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Jorge de Brito
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Jorge de Brito
Setembro de 2001
ÍNDICE
1. Introdução 1
2. Considerações gerais 5
2.1. Evolução da cobertura cerâmica 5
2.2. Definição de cerâmica 7
2.3. Propriedades das telhas comuns 9
2.4. Campo de aplicação da telha cerâmica 9
2.5. Vantagens e desvantagens relativas 10
3. Exigências funcionais 12
3.1. Estanqueidade à água 12
3.2. Susceptibilidade às condensações 16
3.3. Comportamento ao gelo-degelo 17
3.4. Isolamento térmico 17
3.5. Comportamento mecânico 17
3.6. Comportamento sob a acção do vento 18
3.7. Isolamento sonoro 18
3.8. Uniformidade do aspecto 18
3.9. Reacção ao fogo 18
3.10. Resistência aos agentes químicos 19
3.11. Facilidade e segurança de acesso para manutenção 19
4. Tipos de telha Portuguesa 21
4.1. Telha Lusa (de aba e canudo) 21
4.2. Telha Marselha (plana com encaixe) 23
4.3. Telha Canudo 26
4.4. Telha Romana 27
4.5. Telha Plana 29
4.6. Telha de duplo encaixe 30
4.7. Peças acessórias 31
5. Processo de fabrico das telhas 35
5.1. Extracção e preparação da matéria prima 35
5.2 Moldagem / secagem 36
5.3. Processo térmico 37
5.4. Condições de recepção 38
5.5. Avaliação da qualidade das telhas 40
5.5.1. Características dimensionais 40
5.5.2. Características de comportamento 40
6. Concepção e execução de coberturas em telhas cerâmicas 42
6.1. Estrutura de suporte 42
6.1.1. Soluções em madeira 42
6.1.2. Soluções em betão 47
6.1.3. Soluções metálicas 48
6.1.4. Soluções em tabique de alvenaria 49
6.2. Assentamento das telhas 51
6.2.1. Sequência de execução 51
6.2.2. Bordos laterais 53
6.2.3. Inclinações máximas 54
6.2.4. Telha Canudo 54
6.2.5. Acertos de geometria 55
6.2.6. Regras de segurança 55
6.3. Materiais e componentes 56
6.3.1. Ripado e contra-ripado 56
6.3.2. Fixações 59
6.3.3. Caleiras, algerozes e impermeabilização 60
6.3.4. Janelas, clarabóias, chaminés e outras estruturas emergentes 62
6.3.5. Forros, guarda-pós e subtelhas 64
6.3.6. Beirados 68
6.4. Sistemas de ventilação 69
6.4.1. Ventilação da face inferior das telhas 70
6.4.2. Ventilação do desvão 73
6.4.3. Consequências de uma má ventilação 75
6.5. Isolamento térmico 74
7. Anomalias 77
7.1. Anomalias resultantes de defeitos de concepção 77
7.2. Anomalias resultantes de deficiente colocação em obra 79
7.3. Anomalias de funcionamento das coberturas 82
8. Bibliografia 87
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Coberturas em telha cerâmica por Jorge de Brito
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Coberturas em telha cerâmica por Jorge de Brito
1. INTRODUÇÃO
Apesar de, hoje em dia, haver outros tipos de soluções no revestimento de coberturas (desde
as coberturas em terraço ou planas às soluções em chapa ondulada), que passam mesmo pelo
mimetismo do barro vermelho (através de soluções de telhas em cimento pigmentado),
verifica-se felizmente que a tradição das telhas cerâmicas se mantém e se tem procurado
melhorar algumas das suas características menos conseguidas, do ponto de vista da
estanqueidade, da durabilidade, da resistência mecânica, do conforto térmico, entre outros.
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Este documento pretende servir de apoio aos alunos do Mestrado Avançado em Construção e
Reabilitação do Instituto Superior Técnico na Cadeira de Construção de Edifícios. Foca parte
do capítulo dessa mesma cadeira dedicado às coberturas que, tal como toda a restante matéria,
se restringe fundamentalmente aos edifícios correntes. Dentro deste capítulo, insere-se nas
coberturas inclinadas e, mais concretamente, nos revestimentos descontínuos das mesmas.
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Os aspectos gerais das coberturas inclinadas relacionados com a classificação dos tipos de
revestimento [7], as exigências funcionais [8], o isolamento térmico [9], a ventilação, e
drenagem e a impermeabilização [10] e todos os outros que se aplicam de um modo geral aos
diversos tipos e materiais de revestimento, serão objecto de documentos à parte. Neste, serão
apenas focadas, quando faça sentido, as particularidades que as telhas cerâmicas apresentem
no que se refere a esses tópicos. As coberturas de grande vão, em que frequentemente os
elementos de revestimento são auto-portantes, são também objecto de um documento [11].
A elaboração deste documento não resultou de investigação específica sobre o tema efectuada
pelo seu Autor mas sim de alguma pesquisa bibliográfica, da consulta dos profissionais do
sector, da organização de um Seminário de Especialização sobre o tema e de monografias
escritas realizadas por alunos do Instituto Superior Técnico, tanto na Licenciatura em
Engenharia Civil como no Mestrado em Construção. Assim, muita da informação nele contida
poderá também ser encontrada nos seguintes textos, que não serão citados ao longo do texto:
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Raquel Simões, Pedro Andrade, Marco Mateus e João Ramos, “Cobertura com
Revestimento de Telha”, Monografia apresentada na Licenciatura em Engenharia Civil,
Instituto Superior Técnico, 1998, Lisboa;
Ana Coelho, Maria Fernandes, Marta Gomes e Miguel Alves, “Cobertura com
Revestimento de Telha”, Monografia apresentada na Licenciatura em Engenharia Civil,
Instituto Superior Técnico, 2000, Lisboa;
“Coberturas com Revestimento de Telhas”, Monografia apresentada na Licenciatura em
Engenharia Civil, Instituto Superior Técnico, 2000, Lisboa;
Salomé Lima, Paulo Abreu, Mário Godinho e Pedro Ribeiro, “Coberturas com
Revestimento de Telhas”, Monografia apresentada na Licenciatura em Engenharia Civil,
Instituto Superior Técnico, 2001, Lisboa.
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2. CONSIDERAÇÕES GERAIS
Surge assim, por volta de 12000 A.C., a primeira construção realizada pelo Homem com o
objectivo de o proteger contra agressões exteriores. Este abrigo era geralmente coberto com
ramos de árvores ou peles de animais e tinha a forma de um alpendre. Com a sedentarização
dos povos, surgiu também a necessidade de construir abrigos mais amplos e, principalmente,
mais eficazes e duradouros. Este facto levou ao aparecimento da cobertura de duas águas.
Com o decorrer dos tempos, tanto os processos construtivos como as formas das habitações e,
consequentemente, das coberturas foram aumentando de complexidade. Como característica
comum a todas as soluções surgidas, e independentemente dos vários tipos de recobrimento
utilizados, função da zona geográfica e dos recursos naturais com que se deparava
quotidianamente, encontra-se a forma da cobertura - sempre inclinada - de modo a que as
águas pluviais escoassem para fora da cobertura. No entanto, um problema subsistia qualquer
que fosse o material usado no recobrimento da cobertura, pois era necessário tornar
compatível com a mobilidade da cobertura a sua perfeita integridade e impermeabilidade. Um
problema de difícil resolução, sobretudo se se utilizarem materiais rígidos para protecção
impermeável e que devem ser capazes de absorver, sem perda da sua continuidade, as
deformações térmicas que podem surgir devido à sua situação exposta no edifício.
A telha cerâmica constitui sem dúvida uma boa solução para este problema. Este tipo de
elemento possui algumas vantagens como o é o seu pequeno tamanho e peso, o seu fácil
manuseamento ao mesmo tempo que, dada a sua própria geometria, modo de sobreposição e
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encaixe, garante uma boa impermeabilidade em qualquer superfície. Além disso, o carácter
descontínuo deste revestimento permite a ocorrência de deformações térmicas independentes
e imperceptíveis de cada uma delas. A telha cerâmica constitui o mais antigo material de
construção fabricado com dimensões normalizadas e uma forma adequada para revestimento
descontínuo de coberturas e consequente protecção contra a intempérie. Isto não quer dizer
que não tenha havido evolução, fundamentalmente segundo os três seguintes prismas: forma
(Fig. 4), materiais (argila, ardósia, cimento, metálicas e fibrocimento) e cores (Fig. 5).
