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Experimento 3

 O calor é definido como sendo energia térmica


transitando de um corpo de maior para um
corpo de menor temperatura. Esta energia
térmica é proveniente da agitação das
moléculas que constituem o corpo
 Conforme o fluxo de energia térmica passa do
corpo de maior para o de menor temperatura, o
corpo mais quente vai se esfriando, e o corpo
mais frio vai se aquecendo, até que suas
temperaturas atinjam o mesmo valor (temperatura
de equilíbrio térmico).
 A capacidade térmica ou calorífica de um corpo
mede o calor necessário para variar de uma
unidade a temperatura deste corpo.
 Considere um corpo a uma temperatura θ1 que ao
receber uma certa quantidade de calor Q, passa a
ter uma temperatura θ2 .
 A capacidade térmica deste corpo é dada pelo
quociente entre o calor Q e a variação de
temperatura Δθ, sofrida pelo corpo.
 A capacidade térmica também é diretamente
proporcional a massa e ao calor específico
sensível da substância que constitui o corpo.
 Quando uma substância ao receber ou ceder
calor, sofre somente uma variação em sua
temperatura, dizemos que ela recebeu ou cedeu
calor sensível.
 Se esta substância ao receber ou ceder calor,
sofrer uma mudança de estado, dizemos que ela
recebeu ou cedeu calor latente.
Quantidade de Calor Sensível (c)
 A quantidade de calor sensível é obtida da
definição da capacidade térmica
Quantidade de Calor Latente (L)
 Experimentalmente verificou-se que a quantidade
de calor necessária para mudar a fase de uma
substância era diretamente proporcional à massa
da substância
 A constante de proporcionalidade foi chamada de
calor específico latente
 Exotérmico: processo que libera energia na
forma de calor (ΔH>0)
 Endotérmico: processo que absorve energia na
forma de calor (ΔH<0)
 Ácidos fortes encontram-se completamente
dissociados em solução
 Ácidos fracos encontram-se parcialmente
dissociados em solução
 Representa a medida da energia do sistema que
está disponível na forma de calor, isto à pressão
constante
 H = U + PV
 1. TEMPERATURA
 O valor de H varia sensivelmente com a temperatura em
que se deu a reação.
 Se uma reação ocorre a uma temperatura X, obtém-se Hx.
 Se essa mesma reação ocorrer a uma temperatura Y > X,
por exemplo, obtém-se um HY diferente de Hx.
 Isso ocorre porque a quantidade de calor necessária para
elevar a temperatura dos reagentes de X até Y é diferente
da quantidade de calor necessária para elevar a
temperatura dos produtos de X até Y.
 2. PRESSÃO

 O valor de H em uma reação envolvendo substâncias


sólidas e líquidas praticamente não varia com a mudança
de pressão.
 No caso de reações que envolvem substâncias gasosas, o
valor de H começa a variar de modo significativo para
pressões de ordem de 1000 atm.
 Com as reações normalmente são feitas sob pressão
atmosférica normal (1 atm.), não é necessário levar em
conta a variação no valor de H com a pressão.
 3. QUANTIDADE DE REAGENTES E PRODUTOS

 A quantidade de calor envolvida em uma reação química é


proporcional à quantidade de reagentes e produtos que
participam da reação. Se por exemplo, a quantidade de
reagentes e produtos for dobrada, a quantidade de calor irá
dobrar igualmente como no exemplo:

1 H2(g) + 1 Cl2(g)  2 HCl (g) H = 44,2 Kcal


2 H2(g) + 2 Cl2(g)  4 HCl (g) H = 88,4 Kcal
 4. FASE DE AGREGAÇÃO
 A energia das substâncias aumenta progressivamente à
medida que elas passam da fase sólida para a líquida e a
gasosa.
energia da fase sólida < energia da fase líquida < energia da fase
gasosa
 Seja por exemplo, uma reação química exotérmica:
Quanto menos energética for a fase de agregação dos produtos
formados, maior será a energia liberada na reação.
Quanto mais energética for a fase de agregação dos produtos
formados, menor será a energia liberada na reação, pois a
energia ficará contida no produto.
2 H2(g)+ O2(g)  2 H2 O( l ) H = 68,3 Kcal
2 H2(g) + O2(g)  2 H2 O( g ) H = 57,8 Kcal
 5. VARIEDADE ALOTRÓPICA
 Entre a s formas alotrópicas de um mesmo elemento há
aquela mais estável e, portanto, menos energética, e
também a menos estável, portanto, mais energética.
 Seja, por exemplo, uma reação química exotérmica:

Partindo-se do reagente na forma alotrópica mais estável


(menos energética) obtém-se menor quantidade de energia
liberada na reação.
Partindo-se do mesmo reagente na forma alotrópica menos
estável (mais energética) obtém-se maior quantidade de
energia liberada na reação.
C(grafita) + O2(g)  CO2(g) H = 94,00 Kcal
C(diamante) + O2(g)  CO2(g) H = 94,45 Kcal
 6. PRESENÇA DE SOLVENTE
 Quando dissolvemos uma determinada substância em um
solvente qualquer, ocorre liberação ou absorção de energia na
forma de calor.
 Assim, se fizermos uma reação na ausência de um solvente, o
valor de H será diferente daquele obtido quando fazemos a
mesma reação na presença de um solvente.
 Exemplo:

1H2 (g) + 1 Cl2(g) — 2 HCl (g) H = 44,2 Kcal


H2 O
1 H2(g) + 1 Cl2(g)— 2 HCl (aq) H = 80,2 Kcal
Calorimetria
 Estuda as trocas de energias entre corpos ou
sistemas quando essas trocas se dão na forma de
calor
Calor de Neutralização
 O calor de reação entre um ácido e uma base é
denominado calor de neutralização.
 Em solução aquosa, os ácidos e as bases fortes
encontram-se completamente dissociados, e o
calor de neutralização é numericamente igual ao
calor de dissociação da água com sinal contrário.
 Caso da neutralização do ácido clorídrico em presença de
hidróxido de sódio, segundo Arrhenius:

HCl + H2O  Cl-(aq) + H+(aq)


NaOH + H2O  Na+(aq) + OH-(aq) .

 Partindo dessas soluções, a reação de neutralização pode ser


descrita como:

Cl-(aq) + H+(aq) + Na+(aq) + OH-(aq)  Cl-(aq) + Na+(aq) + H2O

 Ou simplesmente:

H+(aq) + OH-(aq)  H2O , Ho298 = -13,6 kcal/mol = -55,9 kJ/mol ,


 Quando o ácido ou a base não estão completamente dissociados, o
calor de neutralização assume valores menores.

 No caso de um ácido fraco, a adição de uma base forte desloca o


equilíbrio no sentido da dissociação de mais ácido e o calor
liberado na reação de neutralização do ácido é em parte utilizado
para dissociá-lo (reação endotérmica).

 Ácidos fortes estão completamente dissociados e portanto não


consomem energia na sua dissociação.
Lei Hess
 Esta estabelece que, sendo a entalpia uma função
de estado, a entalpia da reação global pode ser
calculada pela soma das entalpias das semi-
reações envolvidas.
 Dessa maneira calculou-se a entalpia de
dissociação do ácido acético por simples
subtração da entalpia de neutralização do ácido
acético da entalpia de neutralização de um ácido
forte com uma base forte
 Em presença de uma solução aquosa de uma base forte, como o
NaOH, a reação de neutralização pode ser descrita como
CH3COOH(aq) + OH-(aq)  CH3COO-(aq) + H2O HI

 De acordo com a Lei de Hess, esta equação pode ser obtida


somando-se as equações

H+(aq) + OH-(aq)  H2O HII


CH3COOH(aq)  CH3COO-(aq) + H+(aq) HIII

 Fazendo o mesmo com os efeitos térmicos dessas reações obtém-se


o efeito térmico da reação global:
 HI = HII + HIII .
Calorímetro
 Dispositivo no qual o calor transferido é
monitorado medindo mudanças de temperatura
Calorímetro a pressão constante
Parte Experimental
Objetivos
 Determinar o calor de neutralização de uma
reação ácido-base de NaCl com HCl.
 Revisando os seguintes conceitos: entalpia,
capacidade calorífica, troca de calor, reações
endotérmicas e exotérmicas, calorimetria
A variações de entalpia durante reações de
neutralização podem ser determinadas por simples
calorimetria. Em um calorímetro isolado
adiabaticamente, o calor liberado durante a
neutralização, - H, é igual à quantidade total de calor
recebida pelos produtos da reação, Qp, e pelo
calorímetro, Qc de modo que

