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Sem esse convencimento inicial do seu cliente, as demais etapas não existirão!
Os itens mais importantes a serem levados em consideração nesta etapa são:
a. Análise da documentação do imóvel x realidade de campo
Podemos afirmar sem grande margem de erro, que, 99% dos documentos registrados em
cartório não espelham a real situação de campo. Isso ocorre, pois, nosso sistema de registro
inicia sua cadeia de domínio nas Capitanias Hereditárias e desde então o país vem sendo
subdividido de forma bastante irregular. Também precisamos considerar que os equipamentos
de medição eram bastante raros e não se comparam em precisão com os instrumentos atuais.
E como confrontar esta documentação com a realidade de campo, antes que o serviço seja
executado? Neste ponto, o Google Earth nos dá um grande auxílio, propiciando informações
espaciais do terreno de forma rápida e gratuita.
É muito comum se estimar preço dos serviços com base na área o que é totalmente equivocado
pois o trabalho de topografia é de medição do perímetro
c. Logística
Grande parte dos custos de um serviço topográfico estão concentrados na etapa de campo. Aqui
você deve pensar em todo o equipamento que deve estar disponível para a medição, incluindo
veículo adequado para o deslocamento. Gastos com alimentação, hospedagem, confecção de
marcos. Condições de acesso às divisas, condições climáticas, etc.
Para aferir a qualidade dos dados é necessário que tenhamos repetição (redundância) de
observações. No entanto, aumentar a quantidade de observações significa aumentar o tempo de
trabalho e consequentemente o custo final do serviço. De modo geral, é recomendável realizar
pelo menos uma repetição de cada observação (ângulo horizontal e distância horizontal) na
poligonal básica (formada pelas estações: E1, E2, etc).
Cada grupo está recebendo uma caderneta de campo onde temos o seguinte:
Na poligonal, formada pelas estações, estamos usando a medição de ângulos horizontais com
repetição pelo método de pares conjugados (PD x PI). Dessa forma teremos 2 ângulos
teoricamente <iguais=, porem obtidos em 2 posições diferentes do equipamento. A finalidade é
minimizar os erros normais de qualquer processo de medição e permitir a detecção de erros
grosseiros através do desvio das observações em relação ao ângulo horizontal médio.
Neste caso, apenas para a poligonal, vamos calcular a média das distâncias obtidas na visada
de Ré (PD x PI) e média das distâncias obtidas no mesmo alinhamento de Vante (PD x PI).
Depois fazemos a média entre os alinhamentos de Ré x Vante.
Nas duas medições (AH e DH), a análise dos desvios nos permite avaliar se existem erros
grosseiros nas medições.
Chamo a atenção de todos aqui para o fato de que não realizamos repetições nas irradiações e,
portanto, não podemos atestar a qualidade das medições nestes pontos. Assim, temos uma
incoerência de procedimentos pois são estes pontos que irão formar o nosso projeto.
Resumindo, um trabalho de topografia com excelentes parâmetros de qualidade (análise da
poligonal) pode resultar num projeto ruim de representação do terreno (erro nas irradiações). Por
outro lado, uma poligonal de má qualidade vai gerar um projeto de má qualidade mesmo com
irradiações teoricamente corretas.
Recordando:
Esse erro é calculado de modo a permitir uma análise da qualidade do polígono e inclui os erros
aleatórios de um processo de medição.
a) Cálculo do E.F.A.
onde:
L. E.F.A. = R x P x :�㕁
B’
A
7” B
GEA 102 Topografia Planimetria – 2020-1 DH
B-B’ então pode ser dado como o desvio linear provocado pelo erro angular e ele é proporcional
à distância. Ou seja, quanto maior for o DH, maior será o desvio linear provocado por um mesmo
erro angular.