Fig. 4 [3] - Diferentes formas das telhas ao longo dos tempos (da esquerda para a direita e de
cima para baixo): oriental (de curvatura muito grande e dimensões muito grandes); de formato
lacónico (Lacónia, século VII A.C.); modelo Coríntio (século VI A.C:); romana (união dos
dois tipos anteriores); Flamenga (século XV); de aba e canudo (originária da França, em
Portugal no início do século XX)
A indústria da cerâmica é uma das mais antigas do mundo, mercê da facilidade de fabrico e
abundância de matéria-prima, o barro. Já no período neolítico, o homem pré-histórico
calafetava as cestas de vime com o barro. Mais tarde, verificou que podia dispensar o vime e
fez potes só de barro. Na época romana, a argila era extraída no próprio local de utilização,
humedecida e pisada de forma a obter-se a pasta maleável, sendo posteriormente moldada. As
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peças eram então postas a secar ao sol antes de serem cozidas. Hoje as fases e procedimentos
construtivos mantêm-se praticamente invariáveis, não obstante as evoluções tecnológicas
significativas principalmente no tipo de fornos e sistemas de introdução e arrumação destes
elementos no seu interior.
A sua utilização é cada vez mais generalizada graças às suas excelentes características,
embora esteja cada vez mais sujeita a novas agressões, tendo-se no entanto continuado com o
mesmo nível de exigência. Este facto, aliado ao surgimento de novos processos construtivos,
consequência do aumento do nível das exigências de conforto térmico, acústico, higrométrico
e das condições de salubridade das habitações, colocaram novos desafios ao desempenho da
telha cerâmica enquanto revestimento de coberturas inclinadas.
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pequena quantidade de vidro, que surge pela acção do calor de coacção sobre os componentes
da argila.
As argilas são materiais terrosos naturais que, quando misturados com água, adquirem a
propriedade de apresentar alta plasticidade, que é perdida permanentemente após a cozedura.
São constituídas essencialmente de partículas cristalinas extremamente pequenas e de forma
lamelar, formadas por um número restrito de substâncias. Essas substâncias são chamadas
argilo-minerais (caulinite, ilite, entre outros) e uma argila pode ser constituída por um ou mais
destes materiais. Todas as argilas são ricas em óxido de ferro, de onde a cor vermelha
característica destes produtos. O óxido de ferro funciona também como fundente (baixa o
ponto de fusão), reduzindo o carácter refráctil das argilas.
É necessário conhecer como se comporta a argila por efeito de secagem e de cozedura, pois as
contracções e/ou dilatações que ela sofre são a causa da maior parte das tensões internas de
efeito nocivo para o produto final. O calor é responsável por um conjunto de reacções
químicas que condicionam a cor, brilho, resistência aos ácidos, resistência mecânica,
porosidade, peso, dimensão, etc. Assim, a uma temperatura superior a 700ºC, iniciam-se as
reacções químicas da sílica e alumina com os elementos fundentes; dá-se o início da
sinterização (vitrificação) com redução da porosidade aberta, aumento da dureza, estabilidade
e resistência química e física (para as telhas cerâmicas basta utilizar esta temperatura pois elas
não necessitam de grandes características de resistência). A mistura íntima de todas as
matérias-primas, a homogeneização e todas as operações antes da conformação, incluindo a
própria extracção dos barros, deverá ser dirigida para uma boa homogeneização. A resistência
ao gelo (medida através do índice de porosidade) varia consoante a textura da argila, diâmetro
dos poros, absorção de água, grau de finura, prensagem, velocidade de secagem, velocidade e
temperatura de cozedura, etc..
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As telhas devem ser feitas com maior cuidado que os tijolos: devem ter menores deformações,
ser mais compactas, mais leves e tão impermeáveis quanto possível. Devem estar em
conformidade com a NP 294 (Telhas cerâmicas, características e recepção) e a EN 1304, em
que são definidas as características gerais (tipo, marcação, aparência, toque), as características
mecânicas e de forma (permeabilidade - NP 495 e EN 539-1, resistência ao frio - NP 496 e
EN 539-2, flexão - NP 497, NP 498 e EN 538, massa, forma e dimensões - EN 1024) e as
condições de recepção (inspecções de carácter geral e ensaios de recepção).
Normalmente, exige-se que a absorção não seja superior a 18%. Convém registar que as
telhas têm a sua impermeabilidade aumentada com o tempo, o que é devido aos poros se
obturarem com o limo e a poeira depositada.
As telhas também devem ser lisas, para deixar a água escorregar facilmente e para diminuir a
proliferação de musgo, não devem também ter sais solúveis na sua massa.
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essa imerecida uma vez que as experiências negativas se deveram quase exclusivamente a
situações de má concepção / construção.
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elevada durabilidade;
produto ecológico, não tóxico, renovável e biodegradável.
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3. EXIGÊNCIAS FUNCIONAIS
De uma forma muito sucinta, são as seguintes as exigências funcionais aplicáveis a uma
cobertura inclinada [1], um elemento simultaneamente de protecção, estrutural e decorativo:
estanqueidade à água;
susceptibilidade às condensações;
comportamento ao gelo-degelo;
permeabilidade ao ar;
isolamento térmico;
comportamento mecânico;
comportamento sob a acção do vento;
estanqueidade aos materiais em suspensão no ar;
isolamento sonoro;
exigências geométricas e de estabilidade dimensional;
uniformidade do aspecto;
reacção ao fogo;
resistência aos agentes químicos;
facilidade e segurança de acesso para manutenção.
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A primeira condição está regulamentada pelas normas que fixam os limites de absorção de
água e impermeabilidade das telhas cerâmicas (NP 495). A segunda e terceira são
interdependentes; o mesmo é dizer que, para cada tipo de telha, dadas as suas características
de encaixe, existem limites de pendentes aconselháveis (mínimos e máximos - Fig. 6), que
garantem a estanqueidade da cobertura.
Para reduzir o volume das coberturas, recorre-se a pendentes menores que as tradicionais que,
no entanto, têm de evitar a formação de depósitos em permanência de águas pluviais que
possam extravasar as juntas ou vencer os recobrimentos e penetrar no interior. Para
determinar os valores mínimos dessas pendentes, dividiu-se o território nacional em três
zonas (Fig. 7, à esquerda) [1]: zona 1 (caracterizada por fracas taxas de pluviosidade e baixas
altitudes), zona 2 (caracterizada pela altitude média, pelas quantidades medianas de
pluviosidade e pela proximidade da faixa costeira) e zona 3 (caracterizada por elevadas taxas
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Dentro de cada uma das zonas climáticas, consideram-se ainda as seguintes condições locais
[1]: situação protegida (rodeada por elevações, abrigada face a todas as direcções de
incidência dos ventos - Fig. 7, ao centro, em cima), situação normal (área praticamente plana,
podendo apresentar ligeiras ondulações do terreno - Fig. 7, ao centro, em baixo) e situação
exposta (área costeira até 5 km do mar, cimo das falésias, ilhas ou penínsulas estreitas,
estuários, baías muito cavadas, vales estreitos, montanhas altas e isoladas e algumas zonas de
planalto - Fig. 7, à direita).
Cada tipo de telha é então submetido a ensaios de túnel de vento por forma a simular de uma
forma sistemática e exaustiva as condições climatéricas características das três zonas e avaliar
o seu desempenho face à acção conjugada do vento e da chuva. Desses ensaios, resultam
inclinações mínimas específicas de cada telha (Quadro 1), que podem ainda ser reduzidas de
1/7 quando se recorrer a um forro, devido ao facto de este provocar uma diminuição sensível
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das sucções interiores que surgem como reacção à incidência do vento sobre a cobertura (Fig.
8, à esquerda).
Quadro 1 [1] - Inclinação mínima dos suportes das coberturas (sem forro)
Estes valores (válidos apenas para coberturas com, no máximo, 12 m em projecção horizontal,
a partir do que é necessário um estudo particular) poderão ser infringidos, mas nesse caso o
revestimento cerâmico terá apenas uma função decorativa e a estanqueidade da cobertura terá
de ser complementada, através do emprego de filmes impermeabilizantes, chapas ou outra
solução similar.
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Fig. 8 - À esquerda, diagrama das sucções interiores devidas à acção do vento e, à direita [1],
condensação na face inferior das telhas
Finalmente, resta dizer que a pendente tradicionalmente adoptada em Portugal (25%) garante
para qualquer tipo de telha cerâmica a estanqueidade da cobertura.
As inclinações máximas dos suportes das coberturas são referidas mais adiante, a propósito
das regras de concepção e execução das coberturas em telha cerâmica.
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Para evitar esta situação, é importante que, após a absorção decorrente de qualquer tipo de
precipitação, a telha tenha condições de a eliminar o mais rapidamente possível. Neste
aspecto, o comportamento do telhado pode ser francamente melhorado se se providenciarem
condições de ventilação eficazes na face inferior das telhas, de modo a eliminar a humidade
residual e as eventuais condensações que aí ocorram.
