segurança específicas de determinadas técnicas 100
5.3.1. Corte de betão 100
5.3.2. Implosão 101
5.4. Escoramento das construções vizinhas 101
6. Bibliografia 103
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Técnicas de demolição de edifícios correntes por Jorge de Brito
1. INTRODUÇÃO
A demolição pode ser definida como o conjunto de trabalhos efectuados para remover uma
estrutura existente e para viabilizar o reaproveitamento do mesmo espaço. Pode ser efectuada,
com carácter global ou parcial, quer em construções com alguns anos de utilização quer em
construções recém-construídas. Os factores que propiciam a demolição das primeiras
incluem:
As construções acabadas de construir poderão ter de ser demolidas pelas seguintes razões:
alteração do projecto;
incompatibilidades entre projectos de diferentes especialidades;
erros / deficiências de projecto e/ou de construção;
acidentes.
Este documento pretende servir de apoio aos alunos do Mestrado Avançado em Construção e
Reabilitação do Instituto Superior Técnico na Cadeira de Construção de Edifícios. Foca o
capítulo dessa mesma cadeira dedicado às técnicas de demolição que, tal como toda a restante
matéria, se restringe fundamentalmente aos edifícios correntes.
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Técnicas de demolição de edifícios correntes por Jorge de Brito
A elaboração deste documento não resultou de investigação específica sobre o tema efectuada
pelo seu Autor mas sim de alguma pesquisa bibliográfica, da consulta dos profissionais do
sector, da organização de um Seminário de Especialização sobre o tema e de monografias
escritas realizadas por alunos do Instituto Superior Técnico, tanto na Licenciatura em
Engenharia Civil como no Mestrado em Construção. Assim, muita da informação nele contida
poderá também ser encontrada nos seguintes textos, que não serão citados ao longo do texto:
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Técnicas de demolição de edifícios correntes por Jorge de Brito
Ana Sampaio, Renata Reis, Nuno Reis e Carlos Graça, “Monografia sobre Demolições”,
Monografia apresentada na Licenciatura em Engenharia Civil, Instituto Superior Técnico,
1999, Lisboa;
Ana Pereira, Carlos Rodrigues e Natércia Trindade, “Processos Não Tradicionais de
Demolição”, Monografia apresentada na Licenciatura em Engenharia Civil, Instituto
Superior Técnico, 1999, Lisboa;
Nuno Vieira, Febin Naguindás, Pedro Margaça e Filipa Melo, “Demolições”, Monografia
apresentada na Licenciatura em Engenharia Civil, Instituto Superior Técnico, 1999,
Lisboa;
Gonçalo Nuno, Ricardo Baptista, Rui Bóia e Ricardo Antunes, “Demolições - Processos
Mecânicos e Térmicos”, Monografia apresentada na Licenciatura em Engenharia Civil,
Instituto Superior Técnico, 1999, Lisboa.
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Técnicas de demolição de edifícios correntes por Jorge de Brito
2.1. GENERALIDADES
O objectivo principal deste capítulo é o de listar e descrever de uma forma muito sucinta as
técnicas de demolição de edifícios correntes disponíveis no mercado, nacional e internacional
e até mesmo ao nível da investigação.
Assim, são aqui descritas técnicas que se englobaram nos seguintes grupos principais (ver
Quadro 1): com recurso a equipamento mecânico, processos térmicos, uso controlado de
meios explosivos, processos abrasivos, eléctricos e químicos. Dentro dos grupos principais,
definiram-se subgrupos e, dentro destes e sempre que se justificava, variantes. Daqui resultou
um número bastante elevado de técnicas que vem demonstrar inequivocamente que esta é
uma indústria na qual se aposta em termos de novas tecnologias.
Por todas estas razões, torna-se difícil encontrar um sistema que se afigure universalmente
consensual. Uma outra dificuldade não negligenciável é o facto de, em diferentes países ou
diferentes meios do mesmo país, haver por vezes alguma confusão em relação à terminologia
a adoptar, o que tem como resultado se correr o risco de descrever como diferenciadas
técnicas que, na realidade, se baseiam no mesmo princípio de funcionamento. Existe também
alguma escassez de bibliografia especializada sobre os temas de carácter intrinsecamente
técnico e, particularmente, no que se refere às demolições.
Quadro 1 [1] - Sistema classificativo das técnicas de demolição
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Decidiu-se portanto aceitar neste documento a classificação proposta pelo Centre Scientifique
et Technique de la Construction, sediado em Bruxelas, patente do relatório “Les Techniques
de Démolition des Ouvrages de Béton” [1] e, a partir da mesma acrescentar as que dela não
constam e que foram entretanto aparecendo. Tratando-se de um relatório de 1982, é
perfeitamente natural que algumas das técnicas aí referidas, algumas das quais ainda em fase
experimental, tenham entretanto caído em desuso ou sido consideradas pouco eficientes do
pontos de vista técnico e/ou comercial. Por outro lado, o documento retrata sobretudo a
realidade do mercado de construção Belga, que não se equivale ao mercado Português,
nomeadamente o actual. Finalmente, as técnicas de demolição referidas neste documento
aplicam-se todas elas ao betão, não sendo referidas aquelas que são exclusivas de estruturas
de outros materiais. Esse não é no entanto um inconveniente, já que a esmagadora maioria dos
edifícios correntes em Portugal susceptíveis de virem a ser demolidos a curto ou médio prazo
são efectivamente estruturas em betão.
Feitas todas estas ressalvas, apresenta-se o Quadro 1, em que são resumidas as técnicas de
demolição susceptíveis de serem aplicadas em edifícios correntes, quer na demolição global
dos mesmos quer em demolições parciais em trabalhos de reabilitação.
2.2.1. Generalidades
A mais antiga técnica de demolição é a que recorria à força braçal associada, a partir de
determinada altura, a equipamento mecânico rudimentar, tratado seguidamente no âmbito das
ferramentas manuais. Não obstante os avanços tecnológicos que permitiram aumentar
exponencialmente o rendimento conseguido neste tipo de operação e diminuir o esforço físico
humano na sua execução, em todas as técnicas de demolição que serão aqui descritas existe,
em maior ou menor grau, a contribuição da demolição com equipamento mecânico,
nomeadamente com as supraditas ferramentas manuais. Por essa razão, elas não deixaram de
ser aqui referidas, não obstante o fraco teor tecnológico que lhes está associado.
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Fig. 2 - Martelos picareta: à esquerda, hidráulico ligado a uma giratória e, à direita, eléctrico,
utilizado na remoção de betão superficial
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Esta técnica consiste em suspender através de cabos uma bola de elevada massa (entre 500 e 4
000 kg) do braço de uma grua convenientemente equipada para o efeito (Fig. 4, à esquerda),
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que é puxada para uma posição elevada através do cabo de reposicionamento (Fig. 4, à
direita) após o que é largada, embatendo com grande impacto no edifício (a bola também
pode ser largada em queda na vertical ou deslocar-se na horizontal acompanhando o braço da
grua). Esta operação é repetida as vezes que for necessário até se conseguir a demolição de
uma parte importante da estrutura, obtendo-se fragmentos de grandes dimensões. A fim de
amortecer os efeitos dinâmicos no cabo de trabalho, pode-se intercalar um pneu entre o
mesmo e a bola (Fig. 4, à direita). O cabo de reposicionamento tem também a função de
agarrar a bola no caso de rotura do cabo de trabalho, pelo que os pontos de união dos dois
cabos à bola devem ser claramente distintos.
Trata-se de uma operação extremamente especializada realizada pelo condutor da grua e que
só deverá ser efectuada dentro de limites claramente definidos para evitar a sobrecarga da
grua e o esforço excessivo da lança do guindaste assim como do terreno. Neste método é
vulgar começar por remover manualmente o telhado e 50% a 75% dos pavimentos antes de se
iniciar o trabalho de demolição com a bola e, depois de esta se iniciar, ninguém deverá ser
autorizado a entrar no edifício. Esta técnica pode ser utilizada em qualquer tipo de estrutura
não muito alta e que não tenha vários metros de espessura em betão. Serve também para
fragmentar estruturas tombadas através de outras técnicas de demolição, para facilitar a
remoção dos escombros.
Apesar de ter como vantagens o facto de ser possante, económica e bastante rápida, esta
técnica tem também como desvantagens as seguintes [1] [3]:
introduz vibrações importantes no terreno (pelo que este deve ser firme) e em eventuais
estruturas em contacto (deve-se deixar 1 m livre);
é potencialmente perigosa para o pessoal quer durante quer depois na fase de remoção dos
escombros, tal como exige algum espaço livre em redor do edifício a demolir ( 6 m) por
se tratar de um processo de desmonte não controlado; a visão do operador é reduzida;
obriga a trabalhos posteriores de fragmentação dos escombros de maiores dimensões;
não é muito eficaz em estruturas de betão fortemente armadas;
origina muita poeira;
é barulhenta;
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Fig. 4 - À esquerda, grua e bola de grande massa e , à direita [1], demolição de um maciço de
grandes dimensões em betão armado (1 - cabo de trabalho; 2 - cabo de reposicionamento; 3 -
bola de grande massa)
Fig. 5 - Pilão montado num veículo próprio (à esquerda [1]) ou numa giratória (à direita)
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Pilão
Nesta técnica, a rotura do betão é feita por impacto e pressão, obtendo-se um elevado grau de
esboroamento do betão que permite a sua separação fácil das armaduras. O aparelho, montado
num veículo automotriz próprio (Fig. 5, à esquerda) ou numa giratória (Fig. 5, à direita),
deixa cair de uma altura entre 1 e 3 m uma massa que pode atingir várias toneladas, a um
ritmo de entre 25 e 120 pancadas por minuto. A técnica, relativamente pouco eficaz para
betão armado, é aplicada sobretudo na demolição de grandes massas de betão simples e em
estradas, de espessura máxima de 90 cm.
Em contrapartida, tem os seguintes inconvenientes [1], para além das limitações acima
apontadas:
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Fig. 6 - Acessórios hidráulicos: da esquerda para a direita, tesoura hidráulica para corte de
armaduras, alicate (power shear) e trituradora, ambos permitindo partir e separar o betão das
armaduras (existem ferramentas multi-uso)
Fig. 7 - Balde (à esquerda) e martelo hidráulico (à direita), ligados a uma giratória (ambos
estes equipamentos são bastante populares em Portugal)
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Fig. 8 - Garras (power grabs) (à direita) acopladas a uma giratória e pá de arrasto (à esquerda)
montada numa retro-escavadora
Fig. 9 - Power grapples (à direita) ligadas a giratórias e pinça para triturar betão (à esquerda)
Fig. 10 [1] - À esquerda, ripper de suporte ajustável (1 - barra porta-utensílios (para um, dois
ou três dentes); 2 - suporte do dente; 3 - dente amovível continuamente afiado pela própria
operação) e, à direita, nibbler standard
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Os equipamentos mais utilizados são: retro-escavadoras (Fig. 11, à esquerda), giratórias (Foto
da capa e Fig. 12 e 13, à direita), pás de arrasto (Fig. 8 e 13a, à direita), bobcats (Fig. 12, à
esquerda) e até robots (Fig. 11, à direita). A sua grande versatilidade (Fig. 13, à esquerda) e a
possibilidade de serem elevados (Fig. 13, à direita) permitem a sua utilização mesmo em
locais pouco acessíveis (Fig. 13a, à esquerda).
