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direitos autorais. Reserva-se ao autor (ou detentor dos direitos), a prerrogativa de solicitar, a
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Universidade Federal de Uberlândia. Para tanto, o autor deverá entrar em contato com o
responsável pelo repositório através do e-mail recursoscontinuos@dirbi.ufu.br.
SÔNIA MARA FERREIRA DOS SANTOS
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
CENTRO CIÊNCIAS HUMANAS E ARTES
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
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SINDICALISTAS REVOLUCIONAR/OS E
ANARCO-COMUNISTAS: aproximações
e tensões constitutivas do movimento
anarquista em São Paulo (1890 - 1920)
Dezembro de 1999.
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INTRODUÇÃO ...... .. ... ... ..... .. ... ..... .. .. ... ... ....... .. .... ...... ... ... ....... .... .... .... ........ ... 07
I - ANARQUISMO E HISTORIOGRAFIA .... .. ..... ... .... ... ........ ... ... .. .. .... .. .... 09
II - SINDICALISMO REVOLUCIONÁRIO .......... .... ........... .... ..... ... .. ...... ... . 18
III - ANARCO-COMUNISMO .. .... ... ... .... .... .... .. .......... ...... .... ... ....... .. .. ... ........ 34
IV - CONSIDERAÇÕES FINAIS ... ..... .... ... ..... ......... ..... ..... ....... ..... ... .. ... ... .... 49
V - BIBLIOGRAFIA. ... ..... ..... ... .... ... .. .. .. .... .... .. ...... .. .... .. .... ... ... .... .. .... ... .. .... ... 54
7
INTRODUÇÃO
1
Trata-se de jornais, revistas, panfletos, brochuras. .. produzidos pela imprensa operária e
anarquista nos anos de 1890 à década de 1920 pertencentes ao arquivo pessoal da Professora
se através da documentação.
Nela havia indícios cada vez mais fortes de uma efetiva presença e
atuação de diversos sujeitos, com as mais variadas matizes culturais,
nacionalidades e extratos sociais. Todavia, quando procurei achar na
historiografia esse mesmo universo, ele desaparecia, ou, na melhor das hipóteses,
aparecia camuflado em dados estatísticos, para desaparecer logo em seguida, sob
a fala dos próprios autores.
Confesso que tais contradições só fizeram aguçar ainda mais a
minha curiosidade. A sede por novas informações era tão grande, que por um
bom tempo dediquei-me exclusivamente à leitura das obras pertinentes ao tema.
Para mim não havia atividade melhor. E nesse momento, percebo o quanto ela
está sendo importante, pois, será através destas leituras que procurarei esboçar
neste trabalho uma tentativa de desmistificação e reproblematização de algumas
idéias que foram construídas em torno do anarquismo no Brasil.
Nesse sentido, busco tecer na primeira parte deste trabalho uma
discussão bibliográfica acerca dos caminhos percorridos por boa parte da nossa
historiografia, quando de suas análises do movimento operário brasileiro da
Primeira República.
Na segunda e terceira parte deste estudo procuro compreender e
analisar por meio das idéias de sindicalistas revolucionários e anarco-comunistas,
respectivamente, o modo como essas duas tendências encaminharam junto aos
oprimidos paulistas a proposta libertária de transformação radical da sociedade.
Por fim, nas considerações finais, procuro relativizar as
interpretações empreendidas pela historiografia operária brasileira, diante das
propostas de atuação e conscientização do oprimidos frente ao capital, elaboradas
pelos militantes libertários no movimento operário paulista.
ANARQUISMO E HISTORIOGRAFIA
2
MARAM, Sheldon L. Anarquistas, Imigrantes e movimento operário no Brasil (1890 -
1920), Paz e TetTa, Rio de Janeiro, 1979.
11
3
FAUSTO, Boris. Trabalho Urbano e Conflito Social (1890 - 1920), Difel, São Paulo, 1976.
