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ANÁLISE COMPARATIVA DOS EFEITOS DE 2º ORDEM NA

ESTABILIDADE GLOBAL DE EDIFÍCIOS COM MÚLTIPLOS PAVIMENTOS

COMPARATIVE ANALYSIS OF THE EFFECTS OF 2ND ORDER ON THE GLOBAL


STABILITY OF BUILDINGS WITH MULTIPLE FLOORS

Isaac Osório Dutra do Valle (1); Carol Chaves Mesquita e Ferreira (2)

(1) Graduado em Engenharia Civil, Centro Universitário Uninovafapi


(2) Professora Especialista, Centro Universitário Uninovafapi

Resumo
Com o crescente aumento das construções de edifícios de múltiplos pavimentos, os profissionais
engenheiros têm-se um grande desafio em relação a estabilidade da estrutura quanto aos esforços
atuantes. Desta forma, esse trabalho tem como foco a análise da estrutura quanto aos deslocamentos
globais de forma comparativa com a utilização de lajes maciças, lajes em vigotas e sem a utilização das
lajes, contribuindo para a estabilidade global da edificação. Essa comparação é feita a partir do cálculo do
coeficiente γz e dos valores dos deslocamentos. Para isso, foram moldadas e analisadas três estruturas:
estrutura sem a consideração de lajes, no Ftool, estrutura com lajes maciças e estruturas com lajes em
vigotas, no software cypecad. Onde, através desses programas, foram obtidas deformações no topo da
estrutura, tornando assim viável os cálculos do coeficiente γ z e quantificando a sensibilidade da estrutura
aos esforços horizontais. Por meio dos resultados obtidos verifica-se que a edificação com lajes em vigotas
e a edificação sem a consideração das lajes, tiveram deformação a ponto que o cálculo dos efeitos de 2º
ordem pelo coeficiente γz foi insuficiente para mensurar a sensibilidade global da estrutura quanto aos
esforços horizontais, necessitando assim de um cálculo mais refinado para a quantificação dos efeitos de 2º
ordem.Por outro lado, a edificação com lajes maciças teve um valor de deformação menor do que as outras
edificações e, portanto, menores deslocamentos sem a necessidade de cálculos diferenciados para os
efeitos de 2º ordem.
Palavra-Chave: Efeitos de 2º Ordem, Lajes contribuindo para rigidez global, deformações.

Abstract
With the growing increase in multi-floor building constructions, professional engineers have a great challenge
in terms of stability of the structure as to the active efforts. In this way, this work has as its focus the analysis
of the structure regarding global displacements in a comparative way with the use of massive slabs, slabs in
beams and without the use of slabs, contributing to the overall stability of the building. This comparison is
made from the calculation of the coefficient γz and the values of the displacements. For this, three structures
were constructed and analyzed: structure without the consideration of slabs, in the Ftool, structure with
massive slabs and structures with slabs in beams, in cypecad software. Where, through these programs,
deformations were obtained at the top of the structure, thus making possible the calculations of the
coefficient γz and quantifying the sensitivity of the structure to the horizontal stresses. By means of the
obtained results it is verified that the construction with slabs in beams and the building without the
consideration of the slabs, had deformation to the point that the calculation of the effects of 2nd order by the
coefficient γz was insufficient to measure the overall sensitivity of the structure as to the Horizontal efforts,
thus requiring a more refined calculation for the quantification of 2nd order effects. On the other hand, the
construction with massive slabs had a lower deformation value than the other buildings and, therefore,
smaller displacements without the need of differentiated calculations for the effects of 2nd order.
Keywords: Effects of 2nd Order, Slabs contributing to global stiffness, deformations.

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1 Introdução
Nos dias de hoje, com o crescimento populacional, grandes cidades estão em
processo de verticalização, que consiste na construção de estruturas de múltiplos
pavimentos. Essas construções, por serem altas e esbeltas, sofrem deslocamentos em
toda sua estrutura devido aos esforços horizontais e verticais atuantes que podem pela
não linearidade geométrica, transformarem-se em esforços horizontais. Esses são
dissipados e absorvidos pelas estruturas de contraventamento que normalmente são
compostas por vigas e pilares. Portanto, com todo esse processo social de verticalização
juntamente ao processo natural de esforços horizontais e a ocorrências desses
deslocamentos existentes, necessita-se de cálculos mais realísticos e elementos de
maiores rigidezes a estrutura.
Somando a essas utilizações, Goulart (2008) afirma que a consideração das lajes
nos elementos de contraventamento serve como um subsídio importante para diminuição
dos deslocamentos horizontais. Em virtude do que foi mencionado, as estruturas com
esses tipos de elementos em sua composição diminuem a possibilidade de grandes
deslocamentos horizontais.
Segundo Raymundo, Chust, Camillo (2011), a distribuição de esforços na
estrutura, provenientes dos esforços horizontais, ocorrem de forma diretamente
proporcional à rigidez entre os elementos da estrutura. Dessa forma, pode-se dizer que
são as estruturas, de maior rigidez, que suportam esses esforços e que fazem a
estabilidade local e global da estrutura.
Para a análise da estabilidade global da estrutura, de acordo com Zumaeta
(2016), existem dois tipos de deformações, os deslocamentos de primeira ordem, que são
gerados a partir da estrutura não deformada, quando a estrutura está no seu ponto inicial
estático (com as forças atuantes horizontais elas se deformam, ocasionando as
deformações de primeira ordem). De outra forma, Goulart (2008), menciona que existem
as deformações de segunda ordem, as quais, são consideradas a partir da estrutura
deformada (deforma de 1º ordem).

