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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE


NÚCLEO DE TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

Discentes:
Eliel Rodrigues dos Santos Junior
Lucas Felipe Pereira Torres
Maria Eulália das Chagas de Lima
Miguel Ludgero da Silva Junior

Disciplina:
Topografia
Docente:
Renato Macêdo Mahon

Relatório de Levantamento Topográfico dos Blocos A e B do CAA da UFPE

Caruaru, 2018
Introdução

Topografia é a ciência aplicada, baseada na geometria e na trigonometria, cujo


objetivo é representar, de forma bidimensional, a configuração de uma porção limitada da
superfície terrestre, considerada plana, com todos os detalhes naturais e artificiais do relevo
do solo.
Levantamento topográfico é a operação de coleta da informação necessária para a
elaboração de uma planta ou carta topográfica de determinada região. A coleta de informação
é efetuada recorrendo a técnicas especiais para o posicionamento, absoluto e relativo, o que
implica na adoção de quadros de referência a várias escalas e a medição de várias escalas e a
medição de várias grandezas, denominadas ângulos e distancias. São realizados em pequenas
áreas de no máximo 50km2 e não necessitam de ajuste à curvatura da terra.
Para a engenharia civil, a topografia tem aplicação essencial para a descrição e
concepção de projetos e intervenções de obras de dimensão apreciável, bem como para a
avaliação do respectivo impacto ambiental. Na fase de execução, enquadra as técnicas de
posicionamento e implantação da obra, incluindo a condução e direcionamento das máquinas.
A topografia se subdivide em quatro subáreas principais: Topometria, topologia,
taqueometria e a fotogrametria. Para esta prática, foi utilizada a Topometria que se divide em
planimetria e altimetria. A planimetria é uma vertente da Topometria onde nela, as medidas,
tanto lineares como angulares, são efetuadas em planos horizontais, obtendo ângulos
azimutais e distâncias. Já na altimetria, as medidas são efetuadas na vertical ou num plano
vertical, obtendo-se as distâncias verticais ou diferenças de nível e ângulos zenitais.
As medidas lineares são dados obtidos através de métodos diretos ou indiretos. Para a
realização das medições, neste estudo, foram utilizados os seguintes instrumentos
topográficos: Para esta avaliação, utilizou-se: Balizas topográficas, miras com nível acoplado,
teodolito acoplado a tripé e piquetes.
O mapa topográfico é, constantemente, a base para todos os esforços subsequentes de
planejamento e design, e se não for feito corretamente, pode causar erros, custos extras na
construção e, pior ainda, acidentes graves. Uma pesquisa topográfica fornece informações
precisas para permitir que cada etapa seja feita corretamente e dentro do orçamento inicial.
Muitos órgãos governamentais diferentes exigem que projetos de construção e
desenvolvimento tenham levantamentos topográficos como parte obrigatória do processo de
construção. Esses projetos incluem novas casas, remodelações importantes, calçadas,
melhorias rodoviárias, montagem de pontes, projetos de classificação e drenagem, sistemas
sépticos, design de utilidade, construção de barragens e muito mais.
Uma vez que os levantamentos topográficos são úteis em muitos campos, eles servem
para diversos propósitos, e seus benefícios variam dependendo do tipo de projeto. Em geral,
no entanto, eles podem:
 Determinar as condições existentes e identificar quaisquer problemas com um site ou
área natural;
 Mostrar "retrocessos" de limites ou recursos de natureza para qualquer novo edifício
ou projeto;
 Fornecer aos engenheiros e arquitetos as informações necessárias para criar projetos
corretos e adequados para os recursos únicos da propriedade;
 Indicar como novos recursos, como classificação, estruturas de construção, valas de
drenagem e pontes, podem ser construídos (se possível).
Para fins de avaliação de aprendizado e 2ª nota da disciplina de topografia 1 2018.2,
designou-se os blocos A e B do Centro Acadêmico do Agreste da UFPE em Caruaru para
representação bidimensional.

Materiais e Métodos

De acordo com a NBR 13133 (ABNT, 1991, p. 3), Norma Brasileira para execução de
Levantamento Topográfico, o levantamento topográfico é definido por: “Conjunto de métodos
e processos que, através de medições de ângulos horizontais e verticais, de distâncias
horizontais, verticais e inclinadas, com instrumental adequado à exatidão pretendida,
primordialmente, implanta e materializa pontos de apoio no terreno, determinando suas
coordenadas topográficas. A estes pontos se relacionam os pontos de detalhe visando a sua
exata representação planimétrica numa escala pré-determinada e à sua representação
altimétrica por intermédio de curvas de nível, com equidistância também pré-determinada
e/ou pontos cotados.” Classicamente a topografia é dividida em topometria e topologia. A
topologia tem por objetivo o estudo das formas exteriores do terreno e das leis que regem o
seu modelado. A topometria estuda os processos clássicos de medição de distâncias, ângulos e
desníveis, cujo objetivo é a determinação de posições relativas de pontos. Pode ser dividida
em planimetria e altimetria. Tradicionalmente o levantamento topográfico pode ser divido em
duas partes: o levantamento planimétrico, onde se procura determinar a posição planimétrica
dos pontos (coordenadas X e Y) e o levantamento altimétrico, onde o objetivo é determinar a
cota ou altitude de um ponto (coordenada Z). A realização simultânea dos dois levantamentos
dá origem ao chamado levantamento planialtimétrico.