Fig. 12 - À esquerda, bobcat equipado com martelo e, à direita, giratória hidráulica munida de
lança telescópica articulada
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A pá de arrasto está vocacionada para um tipo de demolição designada de “por empuxe” (Fig.
13a, à direita). É aplicada quando a altura do edifício ou parte dele não excede 2/3 da altura
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máxima alcançada pela máquina utilizada, devendo esta evoluir sempre sobre um solo
consistente. Na existência de planos inclinados como águas de coberturas que possam deslizar
sobre a máquina, estes devem ser demolidos previamente por outros métodos.
Fig. 14 - À esquerda [7], macaco hidráulico usado na demolição de lajes e, à direita [1],
demolição de um edifício de pequeno porte por tracção de cabos
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O domínio de utilização desta técnica está limitado a estruturas relativamente sãs (ou a troços
dessas mesmas estruturas, tais como nembos entre aberturas de paredes) que, no caso do
betão armado, devem ser pré-enfraquecidas através de rasgos nos elementos resistentes
verticais no piso térreo através dos quais as armaduras são cortadas a maçarico. Em edifícios
de estrutura de alvenaria, não devem ser ultrapassadas alturas da ordem dos 20 m.
Sendo rápida e de custos baixos, esta técnica apresenta no entanto diversas desvantagens [1]:
Estas técnicas, muito pouco correntes e algo obsoletas, consistem em derrubar a construção
que se desconjunta ao embater no terreno (técnica da derrube, também designada por colapso
deliberado) ou é feita desaparecer sob o mesmo (técnica do afundamento). Estes métodos são
perigosos já que a estrutura pode colapsar precocemente e/ou em direcção imprevisível.
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metálicas, são cintadas por cabos que são depois puxados bruscamente. A técnica é
geralmente aplicada a construções de grande esbelteza, tais como chaminés.
As demolições que vão ser de seguida referidas são as que, ainda que recorrendo a
equipamento de carácter mecânico, conseguem a demolição do betão através do seu
rebentamento a partir do interior. O princípio mecânico envolvido é o da cunha que,
introduzida através de uma abertura (furo) previamente efectuada para o efeito, introduz
tensões de tracção no betão, levando à sua fragmentação. A eficácia do processo depende
sobretudo do posicionamento dos furos, da sua profundidade e orientação e ainda da
resistência do betão.
As cavilhas mecânicas funcionam como já referido, podendo ter a forma de cunha (Fig. 15 à
esquerda) que é martelada ou de agulha (Fig. 15 à direita) enfiada à marretada. Com esta últi-
ma, os furos prévios, de 35 a 45 cm de profundidade e diâmetro entre 41 e 44 mm, estão espa-
çados de cerca de 40 cm, permitindo fragmentar o betão em profundidades entre 30 cm e 1 m.
Sendo uma técnica simples e económica, apresenta no entanto as seguintes desvantagens [1]:
ruído elevado;
ausência de controlo preciso da demolição;
a cunha só permite demolir pequenas espessuras de betão.
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relativamente pouca espessa de betão superficial deteriorado ou, pura e simplesmente, tornar
rugosa a sua superfície para colocação de uma camada exterior de material.
Neste equipamento, designado na gíria por “Darda” (Fig. 16), são aplicadas duas contra-
cunhas metálicas num furo previamente executado (Fig. 17). O seu diâmetro é um pouco
maior na ponta interior para direccionar a energia para o interior da peça. Um pistão força a
cunha a afastar as contra-cunhas, desta forma rebentando com o betão por tracção. A energia
é fornecida por um motor pneumático, hidráulico ou diesel que alimenta uma bomba
hidráulica. A pressão é medida através de um manómetro.
Tal como na técnica anterior, a sequência e localização dos furos é fundamental para o êxito
da operação e para a maximização do seu rendimento (Fig. 18).
demolição controlável;
é silencioso, seguro e económico;
não provoca poeira ou vibrações;
boa relação custo / produtividade;
grande eficácia de demolição;
boa adaptação para demolição de grandes volumes de betão;
facilidade de manuseamento do equipamento, sem necessidade de mão-de-obra
especializada;
boa capacidade de adaptação a locais de dimensões exíguas e de difícil acesso;
dispensa a utilização de líquido refrigerante.
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Fig. 17 - Utilização da “Darda”, sendo visíveis os furos prévios que foi necessário efectuar
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Fig. 18 [1] - Sequência de corte de elementos de betão com recurso à “Darda”: à esquerda,
elementos de grandes dimensões e, à direita, de menores dimensões
Neste processo, o betão é separado por blocos através da sua fractura em planos perpendicula-
res ao eixo dos pistões. O aparelho consiste num cilindro equipado com um determinado nú-
mero de pistões hidráulicos radiais (Fig. 19, à esquerda). A força de rebentamento é produzida
por uma bomba a óleo alimentada por um compressor a ar ou, alternativamente, por uma
bomba manual de uma mistura de água e óleo solúvel. São executados furos de secção
circular (entre 80 e 160 mm de diâmetro), sendo a distância entre furos e a sua profundidade
função da qualidade e espessura do betão e da taxa de armaduras. O aparelho é introduzido
nesse furo, havendo o cuidado de tentar uniformizar o nível das pressões introduzidas (Fig.
19, à direita).
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Os macacos planos são utilizados para a demolição de estruturas de uma forma idêntica àquela
em que são utilizados na indústria das rochas ornamentais. Restringe-se a trabalhos auxiliares,
como facilitar o acesso a armaduras para o seu posterior corte com maçarico. Para isso, são
introduzidos em entalhes ou rasgos efectuados previamente, provocando por injecção de óleo
o afastamento dos bordos de betão. Têm rendimentos semelhantes aos conseguidos com
quebradores hidráulicos, podendo ao invés destes ser empregues em elementos de pequena
espessura.
Existe ainda referência [7] a uma técnica, raramente usada hoje em dia por ser pouco segura e
eficaz, em que se recorre a um macaco hidráulico posicionado na vertical que se faz ajustar ao
pé-direito livre das lajes e é instalado numa pequena máquina hidráulica (Fig. 14, à esquerda).
Desde que a base de suporte do macaco tenha resistência suficiente para resistir à carga intro-
duzida pelo macaco (de cima para baixo), a laje de cima irá estar sujeita a uma carga igual mas
de baixo para cima, contrária às cargas de projecto e portanto susceptível de a levar à rotura.
Este sub-capítulo serve para referir um equipamento designado por pinças para trituração do
betão, geralmente utilizado manualmente por dois operadores (Fig. 20) para fragmentar
blocos de betão demasiado grandes para ser removidos para aterro. O equipamento possui um
corpo central maciço, ligado a um grupo hidráulico auxiliar, que tem nas suas extremidades
em forma de U dois veios metálicos de aço especial (pinças) accionados por pressão
hidráulica. O equipamento é intercalado no elemento a demolir e, ao ser accionado, os veios
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é muito versátil;
não provoca ruído, vibração ou poeiras;
dispensa a utilização de líquido refrigerante;
equipamento de simples manutenção;
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Os processos térmicos têm em comum entre si o facto de recorrerem a uma fonte térmica
muito intensa e localizada para aquecer o betão e o aço e provocar assim, através de um
choque térmico, a sua fractura e/ou fragmentação. Diferenciam-se fundamentalmente em
função dos aparelhos utilizados e da respectiva fonte de energia e calor.
2.3.1.1. A oxigénio
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ultra-thermic cutting rod, atinge temperaturas superiores a 20 000 ºC, o que permite maior
rapidez de corte, evitar a criação de escória e ser utilizada debaixo de água.
Fig. 21 [1] - Esquema da organização de um estaleiro de corte com lança térmica: 1 - garrafas
de oxigénio; 2 - manómetro; 3 - tubos flexíveis; 4 - assistente a preparar nova lança térmica;
5 - porta-lança com braço em cruz e munido de válvula; 6 - posto de oxigénio de reserva; 7 -
operador; 8 - lança em utilização; 9 - écran metálico; 10 - placa de asbesto coberta com areia;
11 - escorrimento da escória de combustão; 12 - elemento a cortar; 13 - fagulhas projectadas
Fig. 22 - À esquerda, corte de peça com lança térmica a oxigénio acompanhada de forte
projecção de fagulhas e, à direita, corte com maçarico e a plasma
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prossigam para outros locais. Esta técnica tem vindo a ser utilizada quer para a demolição global
de estruturas quer para realizar aberturas de grandes dimensões e outras tarefas de reabilitação.
A técnica apresenta como vantagens as seguintes [1]:
2.3.1.2. A pólvora
Trata-se de uma técnica intermédia entre a lança térmica a oxigénio e o maçarico a pólvora,
descrito seguidamente, com vantagens e desvantagens também semelhantes. É injectada uma
mistura de pó de ferro e, facultativamente, de alumínio no jacto de oxigénio. A pólvora é
transportada por um jacto de ar comprimido. O porta-lança consiste, por um lado, de um
injector que faz a mistura pólvora - oxigénio e, por outro, de uma mola que garante a abertura
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2.3.2. Maçarico
Para além dos aparelhos apresentados de seguida, que permitem o corte do betão, os
maçaricos do tipo do da Fig. 24, também susceptível de ser usada para soldar aço, são
utilizados no corte das armaduras, em apoio a vários outros métodos anteriormente descritos.
2.3.2.1. A pólvora
Com esta técnica, conseguem-se cortar peças de espessura até 130 cm, ainda que a partir dos
60 cm o consumo se torne muito elevado. O rasgo apresenta uma largura da ordem dos 3 a 4
cm.
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2.3.2.2. A plasma
Em fase de desenvolvimento em 1982, esta técnica consiste em ionizar um gás plasmático (um
plasma é um estado diluído da matéria, semelhante a um gás, constituído por partículas com
carga, iões e electrões, em proporções tais que o meio seja globalmente neutro), normalmente
o azoto, através de um arco eléctrico estabelecido entre dois eléctrodos: o ânodo e o cátodo
(Fig. 25, à esquerda). O ânodo é constituído por um tubo oco de aço e o cátodo por uma lança
a oxigénio modificada. No espaço entre eles, circula um fluxo de hidrogénio, azoto e árgon
que estabiliza o plasma. Os eléctrodos consomem-se permitindo o corte através de um proces-
so semelhante ao da lança térmica a oxigénio (Fig. 22, à direita), ou seja, através de uma acção
tripla (térmica, química e cinética). Existe também uma ferramenta de funcionamento seme-
lhante, o jet flame cutter [7], que emite um fluxo de querosene que é misturada com oxigénio.
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é muito barulhento;
tem um consumo muito rápido dos eléctrodos;
tem um rendimento energético muito baixo e obriga a uma grande potência eléctrica de
alimentação;
provoca fumos e dá origem a escorrimento de escória fundida;
existe o perigo de electrocussão;
torna-se difícil retirar o material fundido que ressolidifica e se aglomera muito rapidamente.
2.3.3. Laser
No entanto, apresentava ainda em 1982 as seguintes desvantagens [1], algumas das quais
foram entretanto ultrapassadas:
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era necessário combinar esta técnica com outras, nomeadamente para o corte das
armaduras;
o raio é invisível e, daí, perigoso, por poder provocar queimaduras;
necessidade de protecções eléctricas e de isolamento do aparelho;
muito onerosa.
