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01 Estudoslinguisticos 140609003703 Phpapp02 PDF
01 Estudoslinguisticos 140609003703 Phpapp02 PDF
ESTUDOS
LINGÜÍSTICOS
1
SOMESB
Sociedade Mantenedora de Educação Superior da Bahia S/C Ltda.
Introdução aos
Presidente ♦ Gervásio Meneses de Oliveira
Estudos Vice-Presidente ♦ William Oliveira
Lingüísticos Superintendente Administrativo e Samuel Soares
Financeiro ♦ Germano Tabacof
Superintendente de Ensino, Pesquisa e
Extensão ♦ Pedro Daltro Gusmão da Silva
FTC - EaD
Faculdade de Tecnologia e Ciências - Ensino a Distância
♦ PRODUÇÃO ACADÊMICA ♦
Gerente de Ensino ♦ Jane Freire
Autor (a) ♦ Joalêde Bandeira
Supervisão ♦ Ana Paula Amorim
♦ PRODUÇÃO TÉCNICA ♦
Revisão Final ♦ Carlos Magno e Idalina Neta
Equipe ♦ Ana Carolina Alves, Cefas Gomes, Delmara Brito,
Ederson Paixão, Fabio Gonçalves, Francisco França Júnior,
Israel Dantas, Lucas do Vale e Marcus Bacelar
Ilustração ♦ Francisco França Júnior
Imagens ♦ Corbis/Image100/Imagemsource
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Sumário
Ramificações da Lingüística ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 07
Caráter Científico da Lingüística ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 10
Breve Histórico da Lingüística ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 11
Objeto da Lingüística ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 13
A linguagem, a língua e a fala ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 13
Além do que está escrito... ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 17
Aquisição da Linguagem ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 18
Fases do Desenvolvimento da Linguagem ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 20
Atividades Complementares ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 22
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Classificação dos Sons ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 39
Vogais ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 42
Consoantes ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 43
Semi-vogais ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 44
Introdução aos Alfabeto Fonético Internacional ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 45
Estudos A Fonologia ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 45
Lingüísticos Domínios da Fonologia ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 45
Conceitos básicos ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 45
Atividades Complementares ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 48
Morfologia ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 50
Morfema zero ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 51
Processos morfológicos ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 52
Sintaxe ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 54
Agora é Hora de Trabalhar ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 59
A Semântica e o Léxico. A Lexicologia e o Dicionário ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 60
Semântica ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 60
Lexicologia ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 63
Atividades Complementares ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 65
Atividade Orientada ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 67
Glossário ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 69
Referências ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 71
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Apresentação da disciplina
Querido (a) Aluno (a)
5
Introdução aos
Estudos
Lingüísticos
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VISÃO GERAL DA LINGÜÍSTICA
A maior parte dos livros nos diz que a Lingüística é o estudo científico da linguagem
humana e das línguas naturais – línguas faladas por toda a comunidade humana para a
interação social. Aquele que se dedica a este estudo é chamado de lingüista. Parece
simples este conceito, entretanto há uma diversidade de definições para o termo linguagem,
gerando muita controvérsia. John Lyons (1997, p.15) diz que a pergunta “o que é linguagem?”
é comparável a “o que é a vida?”. Para estudarmos Lingüística, é fundamental conhecermos
as respostas para esta pergunta. ou seja, muito temos a conhecer...
Retomaremos esta questão no tema 2, no qual trataremos, especificamente, dos
conceitos de língua, linguagem e também Lingüística.
Ramificações da Lingüística
7
2
Busca observar e descrever línguas testando métodos e técnicas visando
descobrir como é a estrutura da língua e como funcionam as línguas. Por estudar
um número maior de línguas, fornece material para, em âmbito mais abstrato,
Introdução aos determinar a natureza e os traços que compõem a linguagem.
Estudos
Lingüísticos
Vamos dar nomes a cada um dessas “direções” que a
Lingüística segue. Trata-se da Lingüística Geral e da Lingüística
Descritiva, respectivamente. E aí, você já ouviu estes nomes?
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1. sincrônica versus diacrônica
2. teórica versus aplicada
3. microlingüística versus macrolingüística
1. Uma descrição sincrônica de uma língua descreve esta língua tal qual ela se
encontra em determinada época.
Já a descrição diacrônica, preocupa-se com o desenvolvimento histórico da língua,
assim como as mudanças estruturais que nela ocorreram. Entretanto, atualmente,
essas duas abordagens tendem a uma convergência, por vezes, tornando-se
impossível separá-las.
A terceira dicotomia refere-se a uma visão mais estreita ou mais ampla dos
propósitos da lingüística. Vale lembrar que estes termos ainda não estão estabelecidos
definitivamente na teoria lingüística.
MICROLINGÜÍSTICA
Fonética: o estudo dos diferentes sons empregados em linguagem;
Fonologia: o estudo dos padrões dos sons básicos de uma língua;
Morfologia: o estudo da estrutura interna das palavras;
Sintaxe: o estudo de como a linguagem combina palavras para formar frases gramaticais;
Semântica: ou semântica lexical, o estudo dos sentidos das frases e das palavras que a integram;
Lexicologia: o estudo do conjunto das palavras de um idioma, ramo de estudo que contribui para a
lexicografia, área de atuação dedicada à elaboração de dicionários, enciclopédias e outras obras
que descrevem o uso ou o sentido do léxico.
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MACROLINGUÍSTICA
Psicolingüística;
Sociolingüística;
Introdução aos
Lingüística antropológica;
Estudos
Dialetologia;
Lingüísticos
Lingüística matemática e computacional;
Estilística, etc.
Não há uma “lista” definitiva deste campo de atuação. Há, inclusive, divergência quanto
a isso na fala de diversos estudiosos.
Trataremos um pouco mais da microlingüística no próximo bloco! Cabe, também,
uma pesquisa para maior aprofundamento do campo de atuação da macrolingüística. Fica
aí a sugestão...
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Breve Histórico da Lingüística
Tendemos a pensar que a Lingüística é uma disciplina muito nova, visto que se
estabeleceu em sua forma atual há algumas décadas. Mas tem-se estudado a linguagem
desde a invenção da escrita ou, quem sabe, até mesmo antes disso.
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EM SÍNTESE... é de concordância geral que o fato mais extraordinário
dos estudos lingüísticos do séc. XIX foi o desenvolvimento do método
comparativo, que resultou num conjunto de princípios pelos quais as línguas
Introdução aos poderiam se comparadas sistematicamente no tocante a seus sistemas
fonéticos, estrutura gramatical e vocabulário, demonstrando, assim, que eram
Estudos “genealogicamente aparentadas” Do mesmo modo que o francês, o italiano,
Lingüísticos o português, o romeno, o espanhol e outras línguas românicas tinham sido
originadas do latim; o latim, o grego e o sânscrito tiveram uma origem. Qual?
De alguma língua ainda mais antiga à qual se costuma denominar de indo-europeu ou proto-
indo-europeu.
Saiba Mais...
Mais...
No fim do século XIX e comecinho do século XX,
acontece o que se chama da grande revolução lingüística.
Ferdinand de Saussure, (1857 -1913), um estudioso suíço de
indo-europeu, cujas aulas de lingüística geral, publicadas
postumamente por seus alunos (Charles Bally e Albert
Sechehaye), determinaram direção da análise lingüística
européia de 1920 em diante. *(p.306)
12
nos anos 40 e 50, antes de ser enfraquecida pela corrente cognitivista. Ela influenciou o
estruturalismo francês e, apesar das refutações formuladas, principalmente por etnólogos e
sociolingüistas neste meio-tempo, sua existência persiste até hoje.
Roman Osipovich Jakobson (1896 - 1982) foi um pensador russo que se tornou um
dos maiores lingüístas do século XX e pioneiro da análise estrutural da linguagem, poesia e
arte. Sua pesquisa foi decisiva para a constituição de um pensamento semiótico vinculado
à arte do construtivismo e da Fonologia como campo de estudo dos sons da linguagem.
Destacou-se, também, pelos estudos sobre afasia, pelo conceito de fonema como feixe de
traços distintivos e da concepção de linguagem como processo de seleção e de combinação
de signos. De mentalidade interdisciplinar, vincula a poética e a lingüística de tal maneira
que Haroldo de Campos chegou a chamá-lo de “o poeta da lingüística”.
Estes são alguns dos nomes que, enquanto “profissional das letras”, precisamos
conhecer. Foi apresentado um brevíssimo histórico, cabe à sua curiosidade e interesse
em descobrir um pouco mais.