Dado ao exposto, esse artigo tem como problemática: as diferenças de


deslocamento para cada tipologia de lajes e análise da estabilidade global pelos efeitos
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de segunda ordem de um edifício em concreto armado com lajes maciças, lajes em
vigotas e por fim a estrutura sem a consideração de lajes, através da análise do
coeficiente γz.

2. Objetivos

2.1 Objetivo geral


Analisar a estrutura quanto aos deslocamentos globais de forma comparativa com
a utilização de lajes maciças e lajes em vigotas e sem a utilização das lajes, quanto ao
efeito de segunda ordem global através do coeficiente γ z para um edifício modelo.

2.2 Objetivos específicos


i. Calcular o pré-dimensionamento das lajes (maciças e em vigotas), pilares e vigas,
afim, de, determinar suas dimensões;
ii. Calcular dimensões das lajes em vigotas no ProgramaSTG (Software de treliças
Gerdau);
iii. Calcular o deslocamento da estrutura com auxílio do softwareFTOOL, para o
edifício que é moldado somente com vigas e pilares;
iv. Calcular os deslocamentos das Estruturas que irá considerar as lajes (maciças e
em vigotas), utilizando o Software de Cálculo CypeCad2016;
v. Calcular, com cargas verticais, horizontais, deslocamentos e momentos, o
coeficiente γz para os edifícios com lajes maciças, lajes em vigotas e sem a
utilização de lajes;
vi. Comparar os valores obtidos pela análise nos dois softwares, através de tabelas
pelo softwareEXCEL.

3. Referencial teórico

3.1 Análise, estabilidade e deslocamento da estrutura

3.1.1 Estado limite

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Para todas as análises estruturais, devem ser levadas em conta a verificação de
segurança, através da norma NBR 8681 (2003), que descreve dois estados limites de
uma estrutura, onde esses, estão relacionados diretamente com o material que será
utilizado na edificação.

3.1.1.1 Estado Limite Ultimo (ELU)

Um desses estados limites, é o de estado limite último, que a NBR 8681 (2003)
especifica que pela sua simples ocorrência o uso da estrutura deve ser paralisado.

3.1.1.2 Estado Limite de Serviço (ELS)


Outro estado que deve ser considerado para a análise seria o estado limite de
serviço que segundo a NBR 8681 (2003), está relacionado ao período de vida da
estrutura, ao conforto do usuário na estrutura e aparência, pois são caracterizados por
pequenos danos que podem comprometer sua estética.

3.1.2 Estabilidade da Estrutura

Segundo Maciel (2011) as ações, provenientes do peso da estrutura, ventos e de


esforços acidentais, provocam efeitos na estrutura, que somente a análise estrutural tem
como objetivo estabelecer quais são esses efeitos na estrutura. As consequências dessas
ações são as chamadas deformações, que podem estar dentro do estado limite de serviço
ou do estado limite último. No entanto, afim de, poder evitar essas deformações, procura-
se projetar estruturas mais rígidas com elementos que possam garantir sua estabilidade
global.

Figura 01 - Deslocamento das estruturas, devido às


ações horizontais (CARVALHO, Libânio. (2009))
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Consoante Franco (1995), apud Goulart (2008) destaca que em edifícios, cada
elemento deve contribuir para a estabilidade da estrutura. Para se ter uma melhor análise
do comportamento diante aos esforços laterais deve ser considerado que todos os
elementos da estrutura trabalhem em conjunto para combater a instabilidade dos edifícios
e em consequência, diminuindo deslocamentos laterais.

Bueno (2009) afirma que o deslocamento da estrutura é indispensável para


avaliar a estabilidade global. Os deslocamentos podem ser de 1º ordem e também de 2º
ordem os quais esses últimos são de maiores proporções e que quando ocorridos podem
afetar os esforços verticais e também aumentar o momento de tombamento da estrutura,
proporcionando uma configuração diferente do que foi projetada e assim levando o
edifício ao rompimento total.