As técnicas a seguir descritas têm em comum entre si o facto de serem provocadas por um
processo explosivo, no qual os materiais explosivos (à base de nitroglicerina) são utilizados
de uma forma tão controlada quanto possível, para não danificar pessoas e bens nas
proximidades do local a demolir. Distinguem-se fundamentalmente dois tipos de técnicas: as
explosões no meio ambiente, de carácter global e a uma grande escala e as micro-explosões e
processos de expansão, ocorrendo no interior de elementos e de carácter localizado.
2.4.1. Explosões
As explosões na demolição são processos em que são colocadas cargas explosivas em locais
criteriosamente escolhidos por forma a provocar uma descontinuidade na estrutura principal e
o seu colapso global (Fig. 26). Os escombros daí resultantes poderão ou não ter de ser
posteriormente fragmentados através de outras técnicas antes da sua remoção. O princípio
básico de tais demolições é o de aplicar o mínimo de energia de forma concentrada para
remover e/ou cortar elementos críticos da estrutura.
Esta técnica, não obstante ser económica, rápida e eficaz, tem desvantagens importantes [1]:
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Os quatro mecanismos básicos de colapso de uma estrutura por recurso ao uso controlado de
explosivos dependem fundamentalmente da geometria e resistência da mesma, da envolvente
desta e da sua utilização futura e são [2]:
telescópio;
derrube;
implosão;
colapso progressivo.
O método mais conhecido entre nós é o designado por implosão onde, por meio de
explosivos, se consegue criar uma descontinuidade em determinados pontos da estrutura
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(normalmente pilares), fazendo assim com que esta entre em ruína e que, através do seu peso
próprio, se fragmente o mais possível durante a queda e quando atinge o solo. Neste
mecanismo, o colapso é provocado centralmente fazendo com que a estrutura ceda sobre si
mesma, como se algo a “puxasse” na direcção do seu centro de gravidade.
Como o explosivo não é colocado ao longo da altura de toda a estrutura, espera-se que parte
desta se fragmente apenas no seu contacto com o solo. É o método apropriado para estruturas
de elevado porte (Fig. 28).
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Finalmente, no que respeita ao último tipo de mecanismo básico, este descreve-se como a
“queda sequencial de peças de um jogo de dominó”. Com efeito, este método é normalmente
empregue em edifícios contíguos ou com um grande desenvolvimento em comprimento,
provocando-se um colapso sequencial normalmente do tipo descrito anteriormente (Fig. 29).
2.4.2. Micro-explosão
a técnica é lenta, complexa (em face da escolha da posição dos furos) e só se aplica a
elementos de grandes dimensões e pouco armados;
a demolição não é completamente controlável;
o processo é barulhento, provoca vibrações no terreno e projecção de estilhaços;
a dimensão excessiva dos bocados de betão destacados pode obrigar à sua fragmentação
posterior para facilitar a sua remoção.
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Fig. 30 [1] - Demolição por micro-explosão: à esquerda, as cargas são colocadas em furos (1 -
bucha; 2 - dispositivo de disparo; 3 - detonador; 4 - cartucho; 5 - bloco de betão expulso; 6 -
fissuração); à direita, é disparado um projéctil (1 - fulminante; 2 - carga; 3 - projéctil cónico
ou hemisférico em metal duro; 4 - distância de tiro (2/3 a 1/5 de ); 5 - armadura)
Fig. 31 [1] - À esquerda, equipamento de expansão lenta com gás: 1 - bucha especial de
cauchu; 2 - gás; 3 - dióxido de carbono (pressão de serviço 80 a 120 bars). À direita, tubo
Cardox (expansão súbita com gás): A - cabeça de ignição; B - fuste do tubo; C - cabeça de
descarga; 1 - válvula de enchimento; 2 - ligações eléctricas; 3 - câmara de aquecimento; 4 -
dióxido de carbono líquido; 5 - disco de rotura; 6 - grampo)
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Como vantagens [1], esta técnica apresenta o facto de pouco barulhenta, não introduzir
vibrações significativas, não provocar a projecção de estilhaços e não haver o perigo de o gás
inflamar. Como inconvenientes [1], há que referir os seguintes:
Numa variante à técnica anterior, o tubo Cardox (Fig. 31, à direita) provoca a expansão
brusca (2 a 4 x 10-2 s) de dióxido de carbono a uma pressão muito elevada (200 bars) através
de um furo, introduzindo no betão pressões da ordem dos 120 a 270 MPa que se fractura por
tracção.
Já conhecida desde a Antiguidade, a expansibilidade da cal viva hidratada pode ser utilizada
na demolição do betão. Para tal, realiza-se um furo de entre 35 e 50 mm de diâmetro. O furo
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não deve ser muito pequeno para que o betão fissure, mas também não deve ser demasiado
grande para que a cal não transborde para fora do mesmo. No furo previamente seco, é
introduzido produto (80 % de cal viva, 10 % de areia siliciosa e 10 % de retardador) diluído
com 30 % de água, nunca mais de 10 minutos após a mistura. Nos furos horizontais, haverá
necessidade de os tamponar. Os furos estão espaçados entre si entre 20 e 90 cm, consoante a
resistência do betão e o grau de fragmentação pretendido. O domínio de aplicação desta
técnica inclui os grandes maciços de fundação ou de suporte de terras em betão simples.
Com um princípio de funcionamento que é um meio termo entre a expansão com cal viva e a
micro-expansão, existe uma técnica que consiste na colocação em furos abertos (com entre 40
e 50 cm de diâmetro) em rocha ou betão de um produto, designado comercialmente por
Bristar [6]. Trata-se de um pó de um composto inorgânico produzido a partir de uma
variedade especial de silicato e de um composto orgânico que, misturado com água, endurece,
expande-se e provoca fendilhação no maciço no qual foi introduzido (Fig. 32). As fendas
propagam-se de um furo para os adjacentes, levando a que se solte um bloco de grandes
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Segundo o fabricante [6], o produto é seguro, não provoca ruído, atinge a sua força expansiva
máxima após 24 horas, tem a sus força expansiva (mais de 3 000 t/m2) aumentada com o
diâmetro do furo mas diminuída quando a percentagem de água misturada se afasta muito dos
30 %, para cima ou para baixo.
Nos métodos a seguir descritos, o aspecto comum é o facto de o mecanismo de demolição ser
a abrasão do betão, provocada por um material no estado sólido ou líquido, conduzindo ao
corte daquele em blocos ou à remoção de uma camada superficial do mesmo. Ainda que
alguns deles possam ser utilizados para demolição global, em virtude de serem geralmente
caros, o seu campo de aplicação mais corrente é a remodelação e reabilitação de estruturas.
Os utensílios de corte diamantado são constituídos na sua parte activa por grãos de diamante
industrial retidos numa matriz geralmente metálica. Estas partículas funcionam como um
grande número de utensílios cada um arrancando um pouco de betão. Consoante os trabalhos,
qualidade do betão e dos inertes e densidade das armaduras, haverá que escolher a opção mais
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Este equipamento é constituído por um disco metálico, que pode atingir mais de 1 m de
diâmetro, diamantado na sua periferia e arrefecido a água, que se desloca sobre uma calha de
rolamento (Fig. 33, à esquerda). O motor, eléctrico ou diesel, com grupo hidráulico exterior
de potência variável, imprime tracção para fazer rodar o disco. Existem versões compactas,
mais leves mas de menor potência.
Este equipamento pode ser utilizado em corte de betão armado quer em superfícies
horizontais (Fig. 33, à direita), quer verticais (Fig. 33, à direita), manifestando uma grande
versatilidade: o tamanho do disco pode ser alterado com alguma facilidade e, graças à
denominada “serra de mergulho”, não fica limitado pelo diâmetro do disco. É particularmente
útil na execução de aberturas em superfícies de betão existentes, dando origem a blocos de
betão (Fig. 34), que são posteriormente removidos com a auxílio de uma grua.
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Fig. 33 - Corte de laje , à esquerda, e de muro, à direita, ambos de betão armado com recurso
a serra de disco diamantado
Fig. 34 - Remoção com uma grua de lanço de escada, à esquerda, e de troço de laje, à direita,
ambas de betão armado após corte com serra de disco diamantado
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Esta técnica tem algumas semelhanças com a anterior sendo adequada, grosso modo, para o
mesmo tipo de trabalhos, exigindo no entanto acesso às duas superfícies opostas da peça a
cortar (Fig. 35). O equipamento consiste num grupo electro-hidráulico que transmite
movimento às rodas motrizes, que por sua vez impelem o cabo helicoidal diamantado (com
anéis - “perlinas”) de aço que, por abrasão no betão, realiza o corte (Fig. 36, à esquerda). Para
arrefecer o cabo e arrastar os detritos provenientes do corte, é feita passar água na superfície
de corte.
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Fig. 35 - Esquema de corte com serra de fio diamantado: vertical (à esquerda em perfil) e
horizontal (à direita em planta)
Fig. 36 - À esquerda, elemento de betão fortemente armado cortado com recurso a serra de fio
diamantado e, à direita, aberturas circulares de diversas dimensões susceptíveis de ser
executadas com uma mesma caroteadora
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2.5.1.3. Carotagem
A caroteadora não é mais do que um motor eléctrico que impele um movimento de rotação a
um cilindro metálico oco com uma coroa diamantada na sua extremidade exterior, o qual
corta tarolos de betão necessitando, no entanto, de ser refrigerado com água durante todo o
processo. A execução de um conjunto de furos tangentes permite delimitar um bloco de betão
que é posteriormente removido. Daí que a eficiência deste método aumente com a relação
área a demolir / perímetro da área a demolir.
As vantagens e desvantagens deste sistema têm algumas parecenças com as dos dois sistemas
anteriores. Assim sendo, de entre as primeiras realçam-se:
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automatização (Fig. 38, à direita) fazem com que seja essa a tendência actual, não obstante o
elevado investimento inicial.
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equipamento caro (se se recorre a areia, o custo dos consumíveis passa a ser importante);
corte de peças armadas muito difícil;
lentidão e necessidade de evacuar a água e detritos;
o pessoal (versão não automatizada) deve estar protegido contra a projecção de detritos;
fendas grandes nos elementos a demolir potenciam perdas importantes de rendimento;
necessidade de produzir in-situ uma grande pressão.
Não obstante existam registos da utilização de jacto de areia com ar comprimido e sem água
[1], o alto carácter poluente dessa solução faz com que não seja promissora. Em alternativa, a
junção de areia quartzosa de granulometria de 0.5 a 1.5 mm permite aumentar significativa-
mente o poder abrasivo da hidrodemolição (outros aspectos afectam também o rendimento
desta técnica: diâmetro, orientação e distância da agulheta ao elemento a cortar e velocidade
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do jacto), pelo que se pode tornar interessante mesmo para betão simples. Uma vez que
permite cortar as armaduras de aço, a sua utilização não é recomendável se se pretender
preservar as mesmas, como acontece em certos trabalhos de reabilitação. Pode-se então dizer
que esta técnica é a alternativa à hidrodemolição na demolição de peças de betão armado
(ainda que sem taxas de armadura muito elevadas), mantendo de um modo geral as suas
vantagens e inconvenientes, sendo naturalmente mais cara.
As armaduras no interior do betão são ligadas por soldadura a um circuito de baixa tensão.
