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Extracto de comunicação apresentada no Cridem’96 , colóquio “Criatividade do Deficiente Mental” –
Novembro de 1996 – Forum da Maia.
Embora não exista uma definição precisa de criatividade, está-lhe associada a
noção de processo, que por si parece integrar processos ainda não totalmente conhecidos.
No entanto, há indicadores de que lhe estão subjacentes tanto a capacidade de elaboração e
de abstracção, como a interioridade do indivíduo, afectos, imaginação, como intuições
espontâneas de origem não racional, como o sublinha entre outros Maslow, assim como a
atenção ao acaso como refere Souriau.
Em síntese pode-se dizer que o processo criador é complexo e dinâmico, e que nele
interagem características personalísticas, processos cognitivos e processos inconscientes,
vivências, afectos, o "background" individual, assim como a inter-relação com o meio
envolvente.
Neste sentido, partindo do pressuposto que o indivíduo não é uma entidade apenas
racional, no sentido em que ele integra outras componentes que são essenciais ao seu pleno
desenvolvimento, e que a razão como diz João dos Santos tem "geneticamente um ponto de
partida emocional" (1982, p.21), as actividades ligadas à arte podem estabelecer, como o
sublinha Lowenfeld "o equilíbrio necessário entre o intelecto e as emoções".