A resistência mecânica da telha cerâmica está regulamentada pela norma que fixa o limite
mínimo de resistência à flexão (NP 497).
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Na maioria dos casos, o peso próprio e o sistema de encaixe das telhas são suficientes para
manter a estabilidade do telhado no seu conjunto sob a acção do vento. No entanto, em re-
giões fortemente fustigadas podem ocorrer depressões e sobrepressões intensas cuja influên-
cia é particularmente importante no levantamento de elementos das cumeeiras e dos remates
do telhado, pelo que deverá recorrer-se a sistemas de fixação mecânica recomendados pelos
fabricantes. O mesmo deve ser feito às telhas para reforçar o encaixe destas.
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As telhas cerâmicas resistem bem a estes factores, nomeadamente à corrosão química (por
exemplo, chuvas ácidas), podendo ser garantida a sua compatibilidade com o meio ambiente e
a sua resistência às condições normais de agressividade desse meio.
A manutenção irá incidir fundamentalmente nos pontos singulares da cobertura, tais como:
caleiras, embocaduras dos tubos de queda e remates em elementos emergentes. A manutenção
normal compreende [1]:
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Existem diversos tipos de telhas no nosso mercado, as quais na sua maioria podem ser
adquiridas em diferentes colorações e texturas. As telhas distinguem-se fundamentalmente
pelo seu sistema de encaixe e pela sua geometria.
A telha Lusa, também conhecida por telha de aba e canudo (Fig. 11), é, dos tipos de telha
cerâmica hoje comercializada, aquela que é mais solicitada (Fig. 12, à esquerda). Pretende
juntar num mesmo elemento as vantagens da telha Canudo e da Marselha, descritas mais
adiante. Devido à sua forma irregular, esta telha está sujeita a empenos de fabrico e é de
difícil transporte. As suas características estão mais ou menos uniformizadas, mas variam de
fabricante para fabricante (Quadro 2). As características desta telha encontram-se definidas na
especificação do LNEC E 336-1980.
Na Fig. 11, podem observar-se diversos detalhes da geometria da telha que vale a pena
comentar. Assim, o orifício de fixação, vem pré-executado nas telhas, bastando um pequeno
toque para o abrir. Tal como a orelha de armar com arame de cobre ou zinco, serve para fixar
as telhas ao ripado em situações de inclinação elevada e/ou em zonas sujeitas a ventos fortes
e/ou nevões. Quando o ripado é de madeira, são utilizados pregos (em alumínio, cobre, zinco
ou ligas destes materiais mas não em aço galvanizado) e, quando é de argamassa ou vigotas
pré-esforçadas, buchas e parafusos. As nervuras transversais inferiores (interiores) são
reforços da telha para que não se quebrem durante o transporte e colocação. O encaixe
funciona também como goteira para drenagem das águas, bloqueando a entrada de água e
facilitando o seu escoamento, mesmo em condições de vento forte. O perfil macho / fêmea
com as telhas circundantes permite obter uma melhor estanqueidade e fixação das telhas,
reduzindo as hipóteses de erro na montagem. O perne ou pitão de apoio na ripa (Fig. 12, à
direita) serve para um correcto posicionamento das telhas.
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coberturas com pequenas inclinações. Existem, no entanto, variantes de encaixe simples, para
dar resposta ao nosso mercado, já que infelizmente a maioria das pessoas que instalam as
telhas tem uma formação deficiente. O encaixe duplo, em vez de se tornar mais uma valia
para a cobertura, já que garante um encaixe mais perfeito, pode constituir uma desvantagem
face ao encaixe simples por só ficar perfeito quando colocado correctamente (Fig. 13, à
esquerda). Existe também a possibilidade de, através da adição de pigmentos à matéria prima,
simular a tonalidade que a telha adquire ao fim de alguns anos (Fig. 13, à direita), tornando-a
especialmente indicada em edifícios antigos ou integrados em zonas históricas.
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Fig. 12 - À esquerda, exemplo de telhado com telha Lusa e, à direita, visualização do pitão de
apoio na ripa
Fig. 13 - À esquerda, encaixe correcto e incorrecto da telha dupla de encaixe duplo; ao centro
e à direita, telha Lusa vermelha e “Romana”
Trata-se de uma telha plana de espessura quase constante (Fig. 14), tradicional em todos os
países mediterrânicos, e certamente a mais simples e a mais experimentada (Fig. 15). É um
tipo de telha que é muito visto também em telhados antigos. Com este tipo de telha, consegue-
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se diminuir o peso das coberturas, assegurando-se uma estanqueidade muito boa (dá origem a
um tipo de telhado bastante fechado), e reduz-se ao mesmo tempo a necessidade de
recobrimentos longitudinais e transversais. É ainda de fácil transporte e colocação. Ainda que
menos do que para o tipo anterior, as suas características variam de fabricante para fabricante
(Quadro 3). Existe ainda a telha urbana, muito semelhante a esta. As características de ambas
estas telhas encontram-se definidas na especificação do LNEC E 335-1980.
Este tipo de telha tem um sistema de encaixe aperfeiçoado, o qual garante uma total
estanqueidade da cobertura mesmo perante as maiores agressões climatéricas. É um tipo de
telha de elevada resistência mecânica, é versátil e é muito adequado a arquitecturas de
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Tal como a telha de aba e canudo, esta pode ser reforçada por pregos ou parafusos e buchas
fixos ao ripado através de um orifício de fixação (quando solicitado). No que diz respeito à
solidarização de umas telhas às outras, esta é garantida pelo perfil macho / fêmea. Tal como a
telha Lusa, pode ser colocada sobre ripado de madeira.
Este tipo de telha tem ainda uma outra particularidade que a distingue das maioria das restan-
tes e que deriva da sua configuração plana. Para garantir uma melhor drenagem das águas em
conjunto com o perfil de encaixe macho / fêmea, existem duas goteiras as quais bloqueiam a
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É um tipo de telha cerâmica que mantém o desenho clássico da telha que foi introduzida em
Portugal pelos Árabes (Fig. 16). É portanto um tipo de telha muito antiga e que, ao ser
aplicada, confere à cobertura uma qualidade estética bastante reconhecida (foto da capa). Até
há relativamente pouco tempo de fabrico manual e circunscrita à construção / restauro de
edifícios tradicionais / antigos, este tipo de telha, com a sua diversidade de cores (Fig. 10),
permite uma perfeita integração estética com o meio envolvente, sendo já muito utilizada em
construção nova, na sua variante mourisca (foto da capa). Tal como para as restantes telhas,
as suas características variam consoante o fabricante (Quadro 4).
No entanto, este tipo de telha, por ser muito simples, necessita da utilização de grampos para
que se possa dar solidarização a todo o sistema de cobertura, sobretudo em zonas ventosas
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e/ou elevadas pendentes. Em contrapartida, é o tipo de telha que melhor se adequa a estruturas
irregulares e empenadas. O assentamento inicia-se pelas telhas inferiores (Fig. 17, à
esquerda), formando um canal para evacuação das águas da telha da fiada superior sobre a da
fiada inferior (Fig. 17, à direita).
A cobertura obtida por este tipo de telha, em que a junção é feita por sobreposição, é muito
menos estanque que qualquer telhado com as telhas anteriormente referidas, nomeadamente
para baixas pendentes. Esta situação é ainda mais agravada quando se utilizam as telhas de
canudo de cor muito clara, as quais são fabricadas a partir de argilas com maior percentagem
de caulinos, o que lhes confere menor impermeabilidade. É por isso cada vez mais corrente o
uso de subtelhas (Fig. 18, à esquerda), em alternativa à prática errada de assentamento com
argamassa, podendo levar ao preenchimento do canal (Fig. 18, à direita), para além de
aumentar o peso do revestimento, piorar as condições de limpeza e conservação e dificultar a
colocação e substituição. Estas subtelhas podem também de servir de apoio contínuo desta
telha, necessário aqui, ao contrário do que se passa nas telhas Lusa e Marselha que só
precisam de dois pontos de apoio.
Trata-se de uma telha de coberta e canal (Fig. 19), de aplicação restrita (Fig. 20) fora dos
edifícios protegidos. Os seus maiores inconvenientes são o elevado peso e a deficiente estan-
queidade. Em contrapartida, permite uma colocação segura devido ao perne de prisão às ripas
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existente no canal. As suas características variam de fabricante para fabricante (Quadro 5).
Fig. 18 - À esquerda [1], pormenor de aplicação de subtelha com telha Canudo e, à direita,
canal totalmente preenchido com argamassa
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Este tipo de telha (Fig. 21, à esquerda), plana e de dimensões mais reduzidas, é de utilização
muito pouco frequente (Fig. 21, à direita). As suas características também podem variar
(Quadro 6).