Indo para a situação prática de campo, suponha que você está segurando um prisma em B, para
um colega de trabalho que está com o equipamento em A. Embora tenham manuseado pouco
os equipamentos e acessórios, posso afirmar que é extremamente difícil segurar o prisma sem
balançar. E quanto mais alto estiver o bastão pior fica a situação (balança mais). Pegue uma
régua e meça 5cm (pouco mais que 2 <dedo de cachaça=). Assim, invertendo a situação e
definindo B-B’ como 5cm (balanço do prisma), teremos a seguinte situação:
�㔵−�㔵′
∝ = ÿĀă tan
ÿ�㔻
∝ = 1′43"
∝ = 52"
∝ então pode ser dado como o desvio angular (erro) provocado pelo desvio linear na posição do
prisma e ele é inversamente proporcional à distância. Ou seja, quanto maior for o DH, menor
será o erro angular provocado por um mesmo desvio da posição do prisma (por exemplo 5cm).
Como cada ângulo é formado por 2 leituras (L INICIAL e L FINAL), esse erro pode dobrar de tamanho.
Na prática, portanto, as nossas medidas angulares carregam erros operacionais que superam
bastante a precisão do equipamento. Isso pode ser melhorado através de repetições e cuidado
maior nas medições, por exemplo usando um suporte para evitar a movimentação do prisma.
Feito essas considerações, para o trabalho em questão vamos adotar o seguinte limite ou
tolerância na avaliação se as medições estão boas, ou não:
L. E.F.A. = 2 x 2’ x :4 L. E.F.A. = 8’
A correção segue sempre o sinal contrário do Erro. Se EFA for positivo a correção é feita
subtraindo os valores, e vice versa.
LEMBREM-SE: CORREÇÃO SÓ SE APLICA EM POLÍGONOS <FECHADOS=. IRRADIAÇÕES
NÃO SÃO CORRIGIDAS.
Como foi visto nas aulas teóricas, os ângulos horizontais podem ser classificados quanto ao seu
referencial em:
Os primeiros são aqueles medidos no levantamento topográfico e os últimos são usados para
elaboração dos projetos. O motivo para isso é simples: precisamos de projetos que possam ser
reproduzidos ou comparados e, por isso, os ângulos horizontais coletados no campo devem ser
REORIENTADOS e passam a ser chamados de AZIMUTE ou RUMO.
A pergunta que não quer calar! Se vamos utilizar os ângulos de direção (AZIMUTE ou
RUMO) nos projetos, por que eles não são medidos no campo? A resposta é a dificuldade
de determinação da linha de referência padronizada.
Existem 3 tipos de referência padronizada (LINHA NORTE – SUL)
que são linhas que acompanham a curvatura terrestre, são projetados no plano formando
um reticulado (grade).
Como vamos georreferenciar nosso projeto usando a projeção no plano UTM, nosso referencial
será a Linha Norte – Sul de quadrícula.
Imagine então que você tenha uma grande mesa de madeira que represente o mundo inteiro e
pequenas folhas de papel que representem projetos topográficos. Usando a topografia
convencional, estes projeto estariam jogados sobre a mesa de uma forma totalmente
desorganizada. Poderíamos inclusive, empilhar (sobrepor) projetos feitos em locais totalmente
distintos (Minas e São Paulo, por exemplo). Quando trabalhamos com projetos
georreferenciados, cada imóvel ou projeto tem uma posição específica dentro do globo terrestre
e não podem ser sobrepor se forem de localizações diferentes.
Na figura a seguir foram inseridas referências de orientação (linha N-S) no canto superior direito
e escala, dadas pela localização de 2 pontos (E0 e E1). Com isso tenho meu projeto
georreferenciado.
Lembrem-se que ponto não tem distância e muito menos escala. Ponto tem a sua posição num
sistema qualquer de referência que pode ser arbitrário (topografia convencional) ou
georrefrenciado.