Objeto da Lingüística
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Saussure distingue a linguagem da língua – um objeto unificado e suscetível
de classificação. Define que a língua é uma parte essencial da linguagem.
Introdução aos
Estudos Mas o que é mesmo a língua?
Lingüísticos
Muitos de nós confunde língua e linguagem. – Mas não é a mesma
coisa? – nos perguntamos. Vocês conhecem este poema de Gregório de Matos
“
O todo sem a parte não é o todo;
A parte sem o todo não é parte;
Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
”
Não se diga que é parte, sendo o todo.
Este poema nos possibilita fazer uma analogia entre os conceitos de língua e
linguagem, observe:
Voltando ao mestre Saussure, a língua, para ele, é “um sistema de signos” – ou seja,
um conjunto de unidades que se relacionam organizadamente dentro de um todo. É a “parte
social da linguagem”, exterior ao indivíduo e obedece às leis do contrato social estabelecido
pelos membros da comunidade.
O conjunto linguagem-língua comporta, ainda, um outro elemento, conforme Saussure,
a fala. A fala é um ato individual, resulta das combinações feitas pelo sujeito falante utilizando
o código da língua; expressada pelos mecanismos psicofísicos (atos de fonação) necessários
à produção dessas combinações.
A distinção linguagem/língua/fala situa, segundo Saussure, o objeto da Lingüística.
Decorre daí a divisão do estudo da linguagem em duas partes: uma que investiga a língua
(langue) e outra que analisa a fala (parole). As duas partes são interdependentes, visto
que a língua é a condição para produzir a fala, assim como não há língua sem o exercício da
fala. Desse modo, ele destaca a necessidade de duas lingüísticas – a lingüística da língua e
a lingüística da fala. Saussure focou seu trabalho na lingüística da língua “produto social
depositado no cérebro de cada um”, um sistema supra-individual que a sociedade impõe
ao falante.
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Esquematicamente, poderíamos apresentar os seguintes traços básicos:
LÍNGUA FALA
subjacente concreto
potencial real
Aula de Português
Carlos Drummond de Andrade
A linguagem
na ponta da língua,
tão fácil de falar
e de entender
A linguagem
na superfície estrelada de estrelas,
sabe lá o que ela quer dizer?
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do namoro com a prima.
O português são dois; o outro, mistério.
Em meados do século XX, Noam Chomsky trouxe para os estudos lingüísticos uma
nova “onda de transformação”. Em seu livro Syntactic Structures (1957, p.13), ele afirma
“doravante considerarei uma linguagem como um conjunto (finito ou infinito) de sentenças,
cada uma finita em comprimento e construída a partir de um conjunto finito de elementos”.
Ao refletirmos sobre esta definição, percebemos que ela vai além das línguas naturais,
mas, de acordo com o próprio Chomsky, todas as línguas naturais são, seja na forma falada
ou escrita, linguagens, no sentido de sua definição, uma vez que:
toda língua natural possui um número finito de sons (e um número finito de sinais
* gráficos que os representam, se for escrito);
mesmo que as sentenças distintas da língua sejam em número infinito, cada sentença
* só pode ser representada como uma seqüência finita desses sons (ou letras).
Ao lingüista, que descreve qualquer uma das línguas naturais, cabe determinar quais
dessas seqüências finitas de elementos são sentenças e quais não são - isto significa
reconhecer o que se diz e o que não se diz naquela língua.
Chomsky acredita que tais propriedades são tão abstratas, complexas e específicas
que não poderiam ser aprendidas a partir do nada por uma criança em fase de aquisição
da linguagem. Para ele, essas propriedades são “conhecidas” da criança antes do seu
contato com qualquer língua natural e devem ser acionadas durante o processo de aquisição
da linguagem. Portanto, para Chomsky, a linguagem é uma capacidade inata e específica
da espécie humana – ou seja, é transmitida geneticamente e própria da espécie humana.
Desse modo, existem propriedades universais da linguagem, de acordo com
Chomsky e aqueles que partilham destas idéias. A teoria desenvolvida por eles, denominada
de gerativismo – tema que estudaremos mais detidamente nas próximas aulas - baseia-se
na rapidez espantosa com a qual as crianças aprendem línguas, pelos passos semelhantes
dados por todas as crianças quando estão a aprender línguas e pelo fato que as crianças
realizarem certos erros característicos quando aprendem sua língua-mãe, enquanto que
outros tipos de erros aparentemente lógicos nunca ocorrem. Isto sucede precisamente,
segundo Chomsky, porque as crianças estão a empregar um mecanismo puramente geral
(isto é, baseado em sua mente) e não específico (isto é, não baseado na língua que está
sendo aprendida).
Do mesmo modo Saussure – que separa língua (langue) da fala (parole), ou que é
lingüístico do que não é – enquanto Chomsky distingue competência de desempenho. A
competência lingüística é a porção do conhecimento do sistema lingüístico do falante que
lhe permite produzir o conjunto de sentenças de sua língua: é um conjunto de regras que o
falante construiu em sua mente pela aplicação de sua capacidade inata para a aquisição
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da linguagem aos dados lingüísticos que ouviu durante a sua infância. Já o desempenho
corresponde ao comportamento lingüístico, resultando não apenas da competência lingüística
do falante, mas também de fatores não lingüísticos, a exemplo de convenções sociais,
crenças, atitudes emocionais do falante em relação ao que diz, pressupostos sobre as
atitudes do interlocutor, etc., de um lado; e por outro, o funcionamento dos mecanismos
psicológicos e fisiológicos envolvidos na produção dos enunciados. Assim o desempenho
pressupõe a competência ao passo que a competência não pressupõe desempenho.
Observe que:
língua – sistema lingüístico socializado – de Saussure - aproxima a Lingüística
da Sociologia ou da Psicologia Social;
Uma história estava sendo contada... No final, as pessoas do grupo ficaram assim:
17
Quem de fato gostou da história? Quais as reações despertadas?
Aquisição da Linguagem
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3
abordagem de teoria cognitivista: que percebe a linguagem como
dependente e surgindo de princípios gerais e conceitos da cognição;
Você deve estar se perguntando: tantas abordagens tornam claro o que deve ou
como se processa a aquisição da linguagem? Bom a resposta é: não e sim. Como pode
ser??? NÃO, porque há muita discordância quanto a como considerar os fatos da aquisição,
uma vez que os próprios teóricos, pela suas diferentes orientações e também formação,
sentem dificuldade em concordar uns com os outros. Contudo, podemos dizer que SIM,
porque diferentes abordagens nos farão refletir sobre diversos enfoques possíveis para o
tema, com isso, aprenderemos um pouco mais.
Dentre estas abordagens, trataremos especificamente da teoria lingüística, visto
ser este o foco de nossa disciplina.
Chomsky’ chamou atenção para dois fatos fundamentais sobre a linguagem. Em
primeiro lugar, cada frase dita ou ouvida é uma nova combinação de palavras, que aparece
pela primeira vez na história do universo. Por isso, uma língua não pode ser um repertório
de respostas. Sugere, em sua teoria, que no cérebro uma “gramática prévia” que possibilita
ao falante construir um número infinito de frases a partir de uma lista finita de palavras. O
que é denominado de Gramática Universal.
A gramática universal consiste em subsistemas interagentes de princípios e regras
que são comuns à linguagem em gral. As linguagens particulares se caracterizam como
variáveis ao longo de determinados parâmetros, em termos dos modos nos quais os
princípios são acionados. (GERBER, p.57)
Em Stenberg (2000), Chomsky nos apresenta o seguinte exemplo: se um cientista
marciano observasse crianças numa comunidade de linguagem única, ele concluiria que a
linguagem é quase completamente inata. Esse exemplo nos leva transporta ao segundo
fato observado por Chomsky - o ritmo que as crianças adquirem palavras e o conhecimento
da gramática sem que tenham sido ensinadas -. Para ele, o desenvolvimento desta aquisição
é tão rápida que não pode ser explicado apenas pelos princípios da aprendizagem, pois
considera que há uma “pobreza de estímulo”. As crianças criam frases, que nunca ouviram
antes, e por isso mesmo não podem estar imitando. Além disso, muitos dos erros cometidos
por crianças pequenas resultam do excesso de generalização das regras gramaticais lógicas.