4
A Terra Livre, nº 1, dez./1905 Apud MAGNANI, Sílvia. O Movimento Anarquista em São
12
6
MALATEST A, EITico. "A solução libertá.tia para a questão social", ln: Antologia do
Socialismo Libertário, Rio de Janeiro, Edições Mundo Livre, 1979, p. 50.
14
- ,,7 .
degradaçao
Nesse contexto, essa forma de representação, segundo Jacy Seixas,
tem a ver com o próprio momento de desconstrução/reconstrução da identidade
operária no Brasil, que por ser tributário de experiências coletivas diversas,
arrastou consigo não apenas um conjunto de representações intelectuais ou
ideológicas, mas também, um "sistema afetivo" que lhe é inerente. "Por isso,
talvez, a(s) identidades(s) coletivas convirjam facilmente para a dimensão do
imaginário, busquem espontaneamente uma imagem que possa condensar toda
8
sua expressividade (ao mesmo tempo racional e afetiva) " .
7
La Battaglia, 13/abril/1912 Apud SEIXAS, Jacy Alves de. - "O Esquecimento do Anarquismo
no Brasil: a problemática da (re)construção da identidade operária, ln.: Revista História &
Perspectivas, nº 11, jul/dez., 1994, p. 216.
8
SEIXAS, Jacy Alves de., op. cit. p. 214.
15
companheiros "9 . O apelo certamente foi ouvido, tanto é verdade que poucas
semanas depois do mesmo ter sido feito, foi deflagrada naquela cidade, a greve
geral pela jornada de 8 horas de trabalho.
Portanto, tomar "consciência" da apatia, ou ainda, reconhecer-se
nela, demonstra que um movimento em sentido contrário pode ser perfeitamente
realizado. E, no "primeiro movimento operário brasileiro ", era essa "tomada de
consciência" (em diferentes momentos) que permitia aos trabalhadores agirem de
acordo com os seus meios, para assim por fim à apatia. Assim, o "duplo" ou o
inverso da apatia finalmente realizava-se por meio da ação, e mais precisamente,
da ação direta, dos participantes do movimento. É a apatia extrapolando os
limites da representação e atingindo assim, a verdadeira dimensão ativa e afetiva
do imaginário político. Ou ainda, o engajamento espontâneo da imagem da apatia
conduzindo (in)diretamente à estratégia de ação direta; que paulatinamente foi se
definindo como orientação de luta operária no Brasil. 10
Assim, para que possamos compreender o significado e a
importância da estratégia de ação direta para o encaminhamento da luta operária
no início deste século no Brasil, faz-se necessário que resgatemos, dentre as
forças políticas que estiveram presentes no movimento operário, precisamente
aquelas que formularam os seus princípios e orientações de atuação política tendo
por base a ação direta:
9
O Avanti! , 4/abril/1907, Apud HALL, Michel e PINHEIRO, Paulo S. - " Alargando a História
da Classe Operária: Organização, Lutas e Controles", Coleção Remate de Males, nº 6, p. 112.
16
SINDICALISMO REVOLUCIONÁRIO
13
POUGET, Emile. Apud TOLEDO, Edilene T. O Amigo do Povo: grupos de afinidades e a
propaganda anarquista em São Paulo nos primeiros anos deste século, Tese de Mestrado,
UNICAMP, Campinas, 1993, p. 99
14
GUÉRIN, Daniel. O Anarquismo da doutrina a ação, Editora Germinal, Rio de Janeiro,
p. 63.