3.2 Estabilidade Global Considerando Lajes

Segundo Bezerra (1995) as lajes, funcionando como elemento rígido


transversalmente, são responsáveis por compatibilizar os deslocamentos existentes na
estrutura melhorando a distribuição de esforços. No entanto, Martins (2007), chegou a
conclusão no seu trabalho de que sem as considerações das lajes a edificação pode estar
mal dimensionada devido à má distribuição dos esforços na estrutura.
Raymundo, Chust, Camilo. (2011) afirmam que a distribuição dos esforços
horizontais nas vigas e pilares, através das lajes como corpo rígido, é proporcional as
rigidezes das lajes. Todavia, realmente a intenção é combater os deslocamentos e
melhorar os esforços atuante na estrutura, deve-se saber escolher quais as lajes e suas
respectivas rigidezes.
Torres (1999) apud Edgart (2001) afirmam que os deslocamentos da estrutura
estão relacionados, também, à rigidez da laje e conclui que com lajes mais finas e menos
rígidas existem maiores deslocamentos laterais da estrutura. No entanto, pode-se dizer
que mesmo considerando as lajes como um elemento de contraventamento deve-se
certificar que exista uma rigidez para absorver esforços horizontais.
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3.3 Efeitos de 2º Ordem
Existem 3 tipos de analises dos efeitos de 2º Ordem de uma estrutura, são elas,
parâmetro α, método P – Δ, coeficiente γ z. O primeiro, parâmetro α, é largamente utilizado
para avaliar a sensibilidade dos nós das estruturas na presença de esforços horizontais
(Goulart, 2008). O método P – Δ, segundo Zumaeta (2016), é um efeito da não
linearidade geométrica da edificação, onde, esse leva em consideração as cargas
verticais existentes na estrutura (P) com os deslocamentos que a estrutura sofre (Δ). O
coeficiente γz, segundo Maciel, Sousa, Moura (2011), é o método mais simples de analisar
os efeitos de 2º ordem, pois é mais prático, rápido e eficiente, o qual, para a análise tem-
se um intervalo para a consideração de nós fixos e nós móveis da estrutura, entretanto,
segundo a NBR 6118 (2014) é recomendado somente para edificações maiores do que 4
pavimentos.

3.3.1 Não Linearidade Física

Como falado anteriormente a não linearidade física equivale na consideração das


rigidezes e o comportamento dos materiais em relação aos esforços atuantes. Segundo a
NBR 6118 (2014) no item 15.7.3 é permitido que a consideração da não linearidade
ocorra de maneira simplificada, isso somente para estrutura reticuladas com pelo menos
quatro pavimentos.
Na consideração dos módulos de elasticidades devem ser realizados ensaios de
acordo com a NBR 8522, mas quando não houverem esses ensaios, a NBR 6118 no item
8.2.8 afirma que pode-se simplificar essa análise utilizando a expressão:

E ci= αE.5600 √ fck √ fck → Para fck de 20 a 50 Mpa(Eq.06)


1 1
fck fck
E ci= 21,5. 10³.αE.( 10
+ 1,25 )(
3
10
+ 1,25 ) 3
→ Para fck de 55 a 90 Mpa(Eq.07)

Ec – Módulo de Elasticidade dos elementos em (Mpa)


Fck – Resistência do Concreto (Mpa)
Sendo o αE dependente do tipo de material a ser utilizado.

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Onde:
αE = 1,2 – quando utiliza basalto e diabásio
αE = 1,0 – quando utiliza granito e gnaisse
αE = 0,9 – quando utiliza calcário
αE = 0,7 – quando utiliza arenito

3.3.2 Não Linearidade Geométrica

Segundo Carvalho, Pinheiro (2009) as estruturas, mesmo descarregadas,


apresentam imperfeições geométricas do eixo dos elementos e devem ser consideradas
na verificação do estado limite último. Essa linearidade está relacionada a imperfeições
locais e globais da estrutura.
Segundo a NBR 6118 (2014) no item 11.3.3.4.1 para qualquer tipo de estrutura
devem ser considerados os desaprumos verticais dos elementos, de acordo com a figura
06, de contraventamento, pois podem aumentar o momento de tombamento.
Os deslocamentos são dados por:
αmáx. = θa. H(Eq.08)
Onde:
 H – É altura da edificação (m)
 n – É o número de prumadas de pilares (und)

Figura 02 - Desaprumo Global, Imperfeições Geométricas


(ZUMAETA, (2016))

3.3.3 Coeficiente γz
Esse coeficiente, de acordo com a NBR 6118 (2014), contabiliza os esforços
globais finais (1ª ordem e 2ª ordem) de acordo com a expressão de majoração, 0,95γ z.
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Entretanto essa contabilização somente é válida para os valores γ z<1,30. Para valores
acima disso a estrutura deve ser analisada por um método mais refinado.
Para as edificações onde os coeficientes são valores deγ z>1,30, Zumaeta (2016)
e a NBR 6118 (2014), menciona que para valores de γ z acima de 1,30, prova-se que a
estrutura possui um grau de instabilidade elevado, ou seja, que a quantificação dos
efeitos de 2º ordem não se deve ser calculada pelo coeficiente γ z e sim por um método
mais refinado de cálculo. Onde, essa, é uma estrutura instável e impraticável, portanto,
assim, devem-se ser recalculadas e adotando maneiras para aumentar sua rigidez
perante aos esforços horizontais.
Segundo a NBR 6118 (2014) esse coeficiente é um amplificador dos efeitos de 1º
ordem que avalia a importância dos efeitos de 2º ordem globais. Ele é somente válido
para estrutura reticuladas de no mínimo quatro pavimentos, é dado pela expressão
1 1
γz = M 2d M 2 d (Eq.09)
1− 1−
M 1d M 1d

Onde:
 M1d é o momento de tombamento total da estrutura, ou seja, soma de todos os
momentos causados pelas forças horizontais. Com as distancias de acordo
com o nível do terreno.

M1d = γch × Σ (H × Fh)γch × Σ( H × Fh)(Eq.10)

Fh – São cargas horizontais na estrutura.


H – É a altura da edificação, da base até o ultimo pavimento.
γch – Coeficiente de majoração das cargas horizontais

 M2d é a soma do produto das forças verticais pelos devidos deslocamentos


horizontais, o qual é obtido pela análise de 1ª ordem.

