Aula IX - Levantamento Topográfico Planimétrico - Irradiação

Disciplina: Topografia I
Aula 9 – Levantamento topográfico

planimétrico
Prof. Fabio Tayrone Oliveira de Freitas

Mestre em Engenharia Agrícola
Governador Mangabeira – BA
Abril, 2023
Poligonal topográfica
• É uma sucessão de alinhamentos topográficos;
• Quando tem caráter de representar o arcabouço do levantamento de
uma área, é denominada poligonal principal, determinando-a
geralmente pelo método principal por caminhamento (Poligonação);
• Já os elementos naturais e artificiais que são de interesse ao cadastro
são levantados utilizando métodos secundários, principalmente o uso
do processo por irradiação.
Fonte: Coelho Junior et al., 2014.

Método de levantamento planimétrico
• Métodos principais:
• Estão relacionados com a maior utilização de métodos em campo, servindo
geralmente para implantação de pontos de apoio para o levantamento
topográfico e, consequentemente, solicitando maiores rigidez e controle.
• Métodos secundários:
• São aqueles utilizados eventualmente durante um levantamento topográfico.
Geralmente são aplicados para levantar aspectos naturais e artificiais,
“amarrando” as informações à poligonal principal
• Irradiação (coordenadas polares):
• Consiste em, a partir de uma linha (ou
ponto) de referência conhecida, medir um
ângulo e uma distância. A distância pode
ser obtida utilizando uma trena,
distanciômetro eletrônico ou estação total
ou obtida por métodos taqueométricos.
Este método é muito empregado no
levantamento de detalhes em campo.
Fonte: http://www2.uefs.br/geotec/topografia/apostilas/topografia(8).htm
• Irradiação (coordenadas polares):
• Consiste em, a partir de uma linha (ou
ponto) de referência conhecida, medir um
ângulo e uma distância. A distância pode
ser obtida utilizando uma trena,
distanciômetro eletrônico ou estação total
ou obtida por métodos taqueométricos.
Este método é muito empregado no
levantamento de detalhes em campo.
Fonte:https://moodle.ufsc.br/pluginfile.php/2029995/mod_resource/conte
nt/1/8_Poligonias_TOPO-1_2016_1.pdf
• Poligonação:
• É um dos métodos mais empregados para
a determinação de coordenadas de pontos
em Topografia, principalmente para a
definição de pontos de apoio
planimétricos;
• Uma poligonal consiste em uma série de
linhas consecutivas onde são conhecidos
os comprimentos e direções, obtidos
através de medições em campo.
Fonte: http://wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=aula_03.pdf
• Poligonação: ângulos utilizados
• Poligonação: ângulos utilizados
• Poligonação: poligonal fechada na mesma base
• Começa e termina no mesmo ponto;
• Permite a quantificação e controle
dos Erros Linear e Angular do
levantamento;
• Permite conhecer as coordenadas
de saída e de chegada.
• Poligonação: poligonal fechada em bases diferentes
(enquadrada):
• Começa e termina em pontos diferentes, de coordenadas previamente
conhecidas;
• Permite a quantificação e controle dos Erros Linear e Angular do levantamento;
• Permite conhecer as coordenadas de saída e de chegada.
Fonte:https://moodle.ufsc.br/pluginfile.php/2029995/mod_resource/content/1/8_Poligonias_TOPO-1_2016_1.pdf
• Poligonação: poligonal aberta:
• Começa e termina em pontos diferentes de coordenada de partida conhecida e
de chegada desconhecidas;
• Não permite a quantificação e controle dos Erros Linear e Angular do
levantamento.
• Usada pela poligonal auxiliar ou secundária de uma poligonal fechada.
• Métodos de levantamento: Poligonação + irradiação:
• Métodos de levantamento: Poligonação + irradiação:
Figura: Os pontos 00 a 09 são os pontos

topográficos da poligonal principal,
desenvolvida em looping. O córrego e a
estrada foram levantados por poligonais
internas auxiliares, abertas. A lagoa
localizada à direita foi levantada pelo
processo de irradiação.
Fonte: Tuler e Saraiva, 2014.

