DEE261 – OPERAÇÕES UNITÁRIAS

MÉTODOS DE OPERAÇÃO DE
EVAPORADORES
 Método de Operação de Evaporadores
Evaporação de Simples Efeito
Processo onde utiliza-se somente 1 evaporador, e o vapor procedente
da solução em ebulição é condensado e descartado.

Evaporação de Múltiplo Efeito

O vapor procedente do 1º evaporador é utilizado como
alimentação no elemento aquecedor do 2º evaporador, e o
vapor procedente deste quando é condensado, a operação
recebe o nome de duplo efeito.

Ao utilizar uma série de evaporadores o processo recebe o

nome de evaporação de múltiplo efeito.
 Evaporadores de simples efeito
Evaporação de Simples Efeito: ocorre apenas um contato vapor e soluto não volátil.
 É empregada quando a capacidade requerida de operação é pequena e/ou o custo do vapor é baixo
comparado ao custo do evaporador.
F (solução) V (volátil)
TF, xF, hF Câmara
T, HV

1) Taxa de Transferência de Calor  𝑄=𝑈 . 𝐴 . ∆ 𝑇 (1) Evaporação

Câmara
Condensação
Vapor Saturado S, TS, hS
𝜆=𝐻 𝑉 − h 𝐿 (2)
2) Calor Latente de Vaporização  S, TS, HS
L (concentrado)
TL, xL, hL
3) Balanço de massa global para solução  𝐹 =𝐿+𝑉 (3) Onde:
S: Vazão de Vapor condensado;
F: Vazão de solução;
4) Balanço de massa para o soluto  𝐹 𝑥 𝐹 =𝐿 𝑥 𝐿 (4)
xF: fração mássica do soluto na corrente F;
L: Vazão de solução concentrada;
5) Balanço Global de Energia  𝐹 h 𝐹 +𝑆 𝐻 𝑆 =𝑉 𝐻 𝑉 + 𝑆h 𝑆 + 𝐿h𝐿 (5)
xL: fração mássica do soluto na corrente L;
V: Vazão de vapor que saiu da solução.

Substituindo-se a equação (2) na equação (5) 𝐹 h 𝐹 +𝑆 𝜆=𝑉 𝐻 𝑉 + 𝐿h 𝐿 (6) Lembre-se: Vsat se encontra na T de
condensação (não tem calor sensível para trocar).
𝑄=𝑆. 𝜆 (7) Fornece calor latente de mudança de fase.
 LISTA DE EXERCÍCIOS 1

Exercício 1) Uma alimentação de 4535 (kg/h) de uma solução salina a 2% em massa a 311 K entra
continuamente em um evaporador a simples efeito e é concentrada para 3%. A evaporação acontece a pressão
atmosférica e a área do evaporador é de 69,7 m2. Vapor saturado a 383,2 K é fornecido para o aquecimento.
Considerando que a solução esteja diluída, pode-se assumir que o ponto de ebulição seja o mesmo da água. A
capacidade calorífica da alimentação pode ser considerada como Cp = 4,1 (kJ/kgºC). Calcule a quantidade de
vapor gerado, produto líquido e o coeficiente global de transferência de calor.
 LISTA DE EXERCÍCIOS 1

Exercício 2) Usando a mesma área, pressão de vapor, pressão no evaporador, temperatura de alimentação e o
mesmo valor de U, referente ao problema 1, calcule a quantidade de líquido e de vapor que saem do evaporador e
a concentração de saída do líquido, se a taxa de alimentação é aumentada para 6840 (kg/h).

F=6840(kg/h) V (volátil) A = 69,7 m2

TF=311K T, HV
Câmara Cp = 4,1 (kJ/kgºC) xL
xF=0,02 Evaporação
hF U = 1835,4 (W/mºC)
Câmara
CpF=4,1(kJ/kg)Condensação Objetivo L
Vapor Saturado S, TS, hS Q = 1279360,15 W
S V
TS=383,2K L (concentrado) Ts = 383,2K
HS
TL
S = 0,574 (kg/s)
xL=
hL
 Evaporadores de Múltiplo Efeito
Os evaporadores de múltiplo efeito, conjugam em série dois ou mais evaporadores de um efeito . A grande

vantagem desta conjugação é a economia de vapor gasto por kg de água evaporada da solução.

As ligações nos evaporadores de múltiplo efeito, são feitas de modo que o vapor produzido em um efeito do evaporador,
serve como meio de aquecimento para o seguinte efeito e assim sucessivamente até o último efeito.

Cada efeito age como um simples efeito.

 Evaporadores de Múltiplo Efeito
Na prática por questões comerciais e para não elevar os custos do investimento, os efeitos são todos
semelhantes, sendo suas áreas de transferência de calor iguais.

P1 > P2 > P3

A alimentação é feita no primeiro efeito, no qual a pressão é maior, enquanto no último efeito
teremos a menor pressão.
 Evaporadores de Múltiplo Efeito

No estado estacionário, os fluxos de alimentação e a taxa de evaporação são tais que nenhum
solvente ou soluto acumule nos efeitos.

