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CERS – Direito Constitucional
Aula 6 – PRIMEIRA FASE XXVII
Profª. Flavia Bahia

DO PODER LEGISLATIVO

a) Conceito:
A sua função típica é a de elaborar normas genéricas e abstratas dotadas de força proeminente dentro do ordena-
mento jurídico, as quais se denominam leis e também a de fiscalizar a atuação contábil da administração pública,
na forma do art. 70 da CRFB/88. Mas também exerce subsidiariamente as funções executiva e judicial, por exemplo,
quando faz concurso para seus cargos e quando julga o Presidente da República por crime de responsabilidade.

b) Exercício da função legislativa:


Exercício da função legislativa: A função legislativa federal é exercida pelo Congresso Nacional, que é um órgão
bicameral, ou seja, formado de duas Casas, o Senado Federal (representação dos Estados e do Distrito Federal,
art. 46, CRFB/88) e a Câmara dos Deputados (representação do povo, art. 45, CRFB/88). Entre as duas Casas não
há qualquer relação de hierarquia ou predominância. No entanto, no processo legislativo, os projetos de iniciativa
do Presidente da República, STF, STJ e dos cidadãos começam a sua tramitação na Câmara dos Deputados, na
forma do art. 64, caput da CRFB/88.

Diferentemente do Poder Legislativo Federal, no Poder legis lativo estadual, distrital e municipal o sistema é unica-
meral (arts. 27, 32 e 29, CRFB/88).

c) Períodos de atividade: As atividades do Congresso Nacional são exercidas nos seguintes períodos:

• Legislatura: É o período de 4 anos, que equivale ao mandato dos Deputados.

O mandato dos Senadores equivale a duas legislaturas (8 anos).

• Sessão Legislativa – é o período anual em que deve estar reunido o Congresso para os trabalhos legislativos. Art.
57, da CRFB/88.

d) Câmara dos Deputados

É composta por representantes do povo, eleitos pelo sistema proporcional, em cada Estado, Território e no Distrito
Federal, sendo que o número de deputados será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à popula-
ção, nos termos do art. 45, § 1º da CRFB/88. A duração do mandato dos Deputados será de 04 (quatro) anos.
Segundo o art. 45, § 2º da CRFB/88, cada Território elegerá 4 (quatro) Deputados.

e) Senado Federal

Compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princ ípio majoritário, sendo que
cada um terá o número fixo de 3 (três) senadores, com mandato de oito anos. A sua renovação acontecerá, parci-
almente, de quatro em quatro anos, alternadamente, por um ou dois terços do Senado Federal (art. 46, § 2º da
CRFB/88). A representação é uniforme em nome do chamado “equilíbrio federativo”. Território não elege Senador!

ESTATUTO DOS CONGRESSISTAS

É o regime jurídico dos membros do Congresso Nacional, disciplinando direitos, deveres, impedimentos, incompa-
tibilidades, imunidades, prerrogativas (arts. 53 a 56, CRFB/88).

As imunidades parlamentares não existem para proteger o parlamentar em suas relações de cunho particular. São
prerrogativas decorrentes de sua função e são estabelecidas muito mais em favor do Poder Legislativo do que do
Deputado ou Senador individualmente considerados.

Dividem-se em:

►►Imunidade material: (art. 53, caput da CRFB/88);

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►►Imunidade formal: (§ 2º a § 5º do art. 53 da CRFB/88);

►►Prerrogativa de foro criminal: (art. 53, § 1º da CRFB/88) – STF;

►►Isenção do dever de testemunhar: (art. 53, § 6º da CRFB/88);

►►Serviço militar: (art. 53, § 7º, c/c 143 da CRFB/88);

►►Imunidades durante o estado de sítio: (art. 53, § 8º da CRFB/88);

►►Incompatibilidades (art. 54 da CRFB/88).

Importante destacar que os suplentes não gozam das imunidades materiais e formais porque não desem-
penham as funções do mandato.

a) Imunidade Material

Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões,
palavras e votos.

A imunidade material implica subtração da responsabilidade penal, civil, disciplinar ou política do parlamentar, por
suas opiniões, palavras e votos. Trata-se de cláusula de irresponsabilidade geral de Direito Constitucional material
e garante que o congressista exerça a sua atividade com a mais ampla liberdade de manifestação. Refere-se so-
mente a atos funcionais, ainda que não exercidos exclusivamente no âmbito do Congresso Nacional. Os pronunc i-
amentos feitos à rede televisiva, aos jornais e revistas estão protegidos por esta imunidade, desde que relacionados
à função parlamentar.

b) Imunidade Formal

A imunidade formal se refere à impossibilidade de prisão do parlamentar e também sobre as regras especiais rela-
tivas ao processo, presentes no art. 53, § 2º e § 3º da CRFB/88, a seguir transcritos.