M2d = γcv × Σ(V × d )γcv × Σ(V × d )(Eq.11)

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d – São os deslocamentos horizontais.
V– São as cargas verticais atuantes na estrutura.
γfv – Coeficiente de majoração de cargas verticais.
Desse modo, para se considerar a estrutura como sendo de nós fixos o γ z ≤ 1,1
assim descartando-se a necessidade da utilização de um cálculo mais detalhado para os
efeitos de 2º ordem global.

3.4 Ações Horizontais


A NBR 6123 (1988) considerada a força do vento de uma forma estática atuando
na estrutura do prédio. E devem ser calculadas a partir da formula:
Fa =Ca x Ae x q(Eq.12)
Ca – Equivale ao coeficiente de arrasto
Ae – Área frontal efetiva, área que o vento atua, sempre perpendicular à direção do vento.
q – Simboliza a pressão estática que o vento atua na estrutura, o qual, pode ser definida
pela expressão:
qvento = 0,613 . V²k (N/m²)(Eq.13)
Onde:
Vk – é a velocidade característica do vento.
Esse parâmetro Vk é obtido através da expressão:
Vk = V0. S1. S2. S3(Eq.14)
Em que:
V0 – Velocidade Básica do vento
S1 – Fator que depende da topografia
S2 – Fator de rugosidade do terreno
S3 – Fator Estatístico
Segundo a NBR 6123 (1988), para se descobrir o valor da variável V 0, velocidade
básica do vento utiliza-se o mapa das isopletas (figura03). Onde tem-se um mapa que
indica as velocidades médias (m/s) características de cada região do brasil.

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Figura 03 - Mapas de isopletas (Software CypeCad)

3.4.1 Fator S1

Para a consideração do fator que depende da topografia (S 1), a NBR 6123 (1988)
menciona que existem vários tipos de variações do relevo do terreno que podem mudar
esse fator.

3.4.2 Fator S2

Através da NBR 6123 (1988), existem 5 categorias que classifiquem a rugosidade


do terreno, onde, cada uma classifica como:
- Categoria I: Superfícies lisas de grandes dimensões, com poucos obstáculos.
- Categoria II: Terrenos aproximadamente em nível e poucos obstáculos.
- CategoriaIII: Terrenos ondulados, com obstáculos e poucos quebra ventos
- Categoria IV: Terrenos cobertos por obstáculos, zona florestal, industrial ou
urbanizada.
- Categoria V: Terrenos com numerosos obstáculos, grandes, altos e pouco
espaçados.
Portanto segundo a NBR 6123 (1988) existem algumas classes que classificam a
edificação de acordo com a sua dimensão:
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- Classe A: Toda edificação na qual a maior dimensão horizontal ou vertical não
exceda 20,00m.
- Classe B: Toda ou parte da edificação para a maior dimensão horizontal ou
vertical da superfície esteja entre 20m e 50m.
- Classe C: Edificação para a qual a maior dimensão horizontal ou vertical da
superfície frontal exceda 50m.
No entanto, depois de todas essas classificações da estrutura, a NBR 6123
(1988) menciona que o fator S 2 usado no cálculo da velocidade do vento em altura uma
altura z acima do terreno é obtido pela expressão.
z p z p
S2 =b × Fr ×( ) b × Fr ×( ) (Eq.18)
10 10
Onde:
Z – Altura da edificação a partir do nível do terreno
b – Parâmetro encontrado na Tabela 01(Parâmetros meteorológico)
p – Parâmetro encontrado na Tabela 01(Parâmetros meteorológico)
Fr – Parâmetro encontrado na Tabela 01(Parâmetros meteorológico)

Tabela 01 – Parâmetro Metereológico

Fonte: NBR 6123 (1988) adaptado por Zumaeta (2016)

3.4.3 Fator S3
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O fator estatístico S3 é, segundo NBR 6123 (1988), considerado como um grau de
segurança requerido e a vida útil da edificação, para valores mínimos do fator S 3, tem-se
a quadro 01:

Quadro 01 – Valores para o fator S3

Fonte: NBR
6123 (1988) adaptado por Zumaeta (2016)

3.4.4 Coeficiente de arrasto

Esse coeficiente é encontrado através dos gráficos da figura 04 e da figura 05,


para alta turbulência e baixa turbulência respectivamente, estão em função das relações
h/l1 e h/l2.

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Figura 04 – Coeficiente de arrasto para baixa turbulência (NBR
6123 (1988) adaptado por Zumaeta (2016))

Figura 05 – Coeficiente de arrasto para alta turbulência


(NBR 6123 (1988) adaptado por Zumaeta (2016))

3.5 Programas

Devido a esse grande avanço e também o grande sucesso desses programas,


foram formulados vários, assim, tendo uma variedade de programas que a cada
atualização ficam mais precisos e com maiores possibilidades de considerações
estruturais. E com essa variedade de programas, Maciel, Sousa, Moura (2011)
mencionam que, cabe aos profissionais a decisão de qual modelo será mais adequado
para seu projeto.

Apesar de todos esses Software gerarem os cálculos estruturais, segundo Maciel,


Sousa, Moura (2011), os profissionais ao analisar um projeto estrutural se devem um
grande conhecimento teórico sobre os cálculos estruturais. Em resumo, pode-se concluir
que não somente basta análise nos
programas, mas também se
necessita de um bom profissional de estudo na área.
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4. Metodologia

4.1 Caracterização do Projeto


O presente trabalho é enquadrado como pesquisa do tipo comparativa dos
deslocamentos globais de uma edificação, utilizando lajes maciças, lajes em vigotas e
sem a utilização de lajes como elementos rígidos, nos parâmetros dos efeitos de 2º ordem
de um edifício com a planta baixa da figura 10,de lado em ‘’x’’ de comprimento de 49,95m
e lado em ‘’y’’ de altura 16,60m.