- H = Qp + Qc = Q
A quantidade total de calor, Q, por sua vez, pode ser
medida pela elevação da temperatura do sistema durante o
processo:

Q = Cc.(Teq - Tf ) + Cp.(Teq - Tf )

Tf - a temperatura inicial de equilíbrio do calorímetro e dos


reagentes
Teq - a temperatura final de equilíbrio do calorímetro e dos
produtos da reação,
Cc e Cp - as capacidades caloríficas do calorímetro e dos
produtos
A capacidade calorífica dos produtos pode ser
calculada por:

Cp = mp.cp

mp é a massa produtos
cp o calor específico dos produtos

Sendo a massa dos produtos igual à massa dos


reagentes, mp está determinada pela escolha das
quantidades dos reagentes.
Capacidade calorífica do calorímetro (Cc)
 Considerando o calorímetro isolado adiabaticamente, o
calor cedido pela água quente é igual ao calor recebido pela
água fria e pelo calorímetro ou, dito de outro modo, a soma
dos calores recebidos por todos os corpos no processo
adiabático é igual a zero, isto é ,

m.c.(Teq - Tf ) + Cc.(Teq - Tf ) + m.c.(Teq - Tq ) = 0

 Portanto, isolando Cc nesta equação, encontra-se

Cc = 2.m.c.[ (Tf + Tq )/2 - Teq ] / (Teq - Tf )


Resultados e Discussão
 Foram feitas pelos grupos as padronizações dos
reagentes utilizados no experimento sendo eles :
NaOH , HCl e HAc.
 Para a padronização do NaOH foram realizadas 3
titulações com 1,00g de biftalato de potássio
preparado pelos técnicos
Tabela 1: Padronização

Padronização Reagentes Utilizados


Grupo [NaOH] mol/L [Hac]mol/L [HCl] mol/L
3 1,1687±0,0029 0,9681±0,0024 0,7733±0,0019
4 0,9962±0,0002 1,065±0,004 1,123±0,006
6 1,0051 0,918 0,9414
Exemplo de cálculo:
mbiftalato 1,0005
NaOH ]   3
 [ NaOH ]  1,1720 mol / L
M biftalato xV NaOH 204,22 x 4,18 x10
(1,1687  1,1720) 2  (1,1687  1,1675) 2  (1,1687  1,1666 ) 2
[ NaOH ]  s  
3 1
s  0,0029 mol / L
[ NaOH ]xVNaOH 1,1687 x8,25
[ HAc]    [ HAc]  0,9642mol / L
VHAc 10,00
 [ NaOH ]   0,0029 
[ HAc]  [ HAc]   0,9681   [ HAc]  0,0024mol / L
 [ NaOH ]   1,1687 
[ NaOH ]xVNaOH 1,1687 x6,55
[ HCl ]    [ HCl ]  0,7655mol / L
VHCl 10,00
 [ NaOH ]   0,0029 
[ HCl ]  [ HCl ]   0,7733   [ HCl ]  0,001
 [ NaOH ]   1,1687 
Determinação da capacidade calorífica do
calorímetro
 Transferiu-se 50 ml de água destilada para o calorímetro
à temperatura ambiente, aguardou-se o equilíbrio
térmico (Tf) e adicionou-se, em seguida, 50 ml de água
entre 45 e 51 ºC (Tq). Registrou-se a temperatura de 30
em 30 segundos até que a mesma permanecesse
constante (temperatura de equilíbrio Teq).
 Considerando o calor específico da água igual a
1cal/g.ºC calculou-se a capacidade calorífica do
calorímetro
Grupo C (cal/ºC)
3 41,5±2,1
4 64±3
6 31,36
Q perdido  m H 2O .cp | Teq  Tq | Q perdido  49,5840 x1,00 | 36,1  46,5 | Q perdido  515,7cal
Qrecebido  m H 2O .cp | Teq  Tf | Qrecebido  49,7805 x1,00 | 36,1  30,6 | Qrecebido  273,8cal
Q perdido  Qrecebido 515,7  273,8
C C   C  43,9cal / C
(Teq  Tf ) (36,1  30,6)
(41,5  43,9) 2  (41,5  40,3) 2  (41,5  40,3) 2
C  s   2,1cal / C
3 1
Ácido forte com base forte:
HCl + NaOH → NaCl + H2O