Um alinhamento é uma linha imaginária que une dois pontos. No levantamento topográfico, os
alinhamentos são criados nas medidas entre as Estações e entre Estações e irradiações. Veja o
exemplo na caderneta de campo a seguir:
ALINHAMENTOS ÂNGULO DISTÂNCIA
HORIZONTAL HORIZONTAL OBSERVAÇÕES
ESTAÇÃO PONTO VISADO (XXX°YY'ZZ") (metros)
E1 E2 88°02'30" 132,458 Alinhamento entre Estações
Y(N)
12
E2
13 N
E
NW
20 14 W E
SW
SE
15 S
21 11
16
28 17
10
18
19
7
8
27
26
25
E3
9
2
5 3
YE1
4
E1
22
23
24
YE0 E0
29
30
31 33
32
34
X(E)
X X
Ao analisarmos um mapa ou planta topográfica, nós teremos então a visão dos pontos (E0, E1,
1, 2, 3, etc) ou dos alinhamentos (E1→E2, E2→E3, E1→1, E1→2, E2→10, etc).
Direção NW Direção NE
ΔX- e ΔY+ ΔX+ e ΔY+
W E
Direção SW Direção SE
ΔX- e ΔY- ΔX+ e ΔY-
Dados:
XE0 = 502477,58 metros YE0 = 76525345,69 metros
Usando o triângulo formado pelo alinhamento e suas projeções (retângulo no eixo y), temos as
seguintes relações trigonométricas:
ý�㕎āÿāā āĂāĀāā
sin �㔃 =
/ÿĂāāÿĀĂĀ�㕎
ý�㕎āÿāā �㕎þĀ�㕎ýÿĀāÿ
cos �㔃 =
/ÿĂāāÿĀĂĀ�㕎
ý�㕎āÿāā āĂāĀāā
tan �㔃 =
ý�㕎āÿāā �㕎þĀ�㕎ýÿĀāÿ
Usando Pitágoras, temos:
ý�㕎āÿāā āĂāĀāā
�㔃 = sin−1 ( )
/ÿĂāāÿĀĂĀ�㕎
ý�㕎āÿāā �㕎þĀ�㕎ýÿĀāÿ
�㔃 = cos −1 ( )
/ÿĂāāÿĀĂĀ�㕎
ý�㕎āÿāā āĂāĀāā
�㔃 = tan−1 ( )
ý�㕎āÿāā �㕎þĀ�㕎ýÿĀāÿ
65,74
�㔃E0→E1 = tan−1 ( ) = 40,7556º = 40º45’20=
76,28
Como o alinhamento está no quadrante NE, o azimute neste quadrante é igual ao RUMO.
Antes continuar com as demais etapas, vamos calcular os passos vistos até agora usando como
exemplo um modelo mais simples do nosso levantamento, com as mesmas 4 Estações, mas
com apenas 11 irradiações. Por economia tempo e espaço, minha caderneta está restrita aos
dados básicos da planimetria que iremos utilizar nos cálculos (Ângulo horizontal e Distância
horizontal).
Croqui:
E2
3
5
7
9
E3
E1
Postes
Árvores
Edificações
10
Divisas do terreno (especificar tipos)
26
Irradiações (pontos de interesse - limites do terreno)
11
ÂNGULO DISTÂNCIA
PONTO
ESTAÇÃO HORIZONTAL HORIZONTAL OBSERVAÇÕES
VISADO
(XXX°YY'ZZ") (XX,xxx m)
1
PD = ângulo horizontal na posição direta PI = ângulo horizontal na posição inversa
2 Desvios nos ângulos maiores que 1-2’ indicam erros <grosseiros= de medição.
Desvio = Observação - Média
1 Desvios nas distâncias acima de 5-10cm são considerados como erros grosseiros,
provocados principalmente pela inclinação do bastão.
* Veja que a observação da distância de E3→E0 (PI) poderia ser descartada pois apresenta
maior discrepância em relação as demais medidas.