Essa edificação é –um


Figura 06 edifício
planta comercial,
baixa dos comAutoCad
edifícios (autor, 21º pavimentos
(2017)) junto com a
cobertura, dividida conforme a planta baixa da figura 07 e de altura a partir do terreno de
66,00m, sendo o pé esquerdo de 3,00m, com lajes de dimensões de 5,00m x 4,00m,
2,50m x 4,00m, 8,50m x 4,00m.

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Figura(Autor,
Figura 07 – Fachada dos edifícios 08 – Edifício 3D pavimentos de
AutoCad (2017))lajes maciças (Autor, CypeCad (2017))

4.2 Carregamentos
4.2.1 Horizontais
O mapa de isopletas apresentado na referência bibliográfica mostra, que os
ventos que estão localizados no estado do Piauí na região de Teresina, marcam uma
velocidade básica V0= 30m/s.Foi adotado para o cálculo da velocidade característica, fator
topográficos S1, o valor igual a 1,00, pois para essa edificação foi adotada que é
localizada em terreno plano ou fracamente acidentado. E para o fator probabilístico S 3 o
valor igual a 1,00. Para valores de S 2 foi utilizada uma formula fornecida pela NBR 6123
(1998).
A fórmula que se utilizou é: S2¿ b × Fr ׿¿ b × Fr ׿(Eq.19)
4.2.2 Cargas Verticais
As cargas que atuarão na edificação são adotadas pela NBR 6120 (1980). Para o
cálculo do peso próprio da estrutura foi adotado um peso específico de 25kN/m² para o
concreto e 18kN/m² para as alvenarias.
Para os carregamentos considerados nos softwares Cypecad e STGhouve a
consideração da NBR 6120 (1980) que destaca para edifícios comerciais de escritórios e
salas de uso geral, uma sobrecarga de 2,00 kN/m².
Tabela 02 Cargas Verticais
CARGA
CARGA PERMANENTE ACIDENTAL
PAVIMENTO (KN/m²) (KN/m²)
TÉRREO 1,00 2,00
TIPO 1,00 2,00
COBERTUR
1,00 2,00
A
Fonte: Autor, Excel (2017)

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Para se calcular os momentos M1d e M2d do coeficiente γz , necessita-se dos
valores das cargas verticais de toda a estrutura pilares, vigas, lajes, alvenarias,
revestimento e sobrecargas. Fez-se, assim, uma tabela de acordo com Carvalho e,
Pinheiro (2009) que se calcula todas as cargas atuantes na estrutura.
Tabela 03 Cargas Verticais de todos elementos da estrutura

TOTAL PARCIAL
CARGAS TIPO VALOR
(KN)
Acidental Laje pavimento 49,95 x 16,60 x 2,00 = 1658,34 KN
Permanente Laje pavimento 49,95 x 16,60 x 0,16 = 132,6672 KN
Sobrecarga
Pavimento 0,05 x 16,60 x 49,95 x 18 =
Permanete 746,253 KN
(((49,95 x 4) + (16,60 x 2)+(5+8,50)) x
Permanente Paredes de 15cm 1730,43
0,15 x (3,00-0,40)) x 18 = KN
Vigas ((49,95 x 4) + (16,60 x 13)) x 0,14 x
Permanente 581,84
14cm x 40cm 0,40 x 25 = KN
Pilares
Permanente
55cm x 100cm 0,55 x 1,00 x (3,00-0,40) x 25 x 52 = 1.859,00 KN
TOTAL 6.709 KN
Fonte: Autor, Excel (2017)

4.3 Modelagem e Programas


4.3.1 STG (software treliças Gerdal)
Para a confecção do edifício, com lajes em treliças, no Programa Cypecad, deve-
se ter uma análise posterior para que a laje tenha dimensões mínimas para o cálculo
detalhado do programa. Utilizou-se, assim, o STG da Gerdau para calcular e dimensionar
essas lajes .
4.3.2 Excel

Os cálculos foram feitos no software Excel, utilizado em várias áreas profissionais


para otimizar e agilizar os cálculos por tabelas.
4.3.3 Ftool

Software utilizado para cálculos de estruturas, utilizado em larga escala por


estudantes de graduação em engenharia civil.

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Depois dos cálculos, realizados no software Excel, das forças estáticas do vento
(Fa), colocou-se essas forças no software Ftool, calculando-se os deslocamentos da
estrutura, programa limitado a somente estruturas em 2D, podendo-se então calcular a
estrutura somente com considerações de vigas e pilares.
4.3.4 CypeCad

Devido ao programa FTOOL não considerar lajes, somente vigas e pilares, utilizou-se
o software de cálculo estrutural CYPECAD, para a análise das deformações da estrutura
como um todo, considerando vigas, pilares e lajes.
4.3.5 Vigas

Nas vigas, considerou-se, espessura de 14 cm com uma altura a ser calculada


através do método de pré-dimensionamento de vigas de concreto armado mencionado
por Libânio (2010).
4.3.6 Pilares