§ 2º. Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em
flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa
respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.

§ 3º. Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo
Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e
pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação.

Com relação à prisão, o parlamentar só poderá ser preso no caso de flagrante de crime inafiançável e, ainda assim,
a manutenção da sua prisão ainda será resolvida pela casa parlamentar respectiva. A palavra “prisão” deve ser
entendida em sentido amplo: o parlamentar não pode sofrer qualquer tipo de prisão: temporária, prisão em flagrant e
por crime afiançável, prisão preventiva etc. Segundo a doutrina, além da prisão em flagrante por crime inafiançável,
o parlamentar pode ser preso em razão de sentença condenatória criminal transitada em julgado.

Com relação à imunidade formal processual, oferecida a denúncia, o processo contra parlamentares tramita nor-
malmente, podendo a casa a que pertence o denunciado deliberar sobre a sua sustação. De acordo com o texto
constitucional, a deliberação pode ser feita até a decisão final do processo (trânsito em julgado) e deve, obrigatori-
amente, ser apreciada no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias a contar do recebimento do pedido pela Mesa Diretora.
Os legitimados para formular pedido de sustação de ações criminais contra parlamentares são os partidos políticos
com representação na Casa do denunciado (não precisa ser do mesmo partido do parlamentar acusado).

c) Prerrogativa de Foro

Art. 53. (...) § 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento
perante o Supremo Tribunal Federal.

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O dispositivo constitucional em apreço trata da prerrogativa de foro criminal para julgamento de parlamentar. Na
Ação Penal 937, o Supremo Tribunal Federal, por maioria de votos, decidiu que o foro por prerrogativa de função
conferido aos deputados federais e senadores se aplica apenas aos crimes cometidos durante o exercício do
cargo e em razão das funções a ele relacionadas.

Após o final da instrução processual pela Corte, com a publicação do despacho de intimação para apresentação de
alegações finais, a competência para processar e julgar as ações penais não será mais afetada em razão de o
agente público vir a ocupar outro cargo ou deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja o motivo, havendo a
perpetuação do foro perante o STF.

Imunidades de Deputados Estaduais, Distritais e Vereadores

Art. 27. (...) § 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando -se-lhes as regras desta
Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença,
impedimentos e incorporação às Forças Armadas.

Art. 32. (...) § 3o Aos Deputados Distritais e à Câmara legislativa aplica-se o disposto no art. 27.

Art. 29. (...) VIII – inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato
e na circunscrição do Município.

De acordo com o acima disposto, Deputados estaduais e distritais gozam das mesmas imunidades, materiais e
formais, destinadas aos parlamentares federais, inclusive quanto à prerrogativa de foro para julgamento criminal
perante os respectivos Tribunais de Justiça (inclusive quanto à prática de crimes dolosos contra a vida).

Como aplicamos aos Deputados Estaduais e Distritais a Súmula 702, do STF (A competência do Tribunal de Justiça
para julgar prefeitos restringe-se aos crimes de competência da Justiça comum estadual; nos demais casos, a com-
petência originária caberá ao respectivo tribunal de segundo grau). Caso eles cometam crimes federais, serão jul-
gados pelo TRF e, caso o crime seja eleitoral, pelo TRE.

Os vereadores, entretanto, possuem apenas imunidade material, no limite da circunscrição de seus respectivos
Municípios, não usufruindo das imunidades formais já detalhadas, sendo, entretanto, permitido que as Constituições
estaduais e leis orgânicas municipais disponham sobre eventual prerrogativa de foro, desde que respeitada a Sú-
mula Vinculante 45: A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerroga-
tiva de função estabelecido exclusivamente pela constituição estadual. Com isso, concluímos que vereadores
são jugados pelo júri pela prática de crime doloso contra a vida.

DO PODER EXECUTIVO

CONCEITO

O Poder Executivo é o órgão constitucional cuja função típica é a prática de atos relacionados à função executiva,
ou seja, a tarefa de realizar, dentro da lei, as atividades materiais atinentes à chefia de Estado, de Governo e da
Administração Pública. No exercício das suas funções atípicas, também legisla (art. 62 – Medidas Provisórias) e
julga (contencioso administrativo).

SISTEMAS DE GOVERNO

a) Parlamentarismo: o Poder Executivo se divide em duas partes: um Chefe de Estado (monarca ou Presidente da
República) e um Chefe de Governo (primeiro – ministro ou Presidente do Conselho). O Governo é exercido pelo
Conselho de Ministros;

b) Presidencialismo: é o sistema típico das repúblicas e o Presidente exerce o Poder Executivo em sua inteireza,
acumulando as funções de Chefe de Estado, Chefe de Governo e Chefe da Administração Pública. Cumpre um
mandato por tempo fixo, não dependendo da confiança do órgão do Poder Legislativo nem para sua investidura
nem para o exercício de Governo.