Naturalmente, esta teoria de Chomsky e seus seguidores, não é aceita por todos os
teóricos. A principal crítica a essa abordagem é a de que não considera as diferenças
individuais na aquisição da linguagem, porquanto não distinga raça, classe social,
inteligência ou conhecimento cultural.
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Fases do Desenvolvimento da Linguagem
Por que os bebês não nascem falando? Segundo Pinker (2002) citado
Introdução aos por Raposo e Vaz (2005), os bebês humanos nascem antes de seus cérebros
Estudos estarem completamente formados. Caso os seres humanos permanecessem
Lingüísticos na barriga da mãe por um período semelhante ao de outros primatas,
nasceriam aos dezoito meses, exatamente a idade na qual os bebês começam
a falar, portanto, nasceriam falando. Não é curioso??
O cérebro do bebê muda consideravelmente depois do nascimento. Nesse momento,
os neurônios já estão formados e já migraram para as suas posições no cérebro, mas o
tamanho da cabeça, o peso do cérebro e a espessura do córtex cerebral, onde se localizam
as sinapses, continuam a aumentar no primeiro ano de vida. Conexões a longa distância
não se completam antes do nono mês e a bainha de mielina continua se adensando durante
toda a infância. As sinapses aumentam significativamente entre o nono e o vigésimo quarto
mês, a ponto de terem 50% a mais de sinapses que os adultos. A atividade metabólica
atinge níveis adultos entre o nono e o décimo mês, mas continuam aumentando até os
quatro anos. O cérebro também perde material neural nessa fase. Um enorme número de
neurônios morre ainda na barriga da mãe, essa perda continua nos dois primeiros anos e
só se estabiliza aos sete anos. As sinapses também diminuem a partir dos dois anos até a
adolescência quando a atividade metabólica se equilibra com a do adulto. Dessa forma,
pode ser que a aquisição da linguagem dependa da maturação cerebral e que as fases de
balbucio, primeiras palavras e aquisição de gramática exijam níveis mínimos de tamanho
cerebral, de conexões a longa distância e de sinapses, particularmente nas regiões
responsáveis pela linguagem. (PINKER, 2002; apud RAPOSO E VAZ, 2005)
*
Veja, na página seguinte, a síntese do desenvolvimento da linguagem apresentada
por Schirmer, Fontoura e Nunes (2004).
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RECEPTIVO IDADE EXPRESSIVO
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As mesmas autoras nos dizem que o processo de aquisição da
linguagem envolve o desenvolvimento de quatro sistemas interdependentes:
o pragmático, que se refere ao uso comunicativo da linguagem num contexto
social; o fonológico, envolvendo a percepção e a produção de sons para
Introdução aos
formar palavras; o semântico, respeitando as palavras e seu significado; e o
Estudos gramatical, compreendendo as regras sintáticas e morfológicas para combinar
Lingüísticos palavras em frases compreensíveis.
Atividades
Complementares
1. Nesta semana começamos a ter contato com uma nova disciplina – a Lingüística –
ainda estamos dando os primeiros passos, mas já foi possível perceber qual a importância
deste estudo para os profissionais das Letras – ou seja – Nós! Então, a partir deste
conteúdo, elabore um texto analisando o papel da Lingüística na formação do professor da
área de Letras.
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2. Leia atentamente o texto abaixo, trata-se de uma cantiga de cordel:
A Linguagem e a Língua
(Por Domingos Oliveira Medeiros)
A língua muscular
O órgão alongado
Que fica bem situado
A língua pra degustar
....................................
E para deglutinar
A língua que se fala
A língua que se cala
Com ela se escreve
Com ela ninguém se atreve
Chupar somente uma bala
....................................
A língua que é falada
A língua que é escrita
A língua que é prescrita
A língua que é molhada
A língua que é colada
No selo daquela carta
A língua de quem se farta
Lá vai levando a mensagem
Por toda aquela passagem
A língua que se descarta
...........................................
Linguagem é expressão
Cultura de um povo
O velho e o novo
O verbo e a razão
Palavra e palavrão
A língua articular
O modo de se falar
A língua do que é dito
E pra guardar eu repito
Para se comunicar
Observe que o poeta faz algumas considerações sobre a língua, a linguagem e a fala.
Identifique os conceitos presentes e, à luz dos nossos estudos, explique-os!
23
PRINCÍPIOS GERAIS DA LINGUAGEM
Introdução aos
Estudos A partir de agora, iniciaremos nossos estudos sobre alguns conceitos
Lingüísticos mais específicos da Lingüística.
R–O–S–A
Significante Significado
É importante destacar que o signo não é uma “coisa e uma palavra”, mas um conceito
e uma imagem acústica. Esta imagem sonora é algo mental, visto que é possível a uma
pessoa falar consigo própria sem mover os lábios. Mas, em geral, as imagens sonoras são
usadas para produzir uma elocução.
Para ilustrar o conceito de signo:
SIGNO
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Para definir a relação de que a língua e pensamento são indissociáveis, Saussure
criou uma analogia com a folha de papel: se rasgarmos o papel, afetamos ambos os lados
da folha – verso e anverso. Podemos ampliar este exemplo também para os componentes
do signo, o significado e o significante. A língua, para Saussure, é a expressão do pensamento
que, sem ela, é uma “massa amorfa e indistinta”. A expressão não se dá diretamente do
pensamento aos sons: ela é mediada pela língua, que é um sistema de signos.
É nesta relação que se estabelece no sistema que os signos adquirem seu valor,
que significam. A língua não é um sistema de signos justapostos, mas uma rede de signos
que se relacionam e, assim, significam.
Para melhor compreender esta relação, Saussure estabeleceu dois princípios: o da
arbitrariedade dos signos e o caráter linear dos significantes.
Vamos a eles:
1 Por que os signos são arbitrários? Será que ao pensar em rosa poderíamos
criar outra seqüência de sons que não a /r/-/o/-/s/-/a/ que lhe serve de significante?
A resposta será não, se considerarmos que a língua é um conjunto de convenções
– e realmente precisa ser assim – adotada por uma comunidade lingüística para
se comunicar. Entretanto, em outras línguas tal idéia pode ser representada por
outros significantes, rose (inglês) por exemplo.
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provocada pelo tempo sobre a língua consiste fundamentalmente num desvio
na relação entre significante e significado.
O próprio Saussure, através de uma analogia com o jogo de xadrez se
encarrega de ilustrar, o que, a princípio pode parecer uma contradição. Ele
Introdução aos
nos diz que se substituirmos as peças de madeira por peças de marfim, a
Estudos troca não fará nenhuma diferença. Entretanto, se diminuirmos ou aumentarmos
Lingüísticos o número de peças, essa mudança, com certeza, afetará a “gramática do
xadrez”...
Vimos que a língua não é estática, muito pelo contrário, é um mecanismo dinâmico
em constante transformação. Como elemento essencial para os estudos lingüísticos, ela
pode ser estudada sob três pontos de vista:
Você percebeu que estes três pontos de vista têm relação com o tempo?
Vamos dar os nomes a cada um destes enfoques.
Convém destacar que o estudo anacrônico, por se deter no modo de ser dos fatos, é
atemporal, pois tanto pode referir-se ao passado, ao presente ou mesmo predizer o que
acontecerá no futuro. Diz-se, assim, que este ponto de vista examina o mecanismo lingüístico
como potencial, enquanto conjunto de possibilidades ou como uma máquina lógica.
Os enfoques sincrônicos e diacrônicos, apesar das características distintas, não
devem ser considerados como estanques. Na verdade, completam-se, visto que a língua
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não é estática e, desse modo, não é uma realidade sincrônica. A sincronia é, então, uma
operação abstrativa e, de certa forma, redutora. Nesse sentido, precisa ser completada
pela visão diacrônica. Por outro lado, a sincronia vê a língua como um jogo de relações num
conjunto coerente e regular.
Veja um exemplo, apresentado por Borba (2003, p.72), que esclarece estes conceitos:
Sincronicamente o plural dos nomes (substantivos e adjetivos) funciona assim:
um dois lápis
o os alferes
este estes ourives
27
Variação Lingüística
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Variação Diastrática ou Socioculturais
Conforme vimos nas demais variações, a língua varia em várias dimensões em função
das circunstâncias específicas em que se realiza o ato de fala, conforme o canal utilizado na
comunicação, conforme o grau de intimidade existente entre os interlocutores, conforme o
assunto tratado, o local em que ocorre a interação. Assim é que diferentes recursos da
língua são mobilizados segundo as circunstâncias em que o falante esteja se comunicando,
oralmente ou por escrito, conforme a situação de fala permita um estilo mais informal ou
exija uma linguagem mais formal. É disso que trata a variação estilística ou diafásica.
