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FILME “ESCRITORES DA LIBERDADE”

O filme baseado em fatos reais conta a história de uma jovem professora, recém-
graduada, chamada Erin Gruwell, que assume uma turma de alunos envolvidos com um
grande conflito social e étnicos onde negros, brancos, asiáticos e hispânicos são obrigados a
manter uma convivência dentro da sala de aula, com a escola deixando claro a todo o
momento que não acredita na capacidade deles e que não pode investir em materiais melhores
para aquela turma. Quando na verdade, eles não foram realmente integrados e, por isso, eram
separados dos estudantes “Notáveis e Especiais”, os brancos e ricos. A diferenciação entre os
dois grupos de estudantes era tão grande que o ensino designado ao grupo estigmatizado era
de baixa qualidade.
No inicio os alunos se mostram rebeldes e sem vontade de aprender, e há entre eles
uma constante tensão racial. A professora Gruwell é vista por eles como representante do
domínio dos brancos nos Estados Unidos, o que dificulta ainda mais a sua aprovação por parte
dos alunos. Ela tenta contornar a situação, mas é constantemente menosprezada por eles. Na
verdade, eles encaram a escola como um castigo, alguns estão lá apenas para cumprir a
condicional e também estão desenganados principalmente da vida, já que para eles, embora
tenham entre 14 e 17 anos, morrer significa dignidade, quer dizer que você morreu para
defender e honrar seu povo é encarando como um ato heroico. Assim, para fazer com que os
alunos aprendam e também falem mais de suas complicadas vidas, a professora Gruwell
aposta em métodos diferentes de ensino.
O texto “O processo grupal”, dita que o conceito de grupo dá-se a partir da união de
duas ou mais pessoas com um objetivo comum de ação. O grupo, no caso do filme, é
composto por uma variedade étnica, entretanto o que os une, de fato, é o contexto violento e a
história de vida marcada por acontecimentos trágicos, prisões e assassinatos de seus entes
queridos, desta forma, objetivo da professora centra-se na aprendizagem e no conhecimento,
embora a maioria dos integrantes do grupo não achasse que isso seria possível de fato.
Apesar de muitas vezes apresentar desânimos nas chances de um resultado positivo no
trabalho com aquele grupo, Gruwell não desiste e segue em frente, quando de repente em
mais um dia frustrado de aula, a situação muda por completo, uma caricatura que tinha o
objetivo de humilhar um estudante negro vai parar em suas mãos, o fato leva a uma discussão,
sobre o Holocausto, servindo para aproximar ambas as realidades, quebrar as resistências e
sentimento de perseguição existente no grupo, a partir deste momento, pelo efeito emocional e
reflexivo provocado nos alunos e o interesse demonstrado no conteúdo desta discussão, a
professora começa a trazer dinâmicas para a sala, pois, apesar de certa interação existente, a
comunicação ainda ocorria precariamente.
Gruwell percebeu que o caso era inda pior, quando procurou apoio da diretoria e
colegas de trabalho e percebeu com clareza o quanto aqueles alunos eram menosprezados,
esquecidos e vitimas de preconceito, até mesmo por parte de quem deveria apoia-los,
percebeu que dentro da escola, somente ela acredita que há possibilidades de superar as
dificuldades sociais e étnicas ali existentes. Com isso, conseguiu mais dois empregos para ter
condições de financiar e por adiante seu projeto de leitura e escrita, iniciada com o livro "O
diário de Anne Frank" em que os alunos poderão registrar em cadernos personalizados o que
quiserem sobre suas vidas.  Desta forma, Gruwell conseguiu mostrar para todos e
principalmente para os alunos que os impedimentos e situações de exclusão e preconceito
podem afetar a todos independente da cor, da pele, da origem étnica, da religião etc.
A flexibilidade por parte dos alunos em ouvir a professora e o entendimento de que
pessoas são diferentes, pensam de maneira diferente porque possuem valores, mas que podem
produzir juntas o seu processo grupal, assim, o grupo se tornou unido, estruturado e com
possibilidades de mudar sua realidade, que era vista como uma inclusão sem perspectivas e
sem futuro.
Portanto, o filme deixa claro que os processos grupais ocorrem em todos os lugares e
interferem em nossas vidas, seja de forma negativa ou positiva, que grupos nos tornam
críticos quando nos conscientizamos dos nossos papéis durante o processo, como podemos
acompanhar a incrível transformação ocorrida nos alunos e na própria professora.

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