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Placas

Placas e Cascas (10377/10497)


Mestrado Integrado em Engenharia Aeronáutica

2020
Pedro V. Gamboa
Departamento de Ciências Aeroespaciais
Faculdade de Engenharia
1. Teoria de flexão de placas

• Uma placa é um corpo tridimensional com:


– uma das suas dimensões muito menor do que as outras duas
– a curvatura da sua superfície média na configuração de referência é
nula

superfície média

• Exemplos de placas:
– Tampos de mesas
– Tampas de esgoto
– Painéis laterais e telhados de edifícios
– Discos de turbinas
– Fundos de tanques
– Chão de cabinas de aeronaves
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1. Teoria de flexão de placas
1.1. Introdução
• As placas podem classificar-se em 3 grupos:
– Placas finas com deflexões pequenas
– Placas finas com deflexões grandes
– Placas espessas
• Consideram-se placas finas quando a razão da espessura
pelo lado menor é inferior a 1/20
• Interesse em conhecer a relação entre forças e momentos
externos e deformações, tensões e deslocamentos:
– Forças de superfície:
• Forças concentradas quando atuam num ponto
• Forças distribuídas arbitrariamente por uma área finita
– Forças do corpo:
• Forças que atuam nos elementos volumétricos da placa
• Resultam de campos gravíticos ou magnéticos e, no caso de haver
movimento, da inércia da placa

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1. Teoria de flexão de placas
1.1. Introdução
• O primeiro estudo significativo das placas deu-se no anos de
1800
• Desde então, foram resolvidos muitos problemas de flexão
de placas:
– A teoria fundamental:
• Kirchhoff
• Reissner-Mindlin
• Navier
• Lévy
– Resoluções numéricas:
• Galerkin
• Wahl

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1. Teoria de flexão de placas
1.2. Comportamento geral de placas
Considere uma placa não carregada onde o plano xy coincide
com o plano médio sendo, assim, a deflexão em z igual a zero.
As componentes do deslocamento num ponto nas direções x, y
e z são u, v e w, respetivamente.
Quando, devido a carregamentos laterais/transversais, existe
deformação, a superfície média num ponto qualquer (xa,ya) tem
deflexão w.
Os pressupostos fundamentais da teoria de flexão com
deflexões pequenas (teoria clássica de placas isotrópicas,
homogéneas e finas) baseia-se na geometria das deformações.

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1. Teoria de flexão de placas
1.2. Comportamento geral de placas

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1. Teoria de flexão de placas
1.2. Comportamento geral de placas
Hipóteses de Kirchhoff (pressupostos fundamentais):
1. A deflexão da superfície média é pequena comparada com a
espessura da placa. O declive da superfície defletida é, portanto,
muito pequeno e o quadrado do declive é desprezável comparado
com a unidade;
2. O plano médio permanece sem extensão após a flexão;
3. Secções planas inicialmente normais à superfície média
permanecem planas e normais à superfície após a flexão. Isto
indica que as extensões de corte verticais, gxz e gyz, são
desprezáveis. A deflexão da placa está, assim, principalmente
associada às extensões de flexão. Conclui-se que a extensão
normal ez resultante do carregamento transversal pode ser
omitido;
4. A tensão normal ao plano médio, sz, é pequena comparada com as
outras componentes e pode ser desprezada. Esta suposição torna-
se irrealista na proximidade de7 cargas concentradas elevadas.
1. Teoria de flexão de placas
1.3. Relações extensão-curvatura
Por forma a perceber o problema de flexão da placa considere-
se a geometria de deformação.
Como consequência do pressuposto (3), as relações de
extensão-deslocamento são
u v w
ex  ; ey  ; ez  0
x y z
u v w u w v
g xy   ; g xz    0 ; g yz   0
y x x z y z
onde gyx=gxy, gzx=gxz e gzy=gyz.
Integrando a equação de ez, tem-se
w  w x, y 
indicando que a deflexão lateral não varia na espessura da
placa.
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1. Teoria de flexão de placas
1.3. Relações extensão-curvatura
Da mesma forma, integrando as expressões de gxz e gyz tem-se
w w
u  z  u 0  x, y  ; v   z  v0  x, y 
x y
Torna-se claro que u0(x,y) e v0(x,y) representam,
respetivamente, os valores de u e de v na superfície média.
Com base no pressuposto (2) conclui-se que u0=v0=0. Assim,
w w
u  z ; v  z
x y
Estas equações estão de acordo com o pressuposto (3).
Substituindo estas equações nas equações das extensões obtém-
se
2w 2w 2w
e x   z 2 ; e y   z 2 ; g xy  2 z
x y xy
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1. Teoria de flexão de placas
1.3. Relações extensão-curvatura
A curvatura de uma curva plana é definida como a taxa de
variação do ângulo do declive da curva em relação à distância
ao longo da curva.
Devido ao pressuposto (1), o quadrado dum declive pode ser
considerado desprezável e as derivadas parciais das equações
anteriores representam as curvaturas da placa.
Assim, as curvaturas k na superfície média em planos paralelos
ao plano xz, yz e xy são, respetivamente,
1   w  1   w  1   w 
    kx ;    ky ;     k xy
rx x  x  ry y  y  rxy x  y 
onde kxy=kyx.
A última expressão também é conhecida como a torção do
plano médio em relação aos eixos x e y.
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1. Teoria de flexão de placas
1.3. Relações extensão-curvatura

Assim, as relações extensão-curvatura da placa podem


representar-se na seguinte forma
e x   zk x ; e y   zk y ; g xy  2 zk xy
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1. Teoria de flexão de placas
1.4. Tensões e resultantes de tensões
No caso de um estado de tensão tridimensional, as tensões e as
extensões estão relacionadas pela lei de Hook generalizada,
válida para um material isotrópico homogéneo:

ex 
1
E
s x n s y  s z  ; e y  s y n s x  s z  ; e z  s z n s x  s y 
1
E
1
E
t xy t xz t yz
g xy  ; g xz  ; g yz 
G G G

onde tyx=txy, tzx=txz e tzy=tyz.


E é o módulo elástico longitudinal, n é o coeficiente de Poisson
e G é o módulo elástico transversal dado por
E
G
21  n 
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1. Teoria de flexão de placas
1.4. Tensões e resultantes de tensões
Substituindo ez=gyz=gxz=0, obtêm-se as relações tensão-
extensão da placa fina:
sx 
E
e  ne  ; s 
E
e y ne x  ; t xy  Gg xy
1 n 1 n
2 x y y 2

Introduzindo as curvaturas da placa, estas expressões ficam


com a forma seguinte
Ez   2 w 2w 
sx  
Ez
k x nk y    2  2 n 2 
1 n 2
1 n  x y 
Ez   2 w 2w 
sy  
Ez
k y nk x    2  2 n 2 
1 n 2
1 n  y x 
Ez Ez  2 w
t xy  k xy  
1 n 1 n xy
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1. Teoria de flexão de placas
1.4. Tensões e resultantes de tensões
Pode ver-se que a tensão desaparece na superfície média e varia
linearmente através da espessura da placa.
As tensões distribuídas pela espessura da placa produzem
momentos fletores, momentos torsores e forças de corte
verticais.
Estes momentos e forças por unidade de comprimento são
conhecidas por resultantes de tensões.

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1. Teoria de flexão de placas
1.4. Tensões e resultantes de tensões
Da figura anterior, para a tensão sx, tem-se
t 2 t 2
t 2 zs x dydz  dy t 2 zs x dz  M x dy
Da mesma forma, para as outras tensões obtêm-se as seguintes
resultantes de tensão:

Mx  s x 
  t2 
 M y   t 2 s y  zdz
M  t 
 xy   xy 
onde Mxy=Myx.

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1. Teoria de flexão de placas
1.4. Tensões e resultantes de tensões
Para as forças de corte por unidade de comprimento, tem-se

Qx  t 2 t xz 
   t 2  dz
Qy  t yz 
É importante notar que apesar da teoria de placas finas omitir o
efeito das deformações gxz=txz/G e gyz=tyz/G na flexão, as forças
verticais Qx e Qy não são desprezáveis.
Substituindo as equações das tensões em função dos
deslocamentos nas equações dos momentos podemos derivar as
fórmulas dos momentos fletores e torsores em função das
curvaturas e deflexões:

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1. Teoria de flexão de placas
1.4. Tensões e resultantes de tensões
 2w 2w 
M x   Dk x nk y    D 2 n 2 
 x y 
 2w 2w 
M y   Dk y nk x    D 2 n 2 
 y x 
2w
M xy   D1 n k xy   D1 n 
xy
onde D é a rigidez de flexão dada por

Et 3
D
121 n 2 

As forças de corte verticais Qx e Qy serão obtidas mais tarde.


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1. Teoria de flexão de placas
1.4. Tensões e resultantes de tensões
Substituindo as equações dos momentos nas equações das
tensões pode obter-se as tensões em função dos momentos
12M x z 12M y z 12M xy z
sx  3
; sy  3
; t xy 
t t t3
A tensão máxima ocorre nas superfícies superior e inferior (em
z=±t/2) da placa.
Desta análise pode observar-se que existe uma correspondência
direta entre os momentos e as tensões.
Daqui se conclui que as equações de transformação das tensões
e dos momentos são análogas.
A análise do círculo de Mohr e todas as conclusões sobre as
tensões também se aplicam aos momentos.

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1. Teoria de flexão de placas
1.4. Tensões e resultantes de tensões
A determinação das tensões sz, txz e tyz através da lei de Hook
não é possível porque não se relacionam com as extensões.
As equações diferenciais de equilíbrio de um elemento de placa
sujeito a um estado de tensão genérico podem ser usadas para
obter as tensões de corte.
As equações de equilíbrio são
s x t xy t xz
  0
x y z
s y t xy t yz
  0
y x z
s z t xz t yz
  0
z x y
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1. Teoria de flexão de placas
1.4. Tensões e resultantes de tensões
Das duas primeiras equações as tensões de corte txz e tyz são,
depois de integrar,
t 2  s x t xy  E  t2      2
w  2
w 
t xz     dz     z    2  2 
2
z
 x y  21 n  4
2 
  x  x y 
t 2  s x t xy  E  t2 2     w
2
 2 w 
t yz     dz     z    2  2 
z
 y x  21 n  4
2 
  y  x y 

Pode observar-se que as distribuições de txz e tyz na espessura


da placa variam de acordo com uma lei parabólica.
A componente sz pode calcular-se usando a terceira equação de
equilíbrio, substituindo para txz e tyz e integrando.

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1. Teoria de flexão de placas
1.4. Tensões e resultantes de tensões

E  t 3 t 2 z z 3    2  2   2 w  2 w 
sz        2  2  2  2 
21 n  12 4
2 
3   x y  x y 

A tensão normal sz varia na forma de uma equação cúbica


através da espessura da placa.
Esta tensão é desprezável de acordo com o pressuposto (4).
As tensões de corte na direção z também são consideradas
muito pequenas quando comparadas com as outras tensões.

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1. Teoria de flexão de placas
1.5. Variação da tensão dentro da placa
As componentes da tensão (e consequentemente as resultantes
de tensão) variam, geralmente, de ponto para ponto numa
placa carregada.
Estas variações são governadas pelas condições de equilíbrio da
estática.
O cumprimento destas condições estabelece certas relações
conhecidas por equações de equilíbrio.
Considere um elemento dxdy da placa sujeito a um
carregamento por unidade de área uniformemente distribuído,
p.

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1. Teoria de flexão de placas
1.5. Variação da tensão dentro da placa

Assume-se que a inclusão do peso da placa, sendo um valor


pequeno, no carregamento p não afeta a precisão do resultado.

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1. Teoria de flexão de placas
1.5. Variação da tensão dentro da placa
Uma vez que o elemento da placa é muito pequeno, por
simplicidade, assume-se que as componentes de força e de
momento estão distribuídas uniformemente em cada uma das
faces.
Na figura elas estão representadas por um vetor único aplicado
no centro de cada face, representando os valores médios.
Com uma mudança de posição, por exemplo da face esquerda
para a face direita, a componente do momento Mx que atua na
face negativa de x varia em valor relativamente à face positiva
de x. Esta variação pode ser representada por uma série de
Taylor truncada na primeira derivada
M x
Mx  dx
x

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1. Teoria de flexão de placas
1.5. Variação da tensão dentro da placa
Usa-se a derivada parcial pois Mx é função de x e y.
Truntando todas as componentes de forma similar, obtém-se o
estado das resultantes de tensão a partir da figura.
Como o somatório das forças na direcção z tem que ser zero
obtém-se
Qx Qy
dxdy  dxdy  pdxdy  0
x y
ou seja
Qx Qy
  p0
x y

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1. Teoria de flexão de placas
1.5. Variação da tensão dentro da placa
O equilíbrio dos momentos em torno de x é governado por
M xy M y
dxdy  dxdy  Qy dxdy  0
x y
ou
M xy M y
  Qy  0
x y
Os produtos dos termos infinitesimais, como o momento de p,
foram omitidos.
Da mesma forma, do equilíbrio dos momentos em torno de y
tem-se
M xy M x
  Qx  0
y x
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1. Teoria de flexão de placas
1.5. Variação da tensão dentro da placa
Finalmente, resolvendo as equações do equilíbrio dos
momentos em ordem às forças por unidade de comprimento e
substituíndo os resultados na equação do equilíbrio da força
anterior resulta em
2M x  2 M xy  2 M y
2   p
x 2
xy y 2

Esta é a equação diferencial de equilíbrio para a flexão de


placas finas.

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1. Teoria de flexão de placas
1.5. Variação da tensão dentro da placa
Agora podem escrever-se expressões para as forças de corte
verticais Qx e Qy em função da deflexão w, usando as equações
acima para Qx e Qy juntamente com o resultado dos momentos
da secção 1.4:
  2w 2w  
Qx   D  2  2    D  2 w
x  x y  x
  2w 2w   2
Qy   D  2  2    D  w
 
y  y x  y

onde
2 2
  2 2
2

x y
é o operador de Laplace.
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1. Teoria de flexão de placas
1.5. Variação da tensão dentro da placa
Uma vez que a equação diferencial de equilíbrio da flexão de
placas contém 3 incógnitas, Mx, My e Mxy, não é possível obter
uma solução diretamente.
Os problemas de placas são, internamente, estaticamente
indeterminados.
Para reduzir o problema a uma incógnita é necessário usar as
relações momento-deslocamento.