Considerando, ainda, que a variação estilística é uma realidade da qual os falantes
não podem escapar, o desempenho dos falantes em situações de diferentes graus de
formalidade, permite a observação de diferenças na norma culta, em correspondência a
diferentes graus de formalidade na elocução. Deve-se observar, ainda, que, considerando-
se que os falantes não escrevem como falam, a norma culta se desdobra em uma modalidade
oral e uma modalidade escrita.
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Na variação diafásica, pode-se estabelecer a hipótese de que o mesmo
falante use as formas “andar” ou “andá”, “fazer” ou “fazê”, apagando parte de
palavras quando está numa situação de bastante informalidade (por exemplo,
numa conversa familiar), diferentemente do que muito provavelmente faria
Introdução aos
numa situação de maior formalidade - como em uma apresentação. (FIORIN,
Estudos 2002).
Lingüísticos
Em síntese...
síntese...
Variação ou variantes lingüísticos são as variações que
uma língua apresenta de acordo com as condições sociais,
culturais, regionais e históricas em que é utilizada.
Para entender um pouco mais este tema, vamos falar agora sobre os dialetos.
Segundo Halliday (1974) apud Preti (1997), “um dialeto é uma variedade de uma
língua diferenciada de acordo com o usuário: grupos diferentes de pessoas no interior da
comunidade lingüística falam diferentes dialetos.”
Desse modo, é possível que ocorram em qualquer área geográfica (embora sejam
mais freqüentes na linguagem urbana), identificar e descrever um sistema de variedades
sócio-culturais da linguagem a qual se denomina – dialetos sociais.
Não se pode esperar que os dialetos sociais sejam tão claramente distintos, como
os regionais, por exemplo, mas duas variáveis podem ser apresentadas, pois convivem
numa mesma comunidade, cada uma desempenhando especificamente o seu papel –
fenômeno conhecido por diglosia.
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Estamos nos referindo ao uso da linguagem culta ou padrão e uma linguagem popular
ou subpadrão. A primeira traz maior prestígio para os seus falantes e , normalmente, é
utilizada em situações de maior formalidade; a segunda, por sua vez, de menor prestígio, é
utilizada nas situações coloquiais, de menor formalidade.
Função Dialeto
culto popular
aula universitária, conferências, sermões X -
conversa entre amigos ou em família - X
discursos políticos X -
programas culturais e noticiários de TV ou rádio X -
programas de auditório da TV - X
novelas de rádio e TV - X
comunicações científicas X -
entrevistas com intelectuais a propósito de temas científicos / artísticos X -
irradiação de futebol e outros esportes - X
expressão de estados emocionais, confissões, anedotas, narrativas - X
{
padrão lingüístico;
maior prestígio;
situações mais formais;
falantes cultos;
CULTO
CULT literatura e linguagem escrita;
DIALETOS SOCIAS
{
subpadrão lingüístico;
menor prestígio;
situações menos formais;
falantes do povo menos culto;
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Sendo que o nível intermediário ou comum seria um meio-termo entre
o nível culto e popular, cabe observar que essas subdivisões não são perfeitas
quando didaticamente estudadas, pois não é tão simples traçar um limite entre
os níveis. Ficam alguns questionamentos para reflexão: Em sua fala, onde
Introdução aos
começa ou termina o nível popular? Até onde vai o nível culto? Viu como não é
Estudos tão simples?
Lingüísticos
Gíria e Jargão
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Atividades
Complementares
1. Leia atentamente o texto abaixo. Trata-se de uma música cantada por Zeca Baleiro,
um poeta/compositor maranhense, que, de forma divertida e bem humorada, nos apresenta
a oposição de duas forças: Deus e o diabo.
b) Identifique os dialetos sociais utilizados. Para isso, identifique a qual grupo social pode
ser associado as palavras ou expressões como:
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2.
Suponha que você seja um criador de campanhas publicitárias e que
tenha sido contratado por uma indústria de perfumes para produzir os textos
de propaganda de uma nova linha masculina. Levando em conta as
Introdução aos características próprias da linguagem de cada grupo social, escreva um
Estudos pequeno texto dirigido a cada um dos seguintes tipos de público consumidor
Lingüísticos do produto:
I II.
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PERSPECTIVA DO ENFOQUE LINGÜÍSTICO
“O ensino de língua na escola é a única disciplina em que existe
disputa entre duas perspectivas distintas, dois modos diferentes de
encarar o fenômeno da linguagem: a doutrina gramatical tradicional,
surgida no mundo helenístico no século III a.C. e a lingüística moderna,
que se firmou como ciência autônoma no final do século XIX e início
do século XX.” Marcos Bagno
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Sócrates, Aristóteles e Platão
Nesta época, a língua não era uma preocupação independente,
Introdução aos encontrando-se esparsa na obra de cada pensador do período. As
Estudos reflexões sobre a língua eram feitas a partir de um cunho filosófico. Platão
discute a origem das línguas escrevendo um diálogo (Crátilo) dedicado à
Lingüísticos
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origem da língua: “todo enunciado tem dois elementos principais: um tema
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12345678901234567 e uma rema” (rema – aquilo que se fala sobre o tema) – ou seja, cria-se aí
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Pré-socrático
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12345678901234567 a divisão da oração em um elemento nominal e um elemento verbal,
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Período
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12345678901234567 estabelecendo-se, conseqüentemente, as classes do nome e do verbo.
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12345678901234567 Platão lança três classes gramaticais: substantivo, verbo e o adjetivo.
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1
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12345678901234567 Aristóteles acrescentou a estas duas classes as conjunções – que as
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12345678901234567 considerava como um elemento de ligação, não as distinguia, assim, das
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12345678901234567 preposições, artigos e pronomes.
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12345678901234567 Os estóicos consideravam que o homem tinha uma mente em
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12345678901234567 branco que ia sendo escrita com as experiências durante a vida – estas
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12345678901234567 experiências eram traduzidas a partir da língua. Trataram da pronúncia, da
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12345678901234567 etimologia e das classes de palavras e paradigmas flexionais
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12345678901234567 (separadamente) privilegiando o estudo gramatical, mas, ainda, sem estar
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12345678901234567 interessado na língua em si mesma, pois, como filósofos, estudavam a
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12345678901234567 língua como expressão do pensamento e dos sentimentos.
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12345678901234567 Os estóicos foram os que mais se ocuparam com os estudos da
dos Estóicos
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dos estóicos
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12345678901234567 gramática. Embora os escritos dos primeiros estóicos sobre gramática
Período
Período
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12345678901234567 se tenham perdido, ficaram, todavia,alguns dos seus resultados conhecidos
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12345678901234567 por informações de terceiros. A gramática dos estóicos oferece quatro
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12345678901234567 classes das palavras: nome, verbo, conjunção, artigo. Nesta classificação
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12345678901234567 os adjetivos são citados entre os nomes. Dividindo posteriormente entre
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12345678901234567 nomes próprios e comuns, passaram os estóicos a referir-se a cinco
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12345678901234567 classes de palavras. Introduziram também a distinção entre caso reto, - o
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12345678901234567 nominativo, - e os casos oblíquos, - acusativo, genitivo, dativo. O nominativo
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12345678901234567 seria a forma primeira; os demais, dele derivados. Classificaram os verbos
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12345678901234567 em passivos e ativos, e assim também em transitivos e neutros
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12345678901234567 (intransitivos). Distinguiram entre aspectos concluso e inconcluso do verbo.
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12345678901234567 Deixaram os estóicos de inserir nos casos (como fizera Aristóteles) a
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12345678901234567 distinção do verbo em presente, passado e futuro.
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12345678901234567 Assim denominados por se referirem aos sábios da Alexandria.
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12345678901234567 Destacaram-se nestes período:
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12345678901234567 Dionísio da Trácia (séc. II a.C.) produziu a mais antiga das gramáticas
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dos Alexandrinos
12345678901234567 gregas que se tem notícia. Nela, descreveu duas unidades básicas: a
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12345678901234567 sentença (logos) e o vocábulo (lexis). Cuidou principalmente dos vocábulos,
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Período
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12345678901234567 que são “partes do discurso” (meros lógou), arrolando ao todo oito classes:
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12345678901234567 artigo, nome, verbo , princípio, pronome, advérbio e conjugação.Três séculos
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12345678901234567 mais tarde, Apolônio Díscolo completará os estudos de Dionísio com o
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12345678901234567 desenvolvimento da sintaxe, mostrando na oração a binaridade - nome –
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verbo - , e ainda apontando as relações de concordância destas duas classes
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12345678901234567 entre si e com as demais. Ainda que não alcançando uma gramática plena,
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os trabalhos de Dionísio daTrácia e Apolônio Díscolo integram ainda hoje o
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12345678901234567 sistema que se apresenta como sendo o da língua padrão.