Disciplina: Topografia I
Aula 9 – Levantamento topográfico planimétrico:
planilha de coordenadas
Prof. Fabio Tayrone Oliveira de Freitas

Mestre em Engenharia Agrícola
Governador Mangabeira – BA
Abril, 2023
Planilha de coordenadas
• A principal finalidade da coleta dos elementos naturais e artificiais
por meio do levantamento topográfico em campo é a construção da
planta topográfica;
Para o desenho da planta topográfica, existem duas opções:
1. Pelo processo manual:
• Coordenadas polares, em que, com auxílio de transferidor e escalímetro,
transferem-se ângulos e distâncias tomados em campo;
• Coordenadas retangulares, em que, com auxílio de escalímetro, transferem-se
duas distâncias, considerando dois eixos cartesianos.
2. Pelo processo automatizado:

• No uso de um CAD (Computer Aided Design), os dois processos equivalem ao
processo manual, diferindo na precisão gráfica do produto final.
• Com objetivo de uma representação mais precisa do terreno (seja
manual ou digital), com a distribuição de erros, faz-se a
transformação dos dados da caderneta de campo (coordenadas
polares) para coordenadas retangulares. Nessa operação,
geralmente, há as seguintes etapas:
1. Calcular o fechamento angular e de sua distribuição;
2. Calcular os azimutes de todos os alinhamentos;
3. Calcular as coordenadas relativas (não corrigidas);
4. Calcular o erro de fechamento linear e de sua distribuição;
5. Calcular as coordenadas relativas (corrigidas);
6. Calcular as coordenadas absolutas.
1. Calcular o fechamento angular e de sua distribuição:
• Quando se executa uma medida, sempre se estará sujeito a erros de
campo;
• Com o erro detectado, a próxima etapa é verificar se ele é tolerável,
considerando, por exemplo, uma norma;
• Se tolerável, faz-se a sua distribuição.
1. Calcular o fechamento angular e de sua distribuição:
• Para seguimento da aula, utilizaremos o exemplo abaixo:
Quadro 1: Caderneta de campo

Pontos visados Ângulo Distância
Estação
Ré Vante horizontal (m)
A Norte B 2061.560
B A C 215o50'18" 2692.890
C B D 279o45'39" 4107.702
D C E 245o08'54" 2567.599
E D A 266o23'06" 3705.418
A E B 252o52'13"
1.1 Determinação do erro angular (Ea):
• Para ângulos horários interno e externo:
𝐸𝑎 = 𝑆𝐴.𝐼.𝑂 − 𝑆𝐴.𝐼.𝑇
Em que,
𝑆𝐴.𝐼.𝑇 = (𝑛 − 2) × 180𝑜 SA.E.O = somatório dos ângulos externos
observados em campo;
SA.E.T = somatório dos ângulos externos
teórico esperado;
𝑆𝐴.𝐼.𝑂 = ෍ 𝐴𝑖 n = número de vértices ou lados da
poligonal fechada;
Ʃai = somatório dos ângulos internos
observados em campo.
1.2 Tolerância do erro angular (Ta):
Em que,
𝑇𝑎 = 𝑝 × 𝑛 p = erro angular do equipamento ou precisão do
equipamento;
n = número de vértices ou lados da poligonal
𝐸𝑎 ≤ 𝑇𝑎 fechada;
- Logo, o erro angular cometido em campo está abaixo

da tolerância do erro angular, podendo assim fazer as
correções através de compensações;
- Se Ea > Ta, o topógrafo deverá fazer um novo