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1. Teoria de flexão de placas
1.6. A equação da placa
A equação diferencial básica para a deflexão de placas pode ser
facilmente derivada com base nos resultados obtidos
anteriormente.
Introduzindo na equação diferencial de equilíbrio as expressões
para Mx, My e Mxy tem-se

2  2w 2w  2  2w  2  2w 2w 


 D 2  2 n 2   21 n D    D 2  2 n 2    p
x  x y  xy  xy  y  y x 

Agrupando os termos
0
4w 4w 4w  4w 4w 4w  p
 2 2 2  4 n  2 2  2 2 2  2 2  
x 4
x y y  x y x y x y  D

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1. Teoria de flexão de placas
1.6. A equação da placa
e, finalmente
4w 4w 4w p
2 2 2  4 
x 4
x y y D
Esta equação, que foi derivada pela primeira vez por Lagrange
em 1811, pode ser escrita numa forma compacta

p
4w 
D

onde
 4   2 2   2 
2

Esta equação é a equação diferencial para a deflexão de placas


finas.

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1. Teoria de flexão de placas
1.6. A equação da placa
Para determinar w, é necessário integrar esta equação com as
constantes de integração dependentes das condições de
fronteira apropriadas (ver secção seguinte).
Esta equação também pode ser escrita em função das
curvaturas:
 2k x  2k xy  2k y p
2  2 
x 2
xy y D
Quando não existe carregamento transversal na placa a
equação reduz para
4w 4w 4w
2 2 2  4 0
x 4
x y y
ou
4 w  0
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1. Teoria de flexão de placas
1.6. A equação da placa
Substituindo as equações das forças de corte verticais e a
equação diferencial da deflexão nas equações das tensões tzx, tyx
e sz obtém-se para estas tensões
E  t2 2  121 n Qx 3Qx   2 z  
2
t xz    z   1    
 
2 
2 1 n  4  Et 3
2t   t  

E  t2  121  n Q 3Q   2 z 
2

t yz    z 
2 y
 y
1    
21 n  4
2 
 Et 3
2t   t  

E  t 3 t 2 z z 3  121 n 2  p 3 p 2 2z 1  2z  
3
sz             
21 n 2  12 4 3 Et 3 4 3 t 3 t  

A tensão de corte máxima, à semelhança de uma viga com


secção retangular, ocorre em z=0.
33
1. Teoria de flexão de placas
1.6. A equação da placa
Esta pode ser representada pelas equações
3Qx 3Qy
t xz ,max  ; t yz ,max 
2t 2t
Assim, a chave para determinar as componentes da tensão,
usando as fórmulas derivadas, é a solução da equação
diferencial da deflexão para w.
Outra forma de obter a equação diferencial da deflexão, é
igualar a tensão normal à placa ao carregamento superfical por
unidade de superfície na superfície superior da placa.
Assim, com z=t/2 e sz=-p, e usando a equação de sz tem-se
Et 3
 4
w p
121 n 
2

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1. Teoria de flexão de placas
1.6. A equação da placa
É significativo notar que a soma das componentes do momento
fletor é invariante.
Isto é
 2w 2w 
M x  M y   D1 n  2  2    D1 n  2 w
 x y 
Definindo M, a função momento ou a soma do momento, por
Mx  My
M   D 2 w
1 n
as expressões para as forças de corte podem ser reescritas na
seguinte forma
M M
Qx  ; Qy 
x y

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1. Teoria de flexão de placas
1.6. A equação da placa
Asim, pode escrever-se a equação da placa em duas equações.
A primeira, usando a equação do equilíbrio das forças verticais
e a função momento, é
2M 2M
 2  p
x 2
y
A segunda, usando a definição de função momento, é
2w 2w M
  
x 2 y 2 D
Assim, reduz-se a equação da placa a duas equações
diferenciais parciais de segunda ordem que é por vezes
preferível, dependendo do método de solução usado.

36
1. Teoria de flexão de placas
1.6. A equação da placa
Sabendo o carregamento e as condições de fronteira, pode
obter-se M da primeira equação e depois a segunda equação
fornece w.
Pode ser demonstrado que as equações acima têm a mesma
forma que as equações que descrevem a deflexão de uma
membrana esticada uniformemente e carregada lateralmente.
Desta forma, existe uma analogia entre a flexão de uma placa e
problemas de membrana, o que permite derivar inúmeras
técnicas experimentais e técnicas numéricas aproximadas.

37
1. Teoria de flexão de placas
1.7. Condições de fronteira
A equação diferencial de equilíbrio derivada anteriormente tem
que ser satisfeita dentro da placa.
A distribuição de tensão na placa também tem que ser tal que
acomode as condições de equilíbrio em relação às forças ou
deslocamentos impostos na fronteira.
A solução da equação da placa requer que duas condições de
fronteira sejam satisfeitas em cada extremidade.
Estas podem ser uma dada deflexão e declive, ou força e
momento, ou uma combinação.
A diferença básica entre as condições de fronteira aplicadas na
placa e as das vigas é a existência de momentos torsores ao
longo das extremidades da placa.
Estes momentos podem ser substituídos por forças
equivalentes.
38
1. Teoria de flexão de placas
1.7. Condições de fronteira
Vamos considerar as condições
de fronteira de uma placa
retangular com extremidades a e
b paralelas aos eixos x e y,
respetivamente.
Considerando dois
comprimentos elementares
sucessivos dy na extremidade
x=a, pode ver-se que, no
elemento do lado direito atua
um momento de torção Mxydy,
enquanto que no do lado
esquerdo atua um momento
M xy  M xy y dy. dy
39
1. Teoria de flexão de placas
1.7. Condições de fronteira
Na figura, os momentos estão representados como binários de
forças estaticamente equivalentes.
Assim, numa região infinitesimal da extremidade dentro da
linha a traço interrompido, pode ver-se a força para cima Mxy e
a força para baixo M xy  M xy y dy .
A soma algébrica destas forças pode ser adicionada à força de
corte Qx para produzir uma força transversal efetiva, por
unidade de comprimento, para uma extremidade paralela ao
eixo y, Vx.
Assim
M xy  3w 3w 
Vx  Qx    D 3  2 n  
2
y  x xy 

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1. Teoria de flexão de placas
1.7. Condições de fronteira
De forma similar, pode obter-se, para uma extremidade
paralela ao eixo x, que
M xy  3w 3w 
Vy  Qy    D 3  2 n  2 
x  y x y 

As equações acima devem-se a Kirchhoff: uma distribuição de


Mxy ao longo de uma extremidade é estaticamente equivalente a
uma distribuição de forças de corte.
Para além destas forças nas extremidades, também podem
existir forças concentradas, Fc, produzidas nos cantos.

41
1. Teoria de flexão de placas
1.7. Condições de fronteira
Considerando, por exemplo, o caso de uma placa retangular
com carregamento uniforme e com apoios simples nas
extremidades, a ação dos momentos torsores no canto (a,b) é,
sabendo que Mxy=Myx,

2w
Fc  2M xy  2 D1 n 
xy

O sinal negativo indica o sentido para cima.


Devido à simetria do carregamento uniforme, esta força tem
que ter a mesma magnitude e sentido em todos os cantos da
placa.
Assim, se estes não forem fixos, os cantos da placa descrita
tendem a levantar.
42
1. Teoria de flexão de placas
1.7. Condições de fronteira
As forças adicionais dos cantos para placas com diferentes
condições nas extremidades podem ser obtidas de maneira
similar; por exemplo, quando duas extremidades adjacentes
estão fixas ou livres, tem-se Fc=0, pois ao longo destas
extremidades não existe momento torsor.
Agora, pode formular-se uma variedade de situações
normalmente encontradas.
As condições de fronteira ao longo da extremidade x=a de uma
placa retangular com extremidades paralelas aos eixos x e y são
descritas em seguida.

43
1. Teoria de flexão de placas
1.7. Condições de fronteira
Extremidade embutida ou encastrada:
Neste caso, tanto a deflexão como o declive desaparecem na
extremidade considerada, isto é

w
w0 ; 0 ; x  a 
x

44
1. Teoria de flexão de placas
1.7. Condições de fronteira
Extremidade com apoio simples:
Neste caso, tem-se deflexão e momento fletor igual a zero na
extremidade em questão. Assim
 2w 2w 
w  0 ; M x   2 n 2   0 ;  x  a 
 x y 
A primeira destas equações implica que ao
longo da extremidade x=a
w 2w
0 ; 0
y y 2

Desta forma as condições de fronteira podem


ter a forma equivalente
2w
w0 ;  0 ; x  a 
x 2

45
1. Teoria de flexão de placas
1.7. Condições de fronteira
Extremidade livre:
Neste caso, tem-se momento fletor e força de corte vertical
igual a zero na extremidade em questão. Isto é
 2w 2w  3w 3w
 2 n 2   0 ;  2 n  0 ; x  a
 x y  x xy
3 2

46
1. Teoria de flexão de placas
1.7. Condições de fronteira
Extremidade deslisante (ou de simetria):
Neste caso, a extremidade é livre de se mover verticalmente,
mas a rotação em torno de y não é permitida. O apoio não é
capaz de resistir a qualquer força de corte. Logo

w 3w 3w
0 ;  2 n  0 ; x  a 
x x 3
xy 2

Esta condição é equivalente a uma condição


de simetria.

47
1. Teoria de flexão de placas
1.7. Condições de fronteira
Outros tipos de condições de fronteira podem ser analisados de
forma idêntica.
Pode observar-se que as condições de fronteira podem ser de
dois tipos básicos:
– Uma condição de fronteira geométrica ou cinemática descreve
constrangimentos das extremidades relacionados com deflexão
ou declive;
– Uma condição de fronteira estática iguala as forças internas (ou
momentos) nas extremidades da placa às forças de corte
externas (ou momentos) dadas.
Desta forma, numa extremidade encastrada as duas condições
são cinemáticas; numa extremidade livre as duas condições são
estáticas; nas extremidades de apoio simples e deslizante as
consições são mistas.
48
1. Teoria de flexão de placas
1.7. Condições de fronteira
Em vez de especificar condições de fronteira homogéneas (com
valor zero), é possível especificar outros valores de corte,
momento, rotação ou deslocamento.
Nestes casos, condições de fronteira não homogénias são
representadas substituindo os zeros das condições acima por
valores especificados.

49
1. Teoria de flexão de placas
1.8. Solução da deflexão de placas
Com a equação fundamental da placa obtêm-se deflexões de
placas mas com dificuldade considerável.
É comum obter uma solução usando o método inverso. Neste
método, parte-se de uma solução assumida para w que satisfaça
a equação fundamental e as condições de fronteira.
Podem ser analisados alguns casos com a utilização de
polinómios para w em x e y com coeficientes indeterminados.
Normalmente, não é trivial escolher séries com uma forma
aceitável.
O método deste tipo mais comum é o das séries de Fourier, em
que, tendo obtido uma solução para o carregamento sinusoidal,
qualquer outro carregamento pode ser analisado através de
séries infinitas.

50
1. Teoria de flexão de placas
1.8. Solução da deflexão de placas
Este método apresenta uma vantagem importante que consiste
no facto de uma única expressão ser aplicada em toda a
superfície da placa.
Os métodos de energia devem ser usados na análise de casos
gerais.
Estes dois métodos têm duas funções:
– Podem fornecer soluções “exatas” quando as configurações do
carregamento e geoemtria são simples;
– Podem ser usadas como base para técnicas aproximadas
através da análise numérica aplicada a problemas mais reais.
Outro método usado para resolver a equação da placa é o
método das diferenças finitas. Neste caso as equações são
substituídas por expressões de diferenças finitas que
relacionam w (e M) em nós distanciados por um comprimento
finito. 51
1. Teoria de flexão de placas
1.8. Solução da deflexão de placas
As equações, neste caso, só podem ser resolvidas
numericamente.

52
1. Teoria de flexão de placas
1.8. Solução da deflexão de placas
Exemplo 1.01: Determine a deflexão e a tensão numa placa
retangular muito comprida e estreita (a>>b) que tem apoios
simples nas extremidades y=0 e y=b nas seguintes condições:
a) A placa suporta um carregamento não uniforme dado por
y
p y   p0 sin
b
onde a constante p0 representa a intensidade do carregamento
ao longo da linha y=b/2, paralela ao eixo x
b) A placa suporta um carregamento uniforme de p0.

53
1. Teoria de flexão de placas
1.8. Solução da deflexão de placas
Exemplo 1.02: Uma placa retangular de um poço de elevador
está sujeita a momentos fletores uniformemente distribuídos
Mx=Mb e My=Ma, aplicados ao longo das suas extremidades,
conforme mostrado na figura.
Derive a equação que governa a deflexão da superfície nos
seguintes casos:
a) Ma≠Mb;
b) Ma=-Mb.

