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Livro: “As primeiras-damas e a Assistência Social”.

1. Relações de poder e memória das primeiras-damas na sociedade brasileira

1.1 Os papéis sociais das primeiras-damas não era de passividade. A exemplo disso, temos a
imperatriz Leopoldina, esposa de Dom Pedro I, que teve forte decisão no processo da
proclamação da Independência do Brasil.

1.2 Dona Leopoldina, voltou-se contra a imposição de Portugal para que Dom Pedro I
retornasse, demonstrando força política e contrariando as características que imputavam a
mulher naquela época: passiva, inexpressiva, do lar e recatada, reprodutora, sendo
confundida com as propriedades do seu marido.

1.3 Essa postura só pode ser compreendida a partir da educação que recebera. Assim como
ainda hoje, a educação e, consequentemente, o conhecimento, abre um loque de
possibilidades para as mulheres: independência, emancipação e de buscar seus objetivos.

1.4 O primeiro-damismo nasce como gestão política de racionalidade decisória, diferente


dos moldes de atuação das primeiras-damas dos governos posteriores, que passaram a
desenvolver atividades assistenciais vinculadas ao paternalismo e ao assistencialismo.

- paternalismo: prática estabelecida pela autoridade paterna, do pai, do homem da casa, que
tudo manda e tudo pode.

1.5 É preciso entender que essa atuação ideológica e política de Dona Leopoldina estão
centradas a partir dos estudos que tivera ao longo da sua vida. Propiciando uma consciência
do seu ser, enquanto ser social histórico. (Cit1. 83; Cit2. 84).

1.6 A figura da primeira-dama assumindo uma postura na vida social só ressurgiu no


governo de Getúlio Vargas (década de 1940) com a Dona Darcy Vargas.

1.7 Com a Segunda Guerra Mundial (1940) há uma comoção nacional, uma vez que o Brasil
enviou militares para a guerra. Nesse momento criam-se os primeiros serviços sociais no
âmbito do Estado com a criação da LBA – Legião Brasileira de Assistência.

1.8 A LBA (1942) foi criada por Darcy Vargas que se tornou presidente da instituição. Foi
criada para dar suporte às famílias dos brasileiros que foram para a guerra. Ela foi a grande
mentora da Legião e por isso o assistencialismo da época é comumente chamado de
primeiro-damismo.
1.9 O assistencialismo, colocado em prática na figura da primeira-dama Darcy Vargas, vai
ser utilizado como articulador de dominação da classe operária e todos os que necessitavam
da Assistência do Estado, prática que ainda hoje é muito presente nas Prefeituras dos
municípios brasileiros. (Cit3. 86)

2.0 No caso do primeiro-damismo, o trabalho social vai envolver de um lado, o Estado e o


empresariado e, de outro, o voluntariado, representado por senhoras, mas também
pertencentes a camadas subalternas.

2.1 Outro exemplo de primeiro-damismo, porém bem mais radical do que Darcy Vargas, só
que na Argentina, foi a figura de Eva Duarte Perón, esposa do Presidente Juan Domingos
Peron. (Cit4. 88) Exerceu um assistencialismo sem limites: distribuição de simples objetos;
doações de casas próprias; entregava cédulas de dinheiro, etc.

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