Por passagem da corrente, comportam-se como resistências eléctricas e são levadas ao rubro
por efeito de Joule. Pelo contrário, o betão permanece praticamente à temperatura ambiente.
Esta diferença faz com que se perca a aderência entre os varões e o betão por fissuração deste.
A alteração interna do betão, por desidratação do cimento e expansão diferencial entre os
inertes, dá também a sua contribuição para o processo.
2.6.2. Electrofractura
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O betão é submetido a uma corrente de alta frequência (Fig. 39, à esquerda). Torna-se
condutor, aquece no seguimento de perdas dieléctricas no seu interior e fragiliza por
dilatação. Quando este processo de instabilização se completa, o betão é demolido mais
facilmente do que o normal, com recurso a ferramentas mecânicas.
Os eléctrodos são fixos a uma tenaz montada a uma braçadeira ligada a macacos hidráulicos
(Figura 39, à direita). A corrente de alta tensão é enviada durante 2 a 3 minutos enquanto que
a peça é fortemente apertada. A conjugação das duas acções é suficiente para o
desmantelamento do elemento.
Não obstante se trate de um método rápido e silencioso, susceptível mesmo de ser utilizado
para a demolição total de uma pequena estrutura, e de o seu rendimento em termos
energéticos ser elevado, tem também alguns inconvenientes [1]:
Esta técnica não provoca ruídos nem vibrações mas potencia o risco de interferências com as
redes de televisão ou de outras telecomunicações.
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O betão é cortado graças à temperatura elevada produzida por uma descarga de arco voltaico
realizado entre dois eléctrodos de grafite, atingindo temperaturas entre 4 000 e 8 000 ºC.
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Apesar de ser eficaz no corte de superfícies irregulares e de praticamente não produzir ruído,
vibrações ou poeiras, o método apresenta algumas desvantagens [8]:
2.6.5. Microondas
A técnica apresenta vantagens, tais como a sua grande rapidez, a ausência de ruído, fumos,
vibrações, projecção de detritos e interferência com as redes de telecomunicações, mas
também alguns inconvenientes no estágio de desenvolvimento em que se encontrava em 1982
[1]:
Nestas técnicas, procura-se tirar partido das reacções químicas a que os componentes do betão
poderão estar sujeitos quando em contacto com determinadas substâncias, reacções que
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deterioram esse mesmo betão. No entanto, a sua competitividade não é grande, sobretudo em
face da lentidão de processos, pelo que pouco mais são do que projectos de investigação.
Uma vez que o betão é um meio alcalino, pode facilmente ser deteriorado pelos ácidos. No
entanto, de acordo com [1] (1982), não existia qualquer produto químico suficientemente
eficaz sob este ponto de vista para vencer a baixa permeabilidade das argamassas de betão e a
fraca capacidade de dispersão da solução ácida na matriz de argamassa.
Vapor de
Água água detrito
microondas
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Nesta técnica, banha-se a superfície do betão com uma solução salina corrosiva (cloreto de
sódio ou de potássio) e aplica-se às armaduras uma corrente eléctrica contínua (Fig. 42),
acelerando assim o processo de corrosão daquelas, em que funcionam como ânodo. Ao fim de
cerca de 3 horas, os produtos da corrosão, bastante mais volumosos do que o aço de que
originaram, provocam o descasque do betão de recobrimento por tracção do mesmo.
A selecção do método de demolição a adoptar em face de cada caso específico é uma das
chaves do sucesso neste tipo de operação. Sem se pretender ser exaustivo, é preciso ter em
conta os seguintes factores: tipo de estrutura e restantes materiais não estruturais, localização
do edifício (meio urbano ou rural), distância e tipo de ocupação dos edifícios vizinhos, altura
do edifício a demolir, tipo de terreno, prazo de execução, regulamentos municipais,
localização das redes de infraestruturas, limitação de custos, equipamento disponível, etc..
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Uma vez que não é o objectivo fundamental deste sub-capítulo abordar este tema, não foi
levada a cabo uma investigação minimamente fundamentada que permita apresentar aqui
regras ou orientações sobre como seleccionar o método de demolição para cada caso
particular. No entanto, teve-se acesso a três estudos académicos que comparam um número
muito limitado de técnicas, no primeiro caso segundo o prisma do tipo de construção, no
segundo, em função de uma caracterização técnico-económica e, no terceiro, em função do
seu desempenho pseudo-quantitativo. Posteriormente, teve-se acesso a um quarto estudo ,
bastante mais completo, em que as técnicas foram comparadas através da análise da sua
adequabilidade. A título informativo, apresenta-se de seguida esses mesmos estudos.
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demolição (bola de grande massa) e demolição por outros meios mecânicos, excluindo a
tracção com cabos. A indicação de um método particular não exclui o uso de outros métodos.
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SISTEMA A B C D E
Largura do corte I II _ _ _
Neste quadro, à medida que se vai da classificação I para a IIII, a característica referida na
linha respectiva torna-se mais acentuada. Assim, verifica-se que as pinças não serão em geral
competitivas no corte do betão, o mesmo se passando com a broca caroteadora. Os restantes
equipamentos são muito promissores, sendo que, no cômputo geral, as serras de fio ou disco
diamantados poderão vir a ganhar uma grande preponderância no mercado futuro das
demolições localizadas.
Cada técnica é avaliada em relação às seguintes características (os valores entre parêntesis
correspondem ao peso arbitrado de acordo com a sensibilidade do autor para a importância de
cada uma dessas características, sendo que o somatório desses pesos é igual à unidade; os
pesos poderão variar consoante as condições específicas do local): ruído (0.07), vibrações
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(0.09), calor (0.07), fogo (0.10), água (0.04), poeiras (0.06), fumo (0.07), projecções (0.10),
medidas de protecção (0.07), riscos para o trabalhador (0.12), velocidade de execução (0.10) e
custos (0.11). A avaliação consiste na atribuição de um número inteiro: 5 (muito
desfavorável), 4 (desfavorável), 3 (pouco desfavorável), 2 (pouco favorável), 1 (favorável) e 0
(muito favorável). O somatório dos produtos dos pesos pelas avaliações de cada característica
fornece um valor quantitativo decimal que é o desempenho da técnica para o local em
questão. Quanto menor for o valor, melhor o desempenho da técnica. A título de curiosidade,
apresenta-se de seguida os Quadros 4 e 5 com os resultados deste estudo.
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Verifica-se, de acordo com o autor do estudo, que os métodos com melhor desempenho são a
expansão a plasma e o corte a laser e os de pior desempenho a lança térmica e uma sua
variante, o fuel-óleo, resultados algo surpreendentes e polémicos.
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Apesar do que foi referido acima, poder-se-ão retirar algumas conclusões da prática corrente
no que se refere à selecção do método de demolição (do tipo global) a adoptar. Assim, em
construções antigas (anteriores ao betão armado), que constituem em Portugal ainda uma
parte significativa do total de edifícios demolidos, a técnica mais adequada é a com recurso a
equipamento mecânico (desde ferramentas manuais a, sempre que possível, equipamento
pesado com lanças articuladas, passando pelos martelos), elemento a elemento e com grande
incidência de mão-de-obra. Isto explica-se pela relativa pequena resistência mecânica das
construções, pela grande variedade de materiais nela contidos e pela possibilidade de
reaproveitar esses mesmos materiais. Em construções relativamente baixas e se houver
bastante espaço livra à volta, as opções da tracção de cabos e da bola de grande massa são
também possíveis, ainda que esta última praticamente não seja utilizada em Portugal. Em
construções térreas e no rés-do-chão de edifícios multi-pisos, o recurso à pá de arrasto é
possível, se a estrutura for pouco resistente, embora a giratória equipada com balde seja mais
manobrável e segura e permita maior alcance e altura.
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Frequência de
resistentes (2)
Vigas, pilares
Tamanho dos
utilização (3)
Método de Princípio Maquinaria
Em centros
demolidos.
Demolição
Demolição
construção
Fundações
parcial (2)
materiais
Trabalho
demolição de funcio- acessória
total (2)
urbanos
Tipo de
paredes
prévio
Lajes,
namento
(1)
(2)
(2)
Martelo Corte do materi- Compressor de N Pequeno B.A., A A A A _ Elevada C
manual al por ar ou bomba B., A.
impacto hidráu.
Martelo de repetido Máquina de N Pequeno B.A., A A A A A Elevada C
grande porte rodas ou B., A.
lagartas
Bola de Impacto Máquina de la- N Grande B.A., A A NA NA A Baixa R(Japão)
grande massa repetido da bola gartas B., A. C(EC)
Martelo Corte do materi- Máquina de N Médio B.A., A A _ A A Elevada C
hidráulico al por impacto rodas ou B., A.
repetido lagartas
Macaco Êmbolos de aço Bomba de pres- S Grande B., A. AR AR A A AR Elevada SE
hidráulico que fracturam o são e máquina
material por de lagartas
pressão
hidráulica
Nibbler Aplicação de Escavadora hi- N Médio B.A., AR A NA A NA Elevada R
momento e dráulica de B. NA NA
fractura do lagartas
material por
flexão
Trituradora de Fractura por Máquina de la- N Pequeno B.A., A A _ A A Elevada C
maxilas pressão gartas B., A.
hidráulica nas
maxilas
Alicate de Esmagamento e Máquina de la- N Pequeno B.A., A A _ A A Elevada C
maxilas corte gartas B., A.
Pá de arrasto Por empuxe ou Máquina de la- N Pequeno B., A. A A NA NA A Média C
tracção gartas
Derrube Derrube da es- S Grande B.A., A NA NA A NA Média C
trutura B., A. A
Serra com Corte por abra- Máquina com N Grande B.A., A A _ A AR Elevada SE
disco são com disco movimento de B., A.
diamantado diamantado rotação
Serra com fio Corte por abra- Máquina com N Grande B.A., A AR A A AR Elevada SE
diamantado são com fio dia- movimento de B., A.
mantado rotação
Lança térmica Fusão por aque- Tanque de oxi- S Grande B.A., A A _ A _ Elevada SE
cimento génio e lança de B., A.
metal
Jacto de Fusão por Tanque de que- N Grande B.A., A A AR A AR Zonas SE
chamas chama rosene e de oxi- B., A. pouco
génio ruído
Aquecimento Descasque do Transformador e S Grande B.A. A A AR A NA Elevada SE
eléctrico dos betão por amplificador de
varões de aço aquecimento frequência
dos varões de
aço
Raio laser Laser de Célula óptica N Médio B.A., A A A A NA Baixa SE
dióxido de S
carbono
Arco voltaico Fusão do betão Máquina de sol- N Pequeno B.A. A A A A NA Baixa SE
por arco dar e dois elé-
voltaico ctrodos
Maçarico Corte por calor Mangueira N Médio B.A., A A A A NA Elevada SE
S
Microondas Aquecimento do Magnetron e N Pequeno B.A., A A A A NA Em desen- Em desen-
betão com guia de ondas B., A. volviment volviment
microondas o o
Notas:
(1) B.A. - Betão armado (2) A - Aplicável (3) C - Comum
B. - Betão simples NA - Não aplicável SE - Situações especiais
A. - Alvenaria AR - Aplicável c/ restrições R - Raro
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Risco para o
Método de
Rapidez de
Projecção
Protecção
ambiental
execução
Vibração
operário
demolição
Observações
Ruído
Custo
Fumo
Martelo 4 1 Pó
Pó 3 0 3 5 5 2 Protecção das vias respiratórias,
manual olhos, ouvidos e mãos. Necessidade
de plataforma de trabalho.