NBR 13133 – EXECUÇÃO DE LEVANTAMENTOS TOPOGRÁFICOS Esta norma, datada


de maio de 1994, fixa as condições exigíveis para a execução de levantamentos topográficos
destinados a obter (ABNT, 1994, p.1):
• conhecimento geral do terreno: relevo, limites, confrontantes, área, localização, amarração e
posicionamento;
• informações sobre o terreno destinadas a estudos preliminares de projeto;
• informações sobre o terreno destinadas a anteprojetos ou projeto básicos;
• informações sobre o terreno destinadas a projetos executivos.
Também é objetivo desta norma estabelecer condições exigíveis para a execução de um
levantamento topográfico que devem compatibilizar medidas angulares, medidas lineares,
medidas de desníveis e as respectivas tolerâncias em função dos erros, relacionando métodos,
processos e instrumentos para a obtenção de resultados compatíveis com a destinação do
levantamento, assegurando que a propagação dos erros não exceda os limites de segurança
inerentes a esta destinação (ABNT, 1994, p.1).

Os procedimentos para a medição utilizando um teodolito, baliza e mira podem ser resumidos
em:
• instalação do equipamento;
• focalização e pontaria;
• leitura de ângulos verticais e horizontais;
• leitura dos fios superior e inferior da mira;

Com a estação instalada no ponto inicial, faz-se a visada na baliza instalada em um


ponto que aponte para o norte verdadeiro para a determinação do azimute de partida. Após
esta leitura, com o auxílio da mira, faz-se as visadas nos pontos a ré, a avante e nos pontos do
terreno para que seja possível a descrição do relevo. Os dados obtidos foram tabulados em
cartilha de campo e transcritos para o
Microsoft® Office Excel.
De posse dos dados, verificou-se o erro angular para validar ou refutar o levantamento.
1° passo – verificação do erro angular:

Erro Angular = ∑ (ângulos externos) - (nº de estações +2) *180º


Erro Angular = 1.620º 0’ 10” – 1.620º
Erro Angular = -10”

Para a verificação se o levantamento é válido, calcula-se a tolerância angular.

Tolerância = k*e*(n)1/2,

onde k=2, e= precisão do equipamento e n= número de pontos em que a estação foi instalada.
Com as informações obtidas em campo, obteve-se que a tolerância é de:

T=2*0º 2’*(7)1/2
T=0º 10’34,98”

Tendo o valor da tolerância, é possível validar o levantamento e dar prosseguimento


aos procedimentos, onde:
e.a < T

Para continuidade do procedimento, deve-se distribuir o erro angular encontrado nos


pontos de menor distância. A correção foi distribuída de forma igual entre as estações E1-E2.

2° passo – cálculo das distancias medias horizontais entre as estações:


Para o cálculo foi utilizado a fórmula:
DH=100*(FS-FI)*cos2α
Estações
DH
E1-E2 53,74395
E2-E3 39,36129
E3-E4 52,98805
E4-E5 24,79473
E5-E6 25,67271
E6-E7 15,69359
E7-E1 20,73572
TOTAL 232,99
Tabela 1: determinação da distancia horizontal entre as estações.
4° passo – correção angular
Em posse do erro angular, partimos pra distribuição do erro angular entre as estações
E1-E2 e, como especificado acima.

Ângulo Correção Ângulo corrigido


E1-E2 299,2036 -0,00278 299,2008
E2-E3 232,8472 0 232,8472
E3-E4 211,9147 0 211,9147
E4-E5 257,1278 0 257,1278
E5-E6 247,89 0 247,89
E6-E7 179,4653 0 179,4653
E7-E1 191,5542 0 191,5542
Total
299,2008

Tabela 2: determinação do erro angular.

5° passo- cálculo dos azimutes da poligonal


Logo após a distribuição dos erros partimos para o cálculo dos azimutes, o
procedimento geral utilizado está representado abaixo, considerando como azimute de partida
o ângulo 135°33’20’’:

Azb-c = Aza-b + α – 180°


Azc-d = Azb-c + α -180°
Figura 1: representação dos azimutes e ângulos de uma poligonal fechada

Graus Radianos
AZ1-2 135,8889 2,371709
AZ2-3 188,7361 3,294067
AZ3-4 220,6508 3,851084
AZ4-5 297,7786 5,197217
AZ5-6 5,668611 0,098936
AZ6-7 5,133889 0,089603
AZ7-1 16,68806 0,291262
135,8889

Tabela 3: determinação dos azimutes.