Fig. 21 [1] - À esquerda, telha Plana e, à direita, exemplo de telhado em telha Plana de junta
cruzada (existe também com junta direita)
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De fabrico pouco corrente em Portugal, este tipo de telha (Fig. 22, à esquerda) deve o seu
nome ao sistema de duplo encaixe longitudinal e transversal e apresenta como principais
desvantagens a estanqueidade deficiente (pequena sobreposição) se o fabrico não for apurado
e a facilidade de deslocação pelo vento, devida ao seu baixo peso, pelo que se recomenda a
sua amarração em zonas ventosas. Pelo facto de se utilizar um número reduzido de telhas por
metro quadrado de cobertura, este tipo de telha é económico tanto em material como em mão
de obra. Regista-se também a existência da telha Latina (Fig. 22, à direita, em cima),
semelhante à telha de perfil Dupla Romana em cimento (Fig. 22, à direita, em baixo).
Fig. 22 - À esquerda, telha de duplo encaixe [2] e, à direita, telha Latina (em cima) e de perfil
Dupla Romana em cimento (em baixo)
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Fig. 23 [1] - Exemplos de peças acessórias disponíveis no mercado para a telha Lusa
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Para se entender a função de algumas destas e outras peças acessórias, apresentam-se algumas
descrições e definições [1]:
beirado - beira, no final da vertente saliente da parede exterior, executada com peças
acessórias, capa e bica (Fig. 24, à esquerda), diferente do beiral (Fig. 24, à direita)
executado com a própria telha;
cimalha (Fig. 67, à esquerda) - espaço exterior e inferior da vertente, saliente em relação
ao coroamento de uma parede;
espigão, fileira, cume ou cumeeira (Fig. 25) - diversas designações para a intersecção
superior, geralmente horizontal, de duas vertentes opostas, formando um ângulo saliente;
capa / canal (ou capa e bica) - para execução dos beirados;
canto de telhado e de beirado - colocados nos cantos de, respectivamente, beirais e
beirados, no encontro final da linha de água;
telha passadeira / ventilação - com uma grelha que permite o arejamento da zona sob a
cobertura, evitando a formação de condensações, permite ainda a movimentação com
segurança de pessoas no telhado; existem também telhas passadeira e telhas / chapéus de
ventilação (Fig. 26, o segundo a contar da direita), em que cada uma das funções é
desempenhada isoladamente;
cume (ou telhão), cume de 3 vias e cume de 4 vias - colocados, respectivamente, nos
rincões e no encontro de três e quatro rincões;
tamanco - colocado junto das telhas de cume e dos remates laterais, permite a
movimentação com segurança de pessoas no telhado;
pata de leão (ou cume-concha) - colocada no final dos rincões;
meia-telha, telha e meia, telha bebé e remate (Fig. 27, à esquerda e ao centro) - evitam os
cortes longitudinais das telhas normais e permitem montar o telhado com sobreposição
longitudinal desencontrada, o que garante uma melhor vedação do mesmo;
remate lateral (direito ou esquerdo) e remate de empena (Fig. 26, à direita) - garantem
maior estanqueidade e melhor acabamento das empenas;
telha de vidro (Fig. 26, à esquerda) - resolve o problema da iluminação em sótãos;
seta, pomba e pirâmide (Fig. 26, ao centro) - elementos decorativos;
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telha para chaminé (Fig. 27, à direita) - permite a passagem da chaminé sem por em causa
a estanqueidade local.
Fig. 24 - Beirado em telha Romana (à esquerda) e beiral e rincão em telha Lusa (à direita)
Fig. 25 - Pormenor de dois espigões: adoçado a uma parede (à esquerda) e cumeeira de uma
só água (à direita)
Fig. 26 [1] - Da esquerda para a direita, telha de vidro, seta, pomba, pirâmide, chapéu de
ventilação e remate de empena
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Fig. 27 [1] - Da esquerda para a direita, telha e meia, telha bebé, remate e telha para chaminé
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O processo de fabrico das telhas cerâmicas [2] consiste, basicamente nas fases apresentadas
na Fig. 28, as quais se podem agrupar nas etapas de extracção e preparação da matéria prima,
moldagem / secagem e processo térmico.
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A extracção das argilas processa-se a céu aberto através de pás mecânicas e/ou escavadoras
sendo transportadas depois para parques cobertos de homogeneização. As argilas são
armazenadas individualmente, sendo mais tarde misturadas em camadas horizontais. Produz-
se deste modo um lote de pasta. De Inverno, a argila “bruta” fica ao ar livre para facilitar a
sua desintegração (“apodrecimento” ou “maturação”), sobretudo quando se trata de argilas
geologicamente antigas, em que a plasticidade se produz por vezes de uma maneira lenta.
A paste segue em tapetes rolantes para a moldagem, na forma de massa plástica com baixa
humidade e granulometria inferior a 1 mm, procedendo-se à conformação por prensagem. A
prensagem de pastas utilizada nas telhas (embora as de “canudo” possam ser conformadas por
extrusão) faz-se sobre placas, conhecidas por lastras, extrudidas e “desarejadas”. Utiliza-se
uma prensa tipo revólver, no tambor giratório da qual estão fixos até oito moldes, em geral
metálicos, de uma das faces e a outra face das telhas é formada por um outro molde preso ao
elemento de prensagem. Além de moldes metálicos, utilizam-se também moldes de resinas
sintéticas e, muito raramente, de gesso. Após este processo, obtém-se uma peça crua com
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Na secagem, necessária para que a telha adquira resistência suficiente para ser empilhada e
colocada nos vagões de cozedura, o corpo cru perde a maior parte da sua água de retracção
(livre, mecânica, de amassadura), devendo esta ser efectuada de modo uniforme para evitar
distorções, ser económica e facilmente controlável. A secagem pode-se processar ao ar,
debaixo de telheiros (2 a 3 semanas) ou através de secadores artificiais por onde circula ar
quente e húmido até desaparecer a água adsorvida e a água absorvida. Depois passa só por ar
quente para perder a água de capilaridade obtendo-se, com este último processo, deformações
mínimas e produtos com valores de humidade de 5 a 15%.
Obtêm-se assim peças pouco deformáveis, leves e tão impermeáveis quanto possível que
devem possuir resistência à deformação e flexão (peso de um homem), resistência à orelha de
aramar (buraco para passar o arame de ligação das telhas), resistência à gelividade e
permeabilidade.
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A fase final deste moroso processo de fabrico é a de selecção e embalagem das telhas.
Uma boa telha deve ser lisa, de forma a permitir o escoamento da água e dificultar a
proliferação de musgos, e o mais impermeável possível. As telhas de cerâmica prensadas são
mais impermeáveis e lisas, podendo aumentar-se essa impermeabilidade com pintura de
silicato ou óxido no ponto superior, entre o cozimento e o recozimento. Um modo expedito de
controle da permeabilidade, feito com facilidade em obra, consiste em construir-se sobre uma
telha um anel de argamassa, no interior da qual se põe água até 5 cm de altura. Ao fim de 24
h, começa-se a verificar o comportamento desta peça, isto é, vai-se verificar a quantidade de
água que ainda existe sobre a telha, sendo este um bom indicador da grande ou pequena
percentagem de orifícios existente e da possibilidade de existência de canais.
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Considerando-se que uma peça é defeituosa, relativamente a uma dada característica, quando
o resultado do respectivo ensaio não for satisfatório, na NP 494 adoptam-se as seguintes
regras de aceitação e rejeição de um lote:
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A avaliação pelo LNEC da qualidade duma produção anual de telhas cerâmicas baseia-se nos
resultados dos ensaios previstos na normalização Portuguesa e no CEN aplicável: a NP 494.
Os resultados desses ensaios são analisados à luz das exigências estabelecidas por esse mesmo
documento. Os critérios adoptados pelo LNEC para, a partir dos resultados dos ensaios,
efectuar a apreciação global da qualidade da produção anual são seguidamente apresentados.
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se o número for 1, repetir-se-ão os ensaios nos quais ocorreu a não satisfação das
exigências, a partir de uma segunda amostra;
se nessa repetição o número de telhas defeituosas for 0, a amostra é considerada aceitável;
se houver uma ou mais telhas defeituosas, a amostra é considerada não aceitável.