54
1. Teoria de flexão de placas
1.9. Métodos de energia de extensão
Como alternativa aos métodos de equilíbrio, a análise da
deformação e da tensão num corpo elástico pode ser feita
através de métodos de energia.
Estas duas técnicas são, respetivamente, análises newtoniana e
lagrangiana da mecânica.
Esta última, é estimada devido ao facto de que a equação
fundamental de um corpo elástico pode ser derivada através da
minimização da energia associada à deformação e ao
carregamento.
Os métodos de energia são úteis em situações que envolvem
formas irregulares, carregamentos não uniformes, secções
transversais variáveis e materiais anisotrópicos.
Vamos ver as técnicas de energia através do caso de placas
finas.
55
1. Teoria de flexão de placas
1.9. Métodos de energia de extensão
A energia de extensão guardada dentro de um corpo elástico,
para um estado de tensão 3D genérico, é dada por
U   s xe x  s ye y  s ze z  t xy g xy  t xz g xz  t yz g yz dxdydz
1
2 V
A integração extende-se a todo o volume do corpo.
Com base nos pressupostos da secção 1.2, para placas finas sz,
gxz e gyz podem ser omitidos.
Assim, introduzindo a lei de Hook, a expressão acima reduz à
seguinte forma, que envolve apenas tensões e constantes
elásticas,
1  1 t 
U   s x s x ns y   s y s y ns x   t xy xy  dxdydz
1
2 V  E E G
ou
56
1. Teoria de flexão de placas
1.9. Métodos de energia de extensão

U    s x2  2ns xs y  s x2  
 1 1 2
t xy  dxdydz
V 
2E 2G 
Para uma placa com espessura constante, esta equação pode ser
escrita em termos da deflexão w com a ajuda das equações que
relacionam a tensão com a deflexão. Assim, com dV=dxdydz,

1  E    w 2 2
  w   w    w 
2 2 2 2
 w  2
2 2

U     2   2n  2  2    2   21 n 


2  
  z dV
2 V  1 n   x   x  y   y   xy  
Integrando em z desde –t/2 a t/2 obtém-se
1   2 w  2   2 w  2   2 w   2 w   2w  
2

U   D  2    2   2n  2  2   21 n    dxdy


2 A  x   y   x  y   xy  
onde A representa a área da superfície da placa.

57
1. Teoria de flexão de placas
1.9. Métodos de energia de extensão
Alternativamente, a equação da energia pode ser escrita na
forma

1 
  2
w  2
w 
2
   2
w   2
w    2
w 
2


U   D  2  2   21 n  2  2      dxdy
2 A  x

y   x  y   xy    
O segundo termo desta equação é conhecido como a curvatura
gaussiana.
Pode observar-se que a energia de extensão é uma função não
linear (quadrática) da deformação ou tensão.
Desta forma, o princípio da sobreposição não é válido para a
energia de extensão.
Estas equações são úteis na formulação de várias técnicas de
energia e de vários métodos de elementos finitos.
58
1. Teoria de flexão de placas
1.9. Métodos de energia de extensão
Em seguida vamos ver alguns métodos comuns de energia de
extensão baseados na energia potencial e na variação da
deformação de um corpo elástico.

59
1. Teoria de flexão de placas
1.9. Métodos de energia de extensão
Princípio do trabalho virtual
Suponha-se que um corpo elástico sofre um deslocamento
incremental arbitrário, ou seja, um deslocamento virtual.
Este deslocamento não precisa de existir nem tão pouco de ser
infinitesimal.
Quando se considera o deslocamento infinitesimal, como é
prática comum, é razoável considerar que o sistema de forças
que atua no corpo é constante.
O trabalho virtual realizado pelas forças de superfície T por
unidade de área no corpo no processo de levar o corpo do seu
estado inicial para o estado de equilíbrio é
W   Txu  Tyv  TzwdA
A

60
1. Teoria de flexão de placas
1.9. Métodos de energia de extensão
Aqui A é a área limite da superfície e u, v e w são os
deslocamentos virtuais nas direções x, y e z, respetivamente.
A notação  indica uma variação de um parâmetro.
A energia de extensão U adquirida por um corpo de volume V
como resultado da extensão virtual é
U   s xe x  s ye y  s ze z  t xyg xy  t xzg xz  t yzg yz dV
1
2V
O trabalho total realizado durante o deslocamento virtual é
zero, ou
U  W  0
Assim, o princípio do trabalho virtual de um corpo elástico é
U  W
61
1. Teoria de flexão de placas
1.9. Métodos de energia de extensão
Princípio da energia potencial mínima
Desde que os deslocamentos virtuais não alterem a forma do
corpo e que as forças de superfície sejam consideradas
constantes a equação anterior pode ser escrita na seguinte
forma:
   U  W   0
Nesta expressão
  U W
representa a energia potencial do corpo.
A primeira equação representa a condição de energia potencial
estacionária do sistema.
Para um equilíbrio estável a energia potencial tem que ser
mínima.
62
1. Teoria de flexão de placas
1.9. Métodos de energia de extensão
Para todos os deslocamentos que satisfaçam as condições de
fronteira e as condições de equilíbrio, a energia potencial
assume um valor mínimo.
Este princípio chame-se o princípio da energia potencial
mínima.
A energia potencial guardada numa placa sujeita a um
carregamento transversal distribuído p(x,y) é
   s xe x  s ye y  t xy g xy dxdydz    pwdxdy
1
2 V A

No caso da placa ter uma espessura constante, esta equação


pode ser escrita

    M xk x  M yk y  M xyk xy dxdy    pwdxdy


1
2 A A
Pode explicar-se fisicamente os63termos de U na expressão
acima.
1. Teoria de flexão de placas
1.9. Métodos de energia de extensão
Como 2w/x2=kx representa a curvatura da placa no plano xy,
o ângulo que corresponde ao momento Mxdy é –(2w/x2)dx.
A energia de extensão ou o trabalho realizado pelo momento Mx
é então -0.5Mxkxdxdy.
A energia de extensão resultante dos momentos Mydx e Mxydy
são interpretados da mesma forma.
O princípio da energia potencial é expressa na seguinte forma:

  
1
 M xk x  M yk y  M xyk xy dxdy    pwdxdy
2 A A

64
1. Teoria de flexão de placas
1.9. Métodos de energia de extensão
Método de Ritz
O método de Ritz é um procedimento conveniente para
determinar soluções com o princípio da energia potencial
mínima.
Este método é descrito para o caso da flexão elástica de placas.
Primeiro escolhe-se uma solução para a deflexão w na forma de
uma série que contém os parâmetros indeterminados amn
(m,n=1,2,...).
A deflexão escolhida tem que satisfazer as condições de
fronteira geométricas.
As condições de fronteira estáticas não precisam de ser
respeitadas.

65
1. Teoria de flexão de placas
1.9. Métodos de energia de extensão
Obviamente, uma escolha apropriada para a expressão da
deflexão é importante para que se obtenha uma solução precisa.
Por isso, é desejável assumir uma expressão para w que seja
quase idêntica à verdadeira superfície defletida da placa.
Depois, usando a solução selecionada, determina-se a energia
potencial  em termos de amn.
Para que a energia potencial seja mínima no equilíbrio tem que
se ter
 
 0,, 0
a11 amn
Desta forma tem-se um sistema de equações algébricas que são
resolvidas para os parâmetros amn.

66
1. Teoria de flexão de placas
1.9. Métodos de energia de extensão
Depois, introduzindo os valores obtidos na expressão assumida
para a deflexão, obtém-se a solução para um dado problema.
Geralmente, amn inclui um número finito de parâmetros e, por
isso, os resultados finais são apenas aproximados.
Obviamente, se o w assumido for “exato”, a solução também
será “exata”.
As vantagens do método de Ritz prendem-se com o facto de ser
relativamente fácil tratar problemas com diferentes condições
de fronteira nas extremidades da placa.
Este método, é assim, um dos mais simples para resolver
deflexões de placas e cascas através de uma calculadora.
A aplicação das técnicas de energia de extensão em problemas
de flexão em placas serão apresentadas mais tarde.
67
2. Placas retangulares
2.1. Introdução
• Neste capítulo vão considerar-se as tensões e deflexões em
placas retangulares finas
• Como visto no capítulo anterior, o elemento de placa
retangular é um modelo excelente para desenvolver relações
básicas em coordenadas cartesianas
• Por outro lado, vamos ver que placas sujeitas à flexão levam
frequentemente a soluções na forma de séries que não são
viáveis para cálculos manuais de valores numéricos
• Isto é, as deflexões e momentos são, muitas vezes, descritos
por séries infinitas complicadas
• Estes cálculos são, obviamente, realizados com facilidade
por um computador

68
2. Placas retangulares
2.1. Introdução
• As placas retangulares são, geralmente, classificadas de
acordo com o tipo de apoios usados:
– Placas com apoios simples
– Placas encastradas ou embutidas
– Pacas com mistura de condições de apoio
– Placas em fundações elásticas
– Placas contínuas:
• Estas placas consistem, normalmente, em placas isoladas
suportadas por vigas ou colunas intermédias

69
2. Placas retangulares
2.2. Solução de Navier (placa retangular com apoios simples)
Considere-se uma placa retangular de lados a e b com apoios
simples em todas as extremidades e sujeita a um carregamento
p(x,y).
A origem das coordenadas é colocada no canto superior
esquerdo como mostra a figura.

70
2. Placas retangulares
2.2. Solução de Navier (placa retangular com apoios simples)
Em geral, a solução do problema de flexão faz uso das séries de
Fourier seguintes para a carga e deflexão:
 
mx ny
p x, y    pmn sin sin
m 1 n 1 a b
 
mx ny
w x, y    amn sin sin
m 1 n 1 a b
onde pmn e amn representam os coeficientes a determinar.
Este método foi introduzido por Navier em 1820.
As deflexões têm que satisfazer a equação diferencial para a
deflexão de placas com as seguintes condições de fronteira
2w 2w
w0 0  x  0, x  a  ; w0 0  y  0, y  b 
x 2
y 2

71
2. Placas retangulares
2.2. Solução de Navier (placa retangular com apoios simples)
Pode, facilmente, constatar-se que a equação da deflexão
cumpre estes constrangimentos e que os coeficientes amn têm
que satisfazer a equação diferencial da deflexão.
A solução correspondente ao carregamento p(x,y) requer,
assim, que se determine pmn e amn.
Para perceber melhor a equação de w considere que a
superfície defletida verdadeira da placa é uma sobreposição de
curvas sinusoidais de m e n configurações diferentes nas
direções x e y, respetivamente.
Os coeficientes amn da série são as coordenadas centrais
máximas das curvas seno e os m’s e os n’s indicam o número de
meias curvas seno nas direções x e y, respetivamente.
Por exemplo, o termo a12sin(x/a)sin(2y/b) está ilustrado na
figura anterior.
72
2. Placas retangulares
2.2. Solução de Navier (placa retangular com apoios simples)
Aumentando o número de termos na série aumenta-se a
precisão do resultado.
Para um caso de carregamento genérico procede-se da seguinte
forma.
Para determinar os coeficientes pmn, cada lado da equação do
carregamento é multiplicado por
mx ny
sin sin dxdy
a b
e integrado entre os limites 0,a e 0,b:
mx ny
 
b a
0 0 p x , y sin
a
sin
b
dxdy
 
mx ny mx ny
  pmn   sin
b a
sin sin sin dxdy
m 1 n 1
0 0 a b a b
73
2. Placas retangulares
2.2. Solução de Navier (placa retangular com apoios simples)
Pode mostrar-se por integração direta que

mx mx  0 m  m


0 sin a sin a dx  a 2
a

m  m
ny ny  0 n  n
 sin b sin b dy  b 2 n  n
b

Então, os coeficientes da expansão de Fourier dupla são


4 b a mx ny
pmn    p x, y sin sin dxdy
ab 0 0 a b
O cálculo de amn na equação de w requer que se substituam as
equações de p e de w na equação diferencial de deflexão da
placa.

74
2. Placas retangulares
2.2. Solução de Navier (placa retangular com apoios simples)
Assim, obtém-se
  
  m 
4
 m       pmn 
2
n
2
n
4
 mx ny
  mn 
a   2 
        sin sin 0
  a 
m 1 n 1   a   b   b   D 
 a b

Esta equação tem que ser válida para todos os x e y.


Então conclui-se que

4  m 
4
       pmn
m
2
n
2
n
4
amn    2         0
 a   a  b b  D
ou
2 2
 m   n  
2
p
amn 4        mn  0
 a   b   D

75
2. Placas retangulares
2.2. Solução de Navier (placa retangular com apoios simples)
Daqui, resolvendo em ordem a amn, tem-se
pmn
amn  2
 m  2  n  2 
 D      
4

 a   b  
Finalmente, substituindo este resultado na equação do w,
obtém-se a equação da superfície de deflexão da placa:
1   pmn mx ny
w  4  sin sin
 D m1 n1  m  2  n  2  2 a b
     
 a   b  
onde pmn já foi obtido anteriormente.
76
2. Placas retangulares
2.2. Solução de Navier (placa retangular com apoios simples)
Pode observar-se que, sendo |sin(mx/a)|≤1 e |sin(ny/b)|≤1
para todos os x e y e m e n, a série é convergente.
Desta forma, esta equação é uma solução válida para a flexão de
placas retangulares com apoios simples sujeita a vários tipos de
carregamento.
Na próxima secção serão apresentadas várias aplicações do
método de Navier para casos particulares.

77
2. Placas retangulares
2.3. Solução de Navier (vários carregamentos)
Quando uma placa retangular está sujeita a um carregamento
uniformemente distribuído, p(x,y)=p0, os resultados da secção
anterior são um pouco simplificados.
A equação do pmn depois da integração dá
4 p0
pmn  1  cos m 1  cos n 
 mn
2

ou

pmn 
4 p0
 2 mn

1   1m

1   1n

ou ainda
16 p0
pmn  m, n  1,3,
 2 mn
78
2. Placas retangulares
2.3. Solução de Navier (vários carregamentos)
Como pmn=0 para valores pares de m e n, estes só tomam
valores ímpares.
Substituindo pmn na equação de amn, obtém-se
16 p0   1 mx ny
w  6  sin sin m, n  1,3,
 D m n  m   n  
2 2 2
a b
mn      
 a   b  
Em termos físicos, a placa carregada uniformemente tem que
defletir numa forma simétrica.
Esta configuração resulta quando m e n são ímpares.

79
2. Placas retangulares
2.3. Solução de Navier (vários carregamentos)
A deflexão máxima ocorre no centro da placa (x=a/2,y=b/2) e o
seu valor é
16 p0   1 m n
w  6  sin sin
 D m n  m  2  n  2 
2
2 2
mn      
 a   b  
ou
m 1 n 1
16 p0 
 1  1

2 2
w
 6D m n  m   n  
2 2 2
mn      
 a   b  
As componentes do momento obtêm-se substituindo a equação
acima nas equações dos momentos.
80
2. Placas retangulares
2.3. Solução de Navier (vários carregamentos)
Assim 2 2
m n
   n  
16 p0    a  b mx ny
M x  4  sin sin
 m n  m  2  n  2 
2
a b
mn      
 a   b  
2 2
m n
n    
16 p0    a  b mx ny
M y  4  sin sin
 m n  m  2  n  2 
2
a b
mn      
 a   b  
161 n    1 mx ny
M xy   4 
 ab m n  m  2  n  2  2
cos
a
cos
b
     
 a   b  
81
2. Placas retangulares
2.3. Solução de Navier (vários carregamentos)
Pode observar-se que os momentos fletores Mx e My são zero
em (x=0,x=a) e (y=0,y=b), respetivamente.
No entanto, o momento torsor Mxy não desaparece nas
extremidades nem nos cantos da placa.
A presença de Mxy causa uma alteração da distribuição das
reações nos suportes.
Lembremos, no entanto, que o princípio de St. Venant permite
considerar a distribuição de tensão inalterada em secções
distantes das extremidades e cantos.