A temperatura, pressão, concentração e a taxa de alimentação são mantidos constantes em todos

os estágios pela própria operação do processo.

A concentração da solução concentrada (produto) pode ser

controlada pela taxa de alimentação, onde um aumento da taxa gera
uma diminuição da concentração do produto e vice-versa.
 Evaporadores de Múltiplo Efeito

Alimentação paralela:

- Com o passar dos efeitos tem-se uma

pressão menor em cada evaporador;

- Não há necessidade de bomba pelo fato da

diferença de T e P.

Alimentação contracorrente:

- Há necessidade de bomba para vencer a

pressão.
 Evaporadores de Múltiplo Efeito
Elevação do ponto de ebulição e calor utilizado para aquecer a alimentação desprezíveis

Considerando que o efeito da elevação do ponto de ebulição e a quantidade de calor utilizada para
aquecer a alimentação sejam DESPREZÍVEIS.

A taxa de transferência de calor no evaporador duplo efeito, pode ser calculada utilizando o calor
latente de vaporização da solução, o que acarreta em uma taxa de transferência de calor aproximadamente
igual para cada um dos estágios. Considerando o processo de evaporação de duplo efeito:

F V1 V2 𝑄1 =𝑈 . 𝐴 . Δ 𝑇 1=𝑈 . 𝐴 . ( 𝑇 𝑆 −𝑇 1 ) (1)
TEbulição solução 1
1 2

S L2 𝑄 2=𝑈 . 𝐴 . Δ 𝑇 2=𝑈 . 𝐴 . ( 𝑇 1 −𝑇 2 ) (2)

L1 TEbulição solução 2

Δ 𝑇 1 + Δ 𝑇 2=𝑇 𝑆 − 𝑇 2 (3)
C1 C2
 Evaporadores de Múltiplo Efeito
Elevação do ponto de ebulição e calor utilizado para aquecer a alimentação desprezíveis

Considerando que os evaporadores estejam trabalhando de forma balanceada e assumindo as seguintes hipóteses:
- Não há perda de calor para o ambiente;
- Não há elevação do ponto de ebulição;
- Alimentação fornecida no seu ponto de bolha.

Assim: F V1 V2
𝑄1 =𝑄2 (4)
1 2

𝑈 1 𝐴1 Δ𝑇 1=𝑈 2 𝐴2 Δ 𝑇 2 (5) L2
S

L1
E possuindo as mesmas dimensões:

𝑈 1 Δ𝑇 1=𝑈 2 Δ𝑇 2 (6)
C1 C2
 LISTA DE EXERCÍCIOS 2

Exercício 1) Um evaporador duplo efeito deve concentrar 15000 kg/h de leite de 9,5% de sólidos para
35% de sólidos. Vapor é disponibilizado a 100 kPa manométrico e a pressão no segundo efeito é de 20
kPa absoluto. Assuma que os coeficientes globais de transferência de calor sejam de 600 e 450 (J/sm 2ºC)
no primeiro e no segundo efeito respectivamente. Estime a temperatura de evaporação em cada efeito, a
quantidade de vapor requerida e a área de transferência de calor para o evaporador. Assuma que o calor
sensível possa ser desprezado e que não há elevação no ponto de ebulição.
 LISTA DE EXERCÍCIOS 2

Exercício 2) Calcule a evaporação em cada efeito em um evaporador de triplo efeito que concentra uma
solução de 5% para 25% de sólidos totais, a uma taxa de entrada de 10000 kg/h. Vapor é disponibilizado a 200
kPa de pressão absoluta e a pressão no espaço de evaporação no terceiro efeito é de 55 kPa absoluto. Os
coeficientes de transferência de calor são do primeiro ao último efeito, respectivamente, 600, 500 e 350
(J/sm2ºC). Ignore o calor sensível e a elevação do ponto de ebulição. Calcule também a quantidade de vapor
requerida por quilo de água evaporada.
 ELEVAÇÃO DA TEMPERATURA DE EBULIÇÃO E A REGRA DE DÜHRING

Efeito da elevação da temperatura de ebulição

A elevação da temperatura de ebulição irá reduzir a

capacidade de evaporadores de múltiplo efeito pois
reduzirá a diferença de temperatura em cada estágio do
evaporador.
 ELEVAÇÃO DA TEMPERATURA DE EBULIÇÃO E A REGRA DE DÜHRING
A pressão de vapor de várias soluções aquosas é maior que a da
água pura na mesma temperatura.

Consequentemente, para uma dada pressão a temperatura de

ebulição da solução será maior que d’água pura.

• Soluções diluídas e colóides orgânicos  elevação ebulioscópica

pequena;

• Soluções de sais inorgânicos  elevação ebulioscópica elevada;

• Regra de Dühring  a elevação ebulioscópica é linear com relação

à concentração da solução.
 LISTA DE EXERCÍCIOS 3

Exercício 1) A pressão na câmara de evaporação

de um evaporador é de 25,6 kPa onde uma solução
de NaOH a 30% deverá ser evaporada. Determine
a temperatura de ebulição da solução de NaOH e a
elevação no ponto de ebulição da solução em
relação à água na mesma pressão.