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Você percebeu por que a gramática é chamada de Tradicional?
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língua. Os elementos da língua fazem parte da GU, já a forma e ordem de
como esses elementos são organizados na linguagem fazem parte da GP.
O Estruturalismo e o Gerativismo integram a tradição formalista. Ambas
Introdução aos as perspectivas não fazem indagações sobre a criação das estruturas numa
dada situação social. Os dois modelos se distinguem na medida em que o
Estudos Estruturalismo postula a língua como uma estrutura composta de diferentes
Lingüísticos construções, enquanto que o Gerativismo se prende à forma como a linguagem
é adquirida.O Funcionalismo surge após a II Guerra Mundial através dos
membros da Escola de Praga, com destaque para Roman Jakobson e Nikolaj
Trubetzkoy. Caracteriza-se pela crença de que a estrutura
fonológica, gramatical e semântica das línguas é determinada
pelas funções que têm que exercer nas sociedades em que
operam. Não têm uma gramática, pois entendem que a função
principal da língua é a comunicação. Desse modo, a língua é
utilizada como interação social, cujo correlato psicológico é a
competência comunicativa. A partir do funcionalismo surgem os
estudos sobre a gramaticalização.
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123456789012345678901234 Estuda a língua em uso, o desempenho lingüístico; levando em consideração
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Gramática
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123456789012345678901234 as necessidades do falante no momento da comunicação. Aponta-se como falha
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Funcional
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123456789012345678901234 o estudo preferencial pela língua falada em diferentes contextos.
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Parte da teoria lingüística elaborada por Chomsky e pelos lingüistas do
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Gramática Massachusssets Institute of Technolonogy entre 1960 e 1965. Chomsky define
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123456789012345678901234 uma teoria capaz de dar conta da criatividade do falante e sua capacidade de
Gerativa
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123456789012345678901234 emitir e de compreender frases inéditas. Nessa perspectiva, a gramática é um
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123456789012345678901234 mecanismo finito que permite gerar um conjunto infinito de frases de uma língua.
123456789012345678901234
Fonética e Fonologia
A Fonética é a ciência que apresenta os métodos para descrição, classificação e
transcrição dos sons da fala, principalmente aqueles sons utilizados na linguagem humana.
(SILVA, 1999, p. 23).
corrente de ar;
obstáculo à corrente de ar;
caixa de ressonância.
39
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Você sabia ?
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Introdução aos 123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789
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Que para produzir a fala utilizamos órgãos que não têm como
Estudos 123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789
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123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789
função primária a articulação dos sons? Este fato é bastante curioso,
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789
Lingüísticos 123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789
pois em nosso corpo nenhum dos nossos órgãos são específicos para a
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789
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fala: respiramos, mastigamos, protegemos o nosso pulmão...
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123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789
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1. Traquéia
2. Laringe
3. Glote (cordas vocais)
4. Faringe
5. Cavidade bucal
6. Cavidade nasal
7. Véu palatino ou Palato mole
8. Maxilares (dentes)
9. Língua
10. Lábios
11. Palato duro (céu da boca)
Fonte: Silva, 1999.
40
Para produzir a fala, é preciso inicialmente expirar, os pulmões libertam o ar que
passa pelos brônquios para entrar na traquéia(1) e chegar à laringe(2). Na laringe, o ar
encontra o seu primeiro obstáculo: a glote
(3) (ou pomo-de-adão), mais conhecida
como cordas vocais.
As cordas vocais se assemelham
a duas pregas musculares. Podem estar
fechadas ou abertas: se estiverem
abertas, o ar passa sem real obstáculo,
dando origem a um som surdo; se
estiverem fechadas, o ar força a
passagem fazendo as pregas musculares
vibrar, o que dá origem a um som sonoro.
Depois de sair da laringe (2), o ar
entra na faringe (4) onde encontra uma
encruzilhada: primeiro a entrada para a
boca (5) e depois para as fossas nasais
(6). No meio está o véu palatino (7) que
permite que o ar passe livremente pelas
duas cavidades, originando um som nasal;
ou que impede a passagem pela cavidade nasal, obrigando o ar a passar apenas pela
cavidade bucal - resultando num som oral.
EXPERIMENTE
Em seguida, o ar está na cavidade bucal (a boca) que funciona como uma caixa de
ressonância onde, usando os maxilares (8), as bochechas e, especialmente, a língua (9) e
os lábios(10), podem modular-se uma infinidade de sons.
EXPERIMENTE
41
1.
Vogais: são sons da fala humana produzidos por um fluxo de ar
contínuo, acompanhado de vibração das cordas vocais. Na língua portuguesa
brasileira usamos 13 vogais, representadas nos quadros abaixo :
Introdução aos
Estudos
Lingüísticos
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12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567
12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567 12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567
12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567
12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567
Vogais Orais
12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567 Vogais Nasais
12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567
12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567
Representação TOP (Transcrição Orientada para o Português) entre barras e representação TIPA (Transcrição
da International Phonetic Association) entre colchetes.
42
2.
Consoantes: sons modificados por qualquer um dos órgãos da cavidade bucal e
que se pronunciam numa só emissão de voz. Na língua portuguesa brasileira usamos 19
consoantes, representadas na tabela abaixo. Observe que estão classificadas pelas suas
características de produção no aparelho fonador.
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12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345
12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345
Papel da cavidade
12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345
Oral Nasal
12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345
12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345
nasal
Constritiva
Modo de
Oclusiva Lateral Oclusiva
articulação Fricativa Vibrante
aproximante
Papel das cordas Surda Sonora Surda Sonora Sonora Sonora Sonora
vocais
43
Você observou que a classificação das consoantes ocorre mediante a
análise de quatro critérios: intervenção das cavidades nasal e bucal, o
lugar de articulação, o modo de articulação e a intervenção das cordas
Introdução aos
vocais? Observe a síntese abaixo:
Estudos
Lingüísticos
* modo de articulação:
a) oclusivas - corrente de ar encontra na boca obstáculo total - p, b, t, d,
c(=k) e q, g (=guê);
b) constritivas - corrente de ar encontra obstáculo parcial na boca - f, v, s, z, x,
j, l, lh, r, rr. Elas subdividem-se em: fricativas - f, v, s, z, x, j / laterais - l, lh /
vibrantes - r, rr.
ponto de articulação:
* a) bilabiais - p, b, m;
b) labiodentais - f, v;
c) linguodentais - t, d, n;
d) alveolares - s, z, l, r;
e) palatais - x, j, lh, nh;
f) velares - c(=k), qu, g (=guê), rr.
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1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012
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[ j ] Como em “praia”
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012
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[ w ] Como em “pau”
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012
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44
Alfabeto Fonético Internacional
A Fonologia
Segundo Dubois (1978, p.284), Fonologia é a ciência que estuda os sons da língua
do ponto de vista de sua função no sistema de comunicação lingüística. Ela estuda os
elementos fônicos que distinguem, numa mesma língua, duas mensagens de sentidos
diferentes – pares mínimos (bala/mala), diferença de posição do acento (sábio, sábia, sabiá).-
e aqueles que permitem reconhecer uma mensagem igual através de realizações individuais
diferentes – voz diferente, pronúncia diferente,... ) Daí a grande confusão que durante muito
tempo se fez com o estudo da Fonética , que estuda o som em sua materialidade,
independente de sua função na comunicação.
Domínios da Fonologia
Conceitos básicos
1234567890123456789012345678901212345
1234567890123456789012345678901212345
1234567890123456789012345678901212345
1234567890123456789012345678901212345
1234567890123456789012345678901212345
1234567890123456789012345678901212345
FONEMA:
1234567890123456789012345678901212345
1234567890123456789012345678901212345
1234567890123456789012345678901212345
1234567890123456789012345678901212345
é a menor unidade sonora e
distintiva de uma língua. Os fonemas
dividem-se em vogais, semivogais e
consoantes. Convém reforçar que o
12345678901234567890123456789012123
12345678901234567890123456789012123
12345678901234567890123456789012123 fonema é uma realidade acústica.
