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Trocadores de Calor
Profa. Dra. Lorena Oliveira Pires
Engenharia Química
Instituto de Química
Unesp - Araraquara

Método Bell-Delaware

• K.J. BELL em
• Heat Exchangers – Thermal-Hydraulic Fundamentals and Design
• Autores: S. Kakaç, A.E. Bergles & F. Mayinger
• Aborda a transferência de calor e perda de carga, sem mudança de fase,
para o LADO CASCO.

• DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO

• 1947 a 1963 – DEQ/Universidade de Delaware → pesquisa em


escoamento de fluidos e transferência de calor no lado casco de
trocadores de calor casco e tubos. Patrocinaram ASME, TEMA,
API, duPONT, STANDARD OIL, etc
• Início → transferência de calor e perda de carga através de feixe de
tubos ideal
• Posteriormente → introduzidas características de trocadores reais

• Diferentes cortes e espaçamentos das chicanas,

• Vazamentos chicana/casco, chicana/tubos,

• Bypass ao redor do feixe e

• Efeito das tiras selantes


• Método desenvolvido originalmente para cascos tipo E (TEMA)

• Uma passagem no casco

Mecanismo Simplificado – Escoamento Lado Casco

• Proposto por Tinker e modificado por Palen e Taborek


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Corrente B

• Corrente cruzada
• Flui por uma janela, atravessa a seção de fluxo cruzado e sai pela outra
janela.
• É a corrente desejada no lado casco.
• Devido às aberturas mecânicas necessárias para a construção do
trocador aparecem outras quatro correntes.

Correntes

• Corrente A

• Vazamento entre os tubos do feixe e a chicana.


• Corrente C

• Desvio do feixe, flui ao redor do feixe, entre os tubos externos do


feixe e o casco.
• Corrente E

• Vazamento entre as chicanas e o casco.


• Corrente F

• Qualquer canal existente dentro do feixe, devido aos divisores de


passagens (no carretel) do lado tubo (para trocadores com mais de
2 passes no tubo).

Corrente F

• Vazios no feixe causados pelas divisões nos carretéis ou centro do feixe


em U, por onde poderia escoar a corrente F.

Correntes

• No método Delaware a corrente B é considerada a essencial, com as


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outras exercendo efeitos que modificam o desempenho do trocador


previsto pela corrente B.
• As correntes de vazamento ou bypass afetam a transferência de calor:

• Reduzem a corrente B → reduzem h

• Alteram o perfil de temperatura no lado casco


• O método considera estes dois efeitos em conjunto.
• As correntes têm efeitos, grandezas e importâncias diferenciadas:
• Corrente A → Embora seja um vazamento, ainda contribui para a troca
de calor, pois está em contato com os tubos.

• Efeito pequeno no h e P.


• Corrente C → Parte está em contato com os tubos externos, tendo uma
contribuição pequena para a troca de calor.

• Efeito relativamente grande no h e P

• Pode ser reduzida com tiras selantes

Tiras Selantes
Correntes


Corrente E → Escoa paralelamente aos tubos e às tiras selantes.

• Bypassa totalmente o feixe e tende a distorcer o perfil de


temperatura assumido na MLDT, reduzindo a diferença de
temperatura.

• Efeito extremamente sério, e é difícil evitá-la.

• Corrente F →

• A corrente F pode ser evitada colocando-se nos “vazios” do feixe,


tubos mortos ou os próprios espaçadores das chicanas.

• Efeito moderado, pode ser reduzida.

Espaçadores de chicanas

Correntes

• Palen e Taborek calcularam a fração de cada corrente utilizando um


grande conjunto de dados obtidos com testes de trocadores.
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Fração Típica das Correntes


Corrente Designação Turbulento Laminar
Tubo-Chicana A 0,09 – 0,23 0,00 – 0,10
Cruzada B 0,30 – 0,65 0,10 – 0,50
Feixe-Casco C 0,15 – 0,35 0,30 – 0,80
Chicana-Casco E 0,06 – 0,21 0,06 – 0,48
Divisória passes F  ao modelo de Tinker

Estrutura Básica do Método

• Transferência de calor e perda de carga SEM MUDANÇA DE FASE do


Lado Casco
• O coeficiente de transferência de calor (h) e a perda de carga na seção
de escoamento cruzado e na janela da chicana são calculados para um
feixe de tubos ideal.

Coeficiente de transferência de calor – h

• Estes valores são multiplicados por fatores de correção, determinados


experimentalmente, para considerar os vazamentos devidos às
correntes A, C e E e outros desvios da idealidade.