Pvap = 25,6 kPa TebH2OPura = 65ºC

80
Teb(NaOH30%) = 80ºC

EPE = 80 - 65
65
EPE = 15ºC
 LISTA DE EXERCÍCIOS 3

Exercício 3) Um evaporador a simples efeito é usado para evaporar uma solução de NaOH que contém 10%
em sólidos em fração mássica até uma concentração de 50%. Elevação no ponto de ebulição da solução
(independente da pressão) pode ser estimada pela seguinte equação: EPE(ºC)=1,78X+6,22X2, onde “X” é a
fração mássica dos sólidos dissolvidos. Vapor saturado a 205,5 kPa absoluto é empregado. A taxa de
alimentação da solução de NaOH é de 8000 kg/h a 26,7ºC e a pressão na câmara de evaporação é de 120,8
kPa absoluto. A capacidade calorífica da solução é Cp = 4,19 – 2,35X (kJ/kgK). O coeficiente global de
transferência de calor do evaporador é de 3123 (W/m2K). A partir destes dados, determine a área de troca
térmica necessária e a quantidade de vapor empregado no processo, considerando a elevação no ponto de
ebulição da solução.
 LISTA DE EXERCÍCIOS 3
Exercício 4) Uma solução salina é concentrada de 5 para 40% em peso de sal. Por esta razão, 15000 kg/h de solução diluída são
alimentados a um evaporador de duplo efeito que opera em contracorrente. O vapor usado no primeiro efeito está saturado a 232
kPa absoluto, e a câmara de evaporação do segundo efeito é mantida a uma pressão de 0,2 atm. A partir destes dados, e
empregando o método simplificado para evaporadores a múltiplos efeitos, determine:
a) a vazão de vapor necessária;
b) a área de troca térmica de cada efeito, supondo que sejam iguais;
c) temperaturas e pressões nos dois efeitos.
Dados: considere que a solução salina a 40% provoca uma elevação no seu ponto de ebulição de 7ºC. Os coeficientes globais de
transferência de calor no primeiro e no segundo efeitos são, respectivamente, 1860 e 1280 (W/m 2ºC).

F=15000 kg/h V1 P2 = 0,2 atm

V2
xF = 0,05 U1 = 1860 W/m2ºC T1 U2 = 1280 W/m2ºC T2 TebH2O = 60ºC

A2 = ? E.P.E. = 7ºC
A1 = ?
S L2 Teb – TebH2O = E.P.E.
P = 232kPa xL = 0,40 Teb = 7 + 60
1 L1 2
Teb = 67ºC
Ts = 125ºC
 = 2188510 (J/kg)
C1 C2
 Evaporadores de Múltiplo Efeito

Número ótimo de efeitos

Cálculos em evaporadores de múltiplos efeitos

O custo de um evaporador pela raiz quadrada da No projeto de evaporadores de múltiplos efeitos, os

resultados normalmente desejados são:
superfície é função da área superficial total de todos os
efeitos. A medida que se aumenta o número de efeitos, a quantidade de vapor consumida;
a área superficial de transferência de calor total diminui
a área de transferência de calor requerida;
até atingir um valor aproximadamente constante para
as temperaturas aproximadas nos efeitos
vários efeitos. Dessa forma, o número ótimo de efeitos
e;
deve ser calculado a partir de um balanço econômico
a quantidade de vapor que deixa o último
entre a quantidade de vapor economizada e o
efeito.
investimento requerido.
 Evaporadores de Múltiplo Efeito

Cálculos em evaporadores de múltiplos efeitos

Dessa forma, tem-se o seguinte número de variáveis (para n efeitos):

Variáveis = 1 (fluxo de vapor) + n (fluxos de saída de cada efeito) + n-1 (temperaturas de ebulição em cada efeito excluindo o
último) + 1 (área superficial de cada efeito “igual para todos os efeitos” = 2n+1 incógnitas

Equações= n (balanços de energia para cada efeito) + n (balanços de capacidade de transferência de calor para cada efeito) + 1
(quantidade total de líquido evaporado ou diferença entre os fluxos de solução diluída alimentada e de solução concentrada obtida)
= 2n + 1 equações.

Pode-se utilizar softwares de simulação (HYSYS, etc) ou resolver o sistema de equações, ou utilizar a metodologia de tentativa e
erro proposta por Mc. Cabe & Smith (1976).
 PERFORMANCE DE EVAPORADORES

Principais medidas de performance:

• Capacidade: Massa de água vaporizada por unidade de tempo;

• Economia: Massa de água vaporizada por massa de vapor consumido (menor que 1 no de
simples efeito e elevado para múltiplo efeito);

• Consumo de vapor: massa de vapor consumida por unidade de tempo que é igual à capacidade
dividida pela economia.