82
2. Placas retangulares
2.3. Solução de Navier (vários carregamentos)
Exemplo 2.01: Um painel de parede quadrado, sujeito a um
diferencial de pressão p0, pode considerar-se que tem apoios
simples em todas as suas extremidades.
Determine:
a) A deflexão máxima;
b) O momento máximo;
c) A tensão máxima.

83
2. Placas retangulares
2.3. Solução de Navier (vários carregamentos)
Exemplo 2.02: Um painel do chão de
um armazém, com lados a e b, tem
apoios simples em todas as
extremidades.
Determine as reações nos apoios
assumindo que o material do armazém
está distribuído pelo chão todo por
forma a criar o seguinte carregamento
x y
p x, y   p0 sin sin
a b
onde p0 representa a intensidade da
carga no centro da placa, como mostra
a figura.

84
2. Placas retangulares
2.3. Solução de Navier (vários carregamentos)
Exemplo 2.03: Determine as equações da superfície elástica de
uma placa retangular com apoios simples em duas situações:
a) A placa está sujeita a uma carga P distribuída
uniformemente numa área 4cd;
b) A placa suporta uma carga pontual em x=x1,y=y1.

85
2. Placas retangulares
2.4. Solução de Lévy (placa retangular)
Na secção anterior viu-se que o cálculo dos momentos fletores
com o método de Navier tem um convergência lenta com o
aumento do número de termos da série.
Um método importante que resolve este problema foi
desenvolvido por Lévy em 1900.
Outra vantagem da solução de Lévy é que em vez de usar uma
série dupla usa uma série única.
Em geral, é mais fácil realizar cálculos numéricos com séries
únicas do que com séries duplas.

86
2. Placas retangulares
2.4. Solução de Lévy (placa retangular)
O método de Lévy é aplicável à flexão de placas retangulares
com condições de fronteira particulares em duas axtremidades
opostas (por exemplo, x=0 e x=a) e condições de fronteira
arbitrárias nas restantes extremidades (y=±b/2).

87
2. Placas retangulares
2.4. Solução de Lévy (placa retangular)
A solução total consiste na solução homogénia wh da equação

4w 4w 4w


2 2 2  4 0
x 4
x y y

e da solução particular wp da equação

4w 4w 4w p


2 2 2  4 
x 4
x y y D

com a seguinte forma


w  wh  wp

88
2. Placas retangulares
2.4. Solução de Lévy (placa retangular)
Uma vez que
 4 wh  0
é independente do carregamento, pode derivar-se uma única
expressão para wh que seja válida para placas retangulares com
duas condições de fronteira particulares em dois lados opostos.
Obviamente, para cada carga específica p(x,y) tem que se obter
uma solução para wp.
A solução homogénea é escolhida com a forma geral seguinte
 mx

 sin a
wh   f m  y 
mx
m 1 cos
 a
onde fm(y) tem que ser obtida de forma a satisfazer as
condições nos apoios em y=±b/2 e satisfazer a equação acima.
89
2. Placas retangulares
2.4. Solução de Lévy (placa retangular)
Vamos descrever o método assumindo
que os lados opostos da placa
retangular em x=0 e x=a têm apoios
simples como mostra a figura.
Neste caso a equação anterior fica

mx
wh   f m  y sin
m 1 a
Esta equação cumpre as condições de
fronteira para apoios simples ao longo
das extremidades com x constante.

90
2. Placas retangulares
2.4. Solução de Lévy (placa retangular)
Para completar a solução, temos que aplicar as condições de
fronteira nos dois lados arbitrários com y=±b/2.
Substituíndo a equação de wh em 4w=0, tem-se
 d 4 fm  m 
2
d 2
f  m 
4
 mx
  4  2
m 1, 3,  dy

 a  dy
2
m

 a 
 f m  sin
a
0

Para que esta equação seja válida em todos os x é preciso que


 m  d f m  m 
2 4
d 4 fm 2
 2    fm  0
 a  dy  a 
4 2
dy
A solução geral desta equação é
my my my my
 
f m  Am e a
 Bm e a
 Cm ye a
 Dm ye a

91
2. Placas retangulares
2.4. Solução de Lévy (placa retangular)
ou usando identidades hiperbólicas

my my my my


f m  Am sinh  Bm cosh  Cm y sinh  Dm y cosh
a a a a
A solução homogénea fica, assim,

 my my my my  mx
wh    Am sinh  Bm cosh  Cm y sinh  Dm y cosh  sin
m 1  a a a a  a

onde Am, Bm, Cm e Dm são constantes que serão determinadas


mais tarde para casos especificados.

92
2. Placas retangulares
2.4. Solução de Lévy (placa retangular)
Pode observar-se que as condições de fronteira para apoios
simples são respeitados nas extremidades x=0 e x=a se a
solução particular for expressa com a série de Fourier única

mx
w p   k m  y sin
m 1 a
onde km(y) são funções de y apenas.
Vamos expandir p(x,y) também com um série de Fourier

mx
p x, y    pm  y sin
m 1 a
onde
2 a mx
pm  y    p x, y sin dx
a 0 a
93
2. Placas retangulares
2.4. Solução de Lévy (placa retangular)
Substituindo para wp e p(x,y) na equação 4w=p(x,y)/D e
notando a validade da expressão resultante para todos os
valores de x entre 0 e a, obtém-se

 m  d km  m 
2 4
d 4 km 2
pm
 2     m
k 
dy 4    
2
a dy a D

Depois de determinar uma solução particular, km, desta


equação diferencial ordinária, pode calcular-se wp.
O método é ilustrado com o seguinte exemplo típico.

94
2. Placas retangulares
2.4. Solução de Lévy (placa retangular)
Placa retangular com apoios simples e carregamento
uniforme
Neste caso p(x,y)=p0 pelo que a equação de pm(y) fica
4 p0
pm  m  1,3,
m
Logo, a equação de km fica
 m  d km  m 
2 4
d 4 km 2
4 p0
 2     k 
mD
m
dy 4  a  dy  a 
2

A solução particular desta equação é


4 p0 a 4
km  5 5
m D

95
2. Placas retangulares
2.4. Solução de Lévy (placa retangular)
A solução para wp fica, então,

4 p0 a 4  1 mx
w p  5  5 sin
 D m1 m a

Esta solução representa a deflexão de uma tira com


carregamento uniforme com apoios simples e paralela ao eixo x.
Também pode ser escrita na seguinte forma

w p  0 x 4  2ax 3  a 3 x 
p
24 D
A condição que diz que a deflexão da placa tem que ser
simétrica em relação ao eixo x (tem que ter os mesmos valores
para –y e +y) é satisfeita pela equação de wh se Am=Dm=0.

96
2. Placas retangulares
2.4. Solução de Lévy (placa retangular)
As funções hiperbólicas são:

97
2. Placas retangulares
2.4. Solução de Lévy (placa retangular)
Depois, adicionando a contribuição de wp tem-se

 my my 4 p0 a 4  mx
w    Bm cosh  Cm y sinh  5 5  sin
m 1, 3,  a a m  D a
Esta equação satisfaz a equação fundamental da flexão de
placas e as condições de apoios simples em x=0 e x=a.
As condições de fronteira em falta são
2w  b
w0  0  y   
y 2
 2

98
2. Placas retangulares
2.4. Solução de Lévy (placa retangular)
Se aplicarmos estas condições à equação de w obtêm-se duas
expressões, que serão satisfeitas para todos os x se
b 4 p0 a 4
Bm cosh  m  Cm sinh  m  5 5  0
2 m D
 Bm m 
2  Cm  cosh  m  Cm m sinh  m  0
 b 

onde
mb
m 
2a

99
2. Placas retangulares
2.4. Solução de Lévy (placa retangular)
A solução destas equações dá as seguintes constantes

4 p0 a 4  mp0 a 3b tanh  m
Bm 
m5 5 D cosh  m
2 p0 a 3
Cm  4 4
m  D cosh  m
A deflexão da superfície da placa pode, desta forma, ser escrita
4 p0 a 4
w 5
 D

1   m tanh  m  2 2 m y 1 my 2 m y  mx
 5
m 1, 3, m 
 1 
2 cosh  m
cosh
b

2 cosh  m a
sinh
b 
 sin
a

100
2. Placas retangulares
2.4. Solução de Lévy (placa retangular)
A deflexão máxima ocorre no centro da placa (x=a/2,y=0),
tomando o valor de
m 1
4 p0 a 4 
 1   m tanh  m  2 

2
wmax  1  
 5D m 1, 3, m5  2 cosh  m 
Uma vez que
m 1

 1
5 5

2
 9
m 1, 3, m 5
2 3
a deflexão máxima da placa fica com a forma seguinte
m 1
4
5 p0 a 4 p0 a  1  m tanh  m  2
4 


2
wmax   5
384 D  D m1,3, m5 2 cosh  m
O primeiro termo representa a deflexão máxima wmax do meio
de uma tira com apoios simples e carregamento uniforme.

101
2. Placas retangulares
2.4. Solução de Lévy (placa retangular)
O segundo termo é uma série de convergência rápida.
Por exemplo, no caso de uma placa quadrada (a=b e
m=m/2), a deflexão máxima é
5 p0 a 4 4 p0 a 4 p0 a 4
wmax   5 0.68562  0.00025    0.00406
384 D  D D
Pode ver-se que, mesmo mantendo apenas o primeiro termo da
série, a solução obtida é precisa até ao terceiro algarismo
significativo.
Introduzindo a notação na equação da deflexão máxima
m 1
5 4 
 1  m tanh  m  2
 5 
2
1 
384  m1,3, m5 2 cosh  m

102
2. Placas retangulares
2.4. Solução de Lévy (placa retangular)
Pode escrevere-se
p0 a 4  a 
wmax  1  x  , y  0
D  2 
De uma forma idêntica à secção anterior podem derivar-se
expressões para os momentos, forças de corte e tensões da
placa.
Os momentos máximos na placa também podem escrever-se na
forma
 a 
M x ,max   2 p0 a 2 M y ,max   3 p0 a 2  x  , y  0 
 2 

103
2. Placas retangulares
2.4. Solução de Lévy (placa retangular)
Valores numéricos para os coeficientes 1, 2 e 3 são mostrados
na tabela abaixo para várias razões de aspeto b/a. Pode ver-se
que, à medida que b/a aumenta, wmax e Mx,max aumentam
enquanto My,max diminui.

104
2. Placas retangulares
2.4. Solução de Lévy (placa retangular)
Exemplo 2.04: Uma janela de um prédio alto, é aproximada por
uma placa retangular com 3 extremidades com apoios simples
e 1 encastrada. A placa está sujeita a um carregamento
uniforme devido ao vento com intensidade p0.
Derive uma expressão para a deflexão da superfície.

105
2. Placas retangulares
2.4. Solução de Lévy (placa retangular)
Exemplo 2.05: Um carregamento uniforme p0 atua numa
varanda retangular com apoios simples nos lados opostos x=0 e
x=a, com o lado y=b livre e a extremidade y=0 encastrada.
Descreva a derivação da expressão para a deflexão w.

106
2. Placas retangulares
2.4. Solução de Lévy (placa retangular)
Exemplo 2.06: Derive uma expressão para a superfície defletida
de um painel de chão muito longo e estreito sujeito a um
carregamento uniforme p0.
Assumir que x=0, x=a e y=0 têm apoios simples.

107
2. Placas retangulares
2.5. Solução de Lévy (carregamentos não uniformes)
Vamos aplicar o método de Lévy a casos de placas retangulares
com carregamentos não uniformes que são apenas função de x.
Assumindo que as extremidades x=0 e x=a têm apoios simples,
o carregamento é expresso com a série de Fourier

mx
p x    pm sin
m 1, 2 , a
onde
2 a mx
pm   p x sin dx
a 0 a
Usando o procedimento da secção 2.4 obtém-se
a4 
pm mx
wp  4 
 D m1, 2, m 4
sin
a
108
2. Placas retangulares
2.5. Solução de Lévy (carregamentos não uniformes)
Esta expressão representa a deflexão de uma tira sujeita a um
carregamento p(x) e satisfaz a equação 4w=p(x)/D bem como
as condições de fronteira de apoios simples em x=0 e x=a.
Vamos assumir que as duas extremidades arbitrárias y=±b/2
também têm apoios simples.
A expressão total da deflexão fica

 my my pm a 4  mx
w    Bm cosh  Cm y sinh  4 4  sin
m 1, 2 ,  a a m  D a
onde as constantes Bm e Cm são determinadas com as condições
em y=±b/2: w=0 e ∂2w/∂y2=0.
Assim
a4 
pm   m tanh  m  2 my 1 my my  mx
w 4  4
 D m1, 2, m 
 1 
2 cosh  m
cosh
a

2 cosh  m a
sinh
a 
 sin
a
109
2. Placas retangulares
2.5. Solução de Lévy (carregamentos não uniformes)
onde m=mb/2a, como
anteriormente.
Introduzindo uma dada
distribuição de p(x) pode obter-se
pm e depois calcular-se w.
Os momentos e tensões são
determinadas pela forma usual.
Valores de pm para alguns casos
de distribução de p(x) estão
mostrados na figura.

110
2. Placas retangulares
2.5. Solução de Lévy (carregamentos não uniformes)
Por exemplo, considere-se a flexão de uma placa carregada
hidrostaticamente:
2 a p0 x mx 2p
pm   dx  0  1 m  1,2,
m1
sin
a 0 a a m
Esta equação juntamente com a anterior representa a deflexão.
Considerando uma placa quadrada (a=b), a deflexão no centro
da placa (x=a/2,y=0) é
p0 a 4
w  0.00203
D
Este resultado é metade da deflexão de uma placa retangular
com apoios simples sujeita a um carregamento uniforme.

