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Unidade 3: Energia

Termoquímica
Química Geral e Inorgânica

Prof. Robson da Silva Oliboni


Termoquímica
Uma das mais fundamentais leis da ciência é a lei da
conservação da energia: durante qualquer processo, energia
não pode ser criada e nem destruída.

Um corpo em movimento, com massa m e velocidade v ,


possui energia cinética, Ek:

1 2
E k= m v
2

Unidade: Joule = J = 1 kg m² s⁻².


Termoquímica
Um corpo com massa em repouso tem energia devido a
sua localização, a energia potencial, Ep:

E p =m g h
Onde g é a aceleração da gravidade, g = 9,81 m s⁻².

Pela lei da conservação da energia, temos que:

E=E k + E p
Termoquímica
Ex: Eletricidade é gerada por
hidroelétricas convertendo a
energia potencial da água
em energia cinética à
medida que a água cai em
grandes tubos ligados a
turbinas. As turbinas
convertem a energia cinética
da água descendente em
eletricidade. Dado que a
água cai 200 m, calcule a
energia cinética disponível
de entrada na turbina por
quilograma de água.
Termoquímica
A Termodinâmica é o estudo das transferências de energia
nos processos físicos e químicos.

Na Termodinâmica, definimos o sistema sob estudo interagindo


com as vizinhanças.

A Primeira Lei da Termodinâmica é a lei de conservação de


energia. Um sistema só pode trocar energia com as
vizinhanças na forma de calor e trabalho.
Termoquímica
A transferência de energia como trabalho requer a ação de
uma força sob uma distância.

Trabalho = força x deslocamento

w=−F Δ X

Em processos físicos e químicos, a forma mais comum de


trabalho é o trabalho de expansão (ou trabalho P-V), sendo o
trabalho realizado pelo sistema um trabalho negativo.
Termoquímica

Trabalho de expansão (ou trabalho P-V):

w=−P Δ V =−P(V f −V i )
Em geral, V é dado em litros e a
pressão em atm; 1 L atm = 101,3 J

Um sistema em um cilindro e pistão.


Uma força F é aplicada ao pistão,
causando um deslocamento Δh = hf – hi
do pistão. A área da face do pistão é A.
Termoquímica

Ex: Quanto trabalho é necessário para comprimir um gás de


um volume de 5,0 L para um volume de 2,5 L exercendo uma
pressão constante de 1,5 atm?
Termoquímica

A transferência de energia como calor ocorre sempre que há


uma diferença de temperatura entre sistema e suas
vizinhanças.

A energia flui espontaneamente de regiões de altas temperaturas


para regiões de baixas temperaturas.
Termoquímica

Na Termodinâmica, a energia de um sistema é descrita pelo


símbolo U, chamada energia interna, onde a variação de
energia interna é dada por

Δ U =U f −U i
A aplicação da lei da conservação da energia à TD gera

Δ U =q + w
A energia interna U é uma função de estado; só depende do
estado atual do sistema.
Termoquímica

Aplicando a Primeira Lei para uma reação química, temos

Δ r U =q+ w
Para uma reação que ocorre a pressão constante, temos

Δ r U =q−P Δ V
Se a reação ocorre em um frasco fechado, o volume é constante
e ΔV = 0; logo

Δ r U =qV
Termoquímica
Para reações a pressão constante, definimos a função
entalpia, definida como

H=U + PV
Para uma reação que ocorre a pressão constante, temos

Δ r H=Δ r U + P Δ r V
Se o processo ocorrer a pressão constante, temos que

Δ r H=q p
Geralmente chamado de calor de reação
Termoquímica

As reações químicas podem absorver calor ou liberar calor.

As reações exotérmicas são reações que


liberam energia na forma de calor.

CH4 (g) + 2 O2 (g) → CO2 (g) + 2 H2O (l)


Calor liberado = Calor de combustão

Combustão do metano, CH4(g), em ar usando um


bico de Bunsen. Devido a reação de combustão
ocorrer aberta à atmosfera, é uma reação a
pressão constante.
Termoquímica

As reações endotérmicas são reações que absorvem


energia na forma de calor.

NH4NO3 (s) → NH4⁺ (aq) + NO3⁻ (aq)


Termoquímica

De maneira geral, temos Δ r H= H prodc −H reag

Uma diagrama de entalpia para (a) uma reação exotérmica e (b) uma reação
endotérmica. (a) Em uma reação exotérmica, a entalpia dos produtos é menor
que a dos reagentes. A diferença de entalpia é liberada como energia na forma
de calor durante a reação a pressão constante. (b) Em uma reação endotérmica,
a entalpia dos produtos é maior que a dos reagentes. A diferença de entalpia
deve ser fornecida como energia na forma de calor para que a reação ocorra a
pressão constante.
Termoquímica
As variações de entalpia são aditivas: Lei de Hess

Se temos as reações
(1) C (s) + ½ O2 (g) → CO (g) Δ r H (1)=−110,5 kJ

(2) CO (g) + ½ O2 (g) → CO2 (g) Δ r H (2)=−283,0 kJ

Então a variação de entalpia para a reação (3)


(3) C (s) + CO (g) + ½ O2 (g) + ½ O2 (g) → CO (g) + CO2 (g)

Δ r H (3)=Δ r H (1)+ Δr H (2)


Termoquímica
As variações de entalpia são aditivas: Lei de Hess

Se temos para a reação (1)

(1) SO2 (g) → S (s) + O2 (g) Δ r H (1)


E a reação (3) for 2x a reação (1),

(3) 2 SO2 (g) → 2 S (s) + 2 O2 (g)

Temos que

Δ r H (3)=2×Δ r H (1)
Termoquímica
As variações de entalpia são aditivas: Lei de Hess