6º passo- cálculo das coordenadas provisórias:

Após os ângulos terem sido corrigidos e os azimutes calculados, podemos calcular as


coordenadas provisórias de todos os pontos, seguindo o procedimento abaixo:
Xi = Xi-1 + di-1,i*sen(Azi-1,i)
Yi = Yi-1 + di-1,i*cos(Azi-1,i)
Em que:
Xi: coordenada parcial do ponto
Xi-1 : coordenada do ponto anterior
di-1,i: distância do alinhamento
Azi-1,i: azimute do alinhamento

X´ Y´
X Y
E1 171461,2639 9.089.570 0 0
E2 171488,7695 9089541,866 27,39751 -28,2611
E3 171437,5552 9089528,229 19,34948 -80,6344
E4 171418,0022 9089543,471 3,197011 -99,446
E5 171409,2568 9089567,306 -19,517 -87,481
E6 171422,4176 9089575,859 -17,9669 -71,8642
E7 171440,202 9089563,467 -16,114 -51,2117
E1 171484,37 9089533,298 -0,67826 0,268714
Tabela 4: determinação das coordenadas provisórias.

7º passo – verificação do erro linear


Depois de calculadas as coordenadas provisórias é necessário fazer a verificação do
erro linear, a diferença entre as coordenadas calculadas e as fornecidas para o ponto resultará
no que chamamos de erro linear ou planimétrico. É interessante notar que como os ângulos
foram corrigidos, os erros encontrados neste item representam erros decorrentes de
imprecisões nas medições das distancias.
Calculo do erro linear (ex) e (ey) para as componentes X e Y, seguindo o procedimento a
seguir:

ex = Xacalculado - Xa
ey = Yacalculado – Xy

ex = -0,67826
ey = -0,26871

O erro linear será então calculado utilizando a fórmula:


(ep)=(ex2+ey2)1/2
Iremos agora expressar o erro em forma de escala e fazer a verificação com a
tolerância linear. Como normalmente essa informação é dada em forma de escala, iremos
transformar o erro linear calculado acima para a forma de escala, usando a formula:

ep=1/Z, em que Z é calculado da seguinte forma:

Z=∑d/(ex2+ey2)1/2
Z=319,3627

∑d=somatório de todas as distâncias da poligonal

ep=1/Z
ep=1/319,3627=0,003131

Erro linear (ep)< tolerância linear (0,002)

Resultando,
0,003131>0,002 , que mostra que o erro é tolerável, e podemos prosseguir com os cálculos.

8° - 9° passo – correção do erro linear e cálculo das coordenadas corrigidas:

Como o erro linear encontrado foi menor que o permitido, podemos partir então para a
distribuição do erro. As correções serão feitas proporcionais as distancias medidas, ou seja,
quanto maior a distância, maior terá que ser a correção. Sendo necessário aplicar uma
correção para as coordenadas X e outra para as coordenadas Y, conforme equação que segue:

Cxi=-ex*((di-1,i)/ ∑d)
Cyi=-ey*((di-1,i)/ ∑d)
Em que:
Cxi= correção para a coordenada Xi
Cyi= correção para a coordenada Yi
ex= erro linear para a componente X
ey= erro linear para a componente Y
di-1,i=distancia parcial do alinhamento
As coordenadas corrigidas serão dadas por:

Xic=[Xainicial + di-1,i*sen(Azi-1,i)] + [-ex*{ (di-1,i )/ ∑d }]


Yic=[Yainicial + di-1,i*cos(Azi-1,i)] + [-ey*{ (di-1,i )/ ∑d }]

Cx Cy x' y'
E1-E2 0,156454 -0,06198 171461,2639 9.089.570,238
E2-E3 0,114584 -0,04540 171488,8179 9089541,915
E3-E4 0,154253 -0,06111 171480,8844 9089489,496
E4-E5 0,07218 -0,02860 171464,8862 9089470,624
E5-E6 0,074736 -0,02961 171442,2443 9089482,56
E6-E7 0,045686 -0,01810 171443,8692 9089498,147
E7-E1 0,060364 -0,02392 171445,7704 9089518,782
171461,2639 9089570,238
Tabela 5: determinação das coordenadas corrigidas.
Conclusões

Levando em consideração que um bom levantamento topográfico resulta em


informações mais precisas sobre o projeto, foram realizados levantamentos topográficos no
campus agreste da UFPE, com o objetivo de colocar em prática os assuntos vistos em sala,
uma vez que os levantamentos topográficos são úteis em muitos campos, eles servem para
diversos propósitos, e seus benefícios variam dependendo do tipo de projeto.

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