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A estrutura que suporta o revestimento propriamente dito (telhas, chapas onduladas ou não,
cascas ou outros) é aquilo que geralmente se designa simplesmente por cobertura. Excluídas
as coberturas em terraço, as inclinadas podem ser constituídas pelos seguintes materiais:
Sendo este o material utilizado há mais tempo na construção, é a ele que está associada a
chamada cobertura tradicional (Fig. 30). Indo dos elementos suportados para os suportantes, é
a seguinte a constituição desta solução:
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Nas coberturas em madeira de edificações correntes, com inclinações entre 20 e 45º, poderão
empregar-se, sem outra justificação, as secções mínimas do Quadro 7 ou suas equivalentes em
resistência e rigidez, desde que não se excedam as dimensões máximas indicadas.
As asnas de madeira podem ter as configurações mais variadas (Fig. 33), sendo no entanto de
destacar a asna clássica (Fig. 31) e a mansarda (Fig. 32).
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As peças constituintes das asnas são solidarizadas entre si por ligações clássicas (por encaixe
- Fig. 34 - ou com pregos, parafusos, chapas prensadas, esticadores e outros elementos
metálicos - Fig. 35) ou modernas (parafusos pré-esforçados, colas, anéis metálicos e outros).
Em edifícios antigos do tipo industrial, já era corrente o recurso a coberturas mistas metal-
madeira (Fig. 36, à esquerda). Para coberturas de grande vão, a madeira tem sido substituída
por derivados (como os lamelados-colados - Fig. 36, à direita).
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Fig. 35 - Dois aspectos de uma cobertura (asnas, madres, varas e forro) de madeira com
ligações metálicas
Fig. 36 [1] - Asnas mistas metal-madeira (à esquerda) e cobertura de grande porte com
lamelados-colados (à direita)
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Do ponto de vista do apoio que conferem às telhas e respectivo ripado, todas estas soluções
são descontínuas, à excepção daquelas em que o forro (guarda-pó) exerce essa função,
conferindo uma superfície de apoio contínua.
Quando se utiliza madeira sem tratamento prévio adequado, os topos dos elementos
introduzidos nas paredes de alvenaria devem ser protegidos com revestimentos apropriados
para impedir o seu apodrecimento.
diferenciadas (Fig. 37) - nas quais parte dos elementos (os que têm função de
revestimento) descarrega sobre outros bastante mais rígidos, que vencem o vão principal;
indiferenciadas (Fig. 38) - são os mesmos elementos a ter as funções de revestimento e de
vencer o vão principal; não são relevantes no âmbito deste documento.
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Nas estruturas diferenciadas, a estrutura secundária (de suporte das telhas) é descontínua e
constituída por madres, varas e ripas em elementos pré-fabricados de betão armado ou pré-
esforçado (Fig. 39, à esquerda). Registe-se no entanto que, em edifícios industriais, as telhas
são com muita frequência preteridas em favor de outros tipos de revestimento mais
económicos (chapas onduladas metálicas, em fibrocimento ou em plásticos).
Fig. 39 - À esquerda, varas e ripas pré-fabricadas de betão e, à direita, laje estrutural inclinada
de betão
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ou falsos (Fig. 42), etc., com elementos constituídos por perfis comerciais ou composições
dos mesmos entre si e com chapas. É também possível ver soluções mistas metal-madeira,
com as funções de estrutura principal e secundária, respectivamente (Fig. 43, à esquerda)
Travessa
Tirante
Montante
Chapa de cobertura
Envidraçado
Hoje em dia é frequente ver telhados em edifícios correntes cuja última laje estrutural é a de
esteira e cuja cobertura não tem estrutura principal em betão armado (ao contrário da
secundária que é descontínua em varas / contra-ripas e ripas). Nesses casos, correspondentes a
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desvãos não habitados, o papel das asnas é efectuado por tabiques de alvenaria de tijolos de
barro vermelho ou blocos de betão, dispostos perpendicular ou paralelamente ao beiral (Fig.
44), podendo mesmo ficar reduzidos a apoios pontuais (Fig. 43, à direita) na laje de esteira.
Estas soluções são fáceis de executar e têm custos reduzidos.
Chapa de cobertura
Envidraçado
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Fig. 44 [1] - Muretes de apoio da estrutura de suporte das telhas dispostos perpendicularmente
(à esquerda) e paralelamente ao beiral (à direita)
Cada modelo de telha tem as suas diferentes especificidades, como sejam o espaçamento do
ripado, a forma de assentamento, o recobrimento, a necessidade ou não de fixações para um
dada inclinação que obrigam a uma especificação modelo a modelo.
As exigências funcionais das coberturas obrigam, para além de uma concepção adequada, a
um correcto assentamento, encaixe e mesmo fixação de telhas quando necessário. Os pontos
singulares das coberturas deverão ser objecto de particular atenção, quer por se tratarem dos
locais mais severamente solicitados pela acção do vento e chuva, quer porque são pontos onde
são necessários remates e peças singulares resultando daí maior susceptibilidade à qualidade
construtiva.
A argamassa de assentamento deverá ser de cal hidráulica e areia. Por ser normalmente
porosa e possibilitar infiltrações, não deve chegar às extremidades das telhas, nomeadamente
dos telhões da cumeeira, para evitar que a água que escorre se infiltre.
Como regra elementar para obtenção de um correcto alinhamento das fiadas de telhas (para
além da execução do ripado respeitando com rigor os valores do projecto), deve prever-se o
início da colocação das telhas paralelamente ao beirado ou beiral (Fig. 30, à esquerda) e, caso
não seja possível, manter o paralelismo até à linha de cumeeira, executar aí os cortes
imprescindíveis (corte mecânico e não manual, de preferência) rematados tão uniformemente
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As telhas de encaixe são assentes sobre um ripado com espaçamento determinado pelo
modelo de telha a empregar. A colocação em obra deve começar por baixo, à direita ou à
esquerda segundo o sentido do encaixe lateral das telhas, de modo que cada telha recubra a
anteriormente colocada (Fig. 45, ao centro e à direita). Os cumes devem ser montados na
direcção contrária à dos ventos dominantes (Fig. 46, à esquerda). O remate de cumeeira pode
ser feito com um acessório (o tamanco da Fig. 23) ou com argamassa (Fig. 46, à direita em
cima). Se houver necessidade de demolir parte do telhado já assente, a sequência é a inversa
da seguida.
O bom posicionamento das telhas de encaixe resulta do apoio das saliências previstas para o
efeito nas faces da telha. A parte inferior de cada telha apoia-se superiormente na fiada
inferior.
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Fig. 46 - À esquerda, assentamento dos cumes; à direita, enchimento dos canais para remate de
cumeeira (em cima [3]) e pormenor de bordo lateral em telha Lusa com meia-telha (em baixo)
Para acerto do bordo lateral, várias soluções são possíveis: recolhendo a uma meia-telha (Fig.
46, à direita em baixo), a uma telha inteira ou a uma platibanda / guarda-fogo (com rufo - Fig.
47, à esquerda, com caleira - Fig. 47, ao centro - ou com telha cortada e embebida na
platibanda - Fig. 47, à direita).
Fig. 47 - Pormenor de bordo lateral em platibanda / guarda-fogo: em telha Lusa com rufo (à
esquerda) ou com caleira (ao centro) e em telha Marselha cortada e encastrada (à direita)
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em inclinações inferiores a 45º, não se torna necessário fixar as telhas de um modo especi-
al, excepto em sítios muito expostos onde todas as telhas do beirado serão fixadas às ripas
com pregos ou usando a orelha de aramar e as telhas da cobertura, apenas numa proporção
mínima de um em cada cinco, dispostas de uma maneira regular (Fig. 48, à esquerda);
em inclinações superiores a 45º e inferiores a 60º, todas as telhas deverão ser fixadas às
ripas por um dos processos atrás referidos; no caso de locais de exposição normal ou
protegida, é suficiente fixar apenas uma telha em cada cinco;
em pendentes superiores a 60º, todas as telhas deverão ser fixadas com pregos.
A telha Canudo, por não ser de encaixe, deve obedecer a algumas regras particulares de
assentamento [3]. O ripado deve ser de maior largura (35 a 37 mm para cerca de 25 mm de
espessura), podendo-se prescindir do mesmo se existir um guarda-pó (Fig. 48, ao centro). A
sobreposição longitudinal mínima aconselhada é de 10 cm, sendo de cerca de 18 cm a
distância na transversal entre o eixo de canais. Para a montagem de um telhado cravado
(assentamento com argamassa), procede-se da seguinte forma:
assenta-se a primeira fila de canais longitudinalmente (para não se ter de andar sobre as
telhas), aplicando de um e do outro lado destas e sobre cada ripa (Fig. 49, à esquerda) um
cordão de argamassa com pedaços de tijolo; para o alinhamento dos canais, vão-se
esticando linhas nas marcações, à altura das ripas que permita a entrada das telhas;
colocado o segundo canal, segue-se o assentamento da primeira coberta, o que se faz
também de baixo para cima, com a colocação de argamassa nas duas abas a cobrir
pisando-a com a coberta; corta-se e remata-se por baixo a argamassa em excesso, havendo
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quem tape as juntas com escassilhos de tijolo, o que permite encher a coberta com a
argamassa; assim, canal a canal ou de 2 em 2 canais, se vai avançando;
o contorno dos obstáculos faz-se com caleira de zinco, que vem depois descarregar nos
canais interrompidos;
os remates finais de um lado e do outro, fazem-se com recurso a um andaime ou a
estrados (sobre-pranchadas) assentes sobre o telhado já consolidado (Fig. 49, ao centro).