Se temos para a reação (1)

(1) SO2 (g) → S (s) + O2 (g) Δ r H (1)

E a reação (3) for o inverso da reação (1),

(3) S (s) + O2 (g) → SO2 (g)

Temos que
Δ r H (3)=−Δ r H (1)
Termoquímica

Ex: Dados os seguintes valores de variação de entalpia:

0
(1) SO2 (g) → S (s) + O2 (g) Δ r H (1)=+296,8 kJ

0
(2) 2 S (s) + 3 O2 (g) → 2 SO3 (g) Δ r H (2)=−791,4 kJ

Calcule a variação de entalpia para a reação


(3) 2 SO2 (g) + O2 (g) → 2 SO3 (g)
Termoquímica

Ex: Dados os seguintes valores de variação de entalpia:

0
(1) Cu (s) + ½ O2 (g) → CuO (s) Δ r H (1)=−157,3 kJ

(2) NO2 (g) → ½ N2 (g) + O2 (g) 0


Δ r H ( 2)=−33,18 kJ

Calcule a variação de entalpia para a reação


(3) 4 Cu (s) + 2 NO2 (g) → 4 CuO (s) + N2 (g)

[-695,6 kJ]
Termoquímica
Ex: O hidrocarboneto butano (C4H10) existe como dois diferentes
isômeros chamados n-butano e isobutano. Os calores de
combustão a 25oC do n-butano e isobutano são – 2878 kJ mol⁻¹
e – 2871 kJ mol⁻¹, respectivamente. Calcule o calor de reação
para a conversão de isobutano a n-butano,
n-C4H10 (g) → i-C4H10 (g)

As equações para as duas reações de combustão são

(1) n-C4H10 (g) + 13/2 O2 (g) → 4 CO2 (g) + 5 H2O (l)


0
Δ r H (1)=−2878 kJ
(2) i-C4H10 (g) + 13/2 O2 (g) → 4 CO2 (g) + 5 H2O (l)
0
Δ r H (2)=−2871 kJ
[-7 kJ]
Termoquímica

A capacidade calorífica de uma substância é definida como o


calor necessário para aumentar a temperatura da amostra de
um grau Celsius.

qp
C p=
ΔT
Como, a pressão constante, o calor trocado é igual à variação
de entalpia, temos

q p=Δ H =C p Δ T
Termoquímica

Ex: Quando 421,2 J de calor são adicionados a 36,0 g de água


líquida, a temperatura da água aumenta de 10,000oC para
12,800oC. Calcule a capacidade calorífica de 36,0 g de H2O (l).

Ex: A capacidade calorífica de 18,0 g de gelo é 37,7 J K⁻¹. Calcule


a temperatura final de 18,0 g de gelo, inicialmente a 20o C, que
resulta quando 200 J de calor são absorvidos pelo gelo. [-14,7oC]

Ex: Calcule a energia necessária como calor para aumentar a temperatura


de 151 kg de água de 18,0oC para 60,0oC, assumindo nenhuma perda de
energia para as vizinhanças. Dado: Cp = 75,2 J K⁻¹ mol⁻¹
Termoquímica
A capacidade calorífica por grama de uma substância é
chamada de calor específico e é bastante útil para descrever
capacidades caloríficas de substâncias que não podemos
definir uma fórmula química, como vidro, aço, madeira ou
cimento.

Cp qp
c p= =
m mΔT
Ex: Calcule o calor específico do vidro, sabendo que 150 J de
calor a uma amostra de 50,0 g aumenta a temperatura de
3,57oC.
Termoquímica

Se combinarmos duas amostras não reativas a temperaturas


diferentes, então a amostra com maior temperatura irá
transferir energia para a amostra de menor temperatura até
que o sistema combinado tenha uma temperatura uniforme.

Se nenhuma energia é perdida para as vizinhanças, temos

q 1+ q2 =0

C p 1 (T f −T 1)+C p 2 (T f −T 2 )=0
Termoquímica

Ex: Um pedaço de 50,0 g de cobre a 80,0o C é colocado em 100 mL (100


g) de água a 10,0oC. Assumindo que não há perda de calor para as
vizinhanças, qual será a temperatura final do sistema? Assuma que as
capacidades caloríficas do cobre e da água são 24,5 J oC⁻¹ mol⁻¹ e
75,2 J oC⁻¹ mol⁻¹, respectivamente.

Ex: Calcule a temperatura final se um pedaço de aço de 500 g a


1200oC é colocado em 100 kg de água a 15oC. Asssuma nenhuma
perda de energia para as vizinhanças. O calor específico do aço é
de 0,46 J K⁻¹ g⁻¹.
Termoquímica
Um calorímetro é um dispositivo utilizado para medir a quantidade
de energia liberada ou absorvida como calor em uma reação.

Δ r H=q p=−q cal


Um calorímetro simples, consistindo de um
frasco de Dewar e sua tampa (que evita uma
transferência de energia significativa de energia
pra as vizinhanças); um termômetro de alta
precisão; um agitador simples; e um aquecedor
elétrico. Um reagente é colocado no frasco de
Dewar e então outro reagente, na mesma
temperatura, é adicionado. À medida que a
reação é agitada, a variação de temperatura é
medida.
Termoquímica
A energia de reação pode ser medida por uma bomba calorimétrica.

Δ r U =q v =−q cal
(a) Uma bomba calorimétrica e (b) sua seção transversal. O frasco interno
(“bomba”), onde a reação de combustão ocorre, é colocada em um frasco externo
preenchido com água. A variação de temperatura do banho é medida com um
termômetro de alta precisão. A água é agitada para garantir uma distribuição
uniforme de calor.

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