Martelo de 5 4 Pó 4 1 4 3 3 3 Painéis de isolamento ao ruído e ao
grande porte pó devem ser providenciados se tal
se justifique. Necessidade de uma
superfície de trabalho rígida.
Bola de 4 5 Pó 5 4 5 5 1 1 Proibida a entrada na área da estru-
grande massa tura a demolir. Não permitir que a
máquina tombe.
Martelo 3 4 Pó 3 3 4 4 2 4 Precaução na queda de materiais.
hidráulico
Macaco 2 0 Pó 2 0 2 1 4 4 Ruído e pó gerados apenas no
hidráulico tempo de perfuração
Nibbler 2 1 Pó 2 1 1 2 3 4 Necessidade de plataforma de traba-
lho rígida.
Trituradora de 2 2 Pó 3 2 4 3 2 4 Precaução na queda de materiais.
maxilas
Alicate de 2 2 Pó 3 2 4 3 2 4 Precaução na queda de materiais.
maxilas
Pá de arrasto 4 4 Pó 4 3 4 3 2 4 Necessidade de uma superfície de
trabalho rígida.
Derrube 4 5 Pó 5 5 5 4 1 2 Necessidade de protecção na direc-
ção oposta à do derrube.
Necessidade de protecção dos
serviços subterrâneos.
Serra com 4 1 _ 0 3 3 5 5 Necessidade de uma grua para sus-
disco tentar os materiais cortados.
diamantado Necessidade de uma superfície de
trabalho rígida.
Serra com fio 4 2 _ 0 3 3 5 5 Necessidade de uma grua para sus-
diamantado tentar os materiais cortados. Neces-
sidade de uma superfície de
trabalho rígida. Necessidade de
protecção no caso de a serra
resvalar.
Lança térmica 1 0 Fumo 4 Fogo 4 2 3 5 5 Necessidade de sistema de
prevenção de fumo e fogo.
Jacto de 5 0 Fumo 3 Fogo 5 4 4 4 4 Necessidade de sistema de
chamas prevenção de fumo e fogo. Não é
aplicável em centros urbanos devido
ao elevado nível de ruído.
Aquecimento 2 1 _ Calor 3 2 2 5 5 Ruído e pó gerados aquando da ex-
eléctrico dos posição dos varões de aço ou da re-
varões de aço moção de material. Fora deste
período de tempo não há ruído nem
vibração.
Raio laser 1 1 Fumo 1 _ 2 3 3 5 A temperatura do feixe ronda os 10
000ºC. Aplicável à maior parte de
materiais metálicos e não metálicos.
Arco voltaico 1 1 Fumo 3 Calor 3 2 3 4 5 Eficaz para o corte de superfícies ir-
regulares.
Maçarico 1 1 Fumo 4 Calor 4 4 5 4 5 Elevado risco para o operário.
Microondas 3 0 _ Calor 1 4 4 4 5 Necessidade de sistema de anti-
fuga. Prevenção de interferência
com TV e outras facilidades de
comunicação.
Nota:
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Técnicas de demolição de edifícios correntes por Jorge de Brito
(4) Em ordem crescente, varia de favorável a menos favorável para o item em questão.
Em construções com estrutura de betão armado, mais resistentes que as anteriores, a melhor
técnica continua a ser a com recurso a equipamento mecânico, ainda que mais potente que
para o caso anterior. Em face da envergadura das lanças telescópicas disponíveis e da maior
ou menor capacidade de colocar alguns equipamentos (do tipo bobcat) no topo da estrutura, a
demolição dos pisos superiores poderá ter de ser elemento a elemento com equipamento
manual. Em edifícios altos e se houver muito espaço à volta, o recurso ao uso controlado de
explosivos torna-se bastante interessante. Só em edifícios muito pequenos e com fraca
estrutura se tornam competitivas técnicas como a pá de arrasto ou a bola de grande massa. Em
demolições localizadas e muito constrangidas pela envolvente, o recurso ao corte diamantado,
à hidrodemolição e aos processos térmicos é inevitável, não obstante os elevados custos
envolvidos. As restantes técnicas não têm grande tradição de aplicação, nem mesmo fora de
Portugal, não são competitivas e apenas permitem trabalhos muito localizados.
Um outro aspecto que tenderá a assumir cada vez maior importância, não só na selecção do
método de demolição a adoptar em particular mas em todo o processo construtivo em geral, é
a questão da reciclagem dos materiais da construção (Fig. 43). De facto, por razões
ambientais (proliferação dos depósitos de entulho) e económicas (encarecimento progressivo
dos inertes naturais cada vez mais raros), torna-se fundamental planear todas as operações no
sentido de reaproveitar não só os inertes do betão mas também outros materiais já trabalhados
(cantarias, madeiras exóticas, elementos decorativos, etc.). A maior fonte destes produtos é a
indústria da demolição ainda que em Portugal, como já anteriormente referido, a demolição
de estruturas de betão não tenha ainda a importância relativa que já assumiu noutros países.
Por todas estas razões, há cada vez mais pressão para que se recorra à chamada demolição
selectiva, com a máxima selecção e separação dos materiais durante a própria demolição. As
consequências práticas desta questão são duas: uma garantia de que a demolição elemento a
elemento será sempre necessária, ainda que mais lenta e, nalguns casos, mais onerosa; os
métodos de demolição de carácter mais global, rápido e (aparentemente) eficiente, tais como
o uso controlado de explosivos, a bola de grande massa, a pá de arrasto e a tracção de cabos,
perderão importância e terão sempre de ser complementares a outros do tipo anteriormente
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Tal como os restantes trabalhos na área da construção, as demolições devem ser precedidas de
um planeamento e preparação adequados e encerradas com um conjunto de tarefas e recolha
de ensinamentos antes da recepção. A especificidade das demolições resulta
fundamentalmente do facto de se tratar porventura da fase do processo construtivo associada a
maiores perigos, tanto para os operários como para os transeuntes. Daí que os trabalhos
preliminares e posteriores às demolições sejam objecto aqui de uma descrição específica.
A escolha da empresa responsável pela demolição deve ser feita através de um concurso, cujo
processo é preparado pelo Dono da obra, por uma entidade individual ou colectiva indicada
por este ou pela empresa encarregue da construção do novo edifício. Isto não impede que, em
muitas situações, o acerto se faça por ajuste directo. Tal como nos concursos para construção,
do processo de concurso devem constar uma carta convite, o programa de concurso, o caderno
de encargos e os projectos do edifício existente (sempre que esteja disponível) e do novo.
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O presente plano refere-se à demolição do prédio de Rés-do-chão e 3 andares, situado na Avenida Visconde
Valmor, n.º __, na freguesia de Nossa Senhora de Fátima, em Lisboa, propriedade da firma ____.
O prédio é confinante com a empena lateral esquerda do prédio n.º __, de 3º andar, de construção antiga, que
será demolido simultaneamente com este prédio é confinante com a empena lateral direita do prédio n.º __, de 2º
andar, também de construção antiga.
Os prédios a demolir de construção antiga, são da mesma época, dos anos 30, são constituídos por paredes
exteriores em alvenaria de pedra e paredes interiores em alvenaria de tijolo, com pavimentos em madeira e a
cobertura em telha, com estrutura em madeira.
Esta demolição, que se efectua simultaneamente com o n.º __, como se referiu anteriormente, diz respeito à
construção de um edifício de escritórios, cujo projecto de construção constitui o Processo N.º ____/0B/90, já
deferido.
Se, no decurso dos trabalhos, forem detectadas situações que possam concorrer para alterar a estabilidade dos
prédios contíguos, para além das disposições de segurança previstas, serão estudados e adoptados sistemas de
reforço complementar que as circunstâncias o aconselhem e de acordo com a Ex.ma Fiscalização Camarária.
Julga-se assim, assegurar, que os trabalhos de demolição se irão executar em boas condições de segurança, pelo
que, se solicita a aprovação do presente plano de demolição.
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Técnicas de demolição de edifícios correntes por Jorge de Brito
Tratando-se, como foi referido, de uma operação de risco acrescido, deverá ser feita uma
vistoria às construções e outras infraestruturas (por exemplo, jardins) vizinhas. Estas devem
ser visitadas, recolhidas fotos (e vídeo), colados alvos para controlo topográfico e selos
(testemunhos) para controlo de fendilhação. Sobretudo tratando-se de edifícios de alvenaria
tradicional, o estado das paredes, das divisões, das lajes e, principalmente, das fachadas, deve
ser inspeccionado. Sempre que necessário, serão feitos escoramentos (prumos em madeira ou
metálicos com molduras a servir de travessas). As situações de ruína eminente devem ser
identificadas imediatamente e tomadas as medidas necessárias para as colmatar ou mesmo
consumar antes do início dos trabalhos. A existência de materiais potencialmente explosivos,
inflamáveis ou tóxicos em depósitos, caves, canalizações ou poços próximos deve ser
registada.
Deve ser preparado um relatório pormenorizado destas vistorias, documentado por registos
escritos e fotográficos, que permitirão a comparação com o estado das construções após a
conclusão dos trabalhos de demolição. Recorda-se que o empreiteiro encarregue da demolição
será responsabilizado por quaisquer estragos imputáveis a essa mesma operação, pelo que
estas vistorias e relatório são do seu máximo interesse. Refira-se ainda que os prejuízos
poderão não ter apenas uma índole estrutural, mas serem resultantes das vibrações, pó e ruído
gerados em pessoas e bens.
O edifício a ser demolido deve ser objecto de uma vistoria particularmente minuciosa para
avaliar a sua estabilidade e resistência estruturais. Para além dos aspectos registados
relativamente às construções vizinhas, devem ser alvo de atenção todas as situações
potencialmente perigosas no decorrer dos trabalhos: estruturas ou cargas em balanço,
elementos frágeis, ligações a ameaçar ruína, zonas degradadas, etc..
Sempre que possível, a vistoria deve ser precedida do estudo dos projectos de arquitectura,
estabilidade e instalações especiais e das telas finais, assim como de quaisquer alterações
documentadas entretanto efectuadas no edifício. Para tal, poderá ser necessário recorrer aos
arquivos camarários. Caso contrário, esse reconhecimento será feito através de sondagens,
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Técnicas de demolição de edifícios correntes por Jorge de Brito
medições e por comparação com as construções vizinhas (da mesma época e natureza).
Merecem particular atenção as redes de serviço, nomeadamente as de gás e electricidade.
Para além da licença da obra, necessária em qualquer construção, é necessário obter autoriza-
ção para a demolição, o que obriga à apresentação de um plano de segurança e ocupação da
via pública com tapumes, plataformas de descarga, passadiços de circulação, andaimes, redes,
gruas e sinalização, plano esse susceptível de ser alterado por imposições camarárias. É neces-
sária também autorização para corte dos serviços relativos ao edifício a demolir e para desvio
dos serviços das construções vizinhas afectados pela demolição. Se o edifício se situar numa
área protegida ou classificada, o empreiteiro é obrigado a dar algumas garantias adicionais,
que poderão, em última análise, condicionar / alterar o método de trabalho proposto.