Adicionou-se 50 mL da solução do ácido no


calorímetro, com indicador, e um volume da base
para neutralizar a solução mais 5mL para garantir
a eficiência da mesma. Mediu-se a temperatura
de cada solução inicial e a temperatura após o
equilíbrio
Grupo | Q|(cal) |ΔH|(kcal/mol)

3 553,9 13,2±0,4

4 1031±1 18,35±0,05

6 710,7 15,1
 Ácido fraco com base forte :
HAc ( aq )  NaOH ( aq )  NaAc ( aq )  H 2 O

Adicionou-se 50 mL da solução do ácido no


calorímetro, com indicador, e um volume da base
para neutralizar a solução mais 5mL para garantir
a eficiência da mesma. Mediu-se a temperatura
de cada solução inicial e a temperatura após o
equilíbrio
Grupo | Q|(cal) |ΔH|(kcal/mol)

3 634,2 14,3±0,4

4 1010±1 18,96±0,02

6 671,1 14,62
 Em ambas as neutralizações aqui usadas como
exemplo, consideramos soluções aquosas de
ácidos e bases. Os produtos destas reações são
também soluções iônicas aquosas. Neste caso,
para soluções diluídas, o calor específico é
aproximadamente igual ao calor específico da
água, isto é, cp ~ 1 cal/g.ºc
 Neste caso para o grupo 3
| Q | msolução .cp. | Teq  Tf | C | Teq  Tf || Q | 88,7.1. | 36,4  31,4 | 41,5. | 36,4  31,4 |
| Q | 541cal
| Q | | Q | 651
| H |    3
| H | 13,99kcal / mol
nH 2O [ H ]xVH  0,7733x50,00 x10
(14,3  13,8) 2  (14,3  14,5) 2  (14,3  14,6) 2
Desvio   Desvio  0,4kcal / mol
3 1
 Com os valores das entalpias de neutralização do
ácido acético e do HCl, determinou-se a entalpia
de dissociação do ácido acético fazendo uso da
Lei de Hess.
HAc( aq )  H  ( aq )  Ac  ( aq ) H1  ?
H  ( aq )  OH  ( aq )  H 2O( l ) H 2  14,3kcal/mol
HAc( aq )  NaOH ( aq )  NaAc( aq )  H 2O( l ) H R  13,0 kcal/mol
H R  H1  H 2  H1  H R  H 2  13,0  14,3
H1  1,3kcal / mol
Comparação entre os valores de entalpia

HCl HAc Diss. Hac


Grupo (kcal/mol) (kcal/mol) (kcal/mol)

3 -14,3(5,1%) -13(2,2%) 1,3(333,3%)

4 -18,35(25,9%) -18,96(29,8%) -0,61(149,2%)

6 -15,1 -14,62 0,48

literatura -13,6 -13,3 0,3


Causas de desvios entre valores

 Perda calor para o ambiente nas transferências


 Perda de calor do calorímetro para meio externo
(mal isolante térmico)
 Pouco tempo de espera para o equilíbrio térmico
 Secagem ineficiente calorímetro
REFERÊNCIAS

[1] Atkins, P.W.; Físico-Química, Vol. 1, 6a. Ed., LTC, Rio de Janeiro, 1999.
Ver p. 45.
[2] J. B. Russel, Química Geral, 2a Edição, Vol. 2, Makron Books do Brasil,
Rio de Janeiro (1992). Capítulos 15 e 17.
[3] Pilla, L.; Físico-Química, Vol. 1, LTC, Rio de Janeiro, 1979.
[4] B. H. Mahan, Termodinàmica Química Elemental. Editorial Reverté,
Barcelona (1978).
[5] R. P. Bauman, Introdução ao Equilíbrio Termodinâmico, EDUSP, São
Paulo (1972).
[6] Allen J. Bard, Equilíbrio Químico, Harper & Row Publisher Inc., Nova
York (1970).
[7] V. P. Levitt (Editor), Findlay's Practical Physical Chemistry, Longman
Group, Londres (1973). Ver p. 217.
[8] Bueno, W.A., Degrève, L.; Manual de Laboratório de Físico-Química,
McGraw-Hill, São Paulo, 1980. Experimento 1, p. 23-27

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