Foi adotada uma altura de 55cm, com o objetivo de dividir a área (A c) por essa
altura, encontrando assim o comprimento dos pilares, os quais, foram padronizados em
uma altura e comprimento únicos. O cálculo de (Ac) é feita pela formula dada por Pinheiro
(2010).
30× ∝× A ×(n+ 0,7) 30× ∝× A ×(n+ 0,7)
AC¿ ¿ (Eq.24)
fck +0,01×(69,2−fck ) fck +0,01×(69,2−fck )

4.3.7 Lajes Maciças

No edifício em estudo, as alturas das lajes maciças foram calculadas de acordo


com o pré-dimensionamento de Libânio (2010), que tem como cálculo a expressão:
H = d + c + Φ +Φ/2(Eq.25)
Onde:
H – Altura total da laje
d – Altura útil da laje
c – cobrimento da armadura
Φ – Bitola (longitudinal e de estribos)

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4.3.8 Lajes em vigotas

Essas lajes têm características diferenciadas em relação as lajes maciças, pois


essas têm um núcleo, uma faixa, que é preenchida por um material diferente do concreto,
onde, esse material de preenchimento não é considerado estrutural, assim então,
deixando a laje menos rígida, sujeita a maiores flexões, ao contrário das maciças
mencionadas acima.
Para o cálculo principal do trabalho, teve-se que arbitrar quais as dimensões
viáveis para cada vão das lajes. No entanto, foi-se utilizado o programa STG (Software de
Treliças Gerdal).
4.3.9 Fundações

Profissionais engenheiros projetistas, ao moldar os projetos de estruturas nos


softwares, têm a opção de consideração da interação solo estrutura, visando uma melhor
estrutura e também um cálculo completo, entretanto esse trabalho não irá abordar
fundações, por não ser o foco principal da análise em questão. Até mesmo Goulart (2008)
em sua dissertação sobre a contribuição da rigidez das lajes para a estabilidade global de
edifícios, acrescenta que não irá tecer considerações das fundações com o mesmo
objetivo.
Serão considerados engastamentos de todos os pilares no terreno, portanto,
estabelecendo à estrutura sem rotações na base.

4.4 Metodologia de Análise


4.4.1 Coeficiente de Ponderação

Segundo a NBR 8681 (2003), o coeficiente de ponderação γ f é encontrado através


da divisão dos coeficientes parciais γf1 e γf3, onde, γf1 = 1,4 e γf3 = 1,1.
γf 1 γf 1 1,4 1,4
γf = = = 1,27(Eq.27)
γf 3 γf 3 1,1 1,1
4.4.2 Módulo de Elasticidade

para o edifício em questão iremos considerar uma resistência do concreto (fck) de


35 Mpa.

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Eci¿ α E × 5600× √ fck¿ α E × 5600× √ fck (Eq.28)

4.4.3 Coeficiente γz
Para o cálculo desse coeficiente utilizou-se a expressão mencionada no item 2.3.4 desse
trabalho, que é dada por:

1 1
γz = M 2d M 2 d (Eq.29)
1− 1−
M 1d M 1d
Onde:
M2d – É a soma dos produtos de todas as forças verticais atuantes na estrutura, pelos
deslocamentos horizontais.
M1d – É o momento de tombamento, ou seja, a soma dos momentos de todas as forças
horizontais
4.4.4 Comparação

O trabalho em questão tem como o tema e objetivo a comparação dos edifícios


quanto aos efeitos de 2º ordem. Essa comparação irá ser feita por tabelas e gráficos que
irão mostrar as deformações, momento de tombamento e os coeficientes γ z de cada
edificação.

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Primeiramente foram encontradas para o trabalho as cargas horizontais e verticais
através do método do item 3.2.1 e 3.2.2, respectivamente, para que haja a execução e
análise desses edifícios.
Na moldagem das estruturas no programa ftool (estrutura sem a consideração de
lajes), houve um deslocamento muito acentuado no topo da estrutura como mostra a
figura e posterior tabela.

Tabela 04 – Deformação do edifício sem lajes


EDIFÍCIO SEM LAJES
ALTURA
CARGA Força (Fa) M1k POR M2k
DO Deslocamen
FTOOL VERTICA HORIZONT PAVIMENT ACUMULAD
PAVIMENT to (cm)
L AL O O
O (m)
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Térreo 3,00 6709 3,95262 0,068 12 3785

6709 0,238 29 3780
pavimento 6,00 4,76172

6709 0,471 48 3764
pavimento 9,00 5,30632

6709 0,741 69 3732
pavimento 12,00 5,74212

6709 1,029 92 3682
pavimento 15,00 6,10002

6709 1,326 115 3613
pavimento 18,00 6,41132

6709 1,622 140 3524
pavimento 21,00 6,67582

6709 1,912 166 3415
pavimento 24,00 6,92472

6709 2,193 193 3287
pavimento 27,00 7,14262

6709 2,460 221 3140
pavimento 30,00 7,36052
10 º
6709 2,713 249 2975
pavimento 33,00 7,54722
11 º
6709 2,951 278 2793
pavimento 36,00 7,71842
12 º
6709 3,171 308 2595
pavimento 39,00 7,88962
13 º
6709 3,374 339 2382
pavimento 42,00 8,06072
14 º
6709 3,558 369 2156
pavimento 45,00 8,20082
15 º
6709 3,724 401 1917
pavimento 48,00 8,35642
16 º
6709 3,871 433 1667
pavimento 51,00 8,48092
17 º
6709 4,001 466 1407
pavimento 54,00 8,621
18 º
6709 4,113 498 1139
pavimento 57,00 8,74542
19 º
6709 4,208 532 863
pavimento 60,00 8,87
20 º
6709 4,291 566 581
pavimento 63,00 8,97892
Cobertura 66,00 6709 9,10332 4,364 601 293
6125
M1k(KN.m)= 6125
M2k(KN.m)= 3785
Fonte: Autor, Excel (2017)