• Estes fatores dependem da geometria e aberturas inerentes à


construção do trocador.

• Transferência de Calor no lado casco


h = hideal .J c .J l .J b .J r .J s
• hideal

• Coeficiente de transferência de calor para escoamento cruzado em


um feixe de tubos ideal

• Assume que toda a corrente escoa perpendicularmente a um feixe


de tubos ideal formado pelo arranjo de tubos da linha de centro do
trocador

• Jc

• Fator de correção para o corte e espaçamento das chicanas

• Considera a transferência de calor na janela.

• É função da fração dos tubos que estão em escoamento cruzado


(Fc).
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• Jl

• Fator de correção para os efeitos dos vazamentos casco-chicana e


chicana- tubos (correntes A e E).

• É função das áreas de vazamento e da área de escoamento


cruzado.
• Valor típico: Jl  0,7 a 0,8

• Jb

• Fator de correção devido ao bypass ao feixe. Considera os


diferentes tipos de trocadores de calor casco e tubos.

• Trocadores de calor de espelho fixo → folga entre envoltória do


feixe e o casco é pequena → Jb  0,9

• Trocadores de calor com cabeçote flutuante → folga entre


envoltória do feixe e o casco é maior → Jb  0,7

• Jb considera também os efeitos das tiras selantes que diminuem o


bypass

• Jr

• Fator de correção para o gradiente adverso de temperatura em


escoamento laminar → h diminui como aumento da distância a
partir do começo do aquecimento.
• Para Re > 100 → Jr = 1,0

• Js

• Fator de correção para o espaçamento diferente das chicanas nas


seções de entrada e saída do trocador. Devido ao tamanho e
posição dos bocais a 1ª e última chicana podem ter um
espaçamento diferente das demais.
• Js → 0,85 a 1,0

• PARA UM TROCADOR DE CALOR BEM PROJETADO O EFEITO


COMBINADO DE TODOS OS FATORES > 0,6.

Perda de Carga do lado Casco

• O método considera as perdas nas seguintes seções:

• Perda de carga nas seções de entrada e saída – Pe


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• Perda de carga nas seções de escoamento cruzado – Pc


• Perda de carga nas janelas – Pw

3 3
1 1 Ps = Pe + Pc + Pw
2 2 2 2
3 3 3
• Para isso serão necessários os cálculos de:

• Pbi

• Perda de carga em uma seção de escoamento cruzado sem


vazamento ou bypass.

• Pwi

• Perda de carga em uma seção da janela sem vazamento ou


bypass.
• Para a perda de carga só há 3 fatores de correção correspondentes aos
J e dependentes dos mesmos fatores:
• Rl

• Fator de correção para os efeitos dos vazamentos casco-chicana e


chicana- tubos. Depende das mesmas áreas de “vazamentos” do
Jl.

• Valor típico: Rl  0,4 a 0,5

• Rb

• Fator de correção devido ao bypass do feixe. Considera os


diferentes tipos de trocadores de calor casco e tubos.

• Valor típico: Rb  0,5 a 0,8

• Rs

• Fator de correção para o espaçamento diferente das chicanas nas


seções de entrada e saída do trocador;

• Pode ser maior que 1

• Não há os fatores correspondentes a Jc e Jr

• Jr → Efeito térmico apenas

• Jc → Não tem correspondente pois a perda de carga é calculada


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na janela e na seção de escoamento cruzado

Método Bell-Delaware

• Para o lado casco é preciso que sejam definidas as características das


chicanas

• Tipo; Corte; Espaçamento


• Para o espaçamento das chicanas (ls) o TEMA define:

• Espaçamento mínimo: chicanas segmentares devem ter


espaçamento menor que 1/5 do diâmetro interno do casco OU 2 in,
aquele que for maior.

• Espaçamento máximo: comprimento de tubo não suportado


(Tabela)

• Uniformemente espaçadas ocupando o efetivo comprimento do


tubo.
• Quando isso não é possível, as chicanas mais próximas das
extremidades do casco e/ou dos espelhos serão localizadas
tão próximo quanto possível (prático) dos bocais do casco. As
chicanas restantes serão espaçadas uniformemente.

• Cálculo dos coeficientes de transmissão de calor por convecção para o


lado tubo

• KERN
• Cálculo dos coeficientes de transmissão de calor por convecção para o
lado casco

• Bell-Delaware
h = hideal .J c .J l .J b .J r .J s

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