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Isaac Osório Dutra do Valle (1); Carol Chaves Mesquita e Ferreira (2)
Resumo
Com o crescente aumento das construções de edifícios de múltiplos pavimentos, os profissionais
engenheiros têm-se um grande desafio em relação a estabilidade da estrutura quanto aos esforços
atuantes. Desta forma, esse trabalho tem como foco a análise da estrutura quanto aos deslocamentos
globais de forma comparativa com a utilização de lajes maciças, lajes em vigotas e sem a utilização das
lajes, contribuindo para a estabilidade global da edificação. Essa comparação é feita a partir do cálculo do
coeficiente γz e dos valores dos deslocamentos. Para isso, foram moldadas e analisadas três estruturas:
estrutura sem a consideração de lajes, no Ftool, estrutura com lajes maciças e estruturas com lajes em
vigotas, no software cypecad. Onde, através desses programas, foram obtidas deformações no topo da
estrutura, tornando assim viável os cálculos do coeficiente γ z e quantificando a sensibilidade da estrutura
aos esforços horizontais. Por meio dos resultados obtidos verifica-se que a edificação com lajes em vigotas
e a edificação sem a consideração das lajes, tiveram deformação a ponto que o cálculo dos efeitos de 2º
ordem pelo coeficiente γz foi insuficiente para mensurar a sensibilidade global da estrutura quanto aos
esforços horizontais, necessitando assim de um cálculo mais refinado para a quantificação dos efeitos de 2º
ordem.Por outro lado, a edificação com lajes maciças teve um valor de deformação menor do que as outras
edificações e, portanto, menores deslocamentos sem a necessidade de cálculos diferenciados para os
efeitos de 2º ordem.
Palavra-Chave: Efeitos de 2º Ordem, Lajes contribuindo para rigidez global, deformações.
Abstract
With the growing increase in multi-floor building constructions, professional engineers have a great challenge
in terms of stability of the structure as to the active efforts. In this way, this work has as its focus the analysis
of the structure regarding global displacements in a comparative way with the use of massive slabs, slabs in
beams and without the use of slabs, contributing to the overall stability of the building. This comparison is
made from the calculation of the coefficient γz and the values of the displacements. For this, three structures
were constructed and analyzed: structure without the consideration of slabs, in the Ftool, structure with
massive slabs and structures with slabs in beams, in cypecad software. Where, through these programs,
deformations were obtained at the top of the structure, thus making possible the calculations of the
coefficient γz and quantifying the sensitivity of the structure to the horizontal stresses. By means of the
obtained results it is verified that the construction with slabs in beams and the building without the
consideration of the slabs, had deformation to the point that the calculation of the effects of 2nd order by the
coefficient γz was insufficient to measure the overall sensitivity of the structure as to the Horizontal efforts,
thus requiring a more refined calculation for the quantification of 2nd order effects. On the other hand, the
construction with massive slabs had a lower deformation value than the other buildings and, therefore,
smaller displacements without the need of differentiated calculations for the effects of 2nd order.
Keywords: Effects of 2nd Order, Slabs contributing to global stiffness, deformations.
2. Objetivos
3. Referencial teórico
Um desses estados limites, é o de estado limite último, que a NBR 8681 (2003)
especifica que pela sua simples ocorrência o uso da estrutura deve ser paralisado.
3.3.3 Coeficiente γz
Esse coeficiente, de acordo com a NBR 6118 (2014), contabiliza os esforços
globais finais (1ª ordem e 2ª ordem) de acordo com a expressão de majoração, 0,95γ z.
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Entretanto essa contabilização somente é válida para os valores γ z<1,30. Para valores
acima disso a estrutura deve ser analisada por um método mais refinado.
Para as edificações onde os coeficientes são valores deγ z>1,30, Zumaeta (2016)
e a NBR 6118 (2014), menciona que para valores de γ z acima de 1,30, prova-se que a
estrutura possui um grau de instabilidade elevado, ou seja, que a quantificação dos
efeitos de 2º ordem não se deve ser calculada pelo coeficiente γ z e sim por um método
mais refinado de cálculo. Onde, essa, é uma estrutura instável e impraticável, portanto,
assim, devem-se ser recalculadas e adotando maneiras para aumentar sua rigidez
perante aos esforços horizontais.