COORDENADAS POLARES - POLIGONAL BÁSICA
Para que possamos transformar os ângulos de campo (referencial na RÉ) para ângulos de
direção (Azimute ou Rumo referencial padronizado), precisamos determinar no campo
a direção em 1 dos alinhamentos (preferencialmente entre 2 Estações POLIGONAL).
Neste caso a determinação foi através de 2 pontos georreferenciados, o que significa que
estamos trabalhando com o norte de quadrícula (NQ). O Azimute determinado no
alinhamento E0→E1 = 40°45'20".
Os demais azimutes serão calculados em função dos ângulos horizontais medidos
no campo (Ver item III.3.2).
SCAMPO = 360°01'55"
STEÓRICA = 360°
Correção: 0°01'55" / 4 Estações = 115” / 4 = 28,75” como não vamos trabalhar com
fração de segundos, este valor foi arredondado, de modo a totalizar 01'55". No caso
deste exercício a correção será feita subtraindo o valor de modo que SCAMPO = STEÓRICA.
Embora a Estação Total mostre em seu visor, as distâncias horizontais; o equipamento coleta
dados inclinados de acordo com a posição da luneta (Distâncias inclinadas DI) e estas
medidas precisam ser corrigidas para o plano horizontal (DH) de acordo com uma das
seguintes equações:
O fundamental desta regra é saber identificar o azimute de referência (AZ Alinhamento de Ré) de
cada ESTAÇÃO.
Voltando a tabela das coordenadas polares do nosso exercício (pag. 17), vamos calcular os
azimutes que estão faltando.
Uma vez que foi determinado o AZ E0→E1 = 40°45'20", este azimute servirá para calcular todos
os azimutes dos alinhamentos medidos da estação E1 pois ao <estacionar= o equipamento no
ponto E1, usei o ponto E0 como referência. Portanto:
Na estação E1:
AZ E1→E2 = 312°19'52"
AZ E1→1 = 201°34'58"
AZ E1→2 = 300°39'51"
Na estação E2:
AZ E1→ E3 = 209°04'42"
Na estação E3:
Na estação E0:
Ângulo
Ponto Ang. Horizontal D.H.
Estação Horizontal Correção Azimute
Visado Corrigido (média)
(Média)
Nesta etapa, vamos eliminar a grandeza angular dos nossos dados, simplificando assim a
elaboração do projeto. Inicialmente convertemos as coordenadas polares para retangulares
considerando um sistema de eixos cartesianos relativo (com origem na Estação), ou seja, origem
dos alinhamentos medidos. Depois, usaremos um artifício matemático para transformar os
valores relativos (alinhamentos), em valores absolutos (pontos).
Não é o Denzel Washington, mas acha que já viu isso antes? É verdade!! Acabaram-se quase
todas as novidades. Quando realizamos o cálculo do azimute de referência utilizando as
coordenadas absolutas de 2 pontos, fizemos o processo inverso. Transformamos coordenadas
retangulares absolutas (X,Y) em coordenadas retangulares relativas (ΔX, ΔY) e estas, em
coordenadas polares (�㔽 e DH).
ý�㕎āÿāā āĂāĀāā
sin �㔃 =
/ÿĂāāÿĀĂĀ�㕎
ý�㕎āÿāā �㕎þĀ�㕎ýÿĀāÿ
cos �㔃 =
/ÿĂāāÿĀĂĀ�㕎
ý�㕎āÿāā āĂāĀāā
tan �㔃 =
ý�㕎āÿāā �㕎þĀ�㕎ýÿĀāÿ
Usando Pitágoras, temos:
x = sin �㔃 × ÿ�㔻
y = cos �㔃 × ÿ�㔻
MUITO IMPORTANTE !!
Lembrem-se que na transformação POLAR →
RETANGULAR a grandeza angular foi eliminada.
Como saberemos a direção que estamos seguindo?
Os sinais das coordenadas retangulares relativas
indicam a direção dos alinhamentos.