111
2. Placas retangulares
2.6. Momentos distribuídos nas arestas
Vamos considerar uma placa
retangular com apoios simples
em todas as extremidades sujeita
a momentos distribuídos
simétricos em y=±b/2.
Vamos descrever os momentos
pela série de Fourier

mx  b
f  x    M m sin  y   
m 1 a  2

112
2. Placas retangulares
2.6. Momentos distribuídos nas arestas
Nesta expressão, Mm representa os coeficientes a determinar
2 a mx
M m   f  x sin dx
a 0 a
As condições de fronteira são
2w
w0 0  x  0, x  a 
x 2

 b
w0  y   
 2
2w  b
 D 2  f x  y   
y  2

113
2. Placas retangulares
2.6. Momentos distribuídos nas arestas
Para se obter a solução deste problema é necessário assumir
que a superficie de deformação tem a forma já obtida
anteriormente

 my my 4 p0 a 4  mx
w    Bm cosh  Cm y sinh  5 5  sin
m 1, 3,  a a m  D a

Com p0=0 e m=1,2,3,..., tem-se



 my my  mx
w    Bm cosh  Cm y sinh  sin
m 1  a a  a

Esta equação cumpre a equação 4w=p/D e as primeiras


condições de fronteira, como já foi visto.
As segundas condições de fronteira são satisfeitas quando w=0.
114
2. Placas retangulares
2.6. Momentos distribuídos nas arestas
Colocando m=mb/2a, como anteriormente, tem-se
b
Bm cosh  m  Cm sinh  m  0
2
de onde se tira
b
Bm  Cm tanh  m
2
Agora, a equação da deflexão fica

 my b my  mx
w   Cm  y sinh  tanh  m cosh  sin
m 1  a 2 a  a

115
2. Placas retangulares
2.6. Momentos distribuídos nas arestas
Substituindo esta equação, juntamente com a definição de f(x),
na terceira condição de fronteira tem-se

m mx  mx
 2 D Cm cosh  m sin   M m sin
m 1 a a m 1 a

Daqui obtém-se
aM m
Cm 
2mD cosh  m
A deflexão fica, então,
a  sinmx a  b my my 
w 
2D m1 m cosh  m
M m
2
tanh  m cosh
a
 y sinh
a 

116
2. Placas retangulares
2.6. Momentos distribuídos nas arestas
Os momentos e as tensões são obtidas a partir desta expressão.
No caso de termos momentos uniformemente distribuídos
f(x)=M0, obtém-se
4M 0
Mm 
m
Substituindo esta equação, juntamente com a definição de f(x),
na terceira condição de fronteira tem-se
2M 0 a  sinmx a   b my my 
w 2   tanh  cosh  y sinh 
 D m1 m cosh  m  2 m
a a 
Para o caso de uma placa quadrada (a=b), a deflexão e
momentos no centro da placa são
M 0a 2
w  0.0368 M x  0.394M 0 M y  0.256M 0
D
117
2. Placas retangulares
2.6. Momentos distribuídos nas arestas
A deflexão ao longo do eixo de simetria é dada por
M 0 ab  1 tanh  m mx
w 2  2 sin  y  0
 D m1 m cosh  m a
Quando a››b, pode colocar-se tanhm≈m e coshm≈1, e a
expressão acima reduz a
M 0b 2  1 mx 1 M 0b 2
w 
2D m1,3, m
sin
a

2 D
É curioso que este resultado seja igual ao da deflexão no centro
de uma tira de comprimento b sujeita a dois momentos iguais e
opostos nas extremidades.
No caso de uma placa com momentos anti-simétricos,
(My)y=b/2=-(My)y=-b/2, pode derivar-se a expressão da deflexão
de forma idêntica modificando a terceira condição de fronteira.
118
2. Placas retangulares
2.6. Momentos distribuídos nas arestas
Nesse caso tem-se

 2w   2w 
 D 2   M y y b / 2  D 2   M y y b / 2
 y  y b / 2  y  y b / 2

O caso genérico pode ser derivado como uma combinação de


situações simétricas e anti-simétricas.
As soluções com momentos distribuídos simétricos e anti-
simétricos são úteis para resolver problemas com variadas
condições de fronteira nas extremidades.

119
2. Placas retangulares
2.7. Método da sobreposição
A deflexão e a tensão numa placa retangular com qualquer
condição nas extremidades e carregamento arbitrário podem ser
determinadas pelo método da sobreposição.
De acordo com este método, um problema complexo pode ser
primeiro substituído por várias situações mais simples em que
cada uma pode ser resolvida pelo método de Navier ou pelo
método de Lévy.
As deflexões obtidas por cada caso simplificado são, depois,
adicionadas de forma a que a equação fundamental 4w=p/D e
as condições de fronteira sejam satisfeitas no problema original.

120
2. Placas retangulares
2.7. Método da sobreposição
Considere-se, por exemplo, a flexão de
uma placa sujeita a um carregamento
lateral com uma extremidade encastrada e
as outras com apoios simples.
A solução começa com o pressuposto de
que todas as extremidades têm apoios
simples.
Depois, um momento fletor ao longo da
aresta y=0 é aplicado com uma magnitude
adequada para eliminar as rotações devido
ao carregamento lateral.
O exemplo seguinte é usado para ilustrar o
método.

121
2. Placas retangulares
2.7. Método da sobreposição
Exemplo 2.07: Uma placa retangular tem as arestas opostas x=0
e x=a com apoios simples e as outras duas y=±b/2 encastradas.
A placa está sujeita a uma carga uniformemente distribuída com
intensidade p0.
Derive uma expressão para a superfície defletida e para os
momentos.

122
2. Placas retangulares
2.8. Método de Ritz
A energia de extensão U associada à flexão de uma placa é dada
por

1 
  w  w
2 2

2
  
 w  w
2 2
   w 
2

2

U   D  2  2   21 n  2  2      dxdy
2 A  x

y   x  y   xy    
O trabalho realizado pelo carregamento transversal p(x,y) na
superfície pode ser representado por
W   wpdxdy
A

onde A é a área da superfície da placa.

123
2. Placas retangulares
2.8. Método de Ritz
A energia potencial =U-W fica, então,

D   w  w 
2 2 2
   w   w    w   2
2 2 2 2


    2  2   21 n  2  2       wp dxdy
2 A  x

y   x  y   xy   D  
A aplicação deste método pode ser ilustrado através da flexão de
uma placa retangular com lados a e b encastrada em todas as
extremidades e sujeita a um carregamento uniforme p0.

124
2. Placas retangulares
2.8. Método de Ritz
As condições de fronteira são
w
w0 0  x  0, x  a 
x
w
w0 0  y  0, y  b 
y
Integrando por partes o último termo da equação da energia de
extensão obtém-se
2w 2w  2 w w w  3 w
A xy xy dxdy  S xy x dx  A x xy 2 dxdy
2w 2w  2 w w w  2 w 2w 2w
A xy xy dxdy  S xy x dx  S x y 2 dy  A x 2 y 2 dxdy

125
2. Placas retangulares
2.8. Método de Ritz
De acordo com as condições de fronteira, os dois primeiros
integrais são idênticos.
Assim
  2 w  2 w   2 w 2 
A  x 2 y 2   xy   dxdy  0
 
Desta forma, a energia de extensão da flexão fica
2
D  2w 2w 
U    2  2  dxdy
2 A  x y 
Assumindo que a deflexão tem a seguinte forma
 
 2mx  2ny 
w   amn 1  cos 1  cos 
m 1 n 1  a  b 
as condições de fronteira são cumpridas.
126
2. Placas retangulares
2.8. Método de Ritz
Substituindo este resultado na equação da energia obtém-se

D b a    m2 2mx  2ny 
U     4 amn  2 cos
2
 1  cos 
2 0 0 m1 n1  a a  b 
2
n2 2ny  2mx  
 2 cos  1  cos   dxdy
b b  a  

de onde

   
 m 
4
 n 
4
 m 
2
 n 
2
 2
U  2 abD  3   3   2     amn
4

m1 n1   a 
 b  a  b 
  
 
m
4   
 
n
4

  2  amr ams   2  arn asn 
m 1 r 1 s 1  a  r 1 s 1 n 1  b  
que é válida para r≠s.
127
2. Placas retangulares
2.8. Método de Ritz
O trabalho realizado por p0 é
   2mx  2ny 
 mn 
b a
W  p0   a 1  cos  1  cos dxdy
0 0
 m1 n1 a  b 
ou
 
W  p0 ab amn
m 1 n 1

Das condições de minimização /amn=0, tem-se



  m 
4
n
4
m n 
2 2 
m
4 
n
4


4 D ab3   3   2     amn   2  amr   2  arn 
4

  a 
 b  a  b  r 1  a  r 1  b  

 p0 ab  0
que é válida para r≠n e r≠m.
128
2. Placas retangulares
2.8. Método de Ritz
Retirando todos os termos excepto o primeiro a11, esta equação dá
p0 a 4 1
a11  4
4 D a
4 2
a
3  3   2 
b b
No caso de uma placa quadrada (a=b), a11=p0a4/(324D).
A deflexão máxima ocorre no centro da placa e é obtida através
da substituição de a11 na equação da deflexão.
p0 a 4
wmax  0.00128
D
Este resultado é cerca de 1.5% maior do que o valor obtido
usando o método da Secção 2.7 para uma placa encastrada, que é
mais elaborado.

129
2. Placas retangulares
2.8. Método de Ritz
É de notar que o resultado é muito preciso, tendo em conta que
só foi usado um termo da série.
De um modo geral, a utilização de tão poucos termos não resulta
numa precisão tão grande no método de Ritz.
Calculando a deflexão da placa considerando sete parâmetros a11,
a12, a21, a22, a13, a31 e a33 obtém-se o seguinte sistema de
equações:

130
2. Placas retangulares
2.8. Método de Ritz

131
2. Placas retangulares
2.8. Método de Ritz
A solução deste sistema de equações lineares para uma placa
quadrada (a=b) dá
p0 a 4 p0 a 4
a11  0.11774 a12  a21  0.01184
4 D 4
4 D 4
p0 a 4 p0 a 4
a22  0.00189 a13  a31  0.00268
4 D 4
4 D 4
p0 a 4
a33  0.00020
4 D 4
Substituindo estes valores na equação da deflexão, a deflexão
máxima é obtida no centro da placa com o valor
p0 a 4
wmax  0.00126
D
Este valor é exatamente igual ao que seria obtido com o método
da Secção 2.7.
132
2. Placas retangulares
2.8. Método de Ritz
Exemplo 2.08: Uma porção retangular (a×b) do chão de uma
oficina tem as suas extremidades encastradas e suporta uma
carga P aplicada na posição x=x1, y=y1.
Determinar a deflexão máxima da placa.

133
3. Métodos numéricos
3.1. Introdução
• Nos capítulos anteriores foram usados métodos de equilíbrio
e de energia para problemas de flexão de placas
• Nalguns casos, estas soluções analíticas não são possíveis e é
necessário recorrer a métodos numéricos aproximados
• Estes métodos numéricos permitem ao engenheiro resolver
problemas práticos, com formas e carregamentos reais
• Os métodos numéricos mais importantes são:
– método das diferenças finitas
– método dos elementos finitos

134
3. Métodos numéricos
3.2. Diferenças finitas
O método das diferenças finitas substitui a equação diferencial
da placa e as expressões que definem as condições de fronteira
com equações de diferenças equivalentes.
A solução de um problema de flexão reduz-se, assim, à solução
simultânea de um conjunto de equações algébricas escritas para
todos os nós definidos dentro da placa.

135
3. Métodos numéricos
3.2. Diferenças finitas
As expressões das diferenças finitas podem ser obtidas a partir
da definição da primeira derivada da função y=f(x) com
respeito a x:
 dy  yn1  yn
  Dx0  lim
 dx  n Dx
O índice n representa um ponto arbitrário na curva.
Num intervalo Dx=h esta expressão representa uma
aproximação à derivada
 dy  Dyn yn1  yn
   
 dx  n h h
Dyn é a primeira diferença avançada de y no ponto xn,
 dy 
Dyn  yn1  yn  h 
 dx  n
136
3. Métodos numéricos
3.2. Diferenças finitas
A primeira diferença atrasada em n é
 dy 
yn  yn  yn1  h 
 dx  n
As diferenças centrais contêm nós colocados simetricamente
em relação a xn.
Assim, a primeira diferença central é

yn   yn1  yn1   h 


1 dy
2  dx  n
Um procedimento idêntico a este pode ser usado para se
obterem as derivadas de ordem superior.
Vamos, daqui para a frente, considerar apenas as diferencças
centrais.

137
3. Métodos numéricos
3.2. Diferenças finitas
A segunda derivada pode ser escrita usando a representação de
diferença da primeira derivada:
2 d y 
2
h  2   Dyn   Dyn    2 yn
 dx  n
A segunda diferença central em xn, depois de substituir os
resultados das primeiras diferenças na expressão acima, é
2 d y 
2
 yn  Dyn  Dyn1   yn1  yn    yn  yn1   yn1  2 yn  yn1  h  2 
2

 dx  n
A terceira diferença central é
 3 yn    2 yn     yn1  2 yn  yn1   yn1  2yn  yn1
1
  yn2  yn    yn1  yn1   1  yn  yn2   1  yn2  2 yn1  2 yn1  yn2 
2 2 2
138
3. Métodos numéricos
3.2. Diferenças finitas
ou
3 d y 
3
1
 yn   yn2  2 yn1  2 yn1  yn2   h  3 
3

2  dx  n
e a quarta diferença central é
 4 yn   2  2 yn    2  yn1  2 yn  yn1    2 yn1  2 2 yn   2 yn1

  yn2  2 yn1  yn   2 yn1  2 yn  yn1    yn  2 yn1  yn2 

d4y
 yn 2  4 yn1  6 yn  4 yn1  yn2  h  4 
4

 dx  n

139
3. Métodos numéricos
3.2. Diferenças finitas
Vamos ver o caso da função de deflexão w(x,y) de duas
variáveis.
Considerando uma placa retangular e colocando Dx=Dy=h,
divide-se a placa numa malha quadrada.
Aqui, os índices x e y indicam a direção em que as diferenças
são calculadas.