levantamento em campo.
1.3 Distribuição do erro angular (Ea):
• Caso Ea <= Ta, faz-se então a distribuição do erro angular cometido
em campo:
𝐸𝑎
𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒çã𝑜 = −
𝑛
2. Cálculo de azimutes:
• Considerando ângulos horários:
Em que,
𝐴𝑍𝑖 = 𝐴𝑍𝑛−1 + 𝐴𝑛𝑖 ± 180𝑜 𝑜𝑢 − 540𝑜 AZi = azimute de um ponto;
AZn-1 = azimute do ponto anterior;
Ani = ângulo horário do ponto.
- Se AZi < 180o, somam-se 180o;
- - Se AZi for entre 180o e 540o, subtraem-se 180o;
- - Se AZi > 540o, subtraem-se 540o.
3. Cálculo das coordenadas relativas não corrigidas:
• Relaciona os ângulos corrigidos e as distâncias medidas em campo;
• Impõe-se que o norte magnético ou verdadeiro coincida com o eixo
das ordenadas Y;
• O eixo da abscissa X é perpendicular ao eixo das ordenadas Y,
perfazendo o par de eixos cartesianos.
3.1 Cálculo das projeções relativas (Xi, Yi):
𝑋𝑖 = 𝑑𝑖 ∗ 𝑠𝑒𝑛𝐴𝑧𝑖
Em que,
di = distância do alinhamento (m);
𝑌𝑖 = 𝑑𝑖 ∗ 𝑐𝑜𝑠𝐴𝑧𝑖
Azi = azimute do alinhamento;
𝐷𝐻 = 100 × (𝐹𝑆 − 𝐹𝐼) × 𝑠𝑒𝑛2 (𝑍)

4. Cálculo do fechamento linear:
4.1 Determinação do erro linear (El):
𝐸𝑙 = ∆𝑋 2 + ∆𝑌 2
Em que,
El = erro de fechamento linear;
ΔX = somatório dos valores das
∆𝑋 = ෍ 𝑋 (+) − ෍ 𝑋(−) abscissas;
ΔY = somatório dos valores das
ordenadas;
∆𝑌 = ෍ 𝑌 (+) − ෍ 𝑌(−)
4.1.1 Determinação do erro relativo (Er):
1 Em que,
𝐸𝑟 =
𝐿 El = erro de fechamento linear;
𝐸𝑙 L = perímetro em metros.
O Er é uma indicação de precisão do levantamento. Por exemplo, se Er =

1/10000, associa-se um erro de 1 m para cada 10 km, ou de 1 cm para 100
m.
O Er do levantamento topográfico planimétrico deve ser inferior ao erro
de fechamento (Ef) admissível para o tipo de obra.
4.2 Tolerância do erro linear (Tl):
𝑇𝑙 = 𝑑 ∗ 𝐿 Em que,
d = coeficiente que expressa a
tolerância para o erro de fechamento
linear em “m/km” de desenvolvimento
poligonal e depende do tipo de
poligonal;
L = perímetro em km.
Para o presente exemplo, d = 0,3 (poligonal do tipo II P) (ABNT, 1994).

5. Cálculo das coordenadas relativas corrigidas:
∆𝑋
𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟𝑋 =
𝐿
∆𝑌
𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟𝑌 =
𝐿
Para o presente exemplo, d = 0,3 (poligonal do tipo II P) (ABNT, 1994).

5.1 Em seguida, determina-se as correções (C) em X e em Y:
𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒çã𝑜𝑋𝑖 = −𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟𝑋 ∗ 𝑑𝑖
𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒çã𝑜𝑌𝑖 = −𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟𝑌 ∗ 𝑑𝑖
5.2 Cálculo das projeções corrigidas:
𝑝𝑟𝑜𝑗 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔𝑋 = 𝑋𝑖 + 𝐶𝑥𝑖
𝑝𝑟𝑜𝑗 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔𝑌 = 𝑌𝑖 + 𝐶𝑌𝑖

6. Cálculo das coordenadas absolutas:
- Servem para a construção da planta topográfica
- 6.1 coordenadas totais em X (XTi):
𝑋𝑇𝑖 = 𝑋𝑇(𝑖−1) + 𝑋𝐶(𝑖−1) Em que,
XT(i-1) = coordenada total anterior;
XC(i-1) = projeção corrigida anterior.
Obs: inicialmente, estipulamos uma coordenada inicial para X e y, pois

não iremos partir de um ponto conhecido (poligonal conhecida).
6. Cálculo das coordenadas absolutas:
- Servem para a construção da planta topográfica
- 6.2 coordenadas totais em Y (YTi):
𝑌𝑇𝑖 = 𝑌𝑇(𝑖−1) + 𝑌𝐶(𝑖−1) Em que,
YT(i-1) = coordenada total anterior;
YC(i-1) = projeção corrigida anterior.
Obs: inicialmente, estipulamos uma coordenada inicial para X e y, pois

não iremos partir de um ponto conhecido (poligonal conhecida).
Exemplo 1: Cálculo de azimutes para uma poligonal aberta:
- Considerando ângulos horários, teremos: Exemplo 1.