Outro detalhe importante:
Exemplos:
x ou ΔX (+) y ou ΔY (+)
x ou ΔX (+) y ou ΔY (-)
x ou ΔX (-) y ou ΔY (-)
x ou ΔX (-) y ou ΔY (+)
Um polígono fechado (sem erro angular ou linear) deveria começar e terminar em um mesmo
ponto. Independente do tamanho ou formato de uma poligonal fechada, o somatório de suas
projeções (positivas e negativas) nos eixos x e y obrigatoriamente resulta em ZERO. O mesmo
deslocamento na direção LESTE precisa ser compensado em igual valor na direção OESTE e o
mesmo deslocamento na direção NORTE precisa ser compensado em igual valor na direção
SUL.
Já realizamos a correção angular (SCAMPO = STEÓRICA), porém ainda restam os erros nas medidas
lineares. Na prática isso pode ser visto da seguinte forma:
Ā. ā. Ā = √ÿý 2 + ÿþ 2
A tolerância ou Limite para o erro de fechamento linear é dado de duas maneiras empíricas.
A primeira, definida como Limite para o Erro de Fechamento Linear (L.E.F.L) segue o
mesmo padrão usado para a grandeza angular, com as seguintes modificações:
onde:
L. E.F.L. = R x L x :ÿ
Trabalhos com estação total devem estar com precisão linear melhor que 1/2000.
Finalmente, se o EFL < LEFL o se a precisão resultante foi melhor que a precisão exigida,
fazemos a correção do erro linear separadamente nas abscissas e ordenadas, de modo que
∑ý = 0 ∑þ = 0
Para que isso ocorra, a correção deve ter sinal contrário ao erro e deve obedecer os sinais já
existentes nas coordenadas retangulares relativas (vejam o exemplo do exercício ao final deste
tópico). A distribuição do erro linear pode ser feita de diversas formas:
Ā. ā. Ā = √ÿý 2 + ÿþ 2
E.F.L = 0,03m
L. E.F.L. = 2 x 0,2 x :0,496 = 0,28m
Precisão Linear 1/16.544
x = sin �㔃 × ÿ�㔻
y = cos �㔃 × ÿ�㔻
O cálculo é feito através da soma algébrica dos valores relativos dos alinhamentos com o valor
absoluto da Estação na qual esses alinhamentos foram medidos. A soma algébrica é feita
levando-se em consideração os sinais das coordenadas retangulares relativas.
Assim, na poligonal, teremos:
Para as irradiações, o processo é o mesmo lembrando que, de uma mesma estação derivam
várias irradiações. Portanto:
- coordenadas retangulares com 2 casas decimais - os sinais nas abscissas e ordenadas indicam a direção do alinhamento
Coordenadas
Coord. Polares Retangulares Coord. Retangulares
RELATIVAS (metros)
Est PV ABSOLUTAS (m)
Azimute DH Abscissas Ordenada
31
Veja que o cálculo deste <retângulo envolvente= não precisa ser exato, por isso
arredondamos os valores para a dezena acima e abaixo apenas com intenção de facilitar
nossos cálculos. Desta forma o terreno que foi levantado no nosso exemplo, ficará dentro
das dimensões máximas de 230 metros (Eixo X) e 220 metros (Eixo Y).
32
Norte (Y)
230 metros
>YABS
220 metros
Terreno
<YABS
Este (X)
< XABS > XABS
b) Em função do retângulo envolvente (valores reais), calcular a escala mais adequada
para um determinado tamanho de papel (Formato); ou ainda, calcular qual o papel
(Formato) mais adequado para uma escala previamente escolhida.
Como foi solicitado que o projeto seja entregue no papel A3, qual a escala mais
adequada para este projeto?
Na tabela a seguir temos as dimensões dos formatos mais utilizados em projetos
topográficos e a posição que estas folhas devem ser usadas para que possamos fazer
as dobras de acordo com a Norma Técnica. Todos os formatos, após dobrados ficarão
no tamanho de uma folha A4 para encadernação.