19
15
Palavras proferidas por Eugénio Varlin no artigo publicado em março de 1870, em La
Marseillaise. Varlin foi o fundador da sociedade de resistência da corporação dos operários
encanadores, secretário da primeira União dos Sindicatos parisienses (Câmara Federal das
Sociedades Operárias de Paris) e membro da Comuna de Paris. Foi assassinado pelos
versalheses em 28 de maio de 1871. ln. : VASCO, Neno. Concepção Anarquista do
Sindicalismo, secção editorial de A Batalh!!, Lisboa, 1920, p. p. 30-31
16
VASCO, Neno. op. cit. , p.31
17
JDEM, p. 33
20
momento para esses anarquistas uma mudança de doutrina. Ela era muito mais de
18
A Federação das Bolsas de Trabalho foi criada em fevereiro de 1892, de acordo com as
resoluções do Congresso de Saint Etienne. Constituiam-se num instnunento de crítica à
integração do sindicalismo ao Estado, ou mesmo às municipalidades, tomando-se assim os
bastiões daqueles que preconizavam a independência sindical. O trabalho das Bolsas de
Trabalho foi bastante considerável, pois contou com a criação de bibliotecas, museus do
trabalho, escritórios de ensino, imprensa corporativa e de instituições que viabilizavam a
educação dos trabalhadores. Podemos entender que este trabalho era a aplicação da fónnula
preconizada na l Internacional de que a emancipação dos trabalhadores seria obra dos próprios
trabalhadores. Assim, pela suas múltiplas atividades, as Bolsas de Trabalho "aspiravam,
conscientemente ou não, a criar um 'Estado' dentro do Estado, pretendendo monopolizar todo
o serviço relativo á melhoria da sorte da classe trabalhadora". ln.: Revista História do
21
Anarquismo no Brasil, vol. II, Fac Súnile, São Paulo, p.p. 1-2
19
ID IBIDEM, p.p. 36-37.
22
20
IBIDEM, p. 30
21
GUÉR[N, Daniel. op. cit., p. 85
22
SEIXAS, Jacy Alves de. - Mémoire et oubli: anarchisme et syndicalisme révolutionnaire
au Brésil: mythe et histoire, Ed. de la Maison des sciences de l'homme, Paris, 1992, p. 124.
23
23
WOODCOCK, George (org). Apud BERGANTON, Glaucia. Gigi Damiani: um anarquista
no Brasil, Monografia, UNICAMP, Campinas, 1996, p.p. 29-30
24
MAGNANI, Sílvia L. op. cit., p.p. 96-97
25
A greve geral, enquanto estratégia exemplar de ação direta, provavelmente teve as suas origens
na segunda metade do século XIX, durante o tempo em que realizava o 3 º Congresso da
Internacional, realizado em Bruxelas, em setembro de 1868. Neste congresso discutia-se a greve
geral como um método de luta contra os governantes que financiavam a guen-a. Logo no ano
24
classe burguesa, bem como lutar por melhores condições de vida e de trabalho
para O operariado. Assim, ao mesmo tempo que o sindicato se preocupava com a
revolução, ele também se preocupava com as melhorias imediatas, as chamadas
lutas cotidianas, por aumento de salário, diminuição das horas de trabalho, etc. O
sindicalismo revolucionário portanto - e aqui reside a sua novidade -, introduz a
noção e prática políticas do reformismo caminhando lado-a-lado com a
revolução.
Mas qual o elo de ligação, ou melhor, qual a função que iria fazer
com que o sindicato realizasse de forma satisfatória essas duas tarefas, que nem
sempre são compatíveis uma às outras? A resposta é simples, tratava-se da ação
direta. Era ela, a ação direta, na medida em que constituía e instituía essa dupla
tarefa, que, segundos os sindicalistas revolucionários, acabava permitindo ao
sindicato realizar a passagem do reformismo à revolução. Além do que, a ação
direta ao permitir que os trabalhadores (re)criassem, à sua maneira, toda e
qualquer forma de resistência no seu dia-a-dia, acabava por transformá-los nos
próprios agentes da revolução (noção de "ginástica revolucionária")2 6 .
Podemos dizer que esta concepção, genuinamente anarquista, veio
sendo delineada desde o século XIX, quando por meio das obras de Proudhon -
apesar de todas as controvérsias - encontramos as primeiras expressões da
doutrina anarquista. Proudhon ao efetivar sua crítica a todas as formas de poder
representadas pelos governos monárquicos, aristocráticos e até mesmo
democráticos, acabou por reconhecer a necessidade de sua negação. Pois,
segundo Proudhon, a maneira pela qual foi sendo construída historicamente a
atividade política, e, principalmente, o modo como essa atividade foi sendo
admitida ao longo do tempo pelo conjunto das sociedades, terminou por
transformá-la em algo instintivo, logo presumível. ''A idéia de governo é
seguinte, a idéia da greve geral já aparecia como um meio revolucionário nas discussões da
secção belga da Associação Internacional do Trabalho (AIT). O seu primeiro propagandista,
parece ter sido o francês Joseph Tortelier. ln.: LOPREATO, C. S. R. O Espírito da Revolta: a
greve geral anarquista de 19J7, Tese de Doutorado, UNICAMP, 1997, p. 9.