1 1
γz = 3785× 1,27 3785× 1,27 = 4,64
1− 1−
6125 6125

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Figura 09 – Deformada sem
lajes (Autor, FTOOL (2017))
Para a consideração das lajes como sendo um
diafragma rígido (Lajes maciças), obtiveram-se os deslocamentos apresentados na tabela
a seguir, juntamente com os seus respectivos momentos M 1k e M2k, que são utilizados
posteriormente para o cálculo do coeficiente γ z.

EDIFÍCIO COM
Tabela 05 LAJE EM VIGOTAS
– Deformação e momento M1k e M2k
ALTURA
CARGA Força (Fa) M1k POR M2k
DO Deslocamen
CYPECAD VERTIC HORIZONT PAVIMENT ACUMULAD
PAVIMENT to (cm)
AL AL O O
O (m)
Térreo 3,00 6709 3,95262 0,042 12 1580

6709 0,124 29 1577
pavimento 6,00 4,76172

6709 0,229 48 1569
pavimento 9,00 5,30632

6709 0,347 69 1554
pavimento 12,00 5,74212

6709 0,469 92 1531
pavimento 15,00 6,10002

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6709 0,592 115 1500
pavimento 18,00 6,41132

6709 0,713 140 1460
pavimento 21,00 6,67582

6709 0,830 166 1412
pavimento 24,00 6,92472

6709 0,942 193 1356
pavimento 27,00 7,14262

6709 1,047 221 1293
pavimento 30,00 7,36052
10 º
6709 1,147 249 1223
pavimento 33,00 7,54722
11 º
6709 1,239 278 1146
pavimento 36,00 7,71842
12 º
6709 1,324 308 1063
pavimento 39,00 7,88962
13 º
6709 1,402 339 974
pavimento 42,00 8,06072
14 º
6709 1,472 369 880
pavimento 45,00 8,20082
15 º
6709 1,534 401 781
pavimento 48,00 8,35642
16 º
6709 1,588 433 678
pavimento 51,00 8,48092
17 º
6709 1,635 466 571
pavimento 54,00 8,621
18 º
6709 1,674 498 461
pavimento 57,00 8,74542
19 º
6709 1,707 532 349
pavimento 60,00 8,87
20 º
6709 1,733 566 234
pavimento 63,00 8,97892
Cobertura 66,00 6709 9,10332 1,756 601 118
6125
M1k(KN.m)= 6125
M2k(KN.m)= 1580
Fonte: Autor, Excel (2017)

1 1
γz = 1580× 1,27 1580× 1,27 = 1,48
1− 1−
6125 6125

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Figura 10 – Edifício com lajes em vigotas deformada com a ação do vento (autor, Cypecard (2017))

Para considerações feitas à edificação utilizando lajes maciças como diafragma


rígido, tem-se os M1k e M2k, esses momentos são menores devido aos deslocamentos
menores e posteriormente para o cálculo do coeficiente γ z.
EDIFÍCIO COM LAJE MACIÇAS
ALTURA
CARGA Força (Fa) M1k e M1k
M2k POR M2k
DO Tabela 06 – Deformação e momento
Deslocamen
CYPECAD VERTIC HORIZONT PAVIMENT ACUMULA
PAVIMENT to (cm)
AL AL O DO
O (m)
Térreo 3,00 6709 3,95262 0,033 12 970
1 º pavimento 6,00 6709 4,76172 0,088 29 968
2 º pavimento 9,00 6709 5,30632 0,156 48 962
3 º pavimento 12,00 6709 5,74212 0,229 69 952
4 º pavimento 15,00 6709 6,10002 0,304 92 937
5 º pavimento 18,00 6709 6,41132 0,377 115 917
6 º pavimento 21,00 6709 6,67582 0,448 140 892
7 º pavimento 24,00 6709 6,92472 0,516 166 862
8 º pavimento 27,00 6709 7,14262 0,582 193 827
9 º pavimento 30,00 6709 7,36052 0,644 221 788
10 º pavimento 33,00 6709 7,54722 0,702 249 745
11 º pavimento 36,00 6709 7,71842 0,757 278 698
12 º pavimento 39,00 6709 7,88962 0,807 308 647
13 º pavimento 42,00 6709 8,06072 0,853 339 593
14 º pavimento 45,00 6709 8,20082 0,895 369 536
15 º pavimento 48,00 6709 8,35642 0,933 401 476

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16 º pavimento 51,00 6709 8,48092 0,967 433 413
17 º pavimento 54,00 6709 8,621 0,996 466 348
18 º pavimento 57,00 6709 8,74542 1,021 498 281
19 º pavimento 60,00 6709 8,87 1,042 532 213
20 º pavimento 63,00 6709 8,97892 1,060 566 143
Cobertura 66,00 6709 9,10332 1,074 601 72
6125
M1k(KN.m)= 6125
M2k(KN.m)= 970
Fonte: Autor, Excel (2017)

1 1
γz= 970 ×1,27 970 ×1,27 =1,25
1− 1−
6125 6125

Figura 11 – Edifício com lajes maciças deformada com a ação do vento (Autor,
Cypecad (2017))

Na tabela a seguir tem-se os devidos deslocamentos encontrados em cada


análise das edificações juntamente aos seus resultados do coeficiente γ z, em
comparativos com cada edificação.