12345678901234567890123456789012123
12345678901234567890123456789012123
12345678901234567890123456789012123
LETRA:
12345678901234567890123456789012123
12345678901234567890123456789012123
12345678901234567890123456789012123
12345678901234567890123456789012123
é o sinal gráfico que, na escrita,
representa o fonema. A letra é uma
realidade gráfico-visual do fonema.
45
Observe que:
12345
12345
12345
12345
A
12345 uma mesma letra pode representar fonemas diferentes. É o que
12345
ocorre com a letra “x” em palavras como sexo (x = ks), feixe (x =
Introdução aos
ch), exato (x = z) e próximo (x = ss).
Estudos 123456
123456
123456
Lingüísticos 123456
B
123456
123456 um mesmo fonema pode ser representado por letras diferentes.
É o que ocorre em flecha (ch = x) e lixo (x = ch).
12345
12345
12345
12345
C uma única letra pode representar dois fonemas. A esse fenômeno, chama-se
12345
dífono. Exemplo: táxi (lê-se “táksi” – x = ks).
123456
123456
123456
123456
D
123456
123456 duas letras podem representar um único fonema. A esse fenômeno, chama-se
dígrafo. Exemplo: chave (lê-se “xávi” – ch = x).
12345678901234567890123456789012123456789012345
12345678901234567890123456789012123456789012345
12345678901234567890123456789012123456789012345
12345678901234567890123456789012123456789012345
12345678901234567890123456789012123456789012345
12345678901234567890123456789012123456789012345
PARES MÍNIMOS:
12345678901234567890123456789012123456789012345
12345678901234567890123456789012123456789012345
12345678901234567890123456789012123456789012345
Qual a diferença em faca e vaca?
12345678901234567890123456789012123456789012345
12345678901234567890123456789012123456789012345
12345678901234567890123456789012123456789012345
12345678901234567890123456789012123456789012345
12345678901234567890123456789012123456789012345
12345678901234567890123456789012123456789012345
12345678901234567890123456789012123456789012345
TRAÇOS DISTINTIVOS:
12345678901234567890123456789012123456789012345
12345678901234567890123456789012123456789012345
12345678901234567890123456789012123456789012345
12345678901234567890123456789012123456789012345
12345678901234567890123456789012123456789012345
Um único som pode ser
percebido como um elemento composto
de elementos menores, que serão
efetivamente os menores elementos da
cadeia falada. Esses traços são os
chamados traços distintivos, os quais
podem ser tanto articulatórios quanto
acústicos. A denominação traço distintivo
ressalta o fato de que nem todas as
características que diferenciam os sons
são utilizadas nessa classificação, mas
apenas aquelas que podem ter um papel
distintivo no interior dos sistemas
fonológicos das línguas naturais.
46
[ ] [ ]
+ consoante + consoante
b p
+ oral + oral
+oclusiva +oclusiva
+ bilabial + bilabial
+ sonora + surda
[ ] [ ]
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456
U va + vogal
+ fechada
U
m ito + vogal
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456
+ fechada
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456
+ posterior + posterior
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456
[u ] + oral ~]
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456
[u
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456
+ nasal
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456
+ arredondada + arredondada
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456
Esta distinção pode ser feita com todos os fonemas em qualquer língua.
Atenção:
Maneiras de inserir os caracteres do alfabeto fonético em textos:
A Fonética é a disciplina que toma a fala como seu domínio central e que estuda as
particularidades dos fonemas, ou seja, os sons propriamente ditos; enquanto a Fonologia
estuda o comportamento dos fonemas de uma língua, tomando-os como unidades sonoras
capazes de criar diferença de significados.
47
Atividades
Complementares
Introdução aos
Estudos
Lingüísticos
Símbolo
Descrição Exemplos
Fonético
[a]
[ ]
[ ]
[e ]
[ ]
[ ]
[o]
[ i ]
[u]
2. Assim como fizemos com as vogais, vamos exercitar a escrita das consoantes.
Preencha o quadro na página seguinte: (exercício para ser feito em aula).
48
12345678901234561234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012345678901234567890123456789012123456789012
1234567890123456
123456789012345612345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890
12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890 12345678901234567890123456789012123456789012
12345678901234567890123456789012123456789012
1234567890123456 Exemplo
12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890 Transcrição
12345678901234567890123456789012123456789012
Símbolo
1234567890123456 Classificação
12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890 12345678901234567890123456789012123456789012
12345678901234561234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012345678901234567890123456789012123456789012
1234567890123456 ortográfico 12345678901234567890123456789012123456789012
12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890 fonética
[b ] ambos
[ ] boi
[d ] andar
[ ] espada
[g ] frango
[ ] agrado
[p] pata
[t] atado
[t ] chave, tchau
[K] porco
[m ] arma
[n ] cano
[ ] vinha
[ l ] calo
[ ] mel
[ ] alho
[r ] caro
[R ] carro
[f ] faca
[v] vaca
[s ] posso
[z ] casa
acho
[ ] genro
49
3. Descreva os traços fonéticos dos sons abaixo:
Introdução aos
Estudos
a) / t /
[ ]
Lingüísticos b) / /
[ ]
c) / [s /
[ ]
d) / z /
[ ]
NÍVEIS DE ESTRUTURAÇÃO DA LÍNGUA
Neologismo
Beijo pouco, falo menos ainda.
Mas invento palavras
Que traduzem a ternura mais funda
E mais cotidiana.
Inventei, por exemplo, a verbo teadorar.
Intransitivo:
Teadoro, Teodora.
Manuel Bandeira
Morfologia
50
cantores, cantoria, cantante. Embora estas novas palavras sejam formas diversas do mesmo
lexema, visto que têm outros significados, ou seja, passaram a ser um novo lexema. Observe
que dois distintos processos foram usados para o nosso exemplo: a flexão e a derivação.
Assim, a flexão é estudada pela Morfologia Flexional e a derivação pela Morfologia
Lexical, campos da Morfologia.
Morfema zero
51
1234567890123456789012345678901212345
1234567890123456789012345678901212345
1234567890123456789012345678901212345
1234567890123456789012345678901212345
1234567890123456789012345678901212345
1234567890123456789012345678901212345
ENO
1234567890123456789012345678901212345
1234567890123456789012345678901212345
1234567890123456789012345678901212345
1234567890123456789012345678901212345
EIRO
1234567890123456789012345678901212345
1234567890123456789012345678901212345
TERR -
1234567890123456789012345678901212345
1234567890123456789012345678901212345
INHA
1234567890123456789012345678901212345
Introdução aos 1234567890123456789012345678901212345
1234567890123456789012345678901212345
1234567890123456789012345678901212345
ESTRE
1234567890123456789012345678901212345
Estudos 1234567890123456789012345678901212345
Lingüísticos
Quantos outras palavras podemos formar?
afixos: são partículas que se anexam ao radical para formar outras palavras. Este
processo é denominado afixação:
- prefixos: afixo colocados antes do radical. Ex.: desleal, ilegal
- sufixos: afixo depois do radical. Ex.: folhagem, legalmente
- infixos: afixos representados por vogais ou consoantes de ligação que entram na
formação das palavras para facilitar a pronúncia. Existem em algumas palavras por
necessidade fonética.Os infixos não são significativos, não sendo considerados morfemas.
Ex.: café-cafeteira, capim-capinzal, gás-gasômetro.
vogal temática (VT): se junta ao radical para receber outros elementos. Fica entre
dois morfemas. Existe vogal temática em verbos e nomes. Ex.: beber, rosa, sala
- nos verbos, a VT indica a conjugação a que pertencem ( 1ª , 2ª ou 3ª ).
Ex.: amAr, bebEr, e partIr
desinências: são morfemas colocados no final das palavras para indicar flexões
verbais ou nominais.
- nominais: indicam gênero e número de nomes ( substantivos, adjetivos,
pronomes, numerais ). Ex.: casa - casas, gato - gata
- verbais: indicam número, pessoa, tempo e modo dos verbos. Existem dois tipos
de desinências verbais: desinências modo-temporal (DMT) e desinências número-[
pessoal (DNP). Ex.: Nós corremos, se eles corressem (DNP); se nós corrêssemos,
tu correras (DMT)
Processos Morfológicos
52
b) derivação sufixal : formar palavras no qual um sufixo ou mais são acrescentados
à palavra primitiva. Ex.: realmente
a) justaposição: ocorre quando duas ou mais palavras se unem sem que ocorra
alteração de suas formas ou acentuação primitivas.