Determinados métodos de demolição tais como a bola de grande massa, a tracção de cabos e a
implosão envolvem riscos não desprezáveis para os transeuntes e podem obrigar à selagem da
área circundante da demolição. Resulta daí a necessidade de obter licenças especiais, mais
difíceis e limitadas no tempo. No caso da implosão, a obrigatoriedade de envolver a polícia e
os bombeiros torna o processo burocrático ainda mais pesado e a coordenação de operações
mais importante.
Por razões de segurança, torna-se necessário assegurar o corte dos seguintes serviços relativos
ao edifício a demolir:
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Caso haja gruas-torre no exterior do edifício, elas deverão também ser montadas nesta fase.
Outro equipamento de elevação / remoção de cargas, tal como gruas automóveis telescópicas,
guindastes e empilhadeiras deve ser previsto.
Nessas situações, é preciso prever uma abertura na fachada para acesso das máquinas ao
interior do edifício. Normalmente, isso é feito retirando um nembo no piso térreo (edifícios
em alvenaria tradicional), após se ter embebida uma (ou duas) viga(s) metálica(s) para vencer
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o vão total. Esta abertura pode ser feita no início da demolição ou só no fim (se a demolição
do interior não justificar a presença de máquinas).
Fig. 44 - À esquerda, placas de sinalização na obra e, à direita, andaime com redes de protecção
Ainda que oferecendo menos garantias, é também possível conter a fachada original através
de cabos de cintagem ligados ou não a construções vizinhas.
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Fig. 46 - À esquerda, vigas e soalho de piso amontoados para serem levados para
reaproveitamento e, à direita, cantarias retiradas para o mesmo efeito
O que sobra é uma amálgama de produtos e materiais sem valor comercial, normalmente
levados para vazadouro. Refira-se que, não obstante seja de toda a conveniência que estes
materiais sejam removidos logo após o seu desmonte, é vulgar a sua acumulação no interior
do edifício demolido ou em espaços circundantes até ao fim da operação (Fig. 45, à direita).
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Após a demolição, é necessário verificar o estado dos edifícios vizinhos (nova vistoria) e
confrontá-lo com o relatório de inspecção feito antes da demolição, para apurar os estragos
provocados pela reparação, cuja operação deve ser custeada pela empresa de demolições. A
estrutura de contenção da fachada original só é retirada quando a nova construção, ligada a
essa mesma fachada, lhe conferir segurança suficiente. Por vezes, duplica-se a fachada,
criando-se uma fachada interior em betão armado ligada à original pelas vigas de
contraventamento.
As demolições por implosão são, em vários aspectos, muito distintas de todas as outras. Por
um lado e apesar de estatisticamente serem das mais seguras, potenciam ainda maiores riscos
do que todas as outras. Daí que sejam adoptadas em relação a estas demolições medidas de
segurança de carácter especial, que se reflectem também nos trabalhos preliminares e
posteriores. O Quadro 8 reflecte essa mesma realidade através da descrição dos
acontecimentos antes e depois da explosão. Realça-se o facto de este dia ter sido precedido
por um período relativamente prolongado de preparação que, para além do planeamento e
colocação dos explosivos, incluiu outras tarefas tais como: determinação da zona de
influência / exclusão, definição dos domínios de actividade dos participantes, estudos de
tráfego durante o encerramento total, planeamento das operações com o pessoal, a polícia, os
bombeiros e os serviços de emergência hospitalar, campanha de informação de todas os
moradores afectados, etc..
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Quadro 8 [2] - Sequência típica dos acontecimentos no dia da demolição por implosão
Hora Actividade Entidade interventora
06.00 Chegada do pessoal ao local, início do levantamento de Empreiteiro
barricadas na zona de exclusão e proibição de acesso ao
local
06.30 (Reunião dos controladores de segurança), briefing sobre Empreiteiro
as preocupações do empreiteiro
07.00 Reunião da comissão de controlo e segurança Comissão de controlo
07.05 Briefing com a polícia Polícia
07.30 Colocação da polícia e controladores de segurança em Empreiteiro e Polícia
torno da zona de exclusão
07.30 Briefing com as equipas de evacuação das habitações Empreiteiro e Polícia
08.00 Contactos iniciais com as pessoas a evacuar Empreiteiro e Polícia
08.00 Selagem da zona de exclusão e encerramento das ruas Empreiteiro e Polícia
08.45 Verificação das comunicações Empreiteiro
09.00 Início da evacuação das residências Empreiteiro
09.30 Verificação das comunicações Empreiteiro
10.00 Verificação dos trabalhos de evacuação Empreiteiro
10.00 Vigilância das habitações circundantes Empreiteiro
10.15 Verificação das comunicações Empreiteiro
10.30 Fim da evacuação Empreiteiro
11.00 Zona liberta de todo o pessoal não essencial Empreiteiro
11.00 Reunião da comissão de controlo e segurança Comissão de controlo
11.00 Colocação e saída do local do pessoal dos aparelhos de Empreiteiro
monitorização
11.30 Zona liberta de todo o pessoal excepto o dos explosivos Empreiteiro
11.45 Verificação das comunicações Empreiteiro
11.50 Estabelecimento de uma zona de exclusão aérea com Empreiteiro e Polícia
cerca de 2000 metros de raio
11.55 Sinal de alarme seguido de verificação rádio com os Empreiteiro
controladores
11.59.30 Sinal de alarme e contagem decrescente Empreiteiro
12.00 Detonação Empreiteiro
12.05 Inspecção ao local pelos técnicos dos explosivos e Empreiteiro
engenheiros
12.15 Notificação de local seguro se os explosivos tiverem Empreiteiro
todos detonado
12.15 Início da remoção de escombros Empreiteiro
12.15 Início das operações de limpeza das estradas Empreiteiro
12.15 Inspecção das habitações adjacentes Empreiteiro
12.15 Remoção do equipamento de monitorização Empreiteiro
12.45 Entrada na zona de exclusão dos residentes Empreiteiro e Polícia
(exclusivamente)
13.15 Sinal de limpeza e fim de perigo da zona de exclusão Empreiteiro
13.30 Desmontagem das barricadas da zona de exclusão Empreiteiro e Polícia
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Técnicas de demolição de edifícios correntes por Jorge de Brito
O capítulo 2 serviu para descrever sucintamente as diversas técnicas de demolição, com base
sobretudo no princípio de funcionamento das mesmas e no equipamento utilizado. No
entanto, torna-se necessário descrever uma classificação de outro tipo, válida sobretudo para
os métodos de demolição global, e que tem a ver com o processo adoptado e o controlo que se
pode ter em relação à forma como a estrutura colapsa. Assim, ter-se-ão os métodos de
demolição elemento a elemento (com controlo praticamente total), os com controlo reduzido
e, finalmente, os sem controlo (ou de controlo muito reduzido).
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Técnicas de demolição de edifícios correntes por Jorge de Brito
Este processo é o ideal para edifícios antigos (Fig. 47, à esquerda), nomeadamente os
anteriores ao betão armado, mas também tem aplicação em edifícios modernos numa
perspectiva de maximização da reciclagem / reaproveitamento dos materiais de construção
(construção sustentada). Nesse sentido e também para resolver problemas de falta de acesso
e/ou espaço livre, todas os restantes processos de demolição recorrem localmente a este.
Trata-se de um processo com grande incidência de mão-de-obra, lento e de baixa
rentabilidade e, consequentemente, caro.
Os elementos resistentes são demolidos em geral por ordem inversa ao seguido na construção:
- dos pisos superiores para os inferiores;
- retirando as cargas das lajes de forma simétrica;
- retirando as cargas que solicitam cada elemento resistente antes de o demolir;
- contraventando e / ou anulando as componentes horizontais em arcos e abóbadas;
- escorando, caso seja necessário, os elementos em consola;
- demolindo as estruturas hiperstáticas na sequência que implique menores flechas,
rotações e deslocamentos;
- mantendo ou introduzindo os escoramentos necessários.
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- o impulso deverá ser dada no quarto superior dos elementos verticais e sempre acima
do respectivo centro de gravidade;
- sempre que existam planos inclinados como águas de coberturas que possam deslizar
sobre a máquina, estes devem ser demolidos previamente por outros métodos.
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Este processo, cujo expoente máximo e mais mediático é a implosão (Fig. 50, à esquerda),
pode ser considerado como de controlo reduzido (e não nulo) porque, não obstante provocar
uma demolição global e repentina do edifício, é geralmente feito com um grau de
profissionalismo e competência que o transforma estatisticamente num dos processos mais
seguros de demolição. Tem sido utilizado muito pouco em Portugal por só haver uma
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empresa licenciada para o efeito e por alguma desconfiança natural das autoridades em
relação às novidades importadas. Não é tão rápido quanto à partida possa parecer (a
demolição propriamente dita demora apenas alguns segundos), porque envolve um período de
preparação, licenciamento e coordenação de operações significativo. No entanto, em algumas
circunstâncias permite ganhar muito tempo (e dinheiro) em relação à demolição elemento a
elemento. O seu principal problema no futuro poderá ter a ver com a obrigatoriedade de
reciclagem dos materiais, pelo que é provável que sirva apenas para demolir a estrutura
(toscos) após todo o equipamento e revestimentos terem sido retirados e triados (Fig. 50, à
direita), entrando depois em obra equipamento para trituração do betão e extracção das
armaduras.
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cálculo estrutural realizado por um engenheiro experiente, por forma a evitar colapsos
extemporâneos que ponham em causa a integridade física do pessoal, o que não impede que o
colapso se possa dar de forma diferente da pretendida. O facto de o colapso não se chegar a
verificar coloca depois problemas gravíssimos.
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Fig. 51 - À esquerda, demolição com recurso a bola de grande massa e , à direita, colapso da
torre de uma moradia nos Estados Unidos por colapso deliberado
Fig. 52 - Duas infracções às regras da boa prática: à esquerda, acumulação de entulho em piso
a demolir e, à direita, elevador não removida antes do início dos trabalhos de demolição
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A grande generalidade dos edifícios que têm vindo até aqui a ser demolidos em Lisboa e
noutros centros urbanos em Portugal são anteriores ao betão armado. Tipicamente, a sua
estrutura é constituída da seguinte forma: paredes exteriores (e, por vezes também, as caixas
de escadas e das chaminés) em alvenaria tradicional de pedra argamassada com fraco teor em
ligante; tabiques interiores portantes em materiais à base de madeira ou alvenaria de tijolo,
geralmente maciço; lajes em soalho de madeira assente sobre vigas também de madeira;
coberturas em asnas de madeira ou metálicas.
Neste tipo de edifícios e também em face da exiguidade do espaço nos centros urbanos e das
limitações ao nível do ruído, das vibrações e das poeiras, a demolição tradicional mantém
uma grande preponderância. Neste método, a maior parte do trabalho é feito manualmente, à
custa de trabalho braçal com ferramentas ligeiras ou semi-ligeiras, tais como a marreta, os
martelos, o escopo, a pá, o balde, a serra, o alicate, o pé-de-cabra e outros. Adicionalmente,
usam-se cadernais e cordas para baixar ou subir materiais, assim como calhas metálicas ou
plásticas.