Para os acertos e cortes, reservam-se as telhas com defeitos que justificam a rejeição e as que,
na manipulação, fiquem com arestas ou cantos quebrados. É recomendado fazer o corte das
telhas com serra de disco abrasivo. Caso esta não esteja disponível, faz-se golpes de picadeira
(Fig. 49, à direita), de um lado e do outro, exigindo-se grande sensibilidade para encontrar a
força certa a aplicar nos golpes. Durante os golpes, as telhas deverão ficar apenas agarradas
com uma das mãos, sem qualquer outro tipo de apoio e a picadeira deverá estar bem aguçada.
As regras seguintes [2] são válidas para os vários tipos de revestimentos de coberturas
inclinadas:
não subir para as coberturas com sapatos de sola escorregadia e sem ter previamente
colocado um arnês de segurança;
caminhar sobre as coberturas com a ajuda de escadas ou tábuas de prancha com barrotes
pregados, salientes, formando degraus;
fixar obrigatoriamente as escadas e pranchas a um ponto firme da estrutura da cobertura;
para circular horizontalmente, seguir as linhas de resistência (terças, alinhamentos
formados pelas cabeças dos grampos) se a sua solidez o permitir;
uma vez colocadas as escadas ou as pranchas, evitar circular na zona dos beirados da
cobertura.
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Os suportes das telhas (ripado) são elementos construtivos em contacto directo com as telhas,
que lhes servem de apoio, asseguram o seu posicionamento e transmitem à estrutura as acções
sobre elas exercidas. O espaçamento do ripado (ou bitola, como é conhecido em certas zonas
do País) corresponde à distância entre as ripas, que é o comprimento livre de uma telha (mais
uma vez a ripa) quando vista pelo interior da cobertura (Fig. 48, à direita).
Fig. 48 - À esquerda [1], disposição das telhas a fixar em função da inclinação e/ou exposição
da cobertura, ao centro [1], guarda-pó no qual a telha Canudo é assente sem ripado e, à
direita, espaçamento do ripado (bitola) adequado ao assentamento das telhas
Fig. 49 [3] - Medidas para não danificar os elementos do telhado aquando da sua construção:
estrados para trabalhar sobre ripa, à esquerda, e sobre telhas, ao centro; à direita, corte manual
de telhas
Este espaçamento (P) deve ser indicado a título informativo pelo fabricante, ou pode ser
determinado como se indica no exemplo da Fig. 50.
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Os materiais constituintes do ripado são a madeira (Fig. 51, à esquerda), os metais em perfis
(Fig. 51, à direita) e o betão armado ou pré-esforçado em perfis pré-fabricados (Fig. 52, à
esquerda).
As peças em madeira maciça devem estar convenientemente secas. Não devem apresentar
defeitos susceptíveis de lhe reduzir significativamente a resistência, nomeadamente alterações
biológicas, defeitos localizados como nós, bolsas de resina, ou outros, que isoladamente ou
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Os perfis metálicos devem ser constituídos por perfilados em aço de construção de utilização
geral. No caso de utilização de cantoneiras, as dimensões mínimas são de 30 x 30 x 3 mm3.
Antes da colocação em obra, os perfilados deverão receber um primário de protecção contra a
corrosão. Em alternativa, recorre-se hoje em dia a ripado galvanizado.
Em superfícies contínuas, o ripado pode também ser constituído por argamassa disposta
imediatamente antes do assentamento das telhas, sob a forma de cordões (Fig. 76, à direita), o
que não é correcto se estes não forem interrompidos por não permitirem o escoamento das
águas, ou pontos (Fig. 52, à direita). Pela mesma razão, se não se recorrer a contra-ripado, o
ripado deve ser interrompido (Fig. 53) para permitir quer a ventilação quer o escoamento das
águas sobre a superfície contínua.
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O contra-ripado (Fig. 54, à esquerda) é uma solução frequente para garantir a ventilação e
escoamento das águas de penetração e condensação sob as telhas e consiste numa estrutura
secundária, disposta sob o ripado, segundo a linha de maior declive da vertente, que apoia
sobre um elemento contínuo (por exemplo, um forro ou uma laje estrutural). O contra-ripado
pode ser em madeira, em betão, metálico e até mesmo feito com tijolos (Fig. 54, ao centro).
6.3.2. Fixações
Fig. 54 - À esquerda [1], contra-ripado (5) apoiado em forro (4) e recebendo o ripado (6), ao
centro [1], contra-ripado feito com tijolos e, à direita, pregos de fixação e gancho metálico
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As caleiras têm por função canalizar as águas centrais e laterais a fim de garantir uma
resolução estanque e simples dos larós. A execução das caleiras pode ser feita mediante o
recurso a rufos em zinco ou cobre ou então a caleiras nervuradas em PVC de alta resistência
(Fig. 55 - repare-se como as telhas são cortadas em viés e ligadas às seguintes com argamassa
ou outro produto selante), sendo as nervuras reforçadas interiormente com varetas metálicas.
A zona de sobreposição é completamente lisa, de modo a formar uma superfície de contacto
regular. Este tipo de caleiras encontra-se disponível em duas cores: vermelho e preto e as suas
dimensões são: 1.70 m (comprimento) e 0.50 m (largura).
A sua fixação à estrutura subjacente é realizada através das nervuras laterais, podendo ser
feita por pregagem ou aparafusamento. Este produto tem várias vantagens: montagem
simples, rápida e económica, já que não necessita de ferramentas ou mão-de-obra
especializada; garantia de estanqueidade e evacuação das águas pluviais; boa adaptação,
qualquer que seja o ângulo formado pelo encontro das vertentes do telhado; não se entope
com a folhagem; não oxida.
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Os algerozes dos telhados, posicionados no seu perímetro para recolha das águas pluviais e de
condensação (Fig. 56, à direita), devem ser forrados com materiais apropriados para impedir
infiltrações nas paredes. O forro deve ser prolongado sob o revestimento da cobertura,
formando aba protectora, de largura variável com a área e inclinação do telhado, e nunca
inferior a 25 cm. As dimensões dos algerozes serão proporcionadas à extensão da cobertura.
O seu declive, no sentido longitudinal, será o suficiente para assegurar o rápido escoamento
das águas que receberem e nunca inferior a 2 mm por metro. A área útil da secção transversal
será, pelo menos, de 2 cm2 por cada metro quadrado de superfície coberta horizontal. Os
algerozes, em PVC, zinco ou liga metálica, devem estar ligados, através de manilhas curvas e
com um ralo de pinha, a tubos de queda, exteriores (metálicos ou em fibrocimento) de
preferência ou interiores (em grês, fibrocimento ou PVC), fixos por anilhas à parede exterior,
destinados a conduzir as águas para o colector público.
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As janelas (Fig. 58) e clarabóias (Fig. 59, à esquerda) são a solução ideal para todos os
telhados que necessitem de um acesso fácil e cómodo para o exterior. Proporcionam uma
iluminação natural ao espaço subjacente à cobertura, permitindo simultaneamente a sua
ventilação. Existem no mercado diferentes tipos de janelas que integram o sistema de vedação
e remate da zona envolvente, às quais podem ser adaptadas peças acessórias especificamente
para esse efeito (Fig. 59, à direita).
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Fig. 59 - À esquerda, clarabóia em edifício urbano e, à direita, peça acessória para janelas e
clarabóias
Em todos os pontos de intersecção do telhado com paredes, chaminés (Fig. 60, à esquerda),
partes emergentes da construção e outras junções nos telhados, recorre-se a bandas adesivas
multiusos (Fig. 60, ao centro), resistentes às condições atmosféricas (temperatura,
ultravioletas) e duráveis, para garantia da estanqueidade da cobertura nestes pontos
singulares. Estas bandas são por sua vez protegidas por rufos metálicos (Fig. 60, à esquerda e
à direita), geralmente em zinco ou aço galvanizado, aparafusados ou pregados ao suporte.
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Fig. 61 - À esquerda [2], pormenor de chaminé emergente e, à direita [3], recolha de águas de
condensação
Os forros são elementos contínuos, rígidos ou flexíveis, colocados entre o desvão e a face
inferior das telhas, com as funções de melhorar o isolamento térmico e acústico e a ventilação
das telhas, para garantir a sua conservação. Estes elementos subdividem-se em dois tipos:
forros flexíveis;
forros rígidos.