Ex.: guarda-chuva, segunda-feira, passatempo.
53
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Queridos alunos, fizemos uma breve explanação
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quanto aos conteúdos de Morfologia, passaremos, agora,
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a estudar um conteúdo que nem sempre os alunos gostam,
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Introdução aos 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234
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mas que é muito importante para os professores da área
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Estudos 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234
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de Letras: sintaxe. Saliento que não se trata de um “bicho-
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Lingüísticos 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234
papão” e, mais uma vez, é muito importante. Aliás, todos
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os conteúdos tratados aqui têm relevância para a nossa
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área e atuação profissional.
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Sintaxe
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• Frase: unidade de texto que numa situação de comunicação é capaz de transmitir
um pensamento completo.
Para estudar sintaxe, é preciso (re) conhecer estas unidades formais. o período, a
frase e a oração. O período é a unidade superior e se compõe por frases. Estas, por sua
vez, podem se constituir em orações. Para analisarmos as orações precisamos reconhecer
os sintagmas, que são as unidades inferiores do nível sintático. Convém relembrar aquela
frase célebre: “toda oração é uma frase, mas nem toda frase é uma oração.. .”
Observe o exemplo:
Percebemos que o período é composto por frases e as frases são compostas por
sintagmas. Este princípio é o nosso ponto de partida, válido para todos os enunciados,
tirando de lado apenas os casos em que acontece encaixe.
Saiba Mais...
Mais...
Você sa be o que é um sinta
sabe gma?
sintagma?
É uma seqüência de palavras que constituem uma unidade; é
uma associação de elementos compostos num conjunto, organizado
num todo, funcionando conjuntamente; é a combinação ou a reunião
de vários elementos numa organização numa unidade.
55
Observe que todas as categorias gramaticais dos elementos
constituintes da sentença serão representados na estrutura –P (período)
através das projeções das propriedades do item, descritas no léxico. Os itens
lexicais classificam-se em diferentes categorias gramaticais, dependendo de
Introdução aos
sua distribuição na sentença. As categorias gramaticais ou lexicais são nome
Estudos (N), verbo (V), adjetivo(A), preposição(P) e advérbio(Adv), que por sua vez
Lingüísticos agrupam-se em categorias frasais ou sintagmáticas que determinam os
diferentes níveis da estruturação da sentença. Todas essas categorias
sintagmáticas têm como núcleo uma categoria lexical e são projeções do núcleo. Assim,
um sintagma nominal (SN) é a projeção de N, um sintagma verbal (SV) é projeção de V, um
sintagma adjetival (SA) é projeção de A, um sintagma preposicional (SP) é projeção de P e
um sintagma adverbial (S Adv) é projeção de Adv.
56
O sintagma verbal (SV) tem, obrigatoriamente, um V no núcleo. Os verbos podem ter
complementos e modificadores. Observe os exemplos abaixo:
57
muito orgulhoso do seu trabalho
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SA
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Introdução aos 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234
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Estudos 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234
Det A SP
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Lingüísticos 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234
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muito orgulhoso do seu trabalho
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prejudicialmente à saúde
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prejudicialmente saúde
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58
#
[ Agora é hora de
TRABALHAR ]
E então, já está craque na análise dos sintagmas? Posso deixar por sua conta a
análise dos próximos exemplos? (Para ser feito em sala)
59
A Semântica e o Léxico. A Lexicologia e o Dicionário
Introdução aos
Estudos
Lingüísticos
“ Ai, palavras, ai, palavras,
que estranha potência a vossa!
Todo o sentido da vida
principia à vossa porta;
o mel do amor cristaliza
seu perfume em vossa rosa;
sois o sonho e sois a audácia,
”
calúnia, fúria, derrota...
Cecília Meireles
SEMÂNTICA
As formas lingüísticas são símbolos e valem pelo que significam. Como vimos
anteriormente, são ruídos bucais, mas ruídos significantes. É a constante referência mental
de uma forma a determinado significado que a eleva a “componente” de uma língua. Não há
nenhuma relação entre o semantema (ou lexema ou morfema lexical – unidade léxica,
que compõe o léxico), conforme vimos na definição de significante e significado.
60
O que estuda a Semântica?
A ambigüidade também pode se originar do fato da frase ter uma estrutura sintática
suscetível de várias interpretações. Assim, na frase a seguir há duas interpretações:
Todas essas palavras representam a mesma idéia: lugar onde se mora. Logo, trata-
se de uma família de idéias.
61
4 Homonímia é a relação entre duas ou mais palavras que, apesar
de possuírem significados diferentes, possuem a mesma estrutura fonológica
– são os HOMÔNIMOS. Estas podem ser:
Introdução aos
123
Estudos 123
123Homógrafas heterofônicas (ou homógrafas): são as palavras
Lingüísticos iguais na escrita e diferentes na pronúncia.
Ex.: gosto (substantivo) - gosto (1ª pess.sing. pres. ind. - verbo gostar)
Conserto (substantivo) - conserto (1ª pess.sing. pres. ind. - verbo consertar)
123
123
123
Homófonas heterográficas (ou homófonas): são as palavras iguais na pronúncia
e diferentes na escrita.
Ex.: cela (substantivo) - sela (verbo)
Cessão (substantivo) - sessão (substantivo)
Cerrar (verbo) - serrar (verbo)
123
123
123 Homófonas homográficas (ou homônimos perfeitos): são as palavras iguais
na pronúncia e na escrita.
Ex.: cura (verbo) - cura (substantivo)
Verão (verbo) - verão (substantivo)
Cedo (verbo ) - cedo (advérbio)
6
Polissemia é a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar vários
significados. Perini, em sua Gramática Descritiva do Português, descreve a polissemia
como uma propriedade essencial à sobrevivência de uma língua. Ele nos diz que “a
polissemia é uma propriedade fundamental das línguas humanas, que sem ela não poderiam
funcionar eficientemente. Seria impraticável dar um nome separado a cada “coisa”, incluindo
aquelas que nunca vimos. Ao nos depararmos com um objeto nunca visto antes - digamos
um novo modelo de bicicleta - ficaríamos sem recursos para denominá-lo. Mas não é assim
que a linguagem e a mente trabalham. Ao encontrar um objeto novo, tentamos imediatamente
“reconhecê-lo”, encaixando-o em alguma categoria já existente na memória (e na língua)..”
(p. 252).
Observe os exemplos abaixo:
62
Traçamos um panorama geral do estudo da semântica. Naturalmente, muito ainda
há por descobrir. Agora é com você... Pesquise, leia, descubra, passe o conhecimento
adiante...
LEXICOLOGIA
Tipos de dicionário
63
apresentando as que são equivalentes ou afins –palavras sinônimas – e as de
significados opostos – palavras antônimas.
dicionários analógicos: reúnem as palavras por campos semânticos,
ou por analogia a uma idéia. Não costumam ser organizados por ordem
Introdução aos
alfabética.
Estudos dicionários temáticos:reúnem o vocabulário específico de determinada
Lingüísticos ciência, arte ou atividade técnica: Dicionário de Comunicação, de Astronomia
e Astronáutica, de Lingüística.
dicionários de abreviaturas: muito úteis, facilitam a comunicação, principalmente
nesta época repleta de abreviaturas e siglas.
dicionários bilíngües ou plurilíngües: explicam o significado dos vocábulos
estrangeiros e sua correspondência com os vocábulos nativos.
há outros tipos de dicionário, que atendem às mais diversas finalidades: de dúvidas
e dificuldades de uma língua, de frases feitas, de provérbios.
64
Desnecessário falar da importância do dicionário. Todos nós, em algum momento
de nossas vidas, fizemos uso de um dicionário ou indicamos a alguém que usasse um
dicionário. Suas principais funções são:
Atividades
Complementares
1. Escreva nos quadros o nome dos elementos estruturais destacados nas palavras
abaixo:
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IN UTIL MENTE
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INUTILMENTE
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GAROT INH A S
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VOLT A RE MOS
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VOLTAREMOS
65
2. Leia atentamente o texto abaixo:
3. Explique a ambigüidade presente no texto abaixo. Como poderia ser reescrito a fim
de eliminá-la?