Eixo X:
Total: 420 mm
Margens: 25+10 = 35 mm
Selo: 100 mm (a largura máxima do selo é de 175 mm = 1ª dobra do papel)
Útil no eixo X: 285 mm
33
Eixo Y:
Total: 297 mm
Margens: 10+10 = 20 mm
Selo: 70 mm (pode variar de acordo com a quantidade de informações)
Útil no eixo Y: 207 mm
SERVIÇO:
MUNICÍPIO: DATA:
ÁREA: ESCALA:
Proprietário
Resp. Técnico
Desenho Real
34
Com base nas regras de 3 acima, calculamos uma escala considerando o eixo X e outra
considerando o eixo Y. Dentre as 2 escalas calculadas ficamos com a que for mais
restritiva (Maior denominador).
A escala do desenho deveria ter então um denominador com valo INTEIRO acima de
1062,80 (ex: 1200, 1500, 2000). Veja que quanto maior o denominador, menor será a
escala e menos detalhes teremos no nosso projeto. Seria interessante então aproveitar
ao máximo o espaço útil do papel de modo a conseguir a maior escala possível.
Neste caso, temos como usar a parte em azul da lateral esquerda do selo aumentando
assim (70mm) o espaço disponível no eixo Y que apresenta valores mais restritivos.
Desenho Real
Nossa escala final então será de 1:1000 (denominador > 807,02 e > 794,22). Nesta
escala vamos ocupar 23cm do papel no eixo X (equivalente a 230 metros) e 22cm do
papel no eixo Y (equivalente a 220 metros).
35
>Y
22 cm
SERVIÇO:
MUNICÍPIO: DATA:
ÁREA: ESCALA:
<Y
23 cm Proprietário
Erro gráfico ou Erro de graficismo (EG) é a menor dimensão que pode ser
representada em um desenho (ponto). É o erro que se comete ao demarcar pontos no
desenho tendo em conta a acuidade visual e a habilidade manual de um desenhista,
além da qualidade dos instrumentos de desenho. No desenho técnico esse valor é em
torno de 0,2 a 0,25 mm
36
Para efeitos práticos vamos considerar que o nosso erro gráfico será dado pela lapiseira
0,5mm. Desta forma, na escala 1:1000, não poderemos representar objetos menores que
0,5m (0,5mm x 1000 = 500mm = 0,5m). Assim as nossas coordenadas também devem ser
arredondadas para valores compatíveis com o erro gráfico.
Exemplo:
Desenhe primeiro os pontos da poligonal, pois são pontos que foram analiticamente
verificados e constituem as referências (Estações) para as demais medidas (irradiações).
Os pontos das irradiações devem ser <ligados= para formar a área do terreno ou para
representar as demais feições de interesse do projeto.
>Y 3 E2
5
7
8
22 cm
9 E3
E1
10
SERVIÇO:
E0
MUNICÍPIO: DATA:
ÁREA: ESCALA:
<Y 11
Proprietário
37
a) Organizar uma planilha com as coordenadas retangulares absolutas dos pontos que
irão formar o polígono representativo da área do terreno (apenas os pontos de divisa).
Os pontos obrigatoriamente precisam ser colocados na sequência em que aparecem
no desenho (P1, P2, ...Pn), independente da ordem que foram medidos no
levantamento topográfico (3, 4, ..., 7). Para o cálculo de área não importa o ponto
inicial e nem a ordem em que organizamos a planilha (horário ou anti-horário), no
entanto, usamos parte desta planilha (Diferença Binária) para criar um documento
chamado Memorial Descritivo. Este documento, por convenção, deve começar pelo
extremo norte da propriedade (> YABS) e seguir a descrição do perímetro em sentido
horário. Desta forma, seguiremos esta mesma orientação para o nosso trabalho
prático.