Tabela 07 – Comparativos de valores

Direção do eixo (Y) - Maior Incidência do Vento


EDIFICAÇÕE
DESLOCAMENTO Coeficiente γz
S
S (cm)

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Sem lajes 4,364 4,64

Com lajes
1,756 1,48
em vigotas

Com lajes
1,074 1,25
maciças

Fonte: Autor, Excel (2017)

Raymundo, Chust, Camillo (2011) destacam que a estrutura irá absorver esforços
diferenciados, principalmente quando há elementos de rigidezes diferentes, ocorrendo
assim que para cada tipologia de lajes a estrutura irá possuir uma estabilidade global
desigual.
Complementando os argumentos e conclusões, esse trabalho teve como
resultados das análises que tornam verdade as conclusões e argumentos descritos pelos
autores, os valores apresentados na tabela 12 mostra a diferença de deslocamento e
estabilidade global da estrutura pelo coeficiente γ z para cada tipologia de laje.

6 CONCLUSÕES
Para as deformações dos edifícios sem a consideração de lajes, notou-se que há
uma deformação muito acentuada no topo da estrutura, Para o edifício de lajes maciças e
lajes em vigotas, houve uma diferença nos resultados finais devido a mudança de
tipologia, sendo que essas deformações diminuíram para o caso das lajes maciças,
mostrando assim a grande importância da consideração das lajes e suas tipologias na
edificação para diminuição dos deslocamentos, e consequentemente oferecendo uma
maior rigidez a estrutura.
Destaca-se também que, a utilização do coeficiente de ponderação no valor de γ f
= 1,27, fez a majoração desses momentos para fins de um cálculo com a simplificação
para a consideração da não linearidade geométrica.
A edificação com laje maciça, mesmo com a diminuição dos deslocamentos, teve
o valor do coeficiente γz = 1,23, a qual se enquadra em edificações de nós móveis, que
segundo Carvalho , Pinheiro (2009), esse valor de γ z mostra a sensibilidade da estrutura
aos efeitos de 2º ordem globais. Onde as soluções para esses tipos de estruturas seriam
ANAIS DO 60º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2018 – 60CBC2018 25
o enrijecimento da edificação, utilizando núcleos rígidos, barras diagonais de
contraventamento e ou até mesmo a utilização de pilares paredes.
Mas, como esse trabalho tem como objetivo mostrar somente a consideração das
lajesnos efeitos de 2º ordem globais da estrutura, esses valores de γ ze deslocamentos,
foram satisfatórios para a conclusão, devido a quantificação deles perante a diferença de
lajes.

7 Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (1988). NBR-6123. Forças


devidas ao vento em edificações. Rio de Janeiro, ABNT. 52p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (2014). NBR-6118. Projeto de


estruturas de concreto-Procedimento. Rio de Janeiro, ABNT. 238p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (2003). NBR-8681. Ações e


segurança nas estruturas - Procedimento, ABNT. 238p.

BEZERRA, D.P. (1995). Análise de estruturas tridimensionais de edifícios altos


considerando a rigidez transversal à flexão das lajes. São Carlos. Dissertação
(Mestrado) - Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo. 138p

BUENO, E.M.M. (2009) Avaliação dos parâmetros de Instabilidade global em


estruturas de concreto armado. Dissertação (Mestrado) - Curso de Estrutura e
Construção Civil, Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, Universidade de
Brasília. 88p

CARVALHO. R, PINHEIRO. L (2009) Cálculo e detalhamento de estruturas usuais de


concreto armado vol.2. Editora – PINI, 2º edição.

GOULART, M.S.S. (2008). Contribuição da rigidez à flexão das lajes para a


estabilidade Global de Edifícios. Dissertação. (Mestrado) - Universidade Federal do Rio
de Janeiro, COPPE. 115p.

MACIEL. A, SOUSA.C, MOURA.L. (2011). Análise Global de Estruturas em Edifícios.


Monografia – (Graduação) - Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo. 90p.

MARTINS. C.H, ANTUNES. H.C. (2007). Análise não linear de estruturas


tridimensionais de edifícios de andares múltiplos com núcleo resistente,
considerando a rigidez transversal à flexão da laje. Cadernos de Engenharia de
Estruturas, São Carlos.

ANAIS DO 60º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2018 – 60CBC2018 26


RAYMUNDO. H, CHUST. R.C, CAMILLO. C. A. (2011). Distribuição da ação do vento
nos elementos de contraventamento considerando o pavimento como diafragma
rígido: análise simplificada e matricial. Florianópolis – SC. Anais do 53º Congresso
Brasileiro de Concreto.

ZUMAETA.W, (2016) Análise da Estabilidade de Edifícios com Estrutura de Concreto


Armado. WL CURSOS – TQS, Manaus – AM.

ANAIS DO 60º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2018 – 60CBC2018 27

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