Os forros flexíveis podem ser de diferentes naturezas, como mantas de feltros betuminosos,
filmes plásticos ou outros (neste caso, devem ser objecto de especificação técnica e/ou
declaração do fabricante).
Os forros rígidos podem ser fabricados a partir de madeira (tábuas com chanfro macho /
fêmea), painéis contraplacados e painéis de partículas, podendo também ser painéis sandwich
com isolamento térmico (Fig. 62) e permitir diversos tipos de acabamento (Fig. 63). Podem
igualmente ser constituídos por pranchas pré-fabricadas em betão ou cerâmicas, ou ainda por
lajes aligeiradas em betão (Fig. 62, à esquerda). Os guarda-pós são um caso particular de
forro de tabuado de madeira, colocado em geral entre o ripado e o varedo, e que pode substi-
tuir o primeiro no assentamento da telha Canudo (Fig. 46, ao centro). São assim designados
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Finalmente, incluem-se também no grupo dos forros rígidos as subtelhas que, para além de de-
sempenharem a função dos outros forros, ajudarão a garantir a estanqueidade da cobertura no
caso de esta ser deficiente como, por exemplo, por inclinação insuficiente. São resistentes à
água, ao gelo, a impactos (pela sua flexibilidade) e a agentes químicos (e a fungos), de fácil co-
locação (Fig. 64, ao centro e à direita), muito adaptáveis (à geometria da estrutura de suporte
e aos diferentes tipos de telha - Fig. 65) e de grande durabilidade. Estas subtelhas são em ge-
ral chapas onduladas, realizadas a partir de metais, fibrocimento, materiais plásticos ou outros.
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Fig. 65 - Aplicação de subtelhas de fibrocimento sob telhas tipo Marselha (à esquerda), Lusa
(ao centro) e Canudo (à direita)
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Fig. 66 - Aplicação de subtelhas sobre superfície contínua sem (à esquerda) e com (à direita)
isolamento térmico
Para qualquer das situações referidas, a escolha da placa dependerá do tipo de telha a utilizar.
O vão máximo entre ripas é de 18 cm, embora possa ir até 30 cm quando se recorre a
poliestireno extrudido com mais de 3 cm de espessura.
6.3.6. Beirados
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Fig. 69 [3] - À esquerda, cimalha de um beirado; beirado sem (ao centro) e com cornija (à
direita) em telha Canudo
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Fig. 70 [3] - Beirados com seio sobre a parede (à esquerda) e para além desta (ao centro);
beirado recolhido em platibanda (à direita)
Na execução dos beirados, só deverão ser utilizadas telhas inteiras sendo o restante telhado
montado a partir deste ponto. Quaisquer cortes a efectuar deverão ficar situados junto à
cumeeira.
Nas coberturas inclinadas com telha cerâmica, podem distinguir-se dois tipos de ventilação:
Sempre que se pretende um desvão habitável, é necessário atender a outros aspectos podendo
por isso subdividir-se também em:
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efeito é ainda mais importante pois contribui para a obtenção de condições de conforto, sem
recursos a equipamentos de acondicionamento de ar.
Neste tipo de construção, é suposto que o ar circule por meios naturais, ou seja, o ar admitido
numa zona mais baixa (beiral), a uma temperatura inferior (temperatura do ar exterior), é
aquecido por acção do calor perdido pela cobertura no Inverno ou pela radiação da telha no
Verão, torna-se mais leve e sobe, saindo por uma abertura mais alta na cumeeira (Fig. 71).
No entanto, esta situação no nosso país pode ser difícil de obter já que, para tal, é necessário
um beiral e uma cumeeira ventilados e, tradicionalmente, os pedreiros que assentam as telhas
tapam o beiral (Fig. 24, à esquerda) e tapam completamente a cumeeira com excesso de arga-
massa (Fig. 24, à direita) aquando do seu assentamento. Por esta razão, são sempre reco-
mendáveis telhas de ventilação (Fig. 72, à esquerda) com uma densidade mínima de 3 por
cada 10 m2, dispostas em quicôncio para garantir que todo o espaço sob as telhas é ventilado.
Recomenda-se que as entradas e saídas de ar sejam da ordem de 1:1000 e 1:800, respectiva-
mente, da área total da cobertura a ventilar [2], podendo estas áreas ter de ser aumentadas em
condições desfavoráveis de pequena inclinação, grande vão, em orla marítima ou em altitude.
Refira-se no entanto que, quando se opta por este tipo de ventilação da cobertura, é necessário
atender a alguns pormenores construtivos como:
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entrada de pássaros pelo beirado - quando o beirado não fica tapado (Fig. 73, à esquerda), é
corrente que os pássaros escolham o interior das coberturas (não acessíveis) para fazerem
os seus ninhos; para evitar esta situação, deve colocar-se uma ripa de ventilação (Fig. 72,
à direita), a qual permite uma perfeita ventilação de todo o telhado (Fig. 73, ao centro);
este acessório dispensa qualquer adição de argamassas para a sua instalação e faz com que
se torne desnecessário a utilização da primeira ripa para suporte das telhas; existe também
a hipótese de prever orifícios de ventilação nas paredes do beirado (Fig. 73, à direita);
ventilação das cumeeiras através de um acessório (Fig. 74, à esquerda) - ao ser fixado no
arranque e no final da cumeeira, permite a circulação do ar em todo o seu desenvolvimen-
to, garantindo simultaneamente um remate elegante e funcional para esta zona do telhado;
garantia de um espaço livre sob as telhas (Fig. 74, ao centro) e de que o ripado não obsta à
circulação do ar (pelo que deverá ser interrompido ou assentar sobre um contra-ripado);
bandas de ventilação (Fig. 74, à direita) em cumeeiras e rincões - este material permite um
bom isolamento face à infiltração das águas das chuvas, neve e poeira, graças à sua
propriedade de moldar a sua forma ao revestimento da cobertura; elimina a necessidade de
uso de argamassas o que assegura uma boa ventilação das cumeeiras uma vez, na sua zona
central, existe um tecido impermeável mas que permite a passagem de ar;
saídas de ar junto a elementos emergentes, convenientemente protegidas (Fig. 75).
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Fig. 73 - Beirado aberto não protegido (à esquerda) e protegido com ripa de ventilação (ao
centro); orifícios de ventilação no beirado (à direita [1])
Fig. 74 - À esquerda, acessório de ventilação de cumeeiras, ao centro [1], espaço livre sob as
telhas para ventilação e, à direita, banda de ventilação
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Quando o desvão é não habitável e o telhado é apoiado numa estrutura sem forro, a ventilação é
garantida pela permeabilidade ao ar do próprio telhado, sob a acção do vento. Se o telhado não
tiver duas águas opostas idênticas, este processo pode não ser suficiente o que leva ao recurso
a telhas de ventilação (Fig. 76, à esquerda e ao centro) ou aberturas diametralmente opostas
nas paredes do desvão (Fig. 76, à direita).
Quando o desvão é útil e habitado, a ventilação torna-se imperiosa pois de uma forma muito
geral geram-se fortes problemas de condensações. Numa situação destas, é necessário recorrer
a um isolante. A colocação deste isolante pode ser feita de forma descontínua, entre as varas
da estrutura e, nesta situação, o trabalho tem de ser executado de modo a que não haja
passagem de ar entre o isolante e as varas, por imperfeição ou desalinhamento das superfícies
em contacto. A colocação de isolante sob forma contínua na face inferior das varas (Fig. 77)
tem a vantagem de garantir uma maior uniformidade da cobertura em termos de resistência
térmica. A fixação pode ser feita directamente às varas ou a painéis compostos com
revestimento decorativo ou de protecção já incluídos.
Aqui, tal como nos restantes casos, é recomendável a colocação de uma barreira pára-vapor
contínua sob o isolante, em toda a cobertura, em particular quando o isolante for mais sensível
à acção da humidade ou existir uma membrana superior (para complemento de estanqueidade
ou protecção contra a radiação) com baixa permeabilidade ao vapor de água.
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Quando não é garantida uma boa ventilação (ou arejamento), mesmo que não exista forro
interior, a secagem das telhas, depois de saturadas pela chuva ou por humidade ambiente, é
lenta e aquelas ficam sujeitas a fenómenos de gelo-degelo. Uma das principais consequências
deste fenómeno é o descasque das telhas. Na Fig. 78, à esquerda, pode-se ver uma situação de
assentamento directa das telhas sobre o isolamento térmico que conduziu a uma deficiente
ventilação e, consequentemente, ao descasque das telhas. Na Fig. 78, à direita, pode-se
verificar que houve o cuidado de construir um ripado para assentamento das telhas que,
consequentemente, permitirá a sua ventilação (mas não se interrompeu esse ripado para
permitir o escoamento das águas).