25
26
Cf SEIXAS Jacy Alves., op. cit.
27 Cf Proudhon, ln. SEIXAS, Jacy Alves. Indivíduo, Liberdade e Solidariedade: reflexões
26
coelho da cartola. A revolução que poria fim aos demandos do Estado e dos
patrões, teria que ser realizada necessariamente pelos próprios trabalhadores, e
isso supunha um aprendizado de energia e autonomia que se enraizava no
cotidiano mesmo das lutas operárias.
No Brasil, os militantes anarquistas que acreditavam residir no
sindicalismo a essência da organização e da ação operária, se auto denominaram
anarquistas sindicalistas. Porém, é interessante observar que com relação ao tema
do exclusivismo sindical, os sindicalistas revolucionários aqui no Brasil, apesar
de tê-lo aceito, concebiam-no com certas reservas. O sindicato, nesse sentido,
formaria apenas um elo de ligação que contribuiria na passagem daquela
sociedade para uma outra, isto é, a passagem da sociedade capitalista para a
sociedade comunista livre.
O sindicato da forma como era constituído na sociedade capitalista,
deveria sofrer profundas transformações com o advento da sociedade comunista
livre. Possivelmente, ele se constituiria em meio a uma multiplicidade de
pequenos grupos: "o grupo profissional para a produção essencial, para os
serviços públicos (alimentação, vestuário, alojamento, transporte,
comunicações, saúde, instrução, iluminação, etc.) ; o grupo de afinidades para a
satisfação das necessidades intelectuais, estéticas e morais; a livre Comuna, ou
União local, para os interêsses locais, estatística, determinação do consumo,
distribuição. E as multíplices federações livres, locais, regionais, mundiais, de
sindicatos, de grupos por afinidade e de comunas" .29 Portanto, o sindicato não
reinaria num espaço vazio, onde ele seria o senhor absoluto de tudo. Com ele
estariam também as diferentes correntes de pensamentos, que, precisamente por
não comungarem das mesmas opiniões, precisavam ser ouvidas e respeitas, caso
contrário, o sindicato seria uma outra forma de servidão.
A atuação destes militantes no movimento operário brasileiro, e
30
IDEM, p. 78.
31
IBIDEM, p.p. 78-79.
30
32
ID IBfDEM, p. 63 .
33 Jornal A Terra Livre, nº 43 , 04/agosto/1907.
31
34
IDEM.
32
encontros, etc ..
37
Faziam parto do grupo editor deste jornal os militantes sindicalistas revolucionários: Neno
Vasco, Beitjamim Mota, Alessandro Cerchiai, Giulio Sorelli, Angelo Bando1ú, Juan Bautista
Perez, entre outros.
38
TOLEDO, Edilene T. Op. cit., p.p. 50-51.
39
A Terra Livre foi publicada no Rio de Janeiro de maio de 1907 (nº 34) a julho de 1908
(n º64), devido ao acordo realizado entre o seu grupo editor e o do jornal carioca Novo Rumo. o
diretor do jornal nesta cidade era José Romero. In. RODRIGUES, Edgar. Socialismo e
Sindicalismo no Brasil (1675 - 1913), Rio de Janeiro, Laemmert, p. 106.
34
O ANARCO-COMUNISMO
40
41
MALATESTA, Enico. op. cit., p. 46. (grifos meus)
Expressão utilizada por Jacy Alves de Seixas em Mémoire et oubli: anarchisme et
syndicalisme révolutionnaire au Brésil: mythe et histoire, Ed. de La Maison des Sciences de
L 'homme, Paris, 1992.