....
38
....
d) Cálculo das Áreas Duplas. Áreas porque vamos ter 2 colunas com o mesmo valor e
Duplas porque todo cálculo analítico fornece a área do terreno em dobro. Então, todo
resultado de cálculo de área por qualquer processo analítico, deve ser dividido por 2.
....
39
* Como as coordenadas absolutas possuem uma parte constante (X=502... e Y=7652...), podemos
simplificar os cálculos, desconsiderando esta parte das coordenadas.
A conferência dos cálculos é feita pela linha do somatório. Nela, a soma das colunas da soma binária
deve ser o dobro da soma das coordenadas dos pontos, a soma das colunas da diferença binária deve
ser igual a zero e a soma das colunas das áreas duplas deve resultar em dois valores iguais, porém de
sinais contrários. É importante ressaltar, que se algum ponto ou coordenada for colocado na planilha
de forma errada, as contas da planilha serão conferidas, mas o resultado final será uma área
incorreta.
40
ÿ1 Ā1
ÿ2 Ā2
| ÿ Ā |
3 3
| ⋮ ⋮ |
ÿĀ−1 ĀĀ−1
ÿĀ ĀĀ
Note que devemos ter o número de multiplicações igual ao número de vértices. Assim a
coordenada X do último ponto multiplica a coordenada Y do primeiro ponto e vice versa.
41
3 = P1 386,67 523,39
4 = P2 411,09 511,51 197785,57 215160,40
* Como as coordenadas absolutas possuem uma parte constante (X=502... e Y=7652...), podemos
simplificar os cálculos, desconsiderando esta parte das coordenadas.
Observem que na planilha é preciso repetir o primeiro ponto para que tenhamos o número de
multiplicações igual ao número de pontos de divisa.
Para o exemplo dado, teremos:
42
Assim como o desenho pode ser feito a partir dos 3 tipos de coordenadas (Polares,
retangulares relativas e retangulares absolutas); necessitamos destas informações para
elaborar o memorial descritivo. Comumente uma propriedade é descrita através das
coordenadas polares, porque estes dados são mais facilmente assimilados por pessoas
comuns, com pouco ou nenhum conhecimento de topografia. Nos serviços
georreferenciados o dado principal são as coordenadas retangulares absolutas pois são elas
que indicam a LOCALIZAÇÃO geográfica do imóvel, tornando o imóvel, uma feição única no
globo terrestre. Essa característica, além de permitir uma descrição mais detalhada e
inequívoca do imóvel, garante maior segurança jurídica e propicia a utilização dos mapas
em diversas outras atividades (licenciamentos, certificações, agricultura de precisão, dentre
outras).
43
MEMORIAL DESCRITIVO
Imóvel: Área do Entorno do Departamento de Engenharia Localização: Lavras - MG
Proprietário: UFLA
Área UTM: 2,3130 ha Coordenadas UTM – Fuso 23S (MC 45ºW)
Perímetro: 606,26 metros
Pontos de X (m) Y (m) Alinhamentos ∆X ∆Y Rumo Azimute Distância Confrontante Tipo de divisa
Divisa de Divisa (m) (m) (m) ou
Vizinho
P1 502386,67 7652523,39 P1 → P2 +24,42 -11,88 6403’28” SE 11556’32” 27,16 Av Sul Livre (meio fio)
P2 502411,09 7652511,51 P2 → P3 +27,41 -17,63 5715’04” SE 12244’56” 32,59 Av Sul Livre (meio fio)
P3 502438,50 7652493,88 P3 → P4 +20,45 -15,77 5221’45” SE 12738’15” 25,82 Av Sul Livre (meio fio)
P4 502458,95 7652478,11 P4 → P5 +78,56 -70,82 4757’58” SE 13202’02” 105,77 Av Sul Livre (meio fio)
P5 502537,51 7652407,29 P5 → P6 -126,37 -88,50 5715’04” SW 23715’04” 154,28 R ABI Livre (meio fio)
P6 502411,14 7652318,79 P6 → P7 -35,03 +51,14 5459’44” NW 30300’16” 61,99 R da Mata Livre (meio fio)
P7 502376,11 7652369,93 P7 → P8 -41,03 +63,31 3256’47” NW 32703’13” 75,44 R da Mata Livre (meio fio)
P8 502335,08 7652433,24 P8 → P9 -11,35 +12,64 4155’19” NW 31804’41” 16,99 R da Mata Livre (meio fio)
P9 502323,73 7652445,88 P9 → P10 +14,55 +46,55 1721’27” NE 1721’27” 48,77 Administração Livre
P10 502338,28 7652492,43 P10 → P1 +48,39 +30,96 5755’07” NE 5755’07” 57,45 Administração Livre
44
Vejam na tabela anterior que, além dos dados técnicos do levantamento (coordenadas
polares e retangulares), temos 2 colunas com informações adicionais sobre os confrontantes
e tipos de divisa.