Fig. 78 - À esquerda [1], telhas descascadas por falta de ventilação na sua face inferior e, à
direita, ripado permitindo a ventilação mas não o escoamento das águas
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o isolamento térmico propriamente dito (Fig. 57, à esquerda, para coberturas de estrutura
contínua, e Figs. 77 e 79, para coberturas de estrutura descontínua); os materiais possíveis
são a espuma rígida de poliuretano em placas, o poliestireno expandido extrudido (EPS -
Fig. 80, à esquerda) ou moldado (Fig. 80, à direita) em placas, a lã mineral (ou de rocha)
em mantas (Fig. 43, à direita), o aglomerado negro de cortiça em placas, o granulado
negro de cortiça a granel e a lã de vidro em mantas; a argila expandida a granel (Leca) e o
betão leve com o mesmo material não são isolantes térmicos suficientemente eficazes em
espessuras pequenas;
a inércia térmica (geralmente bastante reduzida nas coberturas de estrutura descontínua);
a ventilação (não obstante, o espaço de ar ventilado não deve ser considerado como
camada isoladora do ponto de vista térmico);
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a absorção da radiação solar (pela sua cor, as telhas cerâmicas têm uma fraca
reflectividade para este tipo de radiação);
a difusão do vapor de água produzido no interior (para o que a ventilação é indispensável);
o revestimento interior (tem-se vindo a vulgarizar a utilização de placas de gesso
sobretudo para sótãos habitáveis).
na laje horizontal (Fig. 79, à direita) - quando não se pretende utilizar o desvão senão
como uma eventual arrumação; é sempre de prever a protecção mecânica do isolamento
colocado e uma barreira pára-vapor na sua face inferior;
na própria vertente da cobertura - quando se pretende utilizar o desvão como um espaço
habitável; no caso de uma estrutura contínua, o isolamento deverá ser colocado na face
superior da mesma (Figs. 57, à esquerda), só sendo de admitir mas com uma eficácia
bastante reduzida a sua colocação na face inferior como solução de recurso quando a outra
não é possível; quando a estrutura é descontínua, o isolamento poderá ser descontínuo,
quando colocado entre as varas da estrutura (Fig. 77), ou contínuo, quando fixo às
referidas varas (Figs. 79, à esquerda); em qualquer dos casos, deve-se colocar sempre uma
barreira pára-vapor na face inferior do isolamento.
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7. ANOMALIAS
O enquadramento dos principais casos de patologia que se podem manifestar nas coberturas
inclinadas pode fazer-se de acordo com critérios diversos: segundo a causa dessa patologia,
segundo a importância das consequências que daí advêm, segundo o local onde ocorrem, segundo
a facilidade de reparação da zona afectada, segundo a natureza dos materiais das várias camadas
da cobertura, etc.. Neste documento, seguiu-se um critério temporal.
As anomalias mais frequentes associadas a uma concepção deficiente da cobertura são [1]:
Dentro do primeiro grupo, a pendente pode pecar por insuficiente (Fig. 81, à esquerda) ou por
excessiva (Fig. 81, à direita). No primeiro caso, em que os valores limite são fornecidos no
Quadro 1, a estanqueidade à água (ver §3.2) da cobertura poderá estar prejudicada, ocorrendo
situações de penetração das águas pluviais na zona habitada, para além de ser mais provável a
acumulação de musgos e detritos. No segundo caso, cujos valores limite recomendáveis são
indicados em §6.2.3, se não forem tomados determinados cuidados, nomeadamente ao nível
da fixação das telhas à estrutura de suporte, poder-se-ão dar escorregamentos das mesmas e
mesmo a sua queda, sobretudo sob a acção de vento forte.
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As regras de concepção no que se refere à ventilação são descritas ao longo deste documento
e com particular ênfase em §6.4, pelo que a sua infracção (Fig. 82, à esquerda) pode resultar
no descasque por acção do gelo-degelo (Fig. 82, à direita), no desenvolvimento prematuro de
musgos e de verdete (Fig. 82, à esquerda), na maior susceptibilidade de condensações e na
degradação da estrutura e materiais acessórios [1].
Os diversos elementos resistentes da estrutura da cobertura devem ser concebidos para resistir
às acções a que previsivelmente irão estar sujeitos. Quando essas acções são subestimadas na
fase de concepção, quando ocorrem acções de carácter excepcional ou devido à natural ou
acelerada degradação dos materiais, podem ocorrer deformações desses elementos que se
repercutem em irregularidades (convexidades ou concavidades - Fig. 90, à direita) no
revestimento de telhas, podendo mesmo dar origem ao seu desligamento (Fig. 83, à esquerda).
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Nas telhas de encaixe, as vantagens que essa disposição geométrica pode garantir perdem-se
quando o encaixe não é perfeito (Fig. 83, à direita). Esta situação conduz a desalinhamentos
das telhas, à utilização de quantidades excessivas de argamassa e à perda de estanqueidade da
cobertura.
Nas telhas que funcionam por sobreposição (sobretudo as Canudo), esta não deve ser
insuficiente (Fig. 84, à esquerda), em cujo caso a estanqueidade é posta em causa e se poderá
ter de recorrer a argamassa, nem excessiva (Fig. 84, ao centro), em cujo caso o peso da
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argamassa (se esta for porosa) ou de fissuras na mesma, não permite a ventilação da
cobertura, dificulta o normal escoamento das águas pluviais e oferece condições favoráveis ao
desenvolvimento de musgos.
O revestimento junto a pontos singulares deve ser adequadamente executado para impedir
infiltrações nessas zonas (Fig. 87, à esquerda). O assentamento das telhas nesses pontos
obedece a determinadas regras (Figs. 45 e 56, respeitantes à cumeeira) que, a serem
infringidas, podem originar problemas relacionados com a estanqueidade ou a ventilação (Fig.
87, à direita). Também é fundamental que a sua manutenção e limpeza seja exequível (Fig.
88, à esquerda).
A utilização de diferentes tipos de telha num mesmo telhado tem, para além das evidentes
consequências na estética do edifício (telhas de cores diferentes - Fig. 88, à direita), outras
relacionadas com o adequado funcionamento da cobertura em termos de estanqueidade
(sobretudo se se tratar de telhas de tipo diferente - Fig. 89, à esquerda).
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fracturas;
acumulação de musgos e detritos;
descasque por acção do gelo;
diferenças de tonalidade;
deslocamento das telhas;
infiltrações de água.
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As telhas podem aparecer fracturadas (Fig. 89, à direita) por sobre as mesmas terem sido
colocados equipamentos (painéis solares, antenas de televisão, etc.) , por terem sido pisadas
durante uma operação de manutenção, por acção dos agentes atmosféricos (granizo) ou por
outras causas. Nesta como em todas as outras anomalias de funcionamento, é necessário uma
rápida manutenção e reparação dos danos, eliminando também, se possível, as condições para
que elas voltem a ocorrer.
Fig. 89 - À esquerda, telhas de diferentes tipos (Marselha e Lusa) e idade e, à direita, telhas
partidas e solução artesanal e inadequada
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idades (Fig. 89, à esquerda). Como os agentes atmosféricos e a acumulação de musgos vai
fazendo variar a tonalidade das telhas, esta substituição parcial tem efeitos estéticos
indesejáveis.
O deslocamento das telhas pode ter também origem em acções climatéricas particularmente
gravosas, como acontece aquando de chuvas e ventos intensos (Fig. 91, à direita).
Fig. 91 - À esquerda, telhado com telha nova em que se manteve o beirado e, à direita,
situação generalizada de levantamento de telhas devido a ventos fortes
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Diversas das anomalias referidas anteriormente podem dar origem a infiltrações de água no
espaço habitado (Fig. 92, à esquerda), através da própria cobertura (Fig. 93, a que se pode
obstar através da colocação de uma folha de plástico abaixo do forro - Fig. 94) ou das paredes
exteriores do edifício. Entre elas, registam-se a inclinação insuficiente da cobertura e beirados
(Fig. 93), os remates em cumeeiras, rincões, paredes, chaminés, clarabóias e beirados, a falta
de manutenção (nomeadamente das caleiras nos larós - Fig. 92, à direita, algerozes e tubos de
queda) e o deficiente encaixe ou sobreposição das telhas.
Fig. 92 [1] - Efeito no interior habitado de infiltrações de água pela cobertura (à esquerda) e
traçado e limpeza deficientes de caleira de laró (à direita)
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8. BIBLIOGRAFIA
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