FORMAS DE GOVERNO

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a) República: a República é uma forma de governo em que os exercentes das funções Executiva e Legislativa
representam o povo, decidindo em seu nome, à luz dos princípios da responsabilidade, eletividade e temporarie-
dade. A periodicidade também garante a fidelidade do mandato, permitindo a alternância no poder num lapso tem-
poral rigorosamente estabelecido;

b) Monarquia: é caracterizada por ser o governo de um só, baseado no poder divino, sem a participação popular e
vitalício.

REQUISITOS PARA PRESIDENTE E VICE (ART. 14, § 3º DA CRFB/88)

►►nacionalidade originária brasileira (brasileiro nato);

►►pleno exercício dos direitos políticos;

►►alistamento eleitoral;

►►domicílio eleitoral na circunscrição;

►►filiação partidária;

►►idade mínima de 35 anos.

MANDATO PRESIDENCIAL (ART. 77)

O Presidente e o vice são eleitos conjuntamente, em chapa, através do sufrágio universal e pelo voto direto e se-
creto. A eleição, de acordo com o art. 77, obedece ao princípio da maioria absoluta dos votos, não se computando
os votos em branco e os nulos, em razão do que há possibilidade de realização de dois turnos de votação, se
nenhum candidato alcançar a maioria absoluta no primeiro turno.

Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de candidato, convoc ar -
se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação. Em caso de empate, qualificar-se-á o mais idoso.

Obs.: O sistema constitucional brasileiro não admite nem a candidatura autônoma (sem registro em partido político),
nem a candidatura avulsa (é preciso que esteja na mesma chapa eleitoral o Presidente e o Vice).

VACÂNCIA E SUBSTITUIÇÃO

No caso de vacância do cargo de Presidente da República, caberá ao vice suceder-lhe, assumindo o mandato no
restante do tempo para o seu término. Na falta do vice-presidente, serão sucessivamente chamados para ocupar,
temporariamente, o exercício da Presidência da República: Presidente da Câmara dos Deputados, o Presidente do
Senado Federal e o Presidente do Supremo Tribunal Federal. O único sucessor do Presidente é o Vice. São subs-
titutos: o Vice, o Presidência da República: Presidente da Câmara dos Deputados, o Presidente do Senado Federal
e o Presidente do Supremo Tribunal Federal.

De acordo com o artigo 81, CRFB/88, vagando os cargos de Presidente e de Vice, deverá ser feita nova eleição,
obedecidos os prazos e requisitos abaixo elencados:

a) ELEIÇÃO DIRETA, no prazo de noventa dias de aberta a última vaga, quando a vacância se der nos dois
primeiros anos do mandato presidencial;

b) ELEIÇÃO INDIRETA, pelo Congresso Nacional, no prazo de trinta dias de aberta a última vaga, quando a
vacância se der nos dois últimos anos do mandato presidencial.

Em qualquer dos casos acima, os novos eleitos cumprirão apenas o prazo remanescente do mandato.

PRERROGATIVAS E RESPONSABILIDADES DO CARGO DE PRESIDENTE DA REPÚBLICA

a) Imunidades formais

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As imunidades formais se dividem entre a prisão e o processo, senão vejamos:

Quanto à prisão, o art. 86, §3º, afirma que enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o
Presidente da República não estará sujeito à prisão. Ressalte-se que esse dispositivo constitucional não trata de
qualquer prisão: ele só trata de prisão penal.

Quanto ao processo, o art. 86, caput dispõe que compete à Câmara dos Deputados a realização de juízo de admis-
sibilidade das acusações criminais e políticas contra o Presidente da República, considerando-se aprovadas por
pelo menos 2/3 dos votos favoráveis dos Deputados. Essa imunidade configura uma blindagem contra o processo
seja criminal ou político do Presidente da República.

b) Prerrogativa de Foro
Em razão de crime de responsabilidade, quem efetua o impeachment do Presidente da República é o Senado
federal, na forma do art. 52, I e parágrafo único. Em razão de crime comum, é o STF, com base no art. 102, I.
Ressaltemos, entretanto, que nem o Senado e nem o STF tem autorização para iniciar o julgamento contra o Pre-
sidente da República se não houver o juízo de admissibilidade da Câmara dos deputados favorável ao julgamento.
Observe-se que a prerrogativa de foro prevista em nossa Constituição é apenas política e criminal. Não há prerr o-
gativas de foro para o julgamento em sede de ação trabalhista, divórcio, adoção etc.