A coluna de confrontação é hoje a grande dor de cabeça dos topógrafos, isso porque a
grande maioria dos documentos registrados tem descrição precária e para corrigi-los
passamos por um processo de retificação de área onde os confrontantes ou vizinhos
precisam concordar de forma expressa com os limites demonstrados no projeto topográfico
(assinando a planta ou carta de anuência). Outra mudança significativa, é que a pessoa do
confrontante passa a ter importância secundária em relação ao imóvel (Matrícula) que ela
ocupa. Isso tem permite que o memorial se mantenha atualizado por mais tempo uma vez
que a matrícula permanece mesmo no caso de venda ou falecimento do proprietário. Nos
casos de divisão de um imóvel, as novas matrículas que são criadas obrigatoriamente
trazem indicação do imóvel de origem.
A seguir temos um modelo de memorial feito no formato convencional. Ele acaba sendo um
documento bastante extenso e cansativo e que traz exatamente as mesmas informações
contidas no memorial de formato tabular.
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MEMORIAL DESCRITIVO
Imóvel: Área do Entorno do Departamento de Engenharia
Localização: Lavras - MG
Proprietário: UFLA
Área UTM: 2,3130 ha Perímetro: 606,26 metros
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Na locação temos um estudo do terreno, onde serão projetadas feições que serão
implantadas no campo (projetos de divisão de talhões e glebas, projetos de irrigação e
drenagem, construções, barragens, paisagismo etc.).
A locação pode ser feita usando as coordenadas absolutas dos pontos que definem as
feições de interesse (somente nos equipamentos mais modernos) ou através de ângulos e
distâncias horizontais destes mesmos pontos. Neste último caso, teremos as operações do
levantamento topográfico na ordem inversa:
MEMORIAL DESCRITIVO
IMPLANTAÇÃO DE PROJETOS
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3 E2
4
5
7
9 E3
E1
10
E0
11
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P1
XP1 = 502407.85 m YP1 = 7652410.51 m
P2 XP2 = 502395.98 m YP2 = 7652397.47 m
ÂNGULO DISTÂNCIA
PONTO
ESTAÇÃO HORIZONTAL HORIZONTAL OBSERVAÇÕES
VISADO
(XXX°YY'ZZ") (XX,xxx m)
Sabemos que os ângulos horizontais são formados entre 2 direções. Uma direção de
referência e a direção do ponto de interesse (Ex: P1, P2, P3 ou P4). Ângulos de direção
podem ser expressos em Azimute ou Rumo. Na transformação Retangular → Polar, o ângulo
calculado sempre será o RUMO.
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7652525,50 E2
7652428,92 E3
502375,94 502429,65
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Vamos denominar a direção de referência (Ré) como 0 e a direção do ponto a ser locado
como P1. Analisando as direções no desenho, temos que:
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