36
42
- surgiu em torno do jornal Is Risveglio , quando em novembro de 1889, este
passou a ser editado por Gigi Damiani. Todavia, o grupo só veio a se firmar em
julho de 1904, com o aparecimento do jornal La Battaglia'13, o que acabou
colaborando para que também fossem conhecido como o "grupo da Battaglia,,44.
Para os anarco-comunistas, o sindicato - enquanto instituição
exclusiva - jamais poderia cumprir a função de destruir o capitalismo, pois ao
privilegiar os seus interesses corporativos, ou no limite, lutar por reformas
estritamente econômicas, terminaria por sustentar o próprio capitalismo:
42
O jornal li Risveglio foi fundado em São Paulo em 09 de janeiro de 1888 e teve como
ptincipais redatores Alfredo Mari, Augusto Danatti, Gigi Damiani e Benjamin Mota. Por razões
financeiras sua prublicação foi interrompida em l 5 de maio de 1899, depois de 46 números
publicados.
43
O semanário La Battaglia foi fundado em São Paulo, no mês de julho de 1904 por Oreste
Ristori. Em 1907, 0 jomaJ tinha em média uma tiragem de 3500 exemplares, e j á em 1908 esse
número alcançou a cifra de 5000 exemplares. Seg~ndo ~otícia v~iculada no próprio jornal (,~ º
201 de 31/01/1909), sua dist:Iibuição era bastante d1fund1da no pais, chegando a ser dislTibuído
também na capital da Argentina e do Uruguai : em São José d~ Rio Preto (SP) era di sh'ibuído por
Alberto Nardini, em Juiz de Fora (MG) por Andrea Taucc1, em Uberaba (MG) por Orlando
Persotti, em Ponta Grossa (PR) por Pietro Colli, em Porto Alegre (RS) por Mat.teo Ci:meta e no
Rio de Janeiro por Sílvio Pezzaglia. Era ainda di stribuído nas cidades de Belém (PA) e Manaus
(AM). - In: ROMANI, Carlo - Oreste Ristori: uma aventura anarquista, di sse,tação de
mestrado, UNICAMP, 1998, p. 149.
o notável trabalho reaJizado por Alessandro Cerchiai (re~at.or), Angelo Bandoni e Gigi
Damian.i (colaboradores), ena·e outros, fez com que as pagmas do la Ballag/ia se
transfoimassem num lugar privilegiado de debate entre as diversas !endências liberlá.rias, além é
claro, do imenso trabalho de divulgação do pensamento anarqmsta e das sé,ies de abusos
praticados pelos capitalistas contra os menos favorecidos. . .
44
No relatório enviado em 30 de junho de 1909 ao senhor Lu1g1 Brm10 (mi11istro da Itália em
Petrópolis _ Rio de Janeiro), pelo então Comissário de Segurança Pública, Cesare Alliata
Bronner, funcionátio do serviço especiaJ de vigilância junto ao consulado italiano em São Paulo
o grupo La Battaglia foi assim des~ri!ºi "Gr~po da 'Battaglia', dirigido pelo conhecid~
anarquista Oreste Ristori diretor propnetano do JomaJ do mesmo nome e por seu companheiro
intimo A. Cerchiai. C~mpõe-no numerosos ti~ógrafos ~ met~úrgico~ e algumas de suas
mulheres. Formam O núcleo mais intelectuaJ, reaJ1zam-se ali frequentes discursos de Ristoii, de
Cerchiai de Damiani de Sorelli, de Boni, e outros, para fins de propaganda para angariar fundos
para O j~mal e para ;ubscrições de solidariedade. o,~ filiado~ ~ispõ~ de meios discretos, sendo
quase todos operários, que ganliam de 7 a 10$000 (reis) por dia. Por isso pouco perigosos". _ ln:
37
capitalista do trabalho.
Não considera que os operários assalariados
representam classes privilegiadas e, ainda, por
gradações estabelecem desigualdades irritantes.
Os syndicalistas melhor remunerados não se lembram
de que enquanto elles trabalham e gozam relativa
fartura, a multidão dos mal-pagos soffre toda sorte de
privações " 45
4s 1DEM.