De acordo com o rol exemplificativo do art. 85 de eventuais infrações político-administrativas que podem ser come-
tidas pelo Presidente da República, levando-o ao impeachment pelo Senado Federal, temos as que atentem contra
a Constituição Federal e, especialmente, contra:

I - a existência da União;
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes consti -
tucionais das unidades da Federação;
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV - a segurança interna do País;
V - a probidade na administração;
VI - a lei orçamentária;
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.

Atenção com o teor da SV 46: A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respec-
tivas normas de processo e julgamento são da competência legislativa privativa da União.

A Lei 1079/50 ainda traz mais alguns tipos de infrações político- administrativas. No recente caso de Impeachment
vivenciado pelo país, algumas regras novas sobre o procedimento foram estabelecidas pelo STF no julgamento da
ADPF 378, ajuizada pelo Partido Comunista do Brasil (art. 103, VIII da CRFB/88), cujo principal aspecto segue
abaixo:

No que diz respeito ao papel da Câmara no processo de impeachment, a sua atuação [... deve ser entendida como
parte de um momento pré-processual, isto é, anterior à instauração do processo pelo Senado. Segundo o Min.
Barroso: “a Câmara apenas autoriza a instauração do processo: não o instaura por si própria, muito menos deter-
mina que o Senado o faça. Dessa forma, os arts. 23, §§ 1º e 5º; 80 e 81, da Lei nº 1.079/50 não foram recepcionados
por serem incompatíveis com os arts. 51, I; 52, I; e 86, § 1º, II, da CRFB/88.

Dessa forma, ao Senado compete decidir (por maioria simples) se deve receber ou não a denúncia cujo prossegui-
mento foi autorizado pela Câmara. Se a rejeitar, haverá o arquivamento do pedido; se a receber, será iniciado o
impeachment propriamente dito (fase processual), com a produção de provas e, ao final, o Senado votará pela
absolvição ou condenação do Presidente (na forma do art. 52, parágrafo único, da CRFB/88).

Obs.: Apesar de o art. 52, p. único estabelecer que, se condenado, o Presidente, perderá o cargo e ficará inabilitado
ao exercício de cargo, emprego e função pública por 8 (oito) anos, no caso da Ex -Presidente Dilma, o Senado
decidiu que as penas não são cumulativas e apesar de condená-la a perda do cargo, manteve os seus direitos
políticos.

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c) Suspensão das funções
De acordo com o art. 86, § 1º e § 2º, o Presidente ficará suspenso de suas funções: nas infrações penais comuns,
se recebida a denúncia ou queixa crime pelo Supremo Tribunal Federal; nos crimes de responsabilidade, após a
instauração do processo pelo Senado Federal. Se decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não
estiver concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo.

d) Cláusula de irresponsabilidade penal relativa


Art. 86 § 4º - O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por
atos estranhos ao exercício de suas funções. Qual o alcance dessa chama de cláusula de irresponsabili dade
penal relativa?

Primeiramente, ela só se aplica a situações penais e deve ser analisada de forma restrita. De acordo com o art. 86,
§4°, o STF só poderá julgar o Presidente da República por crime relacionado ao exercício das funções presidenciais .
Com isso, não haverá processo criminal contra o Presidente da República durante o seu mandato por crime ocorrido
antes da diplomação ou durante o mandato, mas sem relação com as funções presidenciais.

e) Prerrogativas de Governadores e Prefeitos


Segundo a jurisprudência do STF, a imunidade formal quanto à prisão, a cláusula de irresponsabilidade penal rela-
tiva e a imunidade formal processual são exclusivas do Chefe de Estado, que é o Presidente da República, portanto,
não podem ser reproduzidas para os Governadores e Prefeitos.

Ressalte-se que por crime comum os governadores são julgados perante o STJ, na forma do art. 105, I, “a”, da
CRFB/88, e os Prefeitos pelos Tribunais de Justiça, de acordo com o art. 29, X, da CRFB/88.

Importante destacar a Súmula 702 do STF que determina que se o Prefeito cometer crime eleitoral, será
julgado pelo TRE e, caso cometa crime federal, o seu julgamento será feito pelo TRF.

Por crime de responsabilidade, o Governador será julgado pelo Tribunal especial anunciado no art. 78, § 3º, da Lei
1079/50, composto de cinco membros do Legislativo e de cinco desembargadores, sob a presidência do President e
do Tribunal de Justiça local, que terá direito de voto no caso de empate. A escolha desse Tribunal será feita - a dos
membros do legislativo, mediante eleição pela Assembleia: a dos desembargadores, mediante sorteio.

Já o Prefeito, por crime de responsabilidade, será julgado, em regra, pela Câmara dos Vereadores.

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