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Ptneil
Ptneil
Esta frase teve origem num slogan publicitário criado por Alexandre O’Neill,
que devido à concisão, à sugestividade e ao ritmo, acabou por se transformar num
provérbio.
Do que vimos de Alexandre O’Neill e do que pesquisamos, depreendemos que a frase
“Alexandre O’Neill. Este que brincando nos fere de mortal surpresa” de Diogo Vaz Pinto,
relata o humor e sarcasmo de que falamos no início que o poeta frequentemente usava.
Da mesma maneira, Alfredo Barroso consegue resumir de forma muito interessante o
estilo do escritor no seu artigo de opinião ao Público onde refere que “O O’neillismo é um
pessimismo. Mas não se confunde com resignação cristã. Mantém a lucidez e a ironia.”,
mantendo esta ideia de sarcasmo na poesia mas não obstante a lucidez com que
descreve a sociedade e os seus costumes. Vamos então passar para os primeiros poemas
que escolhemos deste autor, começando por “Mesa dos Sonhos”.
(leitura). Neste poema, vemos um sujeito poético que combate a morte com o poder dos
sonhos, poder este que se alicerça na imaginação e no caráter revigorante dos mesmos
que contribuem para a construção de um eu lírico com mais esperança, o que lhe permite
ver a vida e o seu fim com melhores olhos. Assim, ele defende-se da morte “povoando de
novos sonhos a vida”.
do tempo que, apesar de não vos termos apresentado diretamente, são temas muito
comuns por parte de Alexandre O’Neill. São exemplos os poemas “Vi” e “O tempo”.
Por fim, sabemos também que O’Neill escreveu segundo os princípios do surrealismo.
Este movimento tinha o objetivo de realçar o inconsciente aquando da atividade criativa.
Gostávamos de vos mostrar um poema que descreve muito bem a adoção poética do
surrealismo: Pratica(mente), que foi escrito por Viriato Ventura para um álbum com o
mesmo nome, de Samuel Mira, de nome artístico Sam the Kid: (leitura). Assim, vemos que
grande parte da estética surrealista apoia-se na conceção da imagem poética, segundo a
qual a imagem nasce não da comparação, mas da aproximação entre duas realidades
afastadas(“uma estrutura quase demente”). Nota-se assim que o exercício surrealista
implica uma estruturação pensada e trabalhada ou, na voz de Viriato Ventura, o uso de
“mais por demais coração, condição absoluta no limiar do obstinadamente”. Além disso, a
linguagem surrealista faz grande uso de descontextualizações e esvazia-se do seu
significado para atingir novos e inusitados propósitos, quando o “resultado surge
emergente”.