140
3. Métodos numéricos
3.2. Diferenças finitas
As primeiras e segundas derivadas parciais serão
w 1 w 1
  xw   yw
x h y h
2w 1 2 2w 1 2  2 w 1  w 
 2 x w  2 yw  2 x 
x 2
h y 2
h xy h  y 
Com base na definição de derivada parcial, as expressões acima
podem escrever-se para um ponto 0 da seguinte forma
w 1
 w x  h, y   w x  h, y   w1  w3 
1
x 2h 2h
w 1
 w x, y  h   w x, y  h   w2  w4 
1
y 2h 2h

141
3. Métodos numéricos
3.2. Diferenças finitas
e
2w 1
  w x  h, y   2 w  x , y   w  x  h, y   
1
w1  2w0  w3 
x 2
h 2
h 2

2w 1
 w  x , y  h   2 w x , y   w x , y  h  
1
w2  2w0  w4 
y 2
h 2
h 2

2w 1
 2  x  y w  2  x w2   x w4   2 w5  w6  w7  w8 
1 1
xy h 2h 4h

142
3. Métodos numéricos
3.2. Diferenças finitas
As derivadas mistas são
3w

1
  2
w  
1
  w  2 w  w  
1
 x w2  2 x w0   x w4 
xy 3 x
2 y 3 x 2 0 4 3
h h h
1
 3 w5  w6  2w1  2w3  w8  w7 
2h
3w

1
  2
w  
1
w5  w6  2w2  2w4  w8  w7 
x y h 3 y
2 x 3
2h
4w

1 2 2
  w  
1 2
 w2  2w0  w4 
x y 4 x
2 2 y 4 x
h h


1
4
w5  w6  w7  w8  4w0  2w1  w2  w3  w4 
h

143
3. Métodos numéricos
3.2. Diferenças finitas
Tendo à disposição as várias derivadas na forma de
aproximações de diferenças finitas, pode facilmente obter-se as
equações de diferenças finitas equivalentes às equações da
placa.
Para referência, alguns operadores de diferenças finitas estão
representados em esquema na figura seguinte.
O ponto central em cada esquema é o ponto de referência de
cada operador.

144
3. Métodos numéricos
3.2. Diferenças finitas

145
3. Métodos numéricos
3.2. Diferenças finitas
Podem derivar-se fórmulas similares quando os nós não estão
espaçados uniformemente.
No caso de uma malha retangular com Dx=h e Dy=k, pode
substituir-se o h por k nas derivadas de w em relação a y
anteriores.
Por exemplo,
w 1 w 1
 w1  w3   w2  w4 
x 2h y 2k
2w 1 2w 1
 2 w1  2w0  w3   2 w2  2w0  w4 
x 2
h y 2
k
2w 1  1  1
  x   y w   x w2   x w4   1 w5  w6  w7  w8 
xy h  k  2hk 4hk
146
3. Métodos numéricos
3.2. Diferenças finitas
O operador 2w fica
1 1
 2 w  2 w1  2w0  w3   2 w2  2w0  w4 
h k
A menos que seja especificado, daqui para a frente serão
considerados apenas nós equidistantes (Dx=Dy=h).
Os operadores de diferenças em coordenadas cartesianas x e y
estão bem adaptadas para resolver problemas com domínios
retangulares.
Quando a placa tem contornos irregulares são necessários
operadores especiais junto à fronteira.
Uma das malhas não cartesianas para estas condições é a malha
triangular.

147
3. Métodos numéricos
3.2. Diferenças finitas
Se a placa tiver a forma de um paralelogramo, é conveniente e
mais preciso usar coordenadas paralelas às arestas da placa.
A malha polar é usada em situações em que existem formas axi-
simétricas.
Os operadores de diferenças finitas em qualquer sistema
coordenado são obtidos através da transformação das equações
que relacionam as coordenadas x e y nesse sistema.
Em todos os casos, o procedimento para determinar as
deflexões e os momentos é o mostrado a seguir.

148
3. Métodos numéricos
3.3. Solução das equações (diferenças finitas)
Podemos, agora, transformar a
equação diferencial da placa
fletida numa equação algébrica.
Vamos escrever esta equação
para um nó interior; o ponto 0
por exemplo.
Referindo ao operador 4, a
equação de diferenças finitas
correspondente à equação
fundamental da placa é

w9  w10  w11  w12  2w5  w6  w7  w8   8w1  w2  w3  w4   20w0  14  p0


h D

149
3. Métodos numéricos
3.3. Solução das equações (diferenças finitas)
Expressões idênticas são escritas para todos os nós dentro da placa.
Ao mesmo tempo, as condições de fronteira têm que ser convertidas
para a forma de diferenças finitas.
O conjunto de equações de diferenças finitas é, depois, resolvido
para se obterem as deflexões.
Como método alternativo ao problema da flexão da placa, a equação
fundamental da placa pode ser substituída por duas equações de
segunda ordem, como já foi visto anteriormente.
A aplicação do operador 2 a estas equações no ponto 0 dá

M 1  M 2  M 3  M 4  4M 0  12   p0
h
w1  w2  w3  w4  4w0  12   M 0
h D
150
3. Métodos numéricos
3.3. Solução das equações (diferenças finitas)
Outras equações idênticas são escritas para o resto dos nós dentro
da placa.
A solução do problema requer que se determine os valores de M e w
de forma a satisfazer as equações algébricas e as condições de
fronteira.
No caso de uma placa com apoios simples em todas as arestas, M e
w são zero nessas arestas e, por isso, pode resolver-se o primeiro
grupo de equações independentemente do segundo para determinar
todos os valores de M dentro da fronteira.
O segundo conjunto é resolvido depois.
Para placas com outras condições de fronteira (encastramento,
livre, combinações, etc.) é necessário resolver todas as equações em
simultâneo.

151
3. Métodos numéricos
3.3. Solução das equações (diferenças finitas)
Em placas com condições de fronteira mistas os valores de M
podem ser diferentes nas arestas.
A deflexão w, neste caso, obtém-se mais facilmente através do
primeiro método.
Tendo os valores de M e w disponíveis nos nós, podem derivar-se as
expressões dos momentos e forças de corte.
No ponto 0, estes são

Mx 
D
2
2w0  w1  w3 n 2w0  w2  w4 
h
M y  2 2w0  w2  w4 n 2w0  w1  w3 
D
h
D1 n 
M xy  2
 w5  w6  w7  w8 
4h
152
3. Métodos numéricos
3.3. Solução das equações (diferenças finitas)
e
1
Qx  M 1  M 3 
2h
1
Q y  M 2  M 4 
2h
As tensões são facilmente obtidas como anteriormente.
O método das diferenças finitas é melhor compreendido através de
alguns exemplos numéricos.

153
3. Métodos numéricos
3.3. Solução das equações (diferenças finitas)
Exemplo 2.09: Use a técnica das diferenças finitas para analisar a
flexão de uma placa quadrada (a×a) em que todas as arestas têm
apoios simples e que está sujeita a um carregamento
uniformemente distribuído p0.

154
3. Métodos numéricos
3.3. Solução das equações (diferenças finitas)
Exemplo 2.10: Determine a deflexão e os momentos em vários
pontos de uma placa quadrada de lado a com todas as arestas
encastradas sujeita a um carregamento uniformemente distribuído
p0. Considere h=a/4 e utilize duas formas de solução:
a) Aplicação das duas equações de segunda ordem;
b) Aplicação da equação fundamental.

155
3. Métodos numéricos
3.3. Solução das equações (diferenças finitas)
Exemplo 2.11: Um chão, em que metade do mesmo suporta um
carregamento uniforme, é representado por uma placa contínua
com as arestas opostas (y=±a/2) encastradas e as outras (x=0,x=2a)
com apoios simples. O meio da placa (x=a) também tem um apoio
simples. Obter as deflexões nos pontos 1, 2, 3 e 4.

156
3. Métodos numéricos
3.3. Solução das equações (diferenças finitas)
Exemplo 2.12: Considere o caso de uma placa retangular carregada
uniformemente com duas arestas contíguas com apoios simples, a
terceira livre e a quarta encastrada. Use o método das diferenças
finitas com h=a/4 para determinar w em vários pontos.

157
3. Métodos numéricos
3.3. Solução das equações (diferenças finitas)
Exemplo 2.12:

158
3. Métodos numéricos
3.3. Solução das equações (diferenças finitas)
Exemplo 2.12:

159
3. Métodos numéricos
3.4. Propriedades do elemento finito
O método dos elementos finitos tem-se desenvolvido em simultâneo
com os computadores digitais e o aumento do interesse nos métodos
numéricos.
Este método permite a estimativa das tensões e deflexões numa
placa com um grau de facilidade e de precisão nunca antes possível.
No método dos elementos finitos, a placa é discretizada num
número finito de elementos (normalmente com forma triangular ou
retangular) ligados nos nós e em fronteiras inter-elemento
hipotéticas.
Assim, o equilíbrio e a compatibilidade têm que ser verificadas em
cada nó e ao longo das fronteiras entre elementos.
Existem vários métodos de elementos finitos.

160
3. Métodos numéricos
3.4. Propriedades do elemento finito
Vamos, apenas, ver o método comum de deslocamentos finitos onde
o conjunto das equações algébricas fundamentais é expresso em
termos dos deslocamentos nodais indeterminados.
Vamos, primeiro, definir uma série de parâmetros relevantes para
um elemento finito de uma placa isotrópica.
As derivações baseiam-se no pressuposto da teoria de pequenas
deflexões.
Em geral, a placa pode ter qualquer forma e qualquer carregamento.
Considere-se uma placa fina que é substituída por um conjunto de
elementos finitos triangulares.
As propriedades de um elemento discreto vão designar-se de e.

161
3. Métodos numéricos
3.4. Propriedades do elemento finito

162
3. Métodos numéricos
3.4. Propriedades do elemento finito
Matriz de deslocamentos
Os deslocamentos nodais {}e estão relacionados com os
deslocamentos dentro do elemento através da função de
deslocamento {w}e dada por

we  P e
onde a matriz [P] é uma função da posição a determinar
posteriormente para um elemento específico.
Esta matriz é, muitas vezes, referida como a função de forma.
É conveniente que a função de forma seja escolhida de modo a que o
campo de deslocamentos reais seja representado com a maior
precisão possível.

163
3. Métodos numéricos
3.4. Propriedades do elemento finito
Matrizes de extensão, de tensão e de elasticidade
Fazendo uso da definição de extensão, define-se a matriz de
extensão generalizada-deformação da seguinte forma
ex  T
    w 2
 w
2
 w
2
e
 y      2 
g   x 2
y 2
x y 
 xy e

ou
e e  B e
onde a matriz [B] terá que ser calculada.

164
3. Métodos numéricos
3.4. Propriedades do elemento finito
A relação tensão-extensão generalizada, das relações de Hook, é
s x  1 n 0  e x 
  Ez   
s y   2 
n 1 0  e x 
1  n 
t  0 0 1 n  2 g xy e
 xy e

ou
s e  zD* e e
Os momentos estão relacionados com as tensões da seguinte forma,

Mx 
  t2
 M y   t 2 zs dz
M 
 xy 
165
3. Métodos numéricos
3.4. Propriedades do elemento finito
Substituíndo o resultado da tensão nesta expressão tem-se a relação
momento-extensão generalizada
M e   
   z D* dz e e
t 2 2

 t 2 
ou
M e  De e
A matriz de elasticidade para uma placa isotrópica é, então,
3 3
1 n 0 
D  t D *  Et 2 n 1 0 
12 121 n  
0 0 1 n  2
As relações tensão-extensão e, consequentemente, a matriz de
elasticidade são diferentes para materiais ortotrópicos ou
anisotrópicos.
166
3. Métodos numéricos
3.4. Propriedades do elemento finito
Devido a variadas causas (contração, variações de temperatura, etc.)
podem existir extensões iniciais dentro da placa.
No caso de uma placa com carregamento transversal e aquecida as
matrizes de tensão e momento ficam, respetivamente

s e  D* e   e 0 e


e

M e  De  e 0 e
onde {e0}e é a matriz de extensão térmica.

167
3. Métodos numéricos
3.5. Método dos elementos finitos
Uma forma conveniente de derivar as expressões que governam o
elemento finito e as suas caraterísticas baseia-se no princípio da
energia potencial.
A variação da energia potencial D da placa completa é

D    M x De x  M y De y  M xy Dg xy dxdy     pDwdxdy  0
n n

1 A 1 A

onde n é o número de elementos de espessura uniforme que


constitúem a placa, A é a área da superfície de um elemento e p a
carga lateral por unidade de área.
Esta expressão pode reescrever-se na seguinte forma

  De  M   pDwdxdy  0
n
T
e e
1 A
168
3. Métodos numéricos
3.5. Método dos elementos finitos
ou, recorrendo à equação de {M}e e de {e}e, na forma

  D  B DB   pPD  dxdy  0


n
T T
e e e
1 A
ou ainda

 p dxdy  0
n

  e
D T
B T
D B  e  P T

1 A
Colocando a matriz de rigidez do elemento como

K e   BT DBdxdy
A
e a matriz das forças nodais do elemento devido à carga transversal
como
Qe   PT pdxdy
A
169
3. Métodos numéricos
3.5. Método dos elementos finitos
ou, se considerarmos extensões iniciais,
Qe   BT De 0 dxdy   PT pdxdy
A A

a equação fica
n

1  D Te K e  e  Qe dxdy  0


A
Uma vez que as mudanças em {}e são independentes e arbitrárias,
esta equação pode reduzir-se a

K e  e  Qe
para o equilíbrio de forças nodais do elemento.