66
Atividade
Orientada
Queridos Alunos,
Estamos chegando ao fim de mais uma disciplina e como sempre, nessa etapa,
chega também a avaliação. Este é o melhor momento para pensarmos em um trecho da
música de Beto Guedes, na qual encontramos uma passagem de grande profundidade e
sabedoria: “A lição sabemos de cor, só nos resta aprender.” Será que aprendemos?
Naturalmente, essa resposta será dada não agora, mas ao longo do nosso curso.
Espero que você tenha aproveitado as aulas, utilizado o Fórum para tirar as dúvidas
e conversar sobre os temas pertinentes ao curso, pois através destes momentos é que
construímos a verdadeira aprendizagem.
Sucesso em seus estudos!
Etapa 1
Leia atentamente o artigo de John Robert Schmitz, publicado na revista SUPER, em
março de 2005.
“A gerência vai estar transferindo 3 mil reais de sua conta.” Quem falar ou escrever
uma frase assim atualmente corre o risco de ser ridicularizado. Culpa do gerúndio (e de sua
junção com os verbos ir e estar), tachado de “assassino” do idioma por alguns gramáticos
e formadores de opinião da mídia. Esse gerúndio é vítima da irritação dos usuários com
seus maiores divulgadores, os operadores de telemarketing, que nos obrigam a sofrer para
ter acesso telefônico a serviços de empresas. Mas será que o equívoco nesse processo é
justamente o uso do gerúndio? Seria o gerúndio um erro gramatical da mesma ordem de
falhas como “eu dispor” em vez de “se eu dispuser” ou “interviu” em vez de “interveio”. E
afinal de contas, o que é que o gerúndio está “assassinando”?
Para desprestigiá-lo, um observador afirmou que o gerúndio é uma firula
desnecessária, um drible a mais na comunicação. Dizem, por exemplo, que “estar cuidando”
tem o mesmo sentido que “cuidar”. Mas todos nós temos o direito de usar ou não usar certa
palavra, expressão ou locução. Qualquer idioma serve às intenções comunicativas dos seus
falantes. Um determinado usuário pode dizer “vamos estar cuidando do seu caso” quando
tem interesse em expressar continuidade, cordialidade ou polidez ao passo que outro falante
67
pode desejar ir direto ao ponto, recorrendo à forma simples: “Vamos cuidar
do seu caso” - que caracteriza um tratamento mais descomprometido ou “seco”.
Outros falantes alegam que “vai estar transferindo” significa que
repetidas transferências de dinheiro serão feitas pela agência bancária. É
Introdução aos
uma interpretação pessoal, que nada tem a ver com as regras da gramática.
Estudos Além disso, qualquer cliente sabe que os bancos cuidam bem de suas contas
Lingüísticos e nunca vão esbanjar dinheiro fazendo transferências à toa. Ainda mais
levando-se em conta a voracidade da CPMF.
A campanha contra o gerúndio, creio, é fruto de preconceito lingüístico sem
embasamento numa pesquisa de campo entre os diferentes tipos de usuários de português
em diferentes contextos. Pergunto por que os desafetos do gerúndio condenam a frase “Ele
vai estar chegando na parte da tarde” quando os mesmos aceitam tranqüilamente a presença
dos verbos modais: “Ele pode estar chegando, ele deve estar chegando, ele tem de estar
chegando na parte da tarde”?
Subjacente à polêmica em torno da campanha de “cassação” do gerúndio, existe
uma vontade geral de colocar o idioma numa redoma e não reconhecer que ele muda ao
longo do tempo. O português da época de José de Alencar é diferente do português
contemporâneo. Todas as línguas vivas inovam graças à criatividade dos seus usuários.
Alguns críticos, com o intuito de proteger e manter o idioma estável, implicam com novos
verbos, como “disponibilizar”, novos substantivos como “descatracalização”, novos adjetivos
como “imexível” e “descuecado” ou até com estrangeirismos (sem equivalentes em
português) como “dumping” e “ombudsman”.
Para tentar banir o gerúndio do idioma, alguns observadores questionam as
credenciais do mesmo e sugerem que ir+estar+verbo no gerúndio é resultado da invasão
sintática do inglês. Essa crença não procede porque, em primeiro lugar, os falantes em
questão nem sempre dominam o inglês o suficiente para o idioma estrangeiro interferir no
português. Em segundo lugar, o português brasileiro apresenta uma variedade de gerúndios
— e o inglês não. Alguns exemplos: “Olha, está querendo chover!”, “Não estou podendo tirar
férias agora”. Cabe observar também que os idiomas francês e alemão não têm gerúndios.
É a presença no idioma de uma sentença como: “O plantonista está atendendo amanhã na
parte da tarde” que serve como “ponte” para a realização de: “O plantonista vai estar
atendendo amanhã na parte da tarde”. Na verdade, ao lado de formações como o infinitivo
conjugado (“para comprarmos”), a mesóclise (“dir-se-á”) e o futuro do subjuntivo (“se ele
der”), a presença de gerúndios contribui para diferenciar o português de todas as outras
línguas. É como Zeca Pagodinho e caipirinha: só o Brasil tem.
*Nasceu nos Estados Unidos e tem 69 anos - 35 deles vividos no Brasil. É integrante,
e ex-chefe, do Departamento de Lingüística Aplicada da Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp)
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Após ler o texto e refletir sobre o seu conteúdo, você deverá:
· Juízes;
· Advogados de defesa;
· Advogados de acusação;
· Corpo de jurados;
· Testemunhas;
· Platéia interativa.
Etapa 2
Agora que você já conhece um pouco mais sobre a diversidade lingüística que pode
se manifestar através das variações diatópicas (ou geográficas), diastráticas (ou sociais),
diafásicas (ou estilísticas), chegou a hora de praticar...
Obs.: E não se preocupem, pois, caso não tenham habilidades para desenhar, vocês
poderão utilizar personagens de histórias já existentes, recriando suas falas para
retratar o tipo de variação a ser trabalhada.
69
Introdução aos
Etapa 3
A partir de todas as experiências – aulas, leituras, debates – elabore
Estudos um texto dissertativo, discutindo a relevância da disciplina Lingüística para
Lingüísticos prática docente.
Atenção: não esqueça de seguir as normas da ABNT.
Nunca esqueça:
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Glossário
AFASIA – é um termo ligado à área neurológica. Indica a perda do poder de
expressão pela fala, pela escrita ou pela sinalização, ou da capacidade de compreensão
da palavra escrita ou falada, por lesão cerebral, e sem alteração dos órgãos vocais. Aquele
que sofre desse mal, sabe o que deseja expressar, mas não consegue pronunciar as palavras
pela incapacidade de coordenar os músculos, por lesão cerebral.
DIALETO - variedade de uma língua associada a grupos que não contam com
prestígio social; também conhecido por linguajar.
71
LEXEMA - unidade no léxico de uma língua; item lexical; palavra
72
Referências
Bibliográficas
BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: José Olympio, 1970.
BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 37 ed. Ver. e ampl. Rio de Janeiro:
Lucerna, 2001.
CÂMARA JR., J..M. Princípios de lingüística geral: como introdução ao estudos superiores
da língua portuguesa.7 ed. Rio de Janeiro: Livraria Acadêmica, 1974.
DICIONÁRIO. http://www.portrasdasletras.com.br/pdtl2/sub.php?op=dicionarios/docs/
origemdicionario. Acesso em 15/07/2005
FALCÃO, Adriana. Palavra. In. Pequeno dicionário de palavras ao vento. São Paulo:
Planeta, 2003.
FIORIN, José Luiz. (org). Introdução à Lingüística. I: Objetos teóricosI. Rio de Janeiro:
Contexto,2004.
FIORIN, José Luiz. (org). Introdução à Lingüística II:princípios de análise. Rio de Janeiro:
Contexto, 2004.
73
LOBATO, Lúcia Maria Pinheiro. Sintaxe gerativa do português: da teoria
padrão à teoria da regência e ligação. Brasília: Vigília, 1986.
Introdução aos
MEDEIROS, Domingos Oliveira. A Linguagem e a Língua. Disponível em:
Estudos http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.phtml?cod=6515&cat=Cordel.
Lingüísticos Acesso em: 13/07/2005.
PINKER, Steven. O instinto da linguagem: como a mente cria a linguagem. São Paulo:
Martins Fontes, 2002.
74
Anotações
75
Introdução aos
Estudos
Lingüísticos
FTC - EaD
Faculdade de Tecnologia e Ciências - Educação a Distância
Democratizando a Educação.
www.ftc.br/ead
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www.ftc.br/ead