40
subsistência.
5° - Combate, pelo esclarecimento, pela difusão dos
conhecimentos científicos, a todas as religiões e a todas
as mentiras, mesmo que se ocultem sob o manto da
ciência. Instrução completa para todos, até aos graus
mais elevados.
6º - Combate às rivalidades e preconceitos patrióticos.
Abolição das fronteiras, confraternização de todos os
povos.
lº _ Integração da família, de tal modo que ela resulte
49 L . . .
a BattagJia, nº l3 l , 23/juI.ll 907 Apud MAGNANI, S1lv1a L. op. c1t., p. 86.
42
soM
s1 L ALATESTA, Enico. op. cit. p.p. 39 - 40. . . .
a Battaglia, nº 291 ,05/fev.!191 l Apud MAGNANI, S1lv1a L. op.c1t., p.p. 70-71
43
=---
La B -
s2 - ------ d MAGNANI SiJviaL. op. cit., p. 75 .
s3 L attaglia, nº 325, 08/out.11911 Apu GNANi' SilviaL. op. cit., p. 72 .
a Battaglia, nº 79, 18/maio/1906 Apud MA '
lllesma fo . , .
r const1tu1da por mdivíduos também livres.
que melhor lhes conviessem. Não se trata portanto, de impor precedentes, assim,
eles "d . . .
e1xam ao individuo _ seja como produtor, se1a como consumidor _
liberei. ,.J b , · ,.J · ',.,1.
aue completa (..). Jamais sonharam esta e,ecer o que o mu1v1uuo deve
fazer d 54
' eve dizer, deve pensar".
Qualquer meio que estivesse ao alcance dos indivíduos poderia ser
Utilizact p · · · d - d·
o para se chegar à revolução anárquica. ois, sena por me10 a açao treta
e es .e-. · · •
Pontânea de cada indivíduo em particular, que se 1or1ana as condições
~ecessárias para o fim do capitalismo. Pregavam ainda, "que o individuo se
tnteresse diretamente pela luta, pela própria independ"encra - que a bdique
· e nao
. o propno
e11z "1àos al'he1as , . urre.
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01 ··· · Nós queremos que os grupos e os
Cidadãos, (··.)fiora uo
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58
cit
''o trabalho das . ,, I L B ttaglia nº 72, 18/mar.11906 Apud ROMANI, Carlo, op .
., P. 157 cnanças , n. a a ,
49
b1bJ. '
lotecas, centros de estudos sociais e escolas. Não havia portanto, um lugar ou
urn rn . . t' .
eio específico de divulgação da Anarquia, ela podena ser . e1ta em qualquer
ªll1biente mas d d e. ·tada a vontade de cada indivíduo. Portanto
' , es e que 1osse resp.e1 '
quaJq Uer ação que levasse indivíduo a aprender por si. mesmo a ser consciente
· e
O
aut"00 omo al , , . . ·
capital era considerada pelos anarco-
' em e claro de res1stlf ao ,
colllunistas, como sendo legitima e recebendo deles todo o apoio.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
S9
60 lopREAT
OI'frc O, Cristina S. R., op. cit., p. 14. . • . . .
Gertn.in ICA, José - Ação Direta: meio século de pregação libertaria, Rio de Janeiro, Editora
al, 1970, p. 101 .
autônoma - ,
lst ' e segundo os libertários, a chave de toda e qualquer transfonnação.
0
Porque "o .
lei "' anarquismo combate a todo transe o despotismo de qualquer
Çao, o feiti .
onsmo de tôda casta, tudo quanto lembre mandonismo che1a
can~ ' :J '·' '
ºª' subse
rviencia, dominação fisica, mental ou moral. Assim, repele o regime
· A •
carcerá .·
rro do capitalismo, condena a fábrica de doutores, padres, militares.
homens ~ ,
asados num molde único, manequins talhados num só modêlo
man· '
tpanços CUJó enchimento é a mesma palha sêca. Só o indivíduo conhece os
Se,,
"'s cam· h
m os. Impor, ao que pende para o norte, a marcha para leste, é
roubar-lhe o d t . d d " 61
es mo, a vida, a personali a e .