170
3. Métodos numéricos
3.5. Método dos elementos finitos
Para a placa completa é necessário juntar todas as contribuições dos
elementos e obtém-se

D T K    Q  0


Esta equação tem que ser válida para todos os {D}.
Daqui, as equações que governam a placa completa são

K    Q
onde
n
K    K e
1
n
Q   Qe
1
171
3. Métodos numéricos
3.5. Método dos elementos finitos
Pode ver-se que a matriz de rigidez da placa [K] e o vetor das forças
nodais {Q} são obtidos pela sobreposição de todas a matrizes de
rigidez e vetores de forças nodais do elemento, respetivamente.

172
3. Métodos numéricos
3.5. Método dos elementos finitos
O procedimento genérico para resolver o problema de flexão da
placa com o método dos elementos finitos é:
1. Determinar [K]e para cada elemento de acordo com as suas
propriedades. Gerar a matriz global [K].
2. Determinar {Q}e para cada elemento de acordo com a carga
aplicada. Gerar a matriz global {Q}.
3. Determinar os deslocamentos nodais satisfazendo as condições
de fronteira:
{}=[K]-1{Q}.
4. Determinar as extensões no elemento:
{e}e=[B]{}e.
5. Determinar os momentos e as tensões no elemento:
{M}e=[D]{e}e ; {s}e=z[D*]{e} e.
173
3. Métodos numéricos
3.5. Método dos elementos finitos
O procedimento fica mais claro quando as características de um
dado elemento forem derivadas.
Os elementos mais comuns na flexão de placas, cada um
necessitando de tipos diferentes de função de deslocamento, são
apresentados em seguida.

174
3. Métodos numéricos
3.6. Elemento finito triangular
O elemento triangular pode facilmente
acomodar fronteiras irregulares.
Também pode ter dimensão variável
para permitir elementos pequenos em
regiões com concentração de tensão.
Por isso, ele é usado extensivamente
no método dos elementos finitos.
Considere-se um elemento da placa
triangular ijm coincidente com o
plano xy.
Os nós são numerados no sentido
anti-horário.

175
3. Métodos numéricos
3.6. Elemento finito triangular
Cada deslocamento nodal do elemento tem três componentes:
- uma deflexão na direção z (w);
- uma rotação em torno do eixo x (qx);
- uma rotação em torno do eixo y (qy).
As rotações estão relacionadas com as derivadas da deflexão da
seguinte forma
w w
qx  qy 
y x
O sentido positivo das rotações é determinado pela regra da mão
direita.

176
3. Métodos numéricos
3.6. Elemento finito triangular
Função de deslocamento
A matriz de deslocamento nodal para um elemento é

i 
 
 e   j   wi q xi q yi w j q xj q yj wm q xm q ym 
T

 
 m

A função de deslocamento, que define o deslocamento em qualquer


ponto dentro do elemento ijm, é escolhida como sendo um
polinómio do terceiro grau modificado com a seguinte forma
we  a1  a2 x  a3 y  a4 x 2  a5 xy  a6 y 2  a7 x3  a8 x 2 y  xy 2   a9 y 3

o que permite um tratamento teórico relativamente simples.

177
3. Métodos numéricos
3.6. Elemento finito triangular
O número de termos é igual ao número de deslocamentos nodais do
elemento.
Esta função mantém continuidade dos deslocamentos mas não das
derivadas.
No entanto, para casos práticos de engenharia a solução com base
nesta função é aceitável na maior parte dos casos.
Uma função de deslocamento de décima oitava ordem,
correspondente a um triângulo de 6 nós, permite melhores
resultados, mas a análise é mais extensa.
Quando os coeficientes a são conhecidos, a função dá o
deslocamento em todas as posições da placa.

178
3. Métodos numéricos
3.6. Elemento finito triangular
Os deslocamentos nodais podem escrever-se:

ou
 e  C a
Daqui, a solução para as constantes a é
a  C 1 e
179
3. Métodos numéricos
3.6. Elemento finito triangular
Pode ver-se que a matriz [C] depende do valor das coordenadas dos
pontos nodais.
A função de deslocamento pode, agora, escrever-se
we  La  P e  LC 1 e
onde
L  1, x, y, x 2 , xy, y 2 , x3 , x 2 y  xy 2 , y 3 
Substituindo a função de deslocamento nas extensões tem-se
 a1 
0 0 0  2 0 0  6x  2y 0  
a 2 
e e  0 0 0 0 0 2 0  2x 
 6y  
  
0 0 0 0  2 0 0  4 x  y  0   
a9 
180
3. Métodos numéricos
3.6. Elemento finito triangular
ou
e e  H a

A matriz extensão-deslocamento generalizada fica

e e  B e  H C 1 e


sendo que
B  H C 1

181
3. Métodos numéricos
3.6. Elemento finito triangular
Matriz de rigidez
Substituindo a matriz [B] na equação de [K]e obtém-se

K e  C    
1 T
  H T DH dxdy C 1
 
A 

onde as matrizes [H], [D] e [C] já são conhecidas.


Depois de multiplicar as matrizes dentro do integral, calcula-se o
integral para obter a matriz de rigidez do elemento.

182
3. Métodos numéricos
3.6. Elemento finito triangular
Forças nodais externas
As forças nodais resultantes do carregamento transversal na
superfície podem ser obtidas da expressão para {Q}e ou usando
intuição física.
A matriz das forças nodais do elemento é
 Qi 
Qe  Q j   Qzi Qqxi Qqyi Qzj Qqxj Qqyj Qzm Qqxm Qqym 
T

Q 
 m

onde Qz, Qqx e Qqy representam a força lateral na direção z, o


momento por unidade de comprimento em torno de x e o momento
por unidade de comprimento em torno de y, respetivamente.

183
3. Métodos numéricos
3.6. Elemento finito triangular

A determinação das forças nodais do elemento é demonstrada no


exemplo seguinte.

184
3. Métodos numéricos
3.6. Elemento finito triangular
Exemplo 2.13: O elemento 123 representa uma porção de uma placa
elástica fina sujeita a uma carga uniforme de intensidade p0.
Determine o vetor de forças nodais.
Assuma que o peso do elemento é desprezável.

185
3. Métodos numéricos
3.6. Elemento finito triangular
Exemplo 2.13:

186
3. Métodos numéricos
3.7. Elemento finito retangular
Vamos ver agora o elemento retangular.
Para garantir, pelo menos, o cumprimento aproximado da
continuidade das derivadas, são usadas três componentes do
deslocamento nodal como anteriormente.

187
3. Métodos numéricos
3.7. Elemento finito retangular
Função de deslocamento
A matriz de deslocamento nodal para um elemento é
i 
 
 
 e   j   wi q xi q yi w j q xj q yj wm q xm q ym wn q xn q yn 
T

 m 
 n 

A função de deslocamento, que define o deslocamento em qualquer


ponto dentro do elemento ijmn, é escolhida como sendo um
polinómio do terceiro grau com a seguinte forma
we  a1  a2 x  a3 y  a4 x 2  a5 xy  a6 y 2  a7 x 3  a8 x 2 y
 a9 xy 2  a10 y 3  a11 x 3 y  a12 xy 3
188
3. Métodos numéricos
3.7. Elemento finito retangular
Os deslocamentos nodais são dados por

 e  C a
onde [C], uma matriz de 12 x 12, depende das coordenadas nodais e é
obtida da mesma forma que para o elemento triangular.
Daqui, a solução para as constantes a é
a  C 1 e
A função de deslocamento pode, como anteriormente, escrever-se
we  P e  LC 1 e
onde, agora,
L  1, x, y, x 2 , xy, y 2 , x3 , x 2 y, xy 2 , y 3 , x3 y, xy3 
189
3. Métodos numéricos
3.7. Elemento finito retangular
Substituindo a função de deslocamento nas extensões tem-se
 a1 
0 0 0  2 0 0  6x  2 y 0 0  6 xy 0  
   a2 
e e  0 0 0 0 0  2 0 0  2x  6 y 0  6 xy  

2   
0 0 0 0  2 0 0  4x  4 y 0  6 x  6 y 
2
a12 
ou
e e  H a
A matriz extensão generalizada-deslocamento fica

e e  B e  H C 1 e


com
B  H C 1
190
3. Métodos numéricos
3.7. Elemento finito retangular
Matriz de rigidez
Substituindo a matriz [B] na equação de [K]e obtém-se

 
1 T 
K e  C    H  DH dxdy C 
 T  1
A 
onde as matrizes [H], [D] e [C] já são conhecidas.
Depois de multiplicar as matrizes dentro do integral, calcula-se o
integral para obter a matriz de rigidez do elemento.
No caso de os lados a’ e b’ do elemento serem paralelos aos eixos x e
y, respetivamente, o integral pode ser calculado diretamente, pois os
limites de integração são independentes.
Assim, tem-se
Et 3  1 n 
K e    
 1      n     4 R 

180a' b' 1 n  
R k k 2 k 3 k

2
2
191
3. Métodos numéricos
3.7. Elemento finito retangular
Os coeficientes [k1], [k2], [k3] e [k4] e a matriz [R] são:
 60 
 0 0 
 
  30 0 20 simetria 
 
 30 0  15 60 
 0 0 0 0 0 
2 
 b    15 0 10  30 0 20 
k1      
 a   30 0 15  60 0 30 60
 
 0 0 0 0 0 0 0 0   60 
  15 0 5  30 0 10 30 0 20   30  20 
   
 60 0 30  30 0 15 30 0 15 60   0 0 0 
   simetria 
 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0   60 30 0 60 
  15 0 10  15 0 5 15 0 10 30 0 20  30  10 
0  30  20
2 
 a   0 0 0 0 0 0 
k2      
 b   30 15 0 30 15 0 60
 
 15 5 0  15  10 0  30  20 
 0 0 0 0 0 0 0 0 0 
 
 30  15 0  30  15 0  60  30 0 60 
 
 15  10 0  15  5 0  30  10 0 30  20 
 0
192 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
3. Métodos numéricos
3.7. Elemento finito retangular
 30 
 15 0 
 
  15 15 0 
 simetria 
 30 0 15 30 
 0 0 0  15 0 
 
0 0  15  15
k3    
15 0
30 0 0  30  15 0 30 
 
 0 0 0 15 0 0  15 0 
 0 0 0 0 0 0 15 15 0 
 
 30 15 0 30 0 0  30 0  15 30   84 
   6 
  15 0 0 0 0 0 0 0 0 15 0   8 
 0 0 0 0 0 0  15 0 0 15  15 0  6 0 8 
 simetria 
 84 6 6 84 
 6 2 0 6 8 
 
0 8 6
r  0 0 0  
6 0 8
1 0 0 
k4    
0 84  6  6  84  6 6
r  0 0 
84

R   onde r   0 b 0   6 2 0 6 8 
0 0 r  0 6 8 0
 0 0 a  6 
0 0 0 r  
0 2 6 0 2 6 0 8

 84 6 6 84 6  6  84  6  6 84 
 
 6 8 0 6 2 0 6 2 0 6 8 
  6
193 0 2 6 0 2 6 0  8 6 0 8
3. Métodos numéricos
3.7. Elemento finito retangular
Forças nodais externas
As forças nodais resultantes do carregamento transversal na
superfície podem ser obtidas da expressão para {Q}e.
A matriz das forças nodais do elemento é
 Qi 
Q 
Qe   j 
Qm 
 Qn 
onde Q = {Qz, Qqx, Qqy} representam a força lateral na direcção z, o
momento por unidade de comprimento em torno de x e o momento
por unidade de comprimento em torno de y, respetivamente.
Os deslocamentos, as extensões e as tensões são obtidas usando o
procedimento descrito em 3.4.
194
3. Métodos numéricos
3.7. Elemento finito retangular
Exemplo 2.14: Considere uma placa quadrada de lado a com duas
arestas opostas (y=0 e y=a) com apoios simples e as outras duas
arestas encastradas.
Determine o valor máximo de w sabendo que a placa está sujeita a
um carregamento uniforme de intensidade p0. Considere a=2m e
n=0,3.

195
4. Esforços Transversais e no Plano
Combinados
4.1. Introdução
As relações clássicas da teoria de pequenas deformações de placas
sujeitas a carregamentos transversais foi desenvolvida nas secções
anteriores.
Vamos ver situações em que uma combinação de forças transversais
e forças no plano (ou diretas) atuam numa secção da placa.
Estas últimas forças também são conhecidas por forças de
membrana.
As forças podem ser aplicadas diretamente nas arestas da placa ou
podem resultar de variações de temperatura.
Para começar, as equações diferenciais de governo são modificadas
para incluir a ação simultânea do carregamento combinado.
Depois são feitas considerações sobre tensões de instabilidade
causadas por forças de compressão, corte puro e compressão biaxial.
196
4. Esforços Transversais e no Plano Combinados
4.2. Equações de Governo

A superfície média sofre extensãocomo resultado do carregamento


combinado e o pessuposto 2 da secção 1.2 já não é válido.
No entanto, w continua a considerar-se pequeno pelo que os outros
pressupostos mantêm-se.
Apesar disso, w é suficientemente grande para os produtos das
forças de membrana ou as suas derivadas e as derivadas de w são da
mesma ordem de grandeza das derivadas das forças de corte (Qx e
Qy).
Assim, como antes, as resultantes de tensão são dadas pelas
equações da secção 1.4.

197
4. Esforços Transversais e no Plano Combinados
4.2. Equações de Governo

Considere um elemento de placa de


lados dx e dy sujeito à ação de forças
diretas por unidade de comprimento
Nx, Ny e Nxy=Nyx, que são funções =b’
apenas de x e y. =b
Assuma-se que as forças do corpo são
despresáveis.
A vistas de cima e de frente desse
elemento estão mostradas na figura.
As outras resultantes devido ao
carregamento transversal, que
também atuam no elemento, estão
mostradas na secção 1.5.