- Com base na figura do slide anterior, preencha a caderneta de
campo abaixo:
Alinhamentos Azimute lido Ângulo horário Azimute calculado

- Sabemos que:
Em que,
𝐴𝑍𝑖 = 𝐴𝑍𝑛−1 + 𝐴𝑖𝑖 ± 180𝑜 𝑜𝑢 − 540𝑜 AZi = azimute de um ponto;
AZn-1 = azimute do ponto anterior;
Aii = ângulo interno do ponto.
- Se AZi < 180o, somam-se 180o;

- - Se AZi for entre 180o e 540o, subtraem-se 180o;
- - Se AZi > 540o, subtraem-se 540o.
- Resolução exemplo 1:
Alinhamentos Azimute lido Ângulo horário Azimute calculado

A-B 100o ------ ------
B-C ------ 300o 220o
C-D ------ 70o 110o
Cálculo das coordenadas relativas não corrigidas:
• Relaciona os ângulos corrigidos e as distâncias medidas em campo;
• Impõe-se que o norte magnético ou verdadeiro coincida com o eixo
das ordenadas Y;
• O eixo da abscissa X é perpendicular ao eixo das ordenadas Y,
perfazendo o par de eixos cartesianos.
Exemplo 2: Cálculo das projeções relativas (Xi, Yi) para uma
poligonal aberta:
𝑋𝑖 = 𝑑𝑖 ∗ 𝑠𝑒𝑛𝐴𝑧𝑖
Em que,
di = distância do alinhamento (m);
𝑌𝑖 = 𝑑𝑖 ∗ 𝑐𝑜𝑠𝐴𝑧𝑖 Azi = azimute do alinhamento;
Cálculo das projeções relativas (Xi, Yi):
Os sinais das coordenadas relativas devem ser considerados e estarão
diretamente relacionados com o quadrante em que pertence o ponto topográfico.

Exemplo 2: Cálculo das projeções relativas (Xi, Yi) para uma
poligonal aberta:
Pede-se:
Calcule as coordenadas relativas
não corrigidas.

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Prof. Fabio Tayrone Oliveira de Freitas

Fonte: Coelho Junior et al., 2014.

Figura: Os pontos 00 a 09 são os pontos

Fonte: Tuler e Saraiva, 2014.

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2. Pelo processo automatizado:

Quadro 1: Caderneta de campo

- Logo, o erro angular cometido em campo está abaixo

- Se Ea > Ta, o topógrafo deverá fazer um novo

𝐷𝐻 = 100 × (𝐹𝑆 − 𝐹𝐼) × 𝑠𝑒𝑛2 (𝑍)

O Er é uma indicação de precisão do levantamento. Por exemplo, se Er =

Para o presente exemplo, d = 0,3 (poligonal do tipo II P) (ABNT, 1994).

Para o presente exemplo, d = 0,3 (poligonal do tipo II P) (ABNT, 1994).

𝑝𝑟𝑜𝑗 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔𝑋 = 𝑋𝑖 + 𝐶𝑥𝑖

𝑝𝑟𝑜𝑗 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔𝑌 = 𝑌𝑖 + 𝐶𝑌𝑖

Obs: inicialmente, estipulamos uma coordenada inicial para X e y, pois

Obs: inicialmente, estipulamos uma coordenada inicial para X e y, pois

Fonte: Tuler e Saraiva, 2014.

Alinhamentos Azimute lido Ângulo horário Azimute calculado

- Se AZi < 180o, somam-se 180o;

Alinhamentos Azimute lido Ângulo horário Azimute calculado

Fonte: Tuler e Saraiva, 2014.

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