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Sempre que possível, recorre-se cada vez mais a equipamento mecânico pesado alimentado a
diesel, hidraulicamente ou pneumaticamente: pás carregadoras, pá de arrasto, giratória, retro-
escavadora, etc.. Com um peso intermédio, utilizam-se cada vez mais os martelos
pneumáticos ou hidráulicos, manobrados manualmente e ligados a um compressor, ou
manobrados por um dos equipamentos citados atrás citados.
Retirado o equipamento industrial ou electromecânico (Fig. 52, à direita) assim como todos os
corpos “estranhos” à estrutura, inicia-se a demolição pela cobertura, geralmente em telhado e
prossegue-se de cima para baixo, pela ordem inversa da construção. Uma regra de ouro é a
seguinte: antes de se demolir qualquer elemento estrutural, é necessário garantir que todas as
cargas que nele descarregam são retiradas ou lhes é garantido um novo apoio. Por outras
palavras, retiram-se sempre os elementos suportados antes do suportante. Outras
recomendações encontram-se listadas em 4.1.1.1..
Ao demolir a cobertura, devem ser retirados primeiro todos os corpos salientes da mesma
(chaminés, adornos metálicos e clarabóias), a seguir o revestimento (telhas), manualmente, e
só no fim (Fig. 54, à esquerda) as ripas, varas e madres, por esta ordem. No fim, são
demolidas as asnas e a laje de esteira. É conveniente deixar algumas vigas para estabilizar a
parte de cima das paredes até à demolição destas (Fig. 54, à direita).
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Fig. 53 - À esquerda, porta exterior vedada pelo interior para evitar saída de entulho e, à
direita, empena de edifício vizinho argamassada
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Retirado o telhado e a laje de esteira, passa-se ao último piso. Põe-se por vezes a hipótese de
recuperar os tijolos maciços de alguns tabiques, tarefa que é feita manualmente e com o
auxílio de andaimes independentes. Os nembos (maciços entre vãos em obras de alvenaria)
são desligados um a um de forma a serem puxados com cordas ou cabos de aço, através de um
cadernal fixo a um local mais resistente ou, se possível em termos de espaço livre, com uma
máquina (Fig. 55).
Logo após o nembo ser puxado, os entulhos que eventualmente fiquem no piso devem ser
retirados para não haver sobrecarga na laje, o que poderia fazer arrear a mesma. Este processo
de retirada dos entulhos é feito através de carros de mão (Fig. 52, à esquerda) e pás.
Nestes edifícios de alvenaria e tabiques (divisões feitas com costaneiras e ripas, forradas com
gesso), a respectiva demolição (feita por tracção de cordas e a força braçal) provoca bastante
pó. Daí que haja alguma vantagem em ter na obra água corrente para minimizar esse mesmo
pó.
Retiradas as paredes, verifica-se o estado em que ficaram as pedras das varandas e tenta-se
removê-las para o interior do edifício com a ajuda de alavancas e picaretas. É frequente estas
pedras serem aproveitáveis (Fig. 46, à direita), fazendo com que tenham de ser entregues no
depósito de material da Câmara Municipal. Retiradas as varandas, passa-se às mísulas ou
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cachorros, também geralmente em pedra. Como são mais largas e altas no interior das
paredes, não existe normalmente o perigo de caírem para fora do edifício.
Começa-se então a retirar o soalho que, muitas das vezes nestas construções, é de madeira
com valor comercial residual, pelo que é aproveitado (Fig. 46, à esquerda). Segue-se a
remoção das vigas de madeira de apoio do soalho. Ambos estes materiais podem ser baixados
com equipamento mecânico ou com cadernal e à custa de esforço braçal.
Todo este processo, descrito para o piso mais elevado, é repetido nos restantes pisos, de cima
para baixo, até se atingir o piso térreo. O último elemento a ser retirado em cada piso são
sempre as escadas e respectivos corrimãos (Fig. 56, à esquerda). É importante não esquecer
que, quando se baixa um piso, terá de se baixar também os andaimes para não ficarem com
muita altura não contraventada às fachadas. É possível o recurso à pá de arrasto no piso térreo
e do balde um pouco mais acima e função do alcance da lança articulada. Por vezes, para
aumentar esse mesmo alcance e de uma forma menos correcta, tira-se partido do entulhe
depositado (Fig. 56, à direita).
As sapatas enterradas, tanto no interior como na periferia do edifício, assim como os muros de
suporte, só são demolidos simultaneamente com a execução da escavação para a execução do
novo edifício.
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Depois de tudo estar demolido, recorre-se à escavadora para carregar os entulhos nos camiões
para serem levados a vazadouro. Geralmente, as madeiras, pedras e grades recuperáveis vão
sendo acumuladas nas traseiras do edifício. No entanto, na falta de espaço, poderão, após
terem sido agrupadas, ter de ser carregadas para estaleiro ou vazadouro várias vezes no
decurso da demolição. A última operação é a limpeza do passeio e a remoção dos últimos
andaimes e do tapume.
Fig. 56 - À esquerda, a escada e respectivo corrimão como últimos elementos a ser demolidos
e, à direita, utilização do entulhe para aumentar o alcance da giratória
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A demolição de edifícios de estrutura de betão apresenta em Portugal, onde ainda não é muito
corrente, muitos aspectos comuns com a demolição de edifícios de alvenaria tradicional, até
mesmo em termos de equipamento utilizado. Há necessariamente uma maior ênfase no
trabalho realizado com recurso a equipamento pesado e sobretudo nas técnicas de corte que
permitem mais facilmente o desmantelamento dos elementos estruturais de maior dimensão e
peso (Fig. 57, à direita).
Quando existem elementos pré-fabricados pesados, estes deverão ser desligados da restante
estrutura através das ligações, geralmente de aço. Quando estas se encontram cobertas com
betão, é necessário removê-lo antecipadamente. A estabilidade da estrutura pode ser obtida
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através das juntas, em cujo caso não há problema no desmonte, mas também pode advir dos
painéis de enchimento, em cujo caso é necessário contraventá-la.
As peças pré-esforçadas devem ser objecto de um cuidado maior na sua demolição, embora a
situação só se torne crítica se o pré-esforço for não aderente, situação pouco corrente na
concepção das estruturas (só recentemente se começou a utilizar em Portugal pré-esforço não
aderente, sobretudo em lajes de grande vão, e essas estruturas não serão previsivelmente
demolidas durante bastantes anos). O perigo que vem desta solução estrutural resulta do facto
de, ao ser cortado um tendão em qualquer local da sua trajectória, ele perder a tensão em toda
a sua extensão. Peças deste tipo devem ser alvo de um estudo estrutural antes da demolição
que demonstre que, mesmo sem pré-esforço, resistem ao seu peso próprio, e em qualquer dos
casos ser escoradas em toda a sua extensão durante toda a operação.
4.2.2.1. Lajes
Só deverão ser demolidas após terem sido retirados todos os elementos que sobre elas
repousam, incluindo parapeitos e platibandas;
Os elementos em balanço devem ser previamente escorados, assim como todos os painéis
em que tenham sido detectadas flechas excessivas;
As lajes em balanço deverão ser as primeiras a ser demolidas cortando-as em secções
exteriores ao elemento resistente no qual apoiam;
O estado das lajes junto a instalações sanitárias, canalizações e chaminés deverá ser
observado previamente com algum cuidado;
No caso de lajes de vigotas pré-esforçadas, as abobadilhas (e outros elementos de aligeira-
mento) devem ser retirados / demolidos de ambos os lados de cada vigota sem a danificar,
sendo a vigota suspensa previamente com cabos junto a cada um dos apoios; se a vigota
tem continuidade para o vão seguinte, este deve ser escorado na sua zona central sendo
depois cortada numa secção junto ao apoio do lado do vão a demolir primeiro (Fig. 58);
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No caso de lajes vigadas tradicionais armadas numa só direcção, serão executados cortes a
todo o vão da laje na direcção da armadura principal, por forma a obter troços de laje de
peso compatível com a capacidade da grua, sendo cada troço suspenso previamente junto a
cada um dos apoios, executam-se a seguir demolições localizadas do betão, deixando à
vista as armaduras que serão posteriormente cortadas, perpendicularmente à armadura
principal e junto aos apoios para libertar o troço central de laje; quando a laje tem
continuidade para o vão seguinte, este deve ser escorado na sua zona central sendo
posteriormente a laje cortada numa secção junto ao apoio do lado do vão a demolir
primeiro (Fig. 59);
Se as lajes vigadas tradicionais forem armadas em cruz, serão executados cortes por forma
a obter troços de laje de peso compatível com a capacidade da grua; esses troços não
deverão incluir as bandas maciças entre pilares nem os capitéis dos pilares no caso de lajes
fungiformes; os cortes deverão ser executados começando pelo centro do painel e
evoluindo em espiral, sendo previamente escorado o centro dos troços adjacentes ao troço
de laje a demolir; para libertar cada troço de laje, proceder-se-á, tal como para o caso
anterior, a uma demolição localizada do betão deixando apenas as armaduras a ligar o
troço a demolir ao restante da laje; nas lajes fungiformes, à demolição da zona aligeirada do
painel segue-se a das bandas maciças entre pilares e só depois a dos capitéis dos pilares.
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1ª fase: contraventamento e demolição total na 2ª fase: corte das armaduras e derrube lento do pilar
base do pilar pilar
Fig. 60 - Demolição de um pilar de betão
4.2.2.2. Vigas
Só deverão ser demolidas após terem sido retirados todos os elementos que sobre elas
repousam, incluindo lajes, pilares, parapeitos e platibandas, ficando consequentemente
livres de todas as cargas à excepção do peso próprio;
Será suspensa previamente (através de cabos) a parte da viga que se vai elevar, cortando
ou desmontando seguidamente os seus extremos;
Não deverão ser deixadas sem escoramento vigas ou parte destas em balanço.
Só deverão ser demolidos após terem sido retirados todos os elementos que sobre elas
repousam, incluindo lajes, vigas e capitéis, ficando consequentemente livres de todas as
cargas à excepção do peso próprio;
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Antes de se iniciar a demolição, o topo do pilar deve ser atirantado através de cabos no
plano de derrube e em ambos os sentidos, garantida a estabilidade do pilar durante todo o
processo, o betão é demolido localmente junto à base do pilar de maneira a formar uma
espécie de rótula; finalmente, as armaduras deixadas à vista são cortadas de um dos lados
fazendo-se o pilar rodar lentamente para o lado oposto ancorado nos cabos (Fig. 60);
No caso de paredes resistentes, o processo é semelhante ao utilizado para pilares, ainda
que a demolição deva ser feita por troços de largura não superior a 1.00 m; para tal são
realizados cortes verticais a toda a altura do troço de parede, sendo posteriormente o troço
escolhido tombado na direcção da menor dimensão da parede (Fig. 61);
Os troços de pilar ou parede demolidos nunca devem ser deixados tombar com violência
sobre lajes.
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Tratando-se as demolições de uma operação considerada de alto risco, seria natural que
fossem tratadas ao nível da segurança de uma forma particularmente cuidada. De facto e só
para citar o caso do Reino Unido, existe um regulamento específico para as demolições, a BS
6187 [5]. Infelizmente, em Portugal o mesmo não se passa, pelo que apenas o Regulamento
de Segurança no Trabalho de Construção Civil (RSTCC) de Agosto de 1958 (Decreto-Lei n.º
41821 [4]) alude ao assunto.