198
4. Esforços Transversais e no Plano Combinados
4.2. Equações de Governo

Da figura, o equilíbrio em x dá
 N x   N yx 
 Nx  dx dy cos b   N x dy cos b   N yx  dy dx  N yx dx  0
 x   y 
onde
b
b   b  dx
x
e
1 2 b2
cos b  1  sin b  1  sin b    1 
2

2 2
Como b é pequeno, então b2/2<<1 e cosb≈1 e também cosb’ ≈1.
Assim, a equação reduz a
N x N xy
 0 (4.01)
x y199
4. Esforços Transversais e no Plano Combinados
4.2. Equações de Governo

De forma semelhante, o equilíbrio em y dá


N xy N y
 0 (4.02)
x y
Para descrever o equilíbrio na direção z, é necessário considerar as
componentes em z das forças de membrana que atuam nas arestas
do elemento.
A componente z da força norma que atua nas arestas de x é
 N x 
 x
N  dx dy sin b   N x dy sin b
 x 
Como b e b’ são pequenos, sinb≈b ≈w/x e sinb’ ≈b’e, assim,
b w  2 w
b   b  dx   dx
x x x 2

200
4. Esforços Transversais e no Plano Combinados
4.2. Equações de Governo

Desprezando os termos de ordem superior, obtém-se


 N x   w  2 w  w 2w N w
 Nx  dx dy  2 dx   N x dy  N x 2 dxdy  x dxdy
 x   x x  x x x x
De forma idêntica, a componente em z da força normal Ny é
2w N w
N y 2 dxdy  y dxdy
y y y
A componente em z da força de corte Nxy nas arestas x do elemento é
obtida da seguinte forma.
O declive da superfície defletida na direção y nas arestas x é
w w  2 w
e  dx
y y xy

201
4. Esforços Transversais e no Plano Combinados
4.2. Equações de Governo

A componente em z das forças de corte Nxy fica, então,


2w N xy w
N xy dxdy  dxdy
xy x y
Pode obter-se uma expressão idêntica para componente em z das
forças de corte Nyx nas arestas y:
2w N yx w
N yx dxdy  dxdy
xy y x
Considerando todas as componentes das forças transversais e de
membrana, o equilíbrio em z é
Qx Q y 2w 2w 2w
  p  N x 2  N y 2  2 N xy
x y x y xy
 N x N xy  w  N xy N y  w
        0
 x y  x 202 x y  y
4. Esforços Transversais e no Plano Combinados
4.2. Equações de Governo

Pode ver-se das equações de equilíbro em x e em y que os termos


dentro dos parênteses dasaparecem.
Como as forças diretas nãoproduzem qualquer momento ao longo
das arestas do elemento, as equações da secção 1.5 não se alteram.
Introduzindo a equação anterior na equação fundamental da
deflexão de placas resulta em
4w 4w 4w 1  2w 2w 2w 
 2 2 2  4   p  N x 2  2 N xy  N y 2 
x 4
x y y D x xy y 
(4.03)
Estas três equações são as equações diferencias de governo de uma
placa fina sujeita a carregamentos transversais e no plano
combinados.
Pode observar-se que a equação da flexão é substituída por esta para
se determinar a superfície defletida203da placa.
4. Esforços Transversais e no Plano Combinados
4.2. Equações de Governo

Pode usar-se o método de Navier ou de Lévy para se obter uma


solução.

204
4. Esforços Transversais e no Plano Combinados
4.2. Equações de Governo

Exemplo 2.15: Uma placa retangular com apoios simples em todas


as arestas está sujeita a uma carga transversal distribuída
uniformemente p0 e uma força de tração uniforme N. Derive a
equação da superfície defletida.

205
4. Esforços Transversais e no Plano Combinados
4.3. Instabilidade

Quando uma placa é comprimida no seu plano médio, torna-se


instável e começa a flambar a partir de uma dada carga crítica da
força no plano.
A instabilidade de placas é qualitativamente idêntica à instabilidade
de colunas.
No entanto, a análise de instabilidade de placas não é tão direta
como a de colunas.
Os problemas clássicos de instabilidade pelo método de equilíbrio e
as condições que resultam no valor próprio mínimo, ou a força de
flambagem real, não são óbvios em muitas situações.
Isto é particularmente verdade em placas com condições nas arestas
diferentes de apoios simples.

206
4. Esforços Transversais e no Plano Combinados
4.3. Instabilidade

Frequentemente nestes casos usa-se o método da energia porfacilitar


a obtenção das cargas de flambagem aproximadas.
As placas finas ou as chapas, apesar de poderem suportar
carregamentos de tração, não são adequadas para a compressão.
Normalmente, os fenómenos de flambagem observados na
compressão de placas (ou cascas) têm lugar muito rapidamente e são
muito perigosos.
Felizmente, existe uma boa correlação entre a teoria e dados
experimentais relacionados com a flambagem de placas sujeitas a
diversos tipos de carregamento e de condições de fronteira.
O comportamento da placas depois da instabilidade também tem
interesse.

207
4. Esforços Transversais e no Plano Combinados
4.3. Instabilidade

A análise pós-instabilidade das placas é normalmente difícil uma vez


que é um problema não linear.
Placas com pequena curvatura, sujeitas de forças de compressão no
plano e forças laterais em simultâneo, apresentam um terceiro tipo
de instabilidade chamado snap-through buckling.
Este comportamento é caracterizado pela reversão do deslocamento
produzida pela relação não linear entre a carga de instabilidade e os
deslocamentos.
Quando as placas estão sujeitas a forças de compressão e forças de
corte no plano em simultâneo, a flambagem ocorre para
carregamentos mais baixos do que quando elas atuam em separado.
Os próximos exemplos ilustram o comportamento das placas à
compressão, usando o método de equilíbrio.

208
4. Esforços Transversais e no Plano Combinados
4.3. Instabilidade

Neste caso, quando não existe carregamento lateral, p=0 na equação


4.03.

209
4. Esforços Transversais e no Plano Combinados
4.3. Instabilidade

Exemplo 2.16: Uma placa retangular com apoios simples nas


arestas x=0 e x=a e arestas livres em y=0 e y=b, está sujeita a forças
de compressão uniaxiais no plano, Nx. Determine a força e a tensão
crítica.

210
4. Esforços Transversais e no Plano Combinados
4.3. Instabilidade

Exemplo 2.17: Uma placa retangular com apoios simples em todas


as arestas está sujeita a forças de compressão uniaxiais no plano Nx.
Determine a força e a tensão crítica.

211
4. Esforços Transversais e no Plano Combinados
4.3. Instabilidade

Exemplo 2.17:

212
4. Esforços Transversais e no Plano Combinados
4.3. Instabilidade

Exemplo 2.17:

213
5. Deflexões Grandes em Placas
5.1. Introdução
Nas secções anteriores assumiram-se deflexões relativamente
pequenas (w<t).
No entanto, nalgumas aplicaçõs de placas finas, a deflexão máxima é
igual ou maior do que a espessura da placa.
Devido as estas deflexões grandes (w≥t), o plano médio sofre
extensão e daí as tensões no plano que se desenvolvem dentro da
placa aumentam a rigidez e adicionam resistência ao carregamento
que não é prevista pela teoria de flexão de pequenas deflexões.
Nessas situações, é necessário usar uma extensão da teoria que
tenha em conta os efeitos das deflexões grandes.
A teoria de deflexões grandes de placas assume que as deflexões já
não são pequenas comparativamente à espessura da placa mas
continuam a ser pequenas relativamente às outras dimensões da
placa.
214
5. Deflexões Grandes em Placas
5.1. Introdução

O comportamento de placas com geometria simples com grades


deflexões está ilustrado na secção seguinte (5.2) para mostrar a ação
adicional de resistência ao carregamento.
O comportamento mostrado é válido em termos gerais para placas
de qualquer outra geometria.
A seção 5.3 mostra as diferenças entre a teoria de deflexões
pequenas e de deflexões grandes.
A formulação analítica geral de problemas de placas é apresentada
na secção 5.4.

215
5. Deflexões Grandes em Placas
5.2. Comportamento da placa com
grandes deflexões
Na análise do comportamento de grandes deflexões é necessário
distinguir os casos em que o plano médio forma uma superfície
“developable” ou uma superfície “nondevelopable”.
Uma superfície “developable” recupera totalmente a sua forma plana
e dimensões originais.
O comportamento “developable” implica que não existem quaiquer
deformações.
Os cilindros e os cones têm superfícies “developable” enquanto que
as esferas e as “saddles” são superfícies “nondevelopable”.
Quando uma placa flete numa geometria cilíndrica, por exemplo, a
tensão no plano médio só aparece se os suportes nas arestas das
pontas estiverem fixos.

216
5. Deflexões Grandes em Placas
5.2. Comportamento da placa com
grandes deflexões
Assim, a limitação de que wmax<t já não é válida nos casos em que
uma placa com apoios simples flete numa superfície “developable” e
as fórmulas clássicas são válidas até à cedência ou até wmax―>a, em
que a é o comprimento mais pequeno da placa.
Para as placas de proporções comuns, as condições das arestas têm
um efeito importante na magnitude das tensões diretas de tração
que se podem desenvolver no seu interior.
No caso de uma placa com apoios simples sujeita a um deslocamento
grande genérico, as arestas não terão tensões nas direções normais à
aresta enquanto que todos os outros pontos da placa terão alguma
tensão.
A tensões diretas, que aumentam com a distância das arestas, são
causadas por tensões de compressão numa direção tangencial perto
das arestas da placa.
217
5. Deflexões Grandes em Placas
5.2. Comportamento da placa com
grandes deflexões
Na realidade, as últimas tensões produzem frequentemente um
enrugamento ou a flambagem próximo das arestas de uma placa
com apoios simples.
Por outro lado, tensões normais e tangenciais podem ocorrer nas
arestas de uma placa encastrada.
Pode concluir-se que só quando as arestas estão encastradas é que as
tensões diretas de tração são totalmente usadas para suportar parte
do carregamento lateral.
Considere-se o comportamento de uma placa quadrada ou cisrcular
com apoios simples sujeita a uma força P pontual aplicada no seu
centro.
À medida que o valor da força aumenta, a placa suporta flexão pura
com pequenas deflexões e depois com grandes deflexões.

218
5. Deflexões Grandes em Placas
5.2. Comportamento da placa com
grandes deflexões
Nesta altura, a relação entre P e w já não é linear devido à mudança
da geometria da placa.
Para forças maiores, desenvolvem-se regiões com tensões diretas de
tração no centro e de compressão na periferia da placa.
A distribuição da da tensão numa secção AB pode ver-se na figura.

219
5. Deflexões Grandes em Placas
5.3. Comparação de teorias de
pequenas e grandes deflexões
Vamos ver algumas comparações entre teorias de deflexões
pequenas e de deflexões grandes aplicadas a placas circulares.
O comportamento geral de placas circulares também se aplica a
placas retangulares, elíticas ou com outras formas.

220
5. Deflexões Grandes em Placas
5.3. Comparação de teorias de
pequenas e grandes deflexões
Deflexões e tensões máximas em placas circulares encastradas com
grandes deflexões:

221
5. Deflexões Grandes em Placas
5.3. Comparação de teorias de
pequenas e grandes deflexões
Deflexões e tensões máximas em placas circulares com apoios
simples com grandes deflexões:

222
5. Deflexões Grandes em Placas
5.4. Equações gerais de grandes
deflexões
Na análise da deformação de uma placa sujeita a um carregamento
transversal que resulta em delocamentos relativamente grandes,
pode usar-se uma forma modificada da equação 4.03.
É importante notar que as forças no plano Nx, Ny e Nxy, não
dependem apenas, como antes, no carregamento externo aplicado no
plano xy.
Agora, elas são afetadas também pelo alongamento do plano médio
da placa produzido pelas grandes deflexões devido à flexão.
Para um elemento da placa fina, o equilíbrio em x e em y das forças
diretas são expressos pelas equações 4.01 e 4.02.
Para obter os valores de Nx, Ny e Nxy nestas duas equações, é
necessária uma terceira equação obtida a partir das relações
extensão-deslocamento do plano médio.

223
5. Deflexões Grandes em Placas
5.4. Equações gerais de grandes
deflexões
Quando o alongamento do plano médio ocorre durante a flexão da
placa, qualquer ponto no plano médio sofre deslocamentos nas
direções x, y e z, ou seja u0=u, v0=v e w, respetivamente.
As componentes da extensão resultante são obtidas a partir das
relações abaixo que representam as relações gerais de extensão-
deslocamento do plano médio devido à flexão e alongamento da
placa.
u 1 w
2
e x    
x 2  x 
2
v 1  w 
ey     (5.01)
y 2  y 
v u w w
g xy   
x y x y
224
5. Deflexões Grandes em Placas
5.4. Equações gerais de grandes
deflexões
Estas equações são o caso não linear simplificado de extensões
pequenas e grandes rotações que pode ser caracterizado por
deformações finitas pequenas.
Os deslocamentos continuam a ser não lineares, mas eles têm que
ser pequenos para que a amplitude das deformações permaneça
elástica e não ocorra cedência.
Em aplicações de estruturas finas como as vigas, as placas e as
cascas, foram recentemente propostas novas simplificações na teoria
de elasticidade não linear.
Como as extensões não são independentes umas das outras, se
derivarmos ex duas vezes em ordem a y, ey duas vezes em ordem a x e
gxy em ordem a x e a y, e as somarmos, obtém-se a seguinte relação

 2e y  2g xy
2
 ex
2
 2w  2w 2w
 2      2 2
y 2
x xy  xy  x y
225
5. Deflexões Grandes em Placas
5.4. Equações gerais de grandes
deflexões
De acordo com a lei de Hook

e x  N x nN y  ; e y  N y nN x  ; g xy 
1 1 N xy
Et Et Gt
As forças no plano podem ser relacionadas com a função de tensão
da seguinte forma
 2  2  2
N x  t 2 ; N y  t 2 ; N xy  t
y x xy
Substituindo estas equações nas relações de Hook, obtém-se
1   2  2 
e x   2 n 2 
E  y x 
1   2  2 
e y   2 n 2 
E  x y 
21  n   2

g xy  226
E xy
5. Deflexões Grandes em Placas
5.4. Equações gerais de grandes
deflexões
Substituindo as equações das extensões na equação de
compatibilidade, tem-se

4
4
4    w   2w  2w
2 2

 2 2 2  4  E    2 2  (5.02)
y x y x  xy  x y 
4

Introduzindo este resultado na equação 4.03, resulta em


4w 4w  4 w t  p  2  2 w  2  2 w  2  2 w 
 2 2 2  4    2 2  2  2 2 
x 4
x y y D  t y x xy xy x y 
(5.03)

227

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