Segundo a NBR 6118 (2014) esse coeficiente é um amplificador dos efeitos de 1º
ordem que avalia a importância dos efeitos de 2º ordem globais. Ele é somente válido
para estrutura reticuladas de no mínimo quatro pavimentos, é dado pela expressão
1 1
γz = M 2d M 2 d (Eq.09)
1− 1−
M 1d M 1d
Onde:
M1d é o momento de tombamento total da estrutura, ou seja, soma de todos os
momentos causados pelas forças horizontais. Com as distancias de acordo
com o nível do terreno.
3.4.1 Fator S1
Para a consideração do fator que depende da topografia (S 1), a NBR 6123 (1988)
menciona que existem vários tipos de variações do relevo do terreno que podem mudar
esse fator.
3.4.2 Fator S2
3.4.3 Fator S3
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O fator estatístico S3 é, segundo NBR 6123 (1988), considerado como um grau de
segurança requerido e a vida útil da edificação, para valores mínimos do fator S 3, tem-se
a quadro 01:
Fonte: NBR
6123 (1988) adaptado por Zumaeta (2016)
3.5 Programas
4.2 Carregamentos
4.2.1 Horizontais
O mapa de isopletas apresentado na referência bibliográfica mostra, que os
ventos que estão localizados no estado do Piauí na região de Teresina, marcam uma
velocidade básica V0= 30m/s.Foi adotado para o cálculo da velocidade característica, fator
topográficos S1, o valor igual a 1,00, pois para essa edificação foi adotada que é
localizada em terreno plano ou fracamente acidentado. E para o fator probabilístico S 3 o
valor igual a 1,00. Para valores de S 2 foi utilizada uma formula fornecida pela NBR 6123
(1998).
A fórmula que se utilizou é: S2¿ b × Fr ׿¿ b × Fr ׿(Eq.19)
4.2.2 Cargas Verticais
As cargas que atuarão na edificação são adotadas pela NBR 6120 (1980). Para o
cálculo do peso próprio da estrutura foi adotado um peso específico de 25kN/m² para o
concreto e 18kN/m² para as alvenarias.
Para os carregamentos considerados nos softwares Cypecad e STGhouve a
consideração da NBR 6120 (1980) que destaca para edifícios comerciais de escritórios e
salas de uso geral, uma sobrecarga de 2,00 kN/m².
Tabela 02 Cargas Verticais
CARGA
CARGA PERMANENTE ACIDENTAL
PAVIMENTO (KN/m²) (KN/m²)
TÉRREO 1,00 2,00
TIPO 1,00 2,00
COBERTUR
1,00 2,00
A
Fonte: Autor, Excel (2017)
TOTAL PARCIAL
CARGAS TIPO VALOR
(KN)
Acidental Laje pavimento 49,95 x 16,60 x 2,00 = 1658,34 KN
Permanente Laje pavimento 49,95 x 16,60 x 0,16 = 132,6672 KN
Sobrecarga
Pavimento 0,05 x 16,60 x 49,95 x 18 =
Permanete 746,253 KN
(((49,95 x 4) + (16,60 x 2)+(5+8,50)) x
Permanente Paredes de 15cm 1730,43
0,15 x (3,00-0,40)) x 18 = KN
Vigas ((49,95 x 4) + (16,60 x 13)) x 0,14 x
Permanente 581,84
14cm x 40cm 0,40 x 25 = KN
Pilares
Permanente
55cm x 100cm 0,55 x 1,00 x (3,00-0,40) x 25 x 52 = 1.859,00 KN
TOTAL 6.709 KN
Fonte: Autor, Excel (2017)
Devido ao programa FTOOL não considerar lajes, somente vigas e pilares, utilizou-se
o software de cálculo estrutural CYPECAD, para a análise das deformações da estrutura
como um todo, considerando vigas, pilares e lajes.
4.3.5 Vigas
Foi adotada uma altura de 55cm, com o objetivo de dividir a área (A c) por essa
altura, encontrando assim o comprimento dos pilares, os quais, foram padronizados em
uma altura e comprimento únicos. O cálculo de (Ac) é feita pela formula dada por Pinheiro
(2010).