Ainda sob este aspecto7 escreve Luigi Damiani : "o anarquismo
Pode ter
tendencra individualista, comunista ou coletivista; cristão primitiva;
A •
referir-se
ao marxismo da primeira ordem,· ser ativista, revolucionário,
educacion. . . fi . ,A . . l"
tsta, pode aceitar ou repeltr o ator v10,enc1a, espec,a 1zar-se no
11'la/tusia · l d
msmo ou no vegetarianismo; mas , no seu comp eto, ten e a uma umca
' ·
flnalidad . . . ,J • . ,}" , ,J • ,,, • ,.J -
. e. a independência moral e jls1ca uo mu1v1uuo, l'é!.JOIÇaua e nao
dimtn .À , .
uil.,f,a pela prática da solidariedade entre todos os seres humanos, proxunos
ou.À ·
l.,f,fstante ,,62_
63
OITICICA, José., op. cit., p. p. 96 - 98.
64
IDEM, p. 101.
65
Militante anarquista de tendência anarco-comunista. Nas palavras de Cândido Jucá (filho) - no
quinzenário Para Todos, Rio de Janeiro, julho de 1957 - José Oiticica foi um poeta bizan-o,
teatrólogo brilhante, e contista exímio. Fez jornalismo e fez polêmicas destroçadoras. Eram-lhe
familiares as Humanidades, conhecia História, Filosofia e Filologia, Matemática e Medicina. Em
línguas, não somente cultivou com escrúpulo o Português, como ainda ensinou, além dessa, o
Francês, o Latim e o Grego. Foi ainda tradutor. In. RODRIGUES, Edgar. Os Libertários, , Rio
de Janeiro, Editora VJR - Editores Associados, 1993, p.p. 33-64.
lnstit .
uc1onalizada .
capac. - acaba mterpretando tais atitudes como uma falta de
Idade or . .
ana . garnzac10naI dos militantes anarquistas. Nesse sentido, caracteriza 0
rqu1smo
do rn . como uma teoria utópica, débil; daí o seu fracasso e superação dentro
OVtlllento operário.
irnp . No entanto, desconsidera que aquela fora uma opção e não uma
os1ção E .
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· ra maneira como os anarquistas acreditavam que a Juta operária
lllo . opressao capitalista deveria ser encaminhada. Assim, se se atribui ao
V1n-.
...ento op , .
ele erano e anarquista do período um caráter derrotista justamente por
ter priviJe . .
tid giado a autonomia do trabalhador, ou amda, pelo fato dele não ter
o Ull) , .
se , unico locu.:s de 1uta - qual seJa, . d.1cato ou o parti.do operano
. o sm , . - porquê
ra entã
Vit . o, que as doutrinas que possuíam esse único espaço de Juta não foram
onosas
quando de suas tentativas de construção de uma "nova" sociedade?
te Longe de combater apenas a exploração econômica, sindicalistas
VoJu c1on
. ' ·
h anos e anarco-comunistas lutaram contra a dominação do homem pelo
º11Jetn
ig · E nessa luta pretendiam construir uma sociedade onde a liberdade, a
Uaictacte . . .
Â.t ' a autonomia e O respeito mútuo senam os seus pilares principais.
ravés de sua . . . .h . ·r,
Par. s atividades surgiram novas perspectivas, camm os e s1gm ·1cados
a a luta
pr· . contra a opressão. E isso muitas vezes é de diflcil compreensão,
inc1pa1lll .
aJ , ente, para nós que fomos tão acostumados a viver sob a tutela de
guelll (Es . . ,. .
h tado, partido sindi·cato escola tam1ha ...). Desprender-se daquilo que
<tOS d , ,, ' ' '
lv!al ª se gurança", não é tão simples quanto parece. Todavia,· como bem disse ·
atesta · t 66
· Udo dependerá daquilo que sejamos realmente capaz de querer .
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