TÍTULO IV
Demolições
CAPÍTULO I
Disposições gerais
Art. 47° A demolição de qualquer edificação será dirigida por técnico responsável, legalmente idóneo, que
responderá pela aplicação das medidas previstas neste título ou exigidas pela natureza especial dos trabalhos
para protecção e segurança das pessoas e bens dos trabalhadores e do público.
CAPÍTULO II
Providências preliminares
Art. 48° Não poderá ter início qualquer trabalho de demolição sem que previamente o técnico responsável se
tenha assegurado de que a água, gás e electricidade fornecidos ao edifício se encontram cortados.
§ único. Se para o andamento dos trabalhos forem necessárias água ou energia, o respectivo fornecimento
será feito em local e de forma a evitar quaisquer inconvenientes.
Art. 49° Os elementos frágeis, como envidraçados, fasquiados e estuques, serão retirados dos edifícios
antes de começada a demolição (Fig. 62, à esquerda).
§ único. Os operários empregados na remoção de estuques e tabiques utilizarão máscaras destinadas a
defendê-los das poeiras, a menos que estas sejam eliminadas por meio de água ou qualquer outro processo
adequado.
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CAPÍTULO III
Outras providências
Art. 50° A demolição deve conduzir-se gradualmente, de cima para baixo, de andar para andar e dos
elementos suportados para os elementos suportantes.
§ único. Não pode ser removido qualquer elemento suportante antes de o serem os elementos
suportados que lhe correspondam, salvo se forem tomadas as devidas precauções para evitar os perigos que
daí possam advir.
Art. 51° As paredes, chaminés e quaisquer outros elementos a demolir devem ser apeados por partes e nas
condições exigidas na secção II do capítulo IV deste título.
§ 1° Não é permitido lançar ou deixar cair materiais directamente sobre os pavimentos, nem a sua
acumulação nos mesmos (Fig. 52, à esquerda).
§ 2° Os produtos de demolição serão imediatamente retirados para fora do edifício.
Art. 52° As escadas e balaustradas serão mantidas nos seus lugares durante o maior período de tempo
possível (Fig. 56, à esquerda).
Art. 53° Os elementos a demolir, particularmente paredes e chaminés, não podem ser abandonados em
posição que torne possível o seu derrubamento por acções eventuais, nomeadamente a do vento ou a do
choque de vigas.
Art. 54° Além das precauções previstas expressamente neste regulamento, haverá cuidados “especiais” no
manejo de coberturas de chapas metálicas, no apeamento de cornijas e na demolição de paredes com vigas
embebidas.
CAPÍTULO IV
SECÇÃO I
Equipamento do pessoal
Art. 55° Todo o pessoal empregado em trabalhos de demolição usará calçado adequado.
§ 1° Os trabalhadores expostos ao perigo da queda de objectos ou materiais usarão capacetes duros (Fig. 49,
à esquerda, e 62, à direita).
§ 2° Os trabalhadores empregados na remoção de materiais com arestas cortantes devem usar luvas
resistentes (Fig. 47, à esquerda).
SECÇÃO II
Art. 56° Os produtos de demolição, sobretudo quando constituídos por grandes quantidades ou por volumes
pesados, serão arreados por meio de cordas, cabos, roldanas, guinchos ou outros processos apropriados para
zonas vedadas à permanência ou circulação do pessoal.
§ único. Na execução das descidas, adoptar-se-á um sistema adequado de sinalização e serão empregados, se
necessário, cabos de cauda.
Art. 57° A utilização de um derrick na remoção de estruturas metálicas será precedida da verificação de que
o pavimento onde vai ser instalado oferece a necessária resistência e estabilidade.
Nos casos em que isso seja aconselhável, poderão transmitir-se as cargas às vigas do pavimento por meio de
pranchas suficientemente resistentes.
Art. 58° A remoção de materiais como tijolos e detritos pesados será feita por meio de caleiras metálicas ou
de madeira que obedeçam aos seguintes requisitos:
a) Serem vedadas, para impedir a fuga dos materiais;
b) Não terem troços rectos maiores do que a altura correspondente a dois andares do edifício, para evitar
que o material atinja, na descida, velocidades perigosas;
c) Terem na base um dispositivo de retenção eficiente para deter a corrente de materiais;
d) Terem barreiras amovíveis junto da extremidade de descarga e um dístico com sinal de perigo.
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Art. 59° Não é permitido o estacionamento de pessoas ou viaturas junto das extremidades de descarga das
caleiras, excepto durante as operações de descarga.
Art. 60° Na descarga das caleiras, os operários usarão ferramentas apropriadas, sendo-lhes proibido efectuá-
las com as mãos.
SECÇÃO III
Andaimes
Art. 61° Sempre que se torne necessário ou vantajoso, serão montados andaimes para a demolição.
§ 1° Os andaimes serão construídos completamente desligados da zona em demolição, e de modo a
poderem resistir, dentro de limites razoáveis, a pressões resultantes de desmoronamentos acidentais.
§ 2° São proibidos os andaimes no exterior das paredes sobre consolas, salvo se forem destinados à remoção
de materiais leves que não ponham em perigo a estabilidade daquelas.
§ 3° Não é permitido que os operários trabalhem em cima dos elementos a demolir (Fig. 47, à
esquerda), a não ser que os serviços de inspecção reconheçam a impossibilidade de o fazerem de outra forma.
SECÇÃO IV
Plataformas
Art. 62° Na demolição de paredes exteriores, em edifícios de muitos andares, serão instaladas plataformas
de descarga para evitar que sejam atingidos pela queda de materiais os operários que trabalham nos
andares inferiores e o público.
§ 1° As plataformas serão executadas com pranchas bastante resistentes, e o seu bordo exterior deverá estar
pelo menos, 0,15 m mais alto do que o bordo interior.
§ 2° O bordo exterior da plataforma será guarnecido de rede de arame galvanizado, com dimensões que
ofereçam toda a segurança.
SECÇÃO V
Protecção de aberturas
Art. 63° Todas as aberturas dos pavimentos do andar em demolição serão convenientemente tapadas para
protecção do pessoal que trabalha nos andares inferiores, excepto se tiverem de ser utilizadas na passagem de
materiais ou utensílios.
Não sendo possível mantê-las tapadas, as aberturas deverão ser resguardadas com corrimãos e guarda-
cabeças (Fig. 63, à esquerda).
CAPÍTULO V
Protecção do público
SECÇÃO I
Sinalização
Art. 64° Durante o período de demolição, especialmente de edifícios situados em vias públicas, haverá um
sistema permanente de sinalização destinado a prevenir o público da contingência de perigo (Fig. 63. à
direita).
SECÇÃO II
Obras auxiliares
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Art. 65° Junto de vias públicas, será vedado o passeio que confinar com o edifício a demolir.
§ 1° Sempre que seja necessário, construir-se-ão plataformas, vedações com corrimão ou cobertos que
garantam ao público passagem convenientemente protegida (Fig. 45, à esquerda, e 63, à direita).
§ 2° Os cobertos sobre passeios devem poder resistir a uma carga de 700 kg/m2; no caso de servirem de
depósito de produtos de demolição, este índice de resistência deverá ser elevado pelo menos ao dobro.
Fig. 63 - Infracções ao RSTCC: à esquerda, art. 63º e, à direita, artigos 64º e 65º, §1
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seguida enunciar algumas dessas regras, procurando evitar repetir as já anteriormente contidas
no articulado do RSTCC.
O pessoal deverá ser responsável pelas suas próprias acções e exigir, para o desenrolar das
operações, condições seguras e a existência dos sistemas de segurança em bom estado de
conservação;
Deve haver formação e treino do pessoal em aspectos de segurança, comprovando-se que
as instruções são compreendidas e cumpridas por todos;
Importa assegurar que as instruções fornecidas foram dadas com clareza e precisão antes
de se iniciar a actividade;
Deve ser comunicada qualquer avaria, anomalia / prática perigosa ao superior hierárquico.
Qualquer tipo de equipamento deve ser o mais adequado para o trabalho e deve ser
regularmente inspeccionado e mantido em boas condições de funcionamento;
Sempre que do funcionamento do equipamento resultem faíscas ou calor, devem ser
afastados quaisquer materiais combustíveis;
Materiais explosivos devem ser armazenados em locais isolados, convenientemente
sinalizados, munidos de extintores e não expostos à radiação solar ou outras fontes de calor.
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Deve-se dispor de sinalização em local bem visível e adequada aos perigos envolvidos em
cada uma das operações (Fig. 64);
A área das operações deve ser restringida aos trabalhadores e protegida com tapumes para
evitar o acesso a pessoas estranhas aos trabalhos;
Os bordos das zonas seccionadas devem estar sinalizados de uma forma segura e bem
visível com cordões de balizamento fluorescente;
Em lugares estratégicos devem-se colocar extintores, cuja dimensão e agente activo sejam
adequados ao tipo de incêndio previsível;
Sinalização adequada de toda a cabelagem dos equipamentos (tubagem de instalação
hidráulica, mangueiras de ar comprimido, de água e cabos eléctricos).
Sem se procurar ser exaustivo, referir-se-ão de seguida algumas regras de segurança relativas
a determinadas técnicas específicas de demolição.
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Garantir que não se encontra nenhum operário na área de influência do corte de ambos os
lados da serra;
Utilização de uma sirene para avisar que o equipamento se encontra em funcionamento;
Bombear a água para local apropriado;
Evitar deixar ferramentas na proximidade do local dos trabalhos;
Utilizar acessos seguros para aceder ao evoluir dos trabalhos.
5.3.2. Implosão
Assegurar a criação de uma zona de exclusão, antes, durante e após a implosão, cujos
limites são função de um conjunto de parâmetros: mecanismo de colapso, tipo e forma da
estrutura, materiais utilizados na estrutura, pré-enfraquecimento realizado, tipo, peso e
localização dos explosivos, experiência anterior, topografia circundante, posição das
estruturas vizinhas, vibrações do solo, ruído e nuvem de pó.
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6. BIBLIOGRAFIA
[1] “Les Techniques de Démolition des Ouvrages en Béton - Inventaire des Procédés”,
Note d’Information Technique 144, Centre Scientifique et Technique de la
Construction, Bruxelles, 1982.
[2] Brown, Christopher. “Demolition of structures by the controlled use of explosives”,
Curso da Ordem dos Engenheiros, Coimbra, 1995.
[3] Gonçalves, Áureo Manuel - “Recomendações de segurança em demolições de edifícios
por explosões controladas”, Tese de Mestrado - Universidade de Coimbra Faculdade de
Ciências e Tecnologia, 1998.
[4] “Regulamento de Segurança no Trabalho de Construção Civil”, Decreto-Lei n.º 41 821,
Diário da República n.º 175 de 11/8/58, Lisboa, 1958.
[5] “Code Practice for Demolition”, British Standard BS 6 187: 1982, London, 1982.
[6] “Bristar - Agente de Demolição Não Explosivo”, Explosivos da Trafaria, S.A.R.L.,
Lisboa.
[7] “Demolition and Reuse of Concrete and Masonry”, Second International RILEM
Symposium, Chapman and Hall, London, 1988.
[8] Pledger, D. M., “Complete Guide to Demolition”, The Construction Press, Ltd., 1978.
[9] Alves Dias, L. e Fonseca, M. Santos, “Plano de Segurança e de Saúde na Construção”,
IDICT, 1996, Lisboa.
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