30× ∝× A ×(n+ 0,7) 30× ∝× A ×(n+ 0,7)
AC¿ ¿ (Eq.24)
fck +0,01×(69,2−fck ) fck +0,01×(69,2−fck )
4.4.3 Coeficiente γz
Para o cálculo desse coeficiente utilizou-se a expressão mencionada no item 2.3.4 desse
trabalho, que é dada por:
1 1
γz = M 2d M 2 d (Eq.29)
1− 1−
M 1d M 1d
Onde:
M2d – É a soma dos produtos de todas as forças verticais atuantes na estrutura, pelos
deslocamentos horizontais.
M1d – É o momento de tombamento, ou seja, a soma dos momentos de todas as forças
horizontais
4.4.4 Comparação
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Primeiramente foram encontradas para o trabalho as cargas horizontais e verticais
através do método do item 3.2.1 e 3.2.2, respectivamente, para que haja a execução e
análise desses edifícios.
Na moldagem das estruturas no programa ftool (estrutura sem a consideração de
lajes), houve um deslocamento muito acentuado no topo da estrutura como mostra a
figura e posterior tabela.
1 1
γz = 3785× 1,27 3785× 1,27 = 4,64
1− 1−
6125 6125
EDIFÍCIO COM
Tabela 05 LAJE EM VIGOTAS
– Deformação e momento M1k e M2k
ALTURA
CARGA Força (Fa) M1k POR M2k
DO Deslocamen
CYPECAD VERTIC HORIZONT PAVIMENT ACUMULAD
PAVIMENT to (cm)
AL AL O O
O (m)
Térreo 3,00 6709 3,95262 0,042 12 1580
1º
6709 0,124 29 1577
pavimento 6,00 4,76172
2º
6709 0,229 48 1569
pavimento 9,00 5,30632
3º
6709 0,347 69 1554
pavimento 12,00 5,74212
4º
6709 0,469 92 1531
pavimento 15,00 6,10002
1 1
γz = 1580× 1,27 1580× 1,27 = 1,48
1− 1−
6125 6125
1 1
γz= 970 ×1,27 970 ×1,27 =1,25
1− 1−
6125 6125
Figura 11 – Edifício com lajes maciças deformada com a ação do vento (Autor,
Cypecad (2017))
Com lajes
1,756 1,48
em vigotas
Com lajes
1,074 1,25
maciças
Raymundo, Chust, Camillo (2011) destacam que a estrutura irá absorver esforços
diferenciados, principalmente quando há elementos de rigidezes diferentes, ocorrendo
assim que para cada tipologia de lajes a estrutura irá possuir uma estabilidade global
desigual.
Complementando os argumentos e conclusões, esse trabalho teve como
resultados das análises que tornam verdade as conclusões e argumentos descritos pelos
autores, os valores apresentados na tabela 12 mostra a diferença de deslocamento e
estabilidade global da estrutura pelo coeficiente γ z para cada tipologia de laje.
6 CONCLUSÕES
Para as deformações dos edifícios sem a consideração de lajes, notou-se que há
uma deformação muito acentuada no topo da estrutura, Para o edifício de lajes maciças e
lajes em vigotas, houve uma diferença nos resultados finais devido a mudança de
tipologia, sendo que essas deformações diminuíram para o caso das lajes maciças,
mostrando assim a grande importância da consideração das lajes e suas tipologias na
edificação para diminuição dos deslocamentos, e consequentemente oferecendo uma
maior rigidez a estrutura.
Destaca-se também que, a utilização do coeficiente de ponderação no valor de γ f
= 1,27, fez a majoração desses momentos para fins de um cálculo com a simplificação
para a consideração da não linearidade geométrica.
A edificação com laje maciça, mesmo com a diminuição dos deslocamentos, teve
o valor do coeficiente γz = 1,23, a qual se enquadra em edificações de nós móveis, que
segundo Carvalho , Pinheiro (2009), esse valor de γ z mostra a sensibilidade da estrutura
aos efeitos de 2º ordem globais. Onde as soluções para esses tipos de estruturas seriam
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o enrijecimento da edificação, utilizando núcleos rígidos, barras diagonais de
contraventamento e ou até mesmo a utilização de pilares paredes.
Mas, como esse trabalho tem como objetivo mostrar somente a consideração das
lajesnos efeitos de 2º ordem globais da estrutura, esses valores de γ ze deslocamentos,
foram satisfatórios para a conclusão, devido a quantificação deles perante a